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História Paupérrimo - ShiIta - Capítulo 07.


Escrita por: unholysun

Capítulo 7 - Capítulo 07.


Itachi deixou seu quarto caminhando em direção a saída da casa nos passos mais sutis e silenciosos possíveis. Já beirava a meia noite, não queria acordar seus pais e nem mesmo seu irmão. Queria se esquivar de possíveis questionamentos sobre estar saindo a essa hora da noite. Isso vinha sendo sua melhor rota de fuga de suas pendências nas últimas semanas.

Adentrou em seu veículo suspirando aliviado ao não encontrar ninguém pelo caminho. Deixou sua casa e seguiu diretamente para o lugar que já era bastante familiar para si.

Parado em um farol fechado, Itachi tateou o bolso, pegando seu aparelho celular dali, indo diretamente a conversa com Shisui. Ainda era 23:40, as ruas estavam vazias, ele chegaria a tempo para surpreender o outro Uchiha.

— Oi amor, você vai pro bar hoje ou vai ir pra sua casa descansar? Me avisa quando sair do trabalho..

Enviou o áudio ao mais velho e voltou sua atenção ao trânsito, sorrindo ao sentir o celular vibrar com uma resposta também em áudio do outro.

Eu estou organizando a cozinha. Ainda não sai do restaurante mas eu acho que vou ao bar relaxar um pouco e depois para casa... Mas pode deixar que eu te aviso. E você, não deveria estar dormindo ou descansando?

Itachi sorriu mordendo o lábio e logo fitou a sacola que estava no banco do passageiro.

— Eu vou dormir, já já.

E então, após enviar aquele último áudio, o Uchiha guardou seu celular e voltou a focar sua atenção unicamente a estrada. Não demorou muito para chegar no bar que Shisui costumava ir beber e para seu alívio, ele ainda não estava ali.

Estacionou seu carro do outro lado da rua e abriu um sorriso ao descer do mesmo e ser reconhecido por alguns amigos do primo. Já havia tido contato com eles desde que decidiram tentar fazer aquela relação dar certo. Já havia ido algumas vezes a esse bar ou em outros lugares com Shisui contando com a presença daquelas pessoas. E mesmo todos sendo o oposto de si em relação a hiperatividade e gostos, se sentia bem naquela roda de amigos e só por isso estava ali momentâneamente sem a presença do outro.

— O que o burguês está fazendo aqui sem o plebeu dele? — Itachi revirou os olhos mas riu junto aos demais. Haviam sido apelidados dessa maneira pelos amigos do mais velho, no início tentava se safar de tal rótulo mas agora já não ligava mais e achava graça.

— Ele já vem! Vim fazer uma surpresa. — se sentou em um dos lugares na mesa em que os rapazes estavam e observou como eles já estavam jogando cartas.

— Quer jogar? — um deles perguntou ao embaralhar.

— Você sabe que não sei nem segurar as cartas direito nas mãos. — ele disse suspirando. — mas vou adorar assistir meu Shisui ganhar de vocês a todas as rodadas.

Itachi gargalhou ao ouvir os xingos dos outros e assistiu divertidamente aquela partida tentando entender algo daquilo ou tentando até mesmo achar graça naquele jogo. Talvez não fosse o jogo em si a diversão, mas sim a adrenalina e instinto de competitividade com os amigos acompanhado de uma boa música e bebida que todos gostassem.

— Seu marido está vindo. — um deles comentou ao ver Shisui se aproximando no fim da rua.

O Uchiha mais novo abriu um sorriso, que só aumentou ao ver seu primo parado ali diante deles o olhando com extrema surpresa e incredulidade.

— Tachi? — abriu um sorriso mas ainda o olhou com desconfiança. — Aconteceu algo?

E como esperado, Shisui não fazia idéia do motivo de Itachi estar ali. Mas não achava ruim, bem, o mais velho tinha uma rotina tão cheia quanto a sua, era a primeira vez que estava lidando com algo semelhante a uma relação. Não iria cobrar o fato dele se esquecer que hoje completavam dois meses desde que decidiram tentar ficar juntos.

— Só estava com saudades.. vem, senta aqui! — puxou o mais velho para se sentar ao seu lado e o abraçou pelo pescoço, deixando um beijo na bochecha dele. — eu senti saudades... Eu quero passar a noite agarrado com você..

— Se você continuar sussurrando desse jeito, acho que vou querer ir embora agora mesmo só para ficar agarrado com você.

