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História Pavão Escarlate - Saint Seiya - Capítulo XXVII - Me Perdoa


Escrita por: Zoe_Lucy

Notas do Autor


Estou vindo aqui no começo do cap pra falar umas coisas com vocês.

Esse cap foi bem difícil de escrever pra mim, várias coisas vieram a tona enquanto eu o escrevia, então eu demorei por conta disso! Eu escrevia um pouco e depois parava, tô escrevendo ele desde quinta passada, ou seja, levei uma semana inteira pra finalizar.

Caso tenha alguém que passou por uma situação como essa da Stella, gente não exitem em procurar ajuda de pessoas que vocês confiem, não precisa ser alguém da família, pode ser seus amigos que você mais confia e se quiser estou aqui também ❣️

E espero que sempre se lembrem, A CULPA NUNCA É DA VÍTIMA!!

Outra coisa também que me deixou mal foi algo que ocorreu ontem, um dos seres que eu me inspirei para colocar aqui nessa fic se foi, trata-se do meu cachorro Bethoven, eu me inspirei nele pra criar o amigo canino de Stella, essa notícia me deixou bem mal e depois de onze anos é difícil acordar e se dar conta que não vou ver aquele ser peludão pedindo pra brincar💔

Bom, quero desejar a vocês uma boa leitura, e prepararem os lenços🤧

Capítulo 29 - Capítulo XXVII - Me Perdoa


Fanfic / Fanfiction Pavão Escarlate - Saint Seiya - Capítulo XXVII - Me Perdoa

Como havia dito Shaina guiou Marin e Stella pelo Santuário as escondidas até o salão do Grande Mestre, entraram pela área das Amazonas e seguiram por um caminho mais longo mas que ninguém mais usava, Stella abraçava o próprio corpo enquanto andava e seu cabelo estava todo para frente e em nenhum momento permitiu que elas a tocassem.

- Esperem aqui, vou entrar falar com o Grande Mestre - Stella olhou assustada para Shaina, mesmo com a máscara ela entendeu - não se preocupe Stella, vou dizer que você precisa falar diretamente com Athena, ele irá entender - concordou - eu não demoro.

Shaina se afastou entrando discretamente no templo, uma das coisas que as Amazonas se orgulhavam era sua agilidade, tal coisa as favorecia muito nas lutas, Shaina e Stella eram as mais ágeis, só perdendo para os cavaleiros de ouro principalmente para Milo, um tempinho depois ela retornou.

- Venha, vamos entrar rapidamente para não sermos vistas - as duas concordaram e a acompanharam, caminharam até a porta do salão longo sendo aberto por Shaina, assim que entraram a porta foi fechada, no trono Athena estava sentada com seu belo vestido branco e um xaile de mesma cor, as três Amazonas se ajoelharam diante a Deusa com a cabeça baixa, Shion ainda estava no salão.

- Se me derem licença eu vou... - Stella o interrompeu.

- Pode ficar Shion - a voz da Amazona estava baixa e o fato de tê-lo chamado pelo nome o assustou - mas me prometa que não irá falar nada a Camus ou os outros.

- Stella o que aconteceu? - Athena perguntou claramente preocupada.

- Shion me prometa - Stella levantou um pouco o rosto olhando para o patriarca.

- Eu prometo Stella - ela sorriu minimamente por de trás da máscara, olhou para as duas Amazonas ao seu lado e depois para Athena.

- Estávamos fazendo a nossa patrulha, já estávamos na última cidade - novamente ela segurou o pingente com as duas mãos olhando para um o chão - quando estava voltando para o local de encontro, Cleiton apareceu - tanto Athena quanto Shion ficaram surpresos - mas ele estava usando uma ilusão do Milo, de começo eu achei que fosse realmente ele, mas então... - em meio aos choros ela contou tudo que aconteceu incluindo as falas, não deixou de mencionar a raiva e nojo que estava sentindo de si mesma, quando teve coragem ela afastou o cabelo deixando os dois verem o que Cleiton havia feito - ...eu peço desculpas por não ter feito nada com ele quando pude, eu podia ter atacado desde o começo quando desconfiei de algo e depois ter caçado aqueles dríades mas eu não consegui - Athena se levantou e com calma caminhou até Stella se ajoelhando em sua frente, quando foi tocar o ombro de Stella a mesma a impediu - por favor Athena não me toque - com calma ela retirou a máscara da Amazona e sorriu.

