História Paulicia - Um casal nem um pouco normal - Só fui perguntar

Pov. Marcelina Guerra

Me chamem de doida, tanto faz, mas eu queria saber o que o meu irmão acha sobre esse assunto, quer dizer, eu queria saber se o Paulo gosta da Ally, e o inverso também

-Antes de eu ir falar com ele. Eu queria te perguntar uma coisa – eu falei para Alícia

-O que?

-Você gosta do meu irmão?

-Sobre isso, eu acho que sim, mas não sei direito, eu queria muito, você não sabe o quanto eu quero negar, mas acho que não vou conseguir mentir para mim mesma

-Era só o que eu precisava saber. To indo, beijinhos – eu falei mandando beijinhos no ar para a Ally

Quando eu saí do nosso quarto fui para a parte dos meninos e logo encontrei o quarto do meu namorado com o meu irmão

-Apareceu a margarida – Mário falou vindo me abraçar

-Não amor, a Marga já deve estar dormindo – eu falei rindo

-Amor, essa foi muito ruim. Depois dessa eu vou me jogar da janela – ele falou indo em direção a janela

-Nem invente, senhorzinho – eu falei dando um selinho nele

-Você veio para matar saudade?

-Não, eu queria falar com o meu irmão – eu falei olhando pelo quarto e percebendo que ele não estava lá – onde ele está?

-Ele tinha ido beber água, mas isso já faz um tempinho

-Quando eu quero falar com ele o menino some, mas sempre que eu não quero falar ele brota do nada

-Vem cá, deita aqui – ele falou deitando na cama e pedindo para eu deitar do lado dele

-Iai, como foi seu dia? – eu perguntei me aninhando nele

-Feliz – ele falou simplesmente

-Por que?

-Porque eu passei a maior parte do meu dia com você

-Awwwn, se eu nos visse de longe, eu iria vomitar e ficar com nojinho, mas já que somos nós dois, eu não sinto nojinho nenhum

-Ainda bem que você não sente nojinho do nosso namoro, né linda?

-Realmente – eu falei rindo – isso não faria muito sentido

-Bonito né. Muito bonito vocês dois  - Paulo falou abrindo a porta e vendo a situação que eu e o Mário estávamos

-Calma, eu acalmo ele – eu falei baixinho no ouvido do Mário

-Boa sorte – ele falou ainda baixinho no meu ouvido

-Onde caralhos você se meteu? Eu to aqui faz meia hora e você estava sumido. Imagina o que teria acontecido se aquele inspetor que eu não lembro o nome aparecesse nesse momento e me visse aqui? Eu iria levar um advertência, ou pior, imagina se ele me expulsasse. Se o papai viesse reclamar comigo eu iria te culpar e ele ia te matar – eu falei bem rápido. Todo mundo odeia quando eu falo extremamente rápido, porque ninguém entende absolutamente nada

-Calma, Marce. Eu também te amo, viu. O que você queria falar comigo?

-Você gosta de alguma menina? – eu perguntei meio na lata mesmo

-Você tem alguma em mente? – ele me perguntou

-Alícia?

-Claro, ela é bem chatinha, mas algumas vezes ela consegue ser até legal. Parece com você – ele falou rindo

-Haha, muito engraçado – eu falei irônica – mas eu to falando sério, você gosta dela? – quando eu falei isso, pude perceber que ele iria falar alguma coisa, mas ele acabou se contendo ao olhar para o Mário

-Amor, você pode dar uma licencinha para a gente? – eu falei olhando para o Mário

-Claro, eu to indo beber água – o Mário falou levantando, depois ele saiu pela porta do quarto e a fechou

-Vai me responder agora? – eu falei olhando para o Paulo

-Eu não sei se gosto dela. Tipo, ela é bonita e legal, mas... sei lá

-Sei lá o que?

-Não sei, é muito cedo para saber se eu gosto dela. Ela está aqui faz o que? 1 mês?

-Não é tão cedo assim... quer dizer, eu já a considero minha melhor amiga

-Mas “melhor amiga” é diferente de “a menina que você gosta” – ele falou fazendo aspas com os dedos – até porque, geralmente quando você gosta de uma menina, você acaba namorando com ela

-Você quer namorar com ela? – eu falei gritando um pouquinho

-Você está colocando palavras na minha boca. Eu nem disse que gosto dela. Eu só disse que se você gosta de uma menina, você geralmente namora com ela. Eu nem me referi a mim mesmo

-Tá, tanto faz. Eu só queria saber de você, até porque eu já sei a resposta dela

-Ela falou alguma coisa de mim?

-Falou, mas eu não te conto até você me responder – eu falei cruzando os braços

-Eu não sei. Mas acho que eu posso estar desenvolvendo algum sentimento por ela

-Então tá. Como eu quero muito que vocês dois fiquem juntos, eu vou dizer – não me chamem de traíra nem nada, mas eu quero muito ser cupido para esses dois – ela me falou que não nega que gosta de você

-O que você acha que eu tenho que fazer?

-Sei lá, qualquer coisa menos nada

-Você acha que eu tenho que ir falar com ela?

-E você iria falar o que?

-Não sei... talvez se eu conversar direitinho com ela talvez eu possa descobrir se gosto dela, ou se ela realmente gosta de mim

-Mas você ainda não me respondeu

-O que?

-Se você gosta dela

-Acho que sim

-Já é suficiente, mas eu tenho que ir agora – eu falei dando um abraço nele – juízo viu, e não se esqueça que é sobre a minha melhor amiga que estamos falando

-Te amo – ele falou no meio do abraço

-Eu também te amo – eu falei saindo do abraço dele – mas tenho que ir agora

Quando eu falei isso, peguei meu carregador que estava no quarto dele e saí pela porta. Nunca vou entender que mania é essa que ele tem de pegar meu carregador toda hora

Voltei para o meu quarto feliz com a resposta que o meu irmão havia me dado e fui logo falar com a Alícia. Entrei no meu quarto super feliz para contar a novidade para ela, mas ela já estava deitada na cama, por isso precisava me segurar para não acordar ela, se eu acordasse ela. Ela ia me matar