— Casal, foco no jogo! Namorem depois! — um deles disse ao entregar as cartas e Itachi riu assentindo e desgrudando um pouco do outro.

— Vence eles, amor! Vou até buscar uma cerveja pra gente passar bem essa vitória.

Shisui abriu um sorriso e pegou as cartas sobre a mesa antes de selar os lábios que tanto amava em um casto selinho.

Cervejas ainda não eram a preferência de Itachi, nunca iria substituir o bom vinho, mas admitia que as vezes a cevada caía muito melhor em um dia de muito calor do que suas bebidas importadas. Seu paladar já estava bem acostumado e ele tinha que admitir que o gosto da cerveja era ainda melhor dentro da boca de Shisui, quando o beijava com paixão e sentia aquele sabor da bebida junto com a pegada quente em sua cintura.

— Aqui... — ele abriu o litro da garrafa gelada e serviu os copos após retornar a mesa, se sentando junto do mais velho. — boa sorte, amor!

Deixou um beijo na bochecha do primo e pegou o próprio copo em mãos, começando a beber sua cerveja enquanto via aquela partida se iniciar. Era divertido assisti-los jogar e se xingarem, era ainda mais divertido quando Shisui dava sua última carta para que Itachi a descartasse e vencesse de todos ali, recebendo sempre as falsas ofensas dos amigos enquanto os dois se beijavam pela comemoração.

Mas nada daquilo tinha a grandeza de Shisui após beber uns quatro copos americanos de cerveja cantando e fazendo aquela mesa de pandeiro. Itachi sentia que podia passar o dia inteiro o observando dessa maneira, nessa perspectiva.

O que você tanto me olha? — o mais velho sussurrou, passando o braço pelos ombros de Itachi, o puxando para si. Deixou um beijo estalado na parte baixa da orelha dele e bebeu o restante da cerveja. — Vamos embora? Acho que já relaxei o suficiente aqui, eu quero relaxar com você agora.

O mais novo abriu um sorriso abaixando o seu rosto para ninguém perceber o corar nas maçãs o seu rosto. Apertou a coxa de Shisui na qual sua mão estava repousada e balançou a cabeça em um sinal positivo com a pergunta do outro.

— Pra mim já deu... — Shisui disse para os amigos, deixando o copo vazio sobre a mesa. — vou ir descansar. Mas as partidas foram ótimas. Uma pena não termos apostado hoje.

— Fala isso só porque você ganhou a maioria! — um deles esbravejou, fazendo Shisui rir enquanto se levantava e ia até o balcão do bar pagar seu consumo.

Logo ele e Itachi já se despediam das pessoas e seguiam até o veículo do mais novo que estava parado do outro lado da rua, e não precisaram de muito mais do que um olhar para se entenderem e Shisui assumir a direção naquele breve percurso até sua casa.

— A hora que me mandou mensagem já estava no bar?

— Não. — ele se acomodou no banco e ajeitou a sacola que antes ali jazia sobre o próprio colo. — estava no caminho.

— Seu pai não tá mais implicando em relação você vir até aqui? Ainda mais tarde da noite assim?

Itachi mordeu o lábio sentindo um amargo em sua boca. Odiava mentir para Shisui, mas, tinha receios de que a intromissão de seu pai pudesse fazer o outro se afastar. Temia que Fugaku tentasse atrapalhar ou algo assim. Era por isso, que nesses dois meses, ele manteve um Fugaku acreditando que seu filho não tinha mais contato com Shisui, e um Shisui acreditando que Fugaku sabia de tudo e aos poucos estava aceitando.

— Ele estava dormindo quando sai mas ele está mais tranquilo sim..

— Que bom! Eu ficaria muito triste se ele ficasse no seu pé por conta da nossa relação. Teria que fazer sua cabeça para vir morar comigo.

Itachi abriu um largo sorriso descansando sua cabeça sobre o ombro do outro que ainda dirigia.

— Pra morar com você eu quero no mínimo uma cama maior e um ar condicionado.

— Fresco!

— É uma necessidade!

Shisui negou com a cabeça rindo e estacionou o veículo em frente a própria casa. E em modo automático, Itachi já descia para abrir os portões da casa do homem que logo estacionou o carro perfeitamente em seu quintal.

— Onde você vai? — o maior questionou enquanto abria a porta de casa e via Itachi fuçando algo dentro do carro.