- Stella por favor não se sinta culpada de nada, você não tem culpa em nenhum momento pelo o que aconteceu, e você também não teria coragem de atacar Milo mesmo que soubesse ser um impostor, assim como não teria coragem de atacar nenhum outro companheiro, você também preza pela segurança da sua família, e infelizmente naquela situação você não tinha como saber se ele estava falando a verdade ou não - com calma Athena conseguiu tocar o rosto de Stella e limpar alguma das lágrimas - você não tem que pedir perdão ou desculpa, e muito menos achar que teve culpa - arrumou com cuidado a franja vermelha que já estava começando a cobrir os olhos de Stella - entenda que a culpa nunca é da vítima! Nunca! - com cuidado Athena abraçou Stella a trazendo para perto de si enquanto a mesma chorava mais - Marin, Shaina - as duas olharam as Deusa - Stella ficará comigo essa noite, podem ir descansar.

- Sim Athena - Stella olhou para as companheiras.

- Obrigada.

- Não precisa agradecer, amanhã de manhã vamos vir te ver - Shaina respondeu calmamente.

- Descanse, bem meu anjo - Marin respondeu e as duas se levantaram quando Shion se aproximou, com calma ele retirou a capa da batina e com todo o cuidado para não encostar em Stella a depositou sobre seus ombros.

- Obrigada Shion - ela não o olhava, sabia que ele não lhe faria não algum mas estava com medo, com calma ele se afastou e Athena a ajudou a se levantar.

A Deusa se despediu de Shion e com calma ela foi para seu templo junto de Stella, elas entraram e a Deusa dispensou com educação todas as servas, seguiram por um corredor parando em frente a uma sala que quando Athena abriu mostrou uma piscina natural com uma pequena cascata, as duas entraram.

- Essa água vem de uma nascente aqui perto e está aqui a séculos, água é fria e pura, por favor tome um banho e demore o tempo que precisar, sei que no momento é isso que você quer, vou trazer uma toalha e uma muda de roupas - deixou sobre uma mesa a máscara de Stella e com toda a calma abraçou a Amazona novamente que retribuiu - Stella se precisar conversar a qualquer hora você tem permissão para vir até meu templo, e por favor não se sinta culpada por nada do que aconteceu - ela fechou os olhos sentindo o carinho da Deusa -  eu queria muito poder tirar isso de você, apagar esse momento e essa sensação, mas infelizmente eu não posso - uma pequena lágrima saiu do rosto de Athena - eu prometo que durante essa noite eu não irei sair do seu lado, eu irei te proteger assim como você tem me protegido nos últimos tempos - deixou um beijo na testa de Stella e a olhou - tome um banho.

- Obrigada Athena.

- Saori - a Deusa sorriu - pode me chamar de Saori.

- Como quiser, Saori - Stella deu um simples sorriso e Athena se retirou a deixando sozinha.

Olhou para a água transparente e sem olhar para seu corpo deixou a capa de Shion ir para o chão e começou a se despir, entrou com calma na piscina sentindo um pequeno arrepio pelo corpo com a água gelada, entrou cada vez notando que aquela piscina não era nem um pouco rasa, ela sentou encostada em uma das bordas e deixou seus cabelos para frente cobrindo a visão de seu corpo, Cleiton não havia deixado marcas só em seu busto, sua cintura estava marcada junto de sua coxa esquerda por causa dos apertões que ele havia dado, jogou um pouco de água no rosto se permitindo chorar mais uma vez, esfregou as partes de seu corpo que ele havia tocado diversas vezes, chegou a arranhar sua cintura e colo e um pequeno filete de sangue escorreu dos pequenos ferimentos, novamente abraçou seu corpo enquanto chorava, podia esfregar e se lavar quantas vezes quisesse, mas a sensação de estar suja não iria sair de sua mente, olhou para o pingente de Milo o segurando, aquilo havia a salvado de algo pior envolvendo a imagem de Milo, pois se não tivesse descoberto que era uma farsa Cleiton teria continuado.

- Como eu vou contar pra você o que me aconteceu - falou baixinho passando o dedo pelo pingente - e como vou contar que eu não cumprir a promessa de que ficaria bem - fechou o punho e olhou para o teto deixando as lágrimas caírem.

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Já faz três dias que estamos em missão, conseguimos derrotar os dríades e um deles deixou escapar o local que os outros estavam escondidos, e como temíamos era no Brasil.

- Se continuarmos nesse ritmo chegaremos amanhã cedo no santuário - Dohko comentou enquanto andávamos.

- Não acredito que depois de todo esse tempo descobrimos o local onde elas estão - Shun falou com um sorriso.

- Não fique tão relaxado Shun - Hyoga o olhou - ainda não sabemos exatamente onde eles estão.

- Eu tenho um palpite do lugar - Shiryu falou.

- Se refere a aquele lugar na fazenda que descobrimos com Stella? - Camus questionou, tendo a confirmação.

- Acho que pode ser aquele lugar também, o que temos a fazer agora e voltar ao santuário e contar tudo ao Grande Mestre - Dohko olhou para Camus que confirmou.

- Será que a Stella está bem? - Hyoga perguntou.

- Olha se até agora não apareceu nenhum cavaleiro pedindo pra um de nós ir salvar ela de alguma execução, então está tudo bem - após a fala de Dohko com exceção de mim, todos riram.

- Falando assim da a entender que ela arruma briga com quem não deve - Shiryu comentou.

- Mas não é isso que ela sempre faz? Não sei como ela ainda não bateu boca com o Shion ou desceu rolando da casa de Peixes com o Afrodite - Hyoga segurou a risada - porque esse sim vive provocando ela.

- Se isso realmente acontecer - olharam para Camus - eu finjo que não vi - eles riram novamente.

Algo em mim estava estranho, aquele pressentimento de que algo ruim ia acontecer não saia da minha mente, queria voltar logo pro santuário e ver Stella, ver ela bem e inteira na minha frente, só assim eu ia me acalmar.

Senti uma dor no peito e parei no mesmo momento, uma angústia tomou conta de mim e automaticamente olhei para a pulseira de Stella em meu pulso, algo me dizia que ela não estava bem, que alguma coisa havia acontecido com ela, olhei para Camus e Hyoga que pareciam estar com o mesmo pressentimento que eu.

- Milo, aconteceu alguma coisa? - olhei para Dohko que estava parado me olhando.

- Vamos acelerar as coisas e voltar agora mesmo para o Santuário - ele estranhou.

- Mas porque? - olhei rapidamente para Camus e Hyoga.

- Não estou com um bom pressentimento em relação a Stella - ele sorriu.

- Relaxa, isso é coisa da sua cabeça, ela esta bem - se aproximou colocando a mão em meu ombro - com certeza isso é saudades, logo você vai estar junto dela aí tudo isso passa - ele voltou a caminhar e antes de fazer o mesmo olhei para Camus e Hyoga, os dois estavam com a mesma cara de preocupados que eu, queria muito acreditar que Dohko estava certo e aquilo era saudade, mas estava bem difícil de aceitar.

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Athena dormiu junto de Stella aquela noite, em nenhum momento saiu de perto dela, dormiram nos aposentos da Deusa, nenhum pesadelo ou qualquer outra coisa interferiu no sono de Stella, pois graças ao cosmo de Athena depois de um pequeno sofrimento ao tentar dormir por conta própria, agora estava dormindo serenamente como um recém nascido.

Na manhã segunda Marin e Shaina foram antes do raiar do sol ao templo de Athena, e quando os primeiros raios estavam saindo as duas junto de Stella já estavam descendo as escadarias de Peixes, Shaina se despediu das duas e rumou para a área dos cavaleiros de prata, as duas desceram até a casa de Aquário e assim que subiram para a parte de cima Stella se sentou no sofá, com toda a calma Marin se ajoelhou em sua frente tirando a máscara.

- Você está melhor? - Stella respirou fundo antes de retirar sua máscara.

- Eu não sei... - os olhos de Stella que antes tinham um brilho, haviam sumido.

- Stella - Marin tentou segurar a mão de Stella mas a mesma recuou - ontem a noite, quando encontrei com Aiolia ele me disse que Camus e os outro chegaram hoje, mais precisamente essa parte da manhã - Stella se assustou e começou a negar com a respiração alterada.