— Estava pegando isso! — ele retirou a sacola do veículo e seguiu para dentro da residência. Observou Shisui deixar as chaves e carteira sobre a mesa de centro, se sentando no sofá, o puxando para se sentar em seu colo. — Isso é pra você!

— Pra mim? — perguntou confuso.

— Parcialmente.. primeiro, isso é apenas para você!

Itachi retirou de dentro da sacola maior uma menor e a deixou de lado. Shisui o olhou ainda mais confuso e abriu a sacola, retirando dali uma caixa no qual logo ele viu do que se tratava.

— Itachi... Por que?

— Estamos fazendo dois meses juntos hoje e mesmo que ainda não seja uma relação oficializada... Você faz tanto por mim e eu nunca te dei nada!

— Na verdade, você já deu sim e deu muito!

— Shisui! — ele corou até as pontas das orelhas, fazendo Shisui rir e se esquivar dos tapas que lhe eram destinados. — você gostou?

— Está pra nascer algo que venha de você e eu não goste... — ele abriu um sorriso e voltou a encarar seu presente, que nada mais era do que duas garrafas de cervejas importadas junto de um copo com o emblema da marca. — eu amei! Você sabe como amo cervejas. Mas eu nunca ouvi falar dessa..

— Ela é importada! — Itachi riu baixinho e o abraçou com mais força, se ajeitando naquele colo. — que bom que acertei na escolha.

— Acertou sim mas... Não precisava Tachi.. ainda mais algo caro. E eu nem comprei nada para você.

— Quanto a isso..  — o mais novo sorriu, virando o rosto de Shisui para si, beijando aqueles lábios calmamente mas com devoção, rebolando suavemente sobre o colo dele. — o que eu quero de você hoje é seu amor..

Shisui o olhou simplesmente hipnotizado. Deixou seu presente ao lado e ajeitou Itachi sobre si, o acomodando de frente, segurando firme aqueles cabelos soltos enquanto roçava ferozmente seus lábios.

— Eu te amo... — sussurrou, mordiscando com gula o lábio inferior do menor. — eu te amo tanto...

— Eu também amo você, Sui...

Suas bocas se uniram como a atração inevitável de um ímã e suas línguas logo desenvolveram um beijo calmo mas repleto de sentimentos. Itachi se apoiava nos ombros alheios com sua mãos enquanto seu quadril se movia com intensidade sobre aquele colo e mais especificamente sobre aquela ereção recém formada abaixo da calça de seu primo.

O que era algo lento e calmo logo tomou maiores proporções e Itachi sentiu as mãos grandes e firmes começarem a arrancar sua jaqueta e em seguida a camisa que usava. Os lábios quentes e sedentos chupavam seus mamilos enquanto sua calça era desabotoada com certa pressa.

— Sui... — ele segurou firme o rosto alheio, encarando o fundo daqueles olhos. — você realmente me ama?

— Você tem dúvidas? — subiu seus dedos pelas costas quentes do mais novo, em uma carícia gostosa, deixando beijos carinhosos pelos lábios e maxilar. — eu acho que te amei logo de cara só demorei um pouco pra perceber... Você fodeu meu psicológico... Eu amo você! Não tenha dúvidas disso, eu odeio mentiras Itachi. Jamais mentira algo, ainda mais sobre meus sentimentos.

Aquelas palavras arrebataram Itachi de forma positiva e negativa. Não tinha coisa melhor do que ouvir Shisui afirmando que lhe amava olhando nos olhos. Entretanto, ouvi-lo afirmar sobre detestar mentiras e jamais ser capaz de mentir, fizera a culpa se desmembrar sobre si.

— Você é bom demais... Shisui... Você é a melhor pessoa que eu poderia ter ao meu lado. 

Shisui nada disse em palavras. Apenas segurou aquele rosto em suas mãos grandes e o beijou com necessidade, explorando sua boca, despejando ali toda sua excitação e sentimento. E Itachi apenas permitiu que ele fizesse o que desejasse consigo. Queria tanto quanto ele e quando se deu por si, já estava deitado sobre o sofá com seus corpos completamente despidos e um Shisui o beijando a cada parte que os lábios tocavam.

Os dedos compridos afastaram os lábios finos de Itachi que os tomou para si em uma sucção lenta, lambendo e chupando com necessidade, gemendo contra as digitais enquanto sentia seus mamilos serem lambidos e sua ereção tocada habilidosamente.