- Marin eu não quero ver eles - lágrimas começaram a sair - eu não quero que eles me vejam assim, eu também não vou conseguir olhar pro Milo e... - Marin a interrompeu vendo o estado de nervosismo que ela já estava ficando.

- Calma - a olhou nos olhos - pensando nisso eu e Shaina décimos que se você quiser, você pode ficar na minha casa na área das Amazonas, por hora diremos a eles que você saiu em missão com Shaina, antes de irmos encontrar você no templo de Athena conversamos com Shion ele concordou com a ideia, lá você estará longe de qualquer homem, e só sairá de lá quando se sentir bem - Stella pensou por um tempo, seria uma decisão complicada, ao mesmo tempo que queria manter distância deles e esconder seu corpo e o ocorrido, ela queria o abraço paterno de Camus, os carinhos de irmão de Hyoga e o apoio, amor e proteção que Milo lhe dava. Depois de um bom tempo pensando, ela tomou a decisão.

- Eu aceito a ideia - Marin sorriu - eu só vou trocar de roupa.

- Quer que eu vá com você? Pra você não ficar sozinha? - ela concordou e as duas seguiram para o quarto de Stella.

Se vestiu como de costume e colocou um collant de gola alta e mangas compridas junto da máscara que cobria todo o seu rosto, as duas saíram da casa de Aquário e graças a Athena não tinha sinal algum de Afrodite na casa de Peixes, quando os primeiros raios de sol saíram as duas já chegavam na parte das Amazonas, e sem demora entraram na casa de Marin.

- Queria poder ficar com você, mas preciso receber os Cavaleiros e passar o ocorrido da missão - antes de Stella se pronunciar ela continuou - vou avisar que encontramos rastros dos dríades numa das patrulhas e que você foi enviada com Shaina em uma missão para rastreá-los - Stella se sentou no pequeno sofá.

- Acha que vou conseguir ver eles ainda hoje - Marin deu um fraco sorriso por de trás da máscara.

- Tudo depende de você, mas eu quero que se lembre que você não tem culpa de nada, e que também ninguém vai te julgar e nem te culpar, todos queremos o seu bem - as duas sorriram - eu já vou indo, por favor continue ocultando seu cosmo enquanto estiver aqui - Stella concordou e com calma Marin saiu da casa a deixando sozinha.

Marin foi para a entrada das doze casas onde encontrou os dourados e Seiya todos reunidos, alguns minutos depois os seis enviados da missão apareceram, foram muito bem recebidos pelos companheiros e pela Amazona, ela notou que três deles estavam inquietos e pareciam procurar uma certa pessoa com os olhos.

- Cadê a Stella? - Dohko fez a pergunta que os três queriam fazer, os dourados que haviam ficado olharam surpresos ao redor deles, só foram se dar conta da ausência dela naquele momento.

- Creio que ela deve estar esperando na casa de Aquário - Máscara da Morte comentou com um sorriso

- Impossível! - Afrodite respondeu imediatamente deixando todos surpresos com exceção de Marin - passei pela casa de Aquário e não tinha sinal de nenhuma alma viva.

- Agora que você comentou isso não sinto a presença dela no Santuário desde mais cedo - Shaka comentou e a preocupação na cara dos três, principalmente na de Milo já estava evidente.

- Ela saiu em missão - os homens olharam para a Marin - na patrulha de ontem achamos um rastro dos dríades, Stella saiu hoje de manhã para ver se encontra algo.

- Ela foi sozinha? - Milo perguntou evidentemente preocupado.

- Shaina foi com ela - Shaina realmente havia saído para ver se achava rastro dos dríades, e ela própria havia sugerido dizer que Stella estava consigo.

- Sabe quando elas retornam? - a pergunta agora veio de Camus.

- Infelizmente não - Camus e Milo se olharam rapidamente, eles não estavam engolindo aquela história, pelo simples fato de que Stella não sairia em uma missão sabendo que eles estavam voltando, e muito menos sairia em uma missão sozinha com a Shaina, não sem a Marin estar com elas.

Os cavaleiros de bronze foram para a casa de Seiya para conversar enquanto os dourados retornaram para suas casas, Marin ficou um tempo na casa de Aiolia, quando estava subindo para o templo do Grande Mestre conversar com Shion e Athena, teve sua passagem impedida assim que pisou em Aquário, Camus e Milo se colocaram em sua frente ambos de braços cruzados, ela parou os olhando.

- Marin precisamos ter uma conversa com você - Milo foi o primeiro a se pronunciar.

- Prometemos que vai ser uma conversa rápida - Camus completou, ela olhou para trás quando ouviu barulho de passos e se deparou com Hyoga.

- Tudo bem - olhou para Camus - sobre o que quer conversar.

- Vamos conversar lá em cima - Camus olhou para a entrada de Aquário, ao longe ele podia sentir o cosmo de Shura e Dohko se aproximando, assim que subiram e se acomodaram na sala com Marin em uma das poltronas e os três no sofá com Camus no meio, ele retomou a fala - Marin onde Stella está?

- E não adianta dizer que ela saiu em missão com a Shaina - Milo completou - sabemos que ela não sairia sabendo que já estávamos para chegar, e que ela não sairia em uma missão com a Shaina sem você estar junto.

- Você pode ter enganado os outros Marin, mas infelizmente a gente convive com a Stella e então essa desculpa não colou - Hyoga a olhou com os braços cruzados, ela respirou fundo criando coragem e olhando para os três.

- Vocês tem razão, essa desculpa não vai enganar vocês - concordaram - Stella está na área das Amazonas em minha casa, algumas coisas aconteceram na última missão e ela não está pronta para olha-los - os três ficaram procurados.

- Marin a Stella está bem? - Hyoga foi o que conseguiu fazer alguma pergunta.

- Não sei dizer Hyoga.

- Marin você esta nos assustando - Milo falou passando a mão pelo cabelo, uma mania que ele tinha quando estava nervoso.

- O que aconteceu com a Stella? - Camus perguntou tentando manter a calma.

- Eu queria poder dizer a vocês queria muito mesmo, mas eu não posso - um suspiro saiu da Amazona que estava com o coração apertado, sabia da preocupação e importância que Stella tinha para os três - só peço que deem tempo a Stella, só ela pode dizer isso a vocês - os três ficaram em silêncio.

Milo dos três era o que estava mais nervoso, a ideia de que algo grave havia acontecido passava em sua mente, piorou ao se lembrar do mau pressentimento que teve antes da missão e do aperto em seu peito que sentiu ontem, agora analisando tudo com calma o horário batia com o da patrulha que elas estavam fazendo.

- Acha que ela volta pra casa hoje? - Camus perguntou baixo depois de um longo silêncio.

- Eu espero que sim, mas não sei dizer - Marin olhou para os três, eles não podiam ver mas seus olhos estavam marejados, sabia que a reação deles ao saber daquilo seria dolorosa para Stella, mais ainda quando a própria fosse contar a eles - eu quero pedir algo a vocês três - se manteve firme - por favor tenham paciência com ela e sejam compreensíveis - antes que alguém se pronunciasse ela reforçou - me prometam isso.

- Marin porque... - ela interrompeu Hyoga.

- Me prometam!

- Nós prometemos - os três falaram juntos tirando um sorriso da mulher.

- Obrigada - eles sorriram fraco - agora por favor, eu preciso ir - Camus se levantou e acompanhou a Amazona até a porta, ela se despediu e desceu as escadas deixando as lágrimas saírem, quando saiu da casa de Aquário olhou na direção onde Stella estava.

.....

Assim que Marin saiu da casa Stella pegou o celular que havia guardado no lado esquerdo do peito, olhou por um tempo o aparelho decidindo se fazia ou não a ligação, olhou bem a hora e deduziu que seria de noite no Brasil, retirou a máscara junto da proteção do busto e entrou na conversa com seu primo e não demorou nem um segundo para ligar por chamada de video, no segundo toque Gustavo atendeu, ele estava sentado na cama e não exitou em dar aquele sorriso a prima.

- Oiee meu anjo, como você tá? - Stella se esforçou para sorrir e mostrar que estava bem, mas ao ver seu primo foi inevitável não chorar, parte era por saudades e parte era pelo o que havia ocorrido - Stella o que houve?

- Guh, se eu disse que... - as lágrimas já começaram a sair do rosto de Stella - que eu... - procurava as palavras certas para dizer o ocorrido ao seu primo, mas optou por ser direta como sempre foi.