— S-Sui... — murmurou ao ter os dedos molhados abandonando sua boca. Reprimiu os lábios assim que sentiu sua saliva ser espalhada por sua entrada, lentamente, logo a tendo invadida cuidadosamente pelos dedos longos que já tão bem conhecia seu corpo.

Shisui era perfeito em absolutamente tudo e quando se tratava de sexo, Itachi sentia que poderia ir do céu ao inferno com a experiência que lhe era mostrada a cada momento íntimo. Já começava a sentir por todo o corpo os efeitos dos dedos alheios em si pois, Shisui o explorava com maestria e tocava sua próstata certeiramente o fazendo ofegar e desejar mais e mais dentro de si.

Sequer precisou pedir por mais. Abriu um sorriso delirante e satisfeito ao sentir o outro tão sedento quanto si, abandonando seu interior com os dedos e substituindo por sua ereção extremamente dura e pulsante.

Seu corpo foi lentamente invadido e seus gemidos ocultados por um beijo. Shisui se acomodou minuciosamente dentro de si e assim ele pôde abraçar aquele corpo caloroso com suas pernas, afundando seus dedos nos cabelos ondulados, descontando naqueles fios tudo o que estava sentindo dentro de si.

O maior se movia com força, como se desejasse fundir seus corpos. Itachi sentia suas costas ser arrastada sobre o sofá na medida em que seu primo se retirava de si e voltava a preenche-lo daquele jeito delirante: forte e fundo.

Seus dentes se afundaram no ombro do maior desejando abafar ao máximo os gemidos altos. Shisui surrava sua próstata com tanta precisão que seu corpo já se mostrava bambo e suas pernas lutavam para se manter abraçadas a cintura do homem.

— Como eu amo você... Seu corpo... — a palma da mão grande e calejada passeou por aquela silhueta com possessividade, apertando com os dedos onde passava. O menor gemeu ainda mais quando teve sua nádega fortemente apertada e estapeada. Encarou os olhos de Shisui e sorriu em meio aqueles sons eróticos. Sempre amaria ver aquele sorriso cafajeste naqueles lábios tão habilidosos.

Jogou a cabeça para trás quando sentiu sua cintura ser segurada firme e seu corpo ser puxado em um forte vai e vem contra aquelas estocadas bruscas. Amava quando Shisui decidia agir de forma rude, amava sentir as consequências disso depois e se recordar do porque seu corpo estava todo dolorido.

— Sui... Eu vou...

Ele se calou ao ter as bochechas seguradas daquela forma autoritária. Sentiu seu biquinho formado ser mordido e logo os dedos grandes soltarem seu rosto, dirigindo-se ao pescoço. Maldita vez em que havia bebido cerveja demais e admitido a Shisui como sentia tesão quando ele segurava firme seu pescoço ou os cabelos. Que poderia gozar só com aquilo...

E agora ele arcava com seu desejo, tendo seu pescoço apertado naquela asfixia que o deixava mais duro. Sentiu Shisui ir fundo e mais rápido dentro de si e não conseguiu mais se segurar. Expeliu todo seu sêmen sobre seu abdômen e teve seu pescoço solto, podendo respirar em busca de normalizar a respiração enquanto sentia as últimas estocadas serem dadas dentro de si até o maior chegar ao ápice também.

— Isso foi... Tão gostoso... — murmurou ofegante, gemendo baixinho quando Shisui saiu de dentro de si. — eu ainda tinha mais algo a dizer antes de acabarmos fodendo. Mas não iria interromper seu fogo que fácilmente me contamina.

— Seu safado...

Itachi riu e se sentou no sofá já sentindo as consequências daquela foda. Mas nada que não fosse superável. Ele pegou caído no chão aquela pequena sacola que estava dentro da anterio e entregou para Shisui, que o olhava novamente com descrença.

— Itachi...

— Eu sei. Eu sei o que vai falar mas poupe o discurso de "não precisava" ou "não deveria ser assim". Você sabe que sou ansioso e mesmo eu tendo mudado muito após conviver com você, uma coisa não mudou. Meu desejo de namorar de forma séria e não viver da casualidade.

Shisui o encarou soltando um suspiro e abriu a sacola da joalheria, notando ali uma caixinha de veludo preta. Quando a abriu, notou o par de alianças pratas de compromisso. Eram lindas e bem discretas, o que ambos concordavam referente aos seus estilos.