- Stella o que houve? Sabe que pode me contar qualquer coisa que não irei te julgar, nem se você tiver sei la - ele olhou para os lado a olhando em seguida - assaltado um banco ou matado o Milo na base da unhada eu não vou te julgar e nem brigar contigo - mais lágrimas vieram e ela não fazia mais esforço algum para segurá-las.

- Eu sofri assédio Guh - ela fechou os olhos se entregando ao choro novamente, Gustavo estava estático do outro lado, esperava que Stella estaria naquele estado até por uma briga boba com o Camus, o baque que ele tomou não teve explicação, tudo que queria agora era abraçar a prima e fazer carinho em seu cabelo enquanto dizia que tudo ficaria bem igual havia feito em situações passadas, ela não estava diferente, queria sentir os braços do primo ao redor de seu corpo lhe confortando.

- Pavão - a chamou com calma logo tendo o olhar dela - pode me contar, como ocorre? E como está se sentindo? - teve cautela ao dizer cada palavra e com calma ela começou a contar, teve paciência nos momentos que ela parava para chorar ou se recuperar levemente, Stella contou a história omitindo a parte das dríades e sobre Cleiton, disse que tinha sido um homem aleatório que a puxou.

- ...e sobre como eu me sinto - limpou o rosto com calma - com nojo e vergonha, estou com nojo do meu próprio corpo e vergonha de como ele está, porque sim ele deixou marcas - virou o rosto puxando um pouco a gola do collant mostrando alguma das marcas - minha cintura e coxa tem marcas das mãos dele.

- Eu vou te dizer algo, que já devem ter te dito - olhou para o primo - não se sinta culpada e nem nada, o único culpado e nojento aqui é o maldito que fez isso contigo, e mesmo eu estando longe conte comigo pro que precisar, sabe que pode me ligar a qualquer momento e se for preciso eu vou até aí - ela deu o primeiro sorriso da chamada - eu amo esse sorrisinho - os dois sorriram, mas Gustavo ficou sério novamente - você já contou a Camus? - negou.

- Eu não sei se consigo Gustavo, porque ao mesmo tempo que eu quero contar a ele e ter aquele abraço reconfortante, eu quero ocultar isso e evitar que ele me toque - olhou para o chão - eu não sei estou pronta pra receber um toque masculino novamente mesmo sendo o dele, nem Marin eu consigo deixar que me toque.

- Stella pelo o que conheço do Camus ele pode te ajudar nisso, e também sei que acima de tudo ele vai respeitar a sua decisão de ser ou não tocada, de querer ou não contar algo a ele - olhou bem para a prima - e se você continuar escondendo isso dele, uma hora lê vai acabar descobrindo e pode ser ruim pra relação de vocês, pois ele pode acabar pensando que você não confia nele - ficou pensativa - olha me promete que vai pensar no assunto?

- Prometo - sorriu levemente.

- Bom, agora mudando de assunto - Gustavo abriu um sorriso que atiçou a curiosidade de Stella - adivinha quem me ligou esses dias.

- Não me diga que foi a Ana - Gustavo confirmou - o que ela queria?

- Senta e se acomoda, que lá vem uma história - os dois riram e Gustavo começou a contar.

Durante um bom tempo Gustavo ficou falando com Stella, a fazendo rir e se distrair um pouco, só pararam quando foram notar que já estava quase amanhecendo no Brasil, mas segundo Gustavo ele não tinha nada pra fazer num sábado então não iria se importar de dormir até mais tarde.

Após a chamada a pergunta se devia contar ou não a Camus começou a rondar a sua cabeça, decidiu que iria esperar Marin retornar para conversar com ela, e isso não demorou a acontecer.

- Stella, como está - Marin se sentou ao seu lado no sofá mas um pouco afastada retirando a máscara.

- Eu estou um pouco melhor - a morena sorriu - conversei com meu primo, contei pra ele o ocorrido e ele ficou falando comigo durante um bom tempo - ficou pensativa - ele disse que devo contar isso a Camus.

- Stella eles já sabem que algo aconteceu - olhou assustada pra Marin - os três Milo, Camus e Hyoga, eles não acreditaram na história que você tinha saído em missão com a Shaina, mas não se preocupe eu não contei nada, apenas pedi para eles respeitarem seu tempo, mas como sua amiga eu vou te dizer uma coisa - olhou nos olhos de Stella - sei que vai sofrer contando para eles, mas irá causar mais sofrimento a vocês se continuar ficando longe e ocultando isso - estava certa ocultar aquilo e ficar longe iria ser cada vez mais difícil.