— Itachi..

— Eu sei que está cedo. Eu sei que deixaríamos fluir aos poucos. Mas depois que eu descobri o que realmente é amar e estar apaixonado, eu só penso nisso. — falou de forma rápida e ansiosa, segurando o queixo de Shisui para que lhe encarasse. — eu te amo! Por favor... Eu quero muito namorar com você. Dê esse passo comigo..

— Tachi..  — ele sorriu fraco, segurando o outro pela nuca, unindo seus rostos para um beijo casto. — você não deveria ter comprado tudo isso... Você sabe que eu não quero que...

— Eu sei! — ele disse de forma séria, segurando as mãos do outro com firmeza enquanto o olhava nos olhos. — Eu vou respeitar isso! Mas por favor... Só dessa vez, aceite...

O mais velho suspirou em derrota. Não que ele não houvesse gostado, muito pelo contrário. Além de tudo, sua vontade de ter algo sério com Itachi era completamente recíproca. Ele só não se sentia a vontade com a forma que o outro havia gastado consigo. Era ele quem queria fazer isso, de uma forma ou outra, nem que demorasse mais dois meses para juntar o dinheiro de comprar um belo par de alianças. Ele também queria fazer coisas assim por Itachi.

— Eu amo muito você...

Shisui sorriu com aquele murmúrio e deixou seu orgulho de lado decidindo não acabar com o momento. Ele retirou as alianças daquela caixinha e trouxe a mão direita de Itachi para si, deslizando a prata por seu dedo anelar e em seguida, ele deixou que o mais novo fizesse o mesmo consigo, se surpreendendo ao ver como a aliança havia ficado perfeita em seu dedo.

— Como soube a numeração do meu dedo?

— Digamos que dá última vez que eu dormi aqui, eu amarrei um barbante no seu dedo pra tirar a medida... Você estava dormindo.

— As vezes você me dá medo!

Itachi riu acariciando a mão alheia e a levou até os lábios, deixando um beijo casto sobre os dedos de Shisui antes de ser surpreendido pelo mesmo o pegando no colo, o carregando até o banheiro para tomarem um banho juntos.

Aproveitaram daquele momento no chuveiro para desfrutarem mais um do outro. Sentia como podiam ser viciantes, pois, quanto mais se tinham, mais desejavam ter. Era algo fora do comum mesmo que suas realidades e perspectivas fossem distintas. Mesmo Itachi tendo tido unicamente experiências com Izumi, ou Shisui, que já era bem mais experiente se envolvendo com diversas pessoas ao longo da vida. A descoberta daquele sentimento e relação era algo novo e incomparável para ambos.

— Vem cá... — o mais velho puxou Itachi para si naquele cama, o fazendo se deitar aconchegamente sobre seu peito. — descansa... Obrigado por vir e pelos presentes. — deixou um beijo sobre os fios úmidos de Itachi e se acomodou contra os travesseiros. — amo você...

— Eu também amo você, Sui...

Um beijo casto foi deixado sobre o peitoral do mais velho e Itachi se aconchegou ali, repousando sua orelha sobre o peito do outro, podendo ouvir seus batimentos cardíacos como tanto gostava.

Se sentia cansado pelo dia cheio, assim como sentia o sono pouco a pouco se apossar de si, entretanto, sua mente não parava. As palavras de Shisui de pouco tempo atrás sobre lhe amar e jamais ser capaz de mentir para si perturbava sua cabeça e sua consciência. Não podia mais manter aquela mentira então, estava decidido a abrir o jogo de vez com Fugaku e assim, sua mentira sobre já ter conversado com sua família sobre si e sobre sua relação, deixaria de ser uma mentira.

Ou ao menos era assim que ele pensava.

XxX

Itachi acordou mais cedo que Shisui, e assim, havia decidido fazer o café da manhã para que ele descansasse mais já que no período da tarde iria para o restaurante no qual ele ficava até tarde da noite. 

Tomou uma ducha para despertar por um todo e vestiu uma cueca e uma camisa própria, já que algumas de suas roupas já estavam ocupando espaço no guarda roupa de Shisui.

Já passava a água quente pelo coador de café enquanto esquentava alguns pães na frigideira. Sorriu sozinho ao se recordar da vez em que Shisui o ensinou a fazer café dessa forma, já que sempre era acostumado a usar a cafeteira de cápsulas e não exigia mais do que enche-la d'água e apertar o botão após escolher a cápsula de café que desejava tomar.

Beliscava um dos pães que havia feito enquanto colocava tudo na mesa. O cheiro de café já inundava toda a casa e Itachi estava prestes a chamar Shisui para comer, mas ele estranhou quando ouviu um som exagerado de buzinas no portão da casa.

Ele espiou pela janela e arregalou os olhos ao ver uma viatura bem ali. Rapidamente vestiu sua calça que estava jogada pela sala e saiu da casa, vendo que de fato, os polícias estavam ali aparentemente para resolver algo com Shisui.

— Você é Uchiha Shisui? — um deles perguntou de forma séria, fazendo Itachi negar e engolir o seco.

—  Eu sou primo dele. Itachi! — falou ainda confuso com tudo aquilo. — aconteceu alguma coisa?

— Na verdade, sim! — o policial mostrou a Itachi um documento que aparentemente era de uma denuncia feita naquela manhã. — Seu pai, Fugaku Uchiha, disse que você estava desaparecido e acusou seu primo como provável suspeito de algo que pudesse ter ocorrido com você. Ele nos deu o endereço e viemos checar. Podemos falar com Shisui e esclarecer esse aparente mal entendido?

Itachi o olhou ainda mais apavorado. Seu pai havia feito o quê?

— Olha senhor, eu sinto muito que meu pai tenha feito isso. Mas eu sou maior de idade e eu não sumi como ele declarou. Eu só saí. Um adulto não pode mais sair sem dar satisfações?

— Poder pode! Mas é nossa tarefa averiguar uma denuncia assim, você não concorda? Você e sua família é milionária e a forma que seu pai disse sobre seu primo ser de um bairro de classe mais baixa... Ele temeu que Shisui pudesse ter sequestrado você em troca de dinheiro ou algo pior.

— Como é que é? — a voz de Shisui ecoou ali, e naquele instante, Itachi soube que estava verdadeiramente fodido.

— Shisui não fez nada comigo. Eu estou aqui porque eu quero... — Itachi falou baixo, ainda envergonhado com toda a situação e imaginando como Shisui ficaria irritado consigo. — eu estou namorando com Shisui. Acho que agora vocês entendem que é normal um adulto passar a noite na casa do namorado, não é? O meu pai é um...Exagerado.

Os policiais se entreolharam e assentiram com a cabeça. Não tinha muito do que duvidar ou o que mais falar. Apenas pediram o documento dos dois, fizeram mais algumas breves perguntas e foram embora, deixando um Shisui ainda incrédulo com tudo aquilo e um Itachi apavorado com o que vinha a seguir.

— Vai me explicar o porquê do seu pai ter mandado a polícia na minha casa?

— Eu... Eu não sei eu acho que ele só ficou preocupado e...

— Itachi! — ele bateu a porta da sala ao entrar e o encarou com extrema irritação. — o seu pai mandou a polícia até aqui dizendo que eu provávelmente havia feito algo contra você! Usou o seu dinheiro como justificativa. Você acha que isso é preocupação?

Itachi nada disse. Somente se sentou no sofá e esfregou o rosto com extremo nervosismo. Agora imaginava que de algum modo Fugaku havia descoberto tudo e havia agido daquela maneira justamente para constranger Shisui e de algum modo tentar afasta-lo.

— Tem algo que não me contou, Itachi? Esse é o momento!

O mais novo subiu o olhar para o maior que estava de pé diante de si. Notou como Shisui estava o oposto do que sempre era. Não existia um belo sorriso. Não existia olhos brilhando. Só existia uma feição séria e um olhar opaco sobre si.

— Eu menti... Eu não contei pro Fugaku sobre nós porque... Ele não ia aceitar de jeito nenhum e eu sabia que se ele soubesse de nós daria um jeito para atrapalhar.. como ele fez agora. Eu só não imaginava que seria tanto assim... Que ele chegaria a esse ponto.

— Itachi...

— Me desculpe, Shisui. Mas meu pai é um mesquinho esnobe que não vai aceitar um dos filhos com outro homem e ainda mais...

— Ainda mais...? — ele encarou Itachi e deu uma risada nervosa. — termina Itachi!