- Marin eu vou voltar para Aquário e conversar com eles, mas - olhou com calma para Stella - eu quero que você vá comigo até lá, e se Milo estiver na casa de Aquário peça para ele ir embora - mais uma vez lágrimas estavam nos olhos de Stella - para Camus e Hyoga eu consigo contar, mas para ele eu ainda não consigo.

- Está tudo bem eu farei como pede, você contando para Camus e Hyoga já é um grande passo, e eles podem te ajudar quando você decidir contar a Milo - deu um fraco sorriso e as duas se levantaram colocando as máscaras - vamos.

Saíram da casa e depois da parte das Amazonas seguindo para as doze casas, entraram pela parte de cima com acesso a casa de Peixes e para a sorte delas Afrodite não estava em sua casa, quando se aproximavam de Aquário puderam perceber que Milo ainda estava lá, Stella esperou fora da casa enquanto Marin entrava para falar com Milo, quando Camus abriu a porta ela entrou e direcionou o olhar ao escorpiano.

- Stella decidiu voltar e contar o que houve - um suspiro de alívio saiu dos três - mas - a olharam - ela disse que só irá contar a Camus e Hyoga, ela ainda não quer falar contigo Milo - a tristeza ficou estampada no rosto do escorpiano - por favor respeite a decisão dela.

- Eu respeito - olhou sério para Marin - tanto que quando ela quiser me falar algo eu vou estar pronto pra ouvir independente de quanto tempo ela demorar pra isso - olhou uma última vez para Camus pedindo pelo olhar para que cuida-se de Stella e saiu da casa.

Quando estava descendo as escadas para o salão ele parou no centro retirando o elmo, olhou para o objeto dando um fraco sorriso enquanto algumas lágrimas saiam, passou a mão com calma pela extensão que formava o rabo de Escorpião lembrando das vezes que ela ficava brincando com aquela parte do elmo, de longe Stella o observava sentindo seu peito se apertar cada vez mais, ele limpou as lágrimas colocando o elmo saindo da casa de Aquário em seguida.

Marin pediu para Camus e Hyoga esperarem na copa enquanto ia buscar Stella, as duas entraram juntas e foram para o quarto de Stella, se despediram e enquanto ela ia tomar um banho, Marin foi até a copa.

- Ela foi tomar um banho, quando estiver pronta irá chamar vocês - concordaram - mas por favor, se ouvirem qualquer barulho ou choro vindo do quarto dela, não exitem em entrar lá dentro e conversar com ela.

- Fique tranquila Marin, obrigado por toda a ajuda - Camus falou calmamente e depois de se despedirem a acompanhou até a porta.

Stella demorou no banho, ainda estava com aquela sensação de que podia se lavar cinquenta vezes que ainda estaria suja, quando falta só colocar a camiseta ela se atreveu a se olhar no espelho vendo o estado que estava, as lágrimas vieram novamente e numa mistura de raiva e nervoso ela socou o espelho o fazendo se quebrar em milhares de cacos e alguns ficarem presos em sua mão, apoiou as mãos no balcão chorando, Camus e Hyoga estavam no corredor quando ouviram o barulho do espelho se quebrando e não demoraram a irem até a porta do quarto.

- Stella está tudo bem? - Camus bateu na porta falando alto para que ela escutasse, como não obtiveram respostas tentou abrir a porta e viu que estava aberta - Stella eu e Hyoga vamos entrar - e assim fizeram, como não a encontraram no quarto e a porta do banheiro estava fechada já sabiam onde ela estava.

- Maninha você tá bem? - eles se aproximaram com calma da porta e ouviram o choro de Stella.

- Não - ela respondeu deixando eles mais preocupados.

- Isso tem haver com o que você quer nos contar? - ela se encostou na porta antes de responder a pergunta de Camus.

- Me perdoem por não contar isso olhando nos olhos de vocês e por te-los evitados - abaixou a cabeça procurando as palavras certas, os homens ouviam tudo calmamente - é que eu não sei como olhar nos olhos do meu pai e de meu irmão e dizer que eu fui assediada - aquilo atingiu os dois como um soco no estomago, esperavam que ela estivesse daquele jeito por qualquer outra coisa, como um fracasso em alguma missão ou alguma discussão com o primo, não estavam esperando algo desse nível, os dois se olharam rapidamente e Camus se encostou na porta.