— Somos de mundos diferente e convivendo com você eu aprendi a lidar com sua realidade ou parcialmente isso. Mas eu sei que ele não é assim.. quando conversei com ele não consegui ser sincero. Eu fingi desdém em relação a você pra ele sair do meu pé e podermos ficar bem juntos e longe dele mas de alguma maneira ele descobriu.

— É ÓBVIO QUE ELE DESCOBRIU, ITACHI! OU VOCÊ É INGÊNUO AO PONTO DE ACHAR QUE SEU PAI QUE CONVIVE COM VOCÊ DESDE SEMPRE NÃO NOTARIA AS MUDANÇAS OU NÃO ESTRANHARIA O FATO DE VOCÊ ESTAR SAINDO SEMPRE, CHEGANDO TARDE OU PASSANDO A NOITE FORA SENDO QUE NEM ESTA COM A IZUMI!

— Sui... Não grita por favor..

O mais velho respirou fundo reprimindo os lábios para conter sua irritação. Apesar da humilhação que havia passado mediante a polícia e seus vizinhos curiosos a pouco, não se permitiria passar dos limites e soar agressivo com Itachi ou mágoa-lo com as palavras, mesmo que estivesse assim.

— Isso não vai dar certo!

— O quê?

— Itachi! Isso não vai dar certo, ok? Eu disse que você tinha que ser sincero desde o início com seu pai. Porque você já é um adulto. Ele não tem porque controlar você. Mas se você teme tanto ele e permite que ele te controle assim.. se você prefere mentir pra mim do que abrir o jogo com ele sobre quem realmente você é,  eu tô fora!

— Shisui... O que você...

— Eu quero dizer, Itachi, que eu não pretendia ter um relacionamento sério com alguém. Mas eu pensei que com você iria valer a pena tentar. Eu realmente criei sentimentos por você Itachi. Eu realmente queria tentar e fazer isso dar certo. Mas olha aí, estamos a dois meses juntos e você já mentiu dessa forma. Não é isso que eu quero pra mim.

— Shisui! — ele se levantou rapidamente do sofá, caminhando em direção ao outro Uchiha, o segurando pelos braços para ele o olhasse nos olhos. — eu errei, eu sei disso. Me perdoa! Eu comecei com o pé esquerdo eu não deveria ter mentido nem para você e nem para o meu pai. Mas agora... Ele já sabe, ou quase isso. Eu não vou mais esconder nada dele e nem de você! Por favor.. me dá uma chance de..

— Você diz isso porque foi descoberto, Itachi! — segurou os pulsos alheios e o fez soltar seus braços. — eu te amo! Mas eu abomino mentiras! Nossos mundos são diferentes e eu não quero viver uma humilhação do teu pai sempre que você estiver aqui na minha casa só porque ele ainda manda em você mesmo sendo um adulto. Eu não quero isso! Eu quero uma pessoa livre e que saiba se opor mediante o que quer. Não um mentiroso...

— Shisui...

— Sinto muito, Itachi. Eu não tô com cabeça pra isso agora. Eu acho melhor você ir embora! Eu vou tomar um banho e ir pro meu trabalho. Espero que você já tenha ido quando eu sair.

Ele deu as costas para o mais novo e seguiu para o banheiro após pegar sua toalha. Sua cabeça doía, seu coração estava acelerado e ele se sentia um merda por acreditar por uma fração de segundos que aquilo poderia dar certo.

Se enfiou abaixo do chuveiro quente e se permitiu chorar bem ali, escondido das vistas do outro. A quanto tempo não chorava? Havia passado por tantas coisas frequentemente em sua realidade mas sempre sabia lidar com tudo mantendo sua cabeça erguida e seu belo sorriso nos lábios. Mas aquilo... Havia de fato lhe desestruturado.

E enquanto desabafava no chuveiro, Itachi terminava de se trocar devidamente, pegando suas chaves e seus pertences. Não sabia nem descer aquela rua com o próprio carro mas não se importou. Ignorou os amortecedores e seus pneus e acelerou para fora dali. Queria convencer Shisui do contrário mas ainda tudo era recente demais. Ele entenderia se seu primo não o desejasse mais vê-lo diante dos seus olhos mas... Ele ainda tentaria. Porém, antes disso, ele tinha que acertar as contas com seu pai e se impor.

Afinal, ele não era mais uma criança e ele sabia bem o que queria. Uchiha Shisui. 


Notas Finais


Aiai, esse itachi.. *passo paninho*

Kkkkk o próximo capítulo é o final, espero que estejam gostando e até lá!


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