- Stella você pode nós contar quem foi e se por acaso conhecemos - ela concordou com um murmuro.

- Foi o Cleiton - a expressão de surpresa mudou para de raiva no rosto de ambos, se um deles tivesse ficado aquele maldito não teria ousado se aproximar dela - por favor eu não quero que nenhum de vocês se sinta culpado por isso, pois eu vou ficar mais mal do que já estou.

- Não vamos Stella - Hyoga respondeu calmamente - você pode nos falar como isso aconteceu? - ela concordou e contou com calma tudo que ocorreu, a cada fala o coração dos dois pesava mais e a raiva que sentiam de Cleiton aumentava.

- Stella você pode sair dai? - Camus pediu com calma e após vestir a camiseta ela girou a chave da porta, os dois se afastaram um pouco e então ela saiu olhando para baixo, o dourado tentou se aproximar com calma mas ela recuou.

- Por favor Camus não me toca - a olhou assustado - eu não quero que nenhum de vocês dois, nem ninguém encoste em mim - abraçou o próprio corpo - eu estou com nojo desse corpo e de mim mesma, eu não quero que ninguém toque nele até eu sentir que eu estou limpa.

- Como assim Stella? - olhou para eles pela primeira vez e virou o rosto para o lado segurando a barra da camiseta, respirou fundo e começou a tira-la devagar, a primeira coisa que viram foi as marcas das mãos em sua cintura e conforme foi subindo eles puderam ver como o busto dela estava, deixou a camiseta cair no chão.

- Enquanto cada uma dessas marcas estiver aqui eu vou sentir que meu corpo está sujo, eu não quero que vocês toquem um corpo como esse - novamente ela abraçou o corpo e se encostou na parede que estava a alguns centímetros atrás de si - como que eu falo isso pra ele - eles entenderam que estava se referindo a Milo - como eu olho nos olhos do homem que eu amo com o corpo assim? Como eu vou olhar pra ele e dizer que outra pessoa me tocou? Como eu vou dizer a ele que eu não mantive a promessa de ficar bem? Como eu faço isso se nem coragem para encarar meu pai e meu irmão nos olhos eu estou tendo - Camus tentou se aproximar e em resposta ela apertou mais o corpo tremendo - por favor Camus fica longe! Eu não quero que você se aproxime de mim com meu corpo nesse estado - o choro de Stella aumentou e ela deslizou pela parede caindo de joelhos no chão - por favor... - pediu num fio de voz abaixando a cabeça, Hyoga não conseguia mais segurar as lágrimas ao ver a irmã naquele estado, queria dar aquele abraço que ela amava mas não conseguia pois sabia que ela iria se afastar assustada, Camus não estava diferente dele, pequenas lágrimas saiam dos olhos do dourado que era conhecido pelos companheiros por ter um coração de gelo, com calma se aproximou se ajoelhando na frente dela.

- Stella - a chamou - eu quero que saiba que nenhum de nós dois achamos que você está suja, você não tem culpa do que aconteceu e nem de estar assim, nós só queremos o seu bem e você sabe que pode confiar em nós, sempre estivemos aqui quando você precisou e agora não será diferente - estendeu com calma a mão para ela que levantou um pouco a cabeça o olhando - sabe que pode confiar em nós, minha filha - o sorriso que Camus deu aqueceu o coração de Stella que com cuidado segurou a mão dele sendo puxada devagar para aquele abraço carinhoso que estava querendo, encostou a cabeça no peito de Camus chorando igual a uma criança que chora no colo da mãe, aquele carinho em seu cabelo junto dos braços fortes envolta de seu corpo era tudo que queria, Hyoga sorriu vendo a cena e olhou de relance para o banheiro vendo os cacos de espelho, Camus também estava olhando para lá e os dois deduziram que ela não estava conseguindo se olhar no espelho, se afastou um pouco de Stella segurando o punho direito dela que estava com os cacos e ferimentos - vamos cuidar disso daqui está bem? - concordou - Hyoga pegue o kit por favor - o loiro concordou e Camus puxou a camiseta de Stella que estava no chão e a jogou sobre seu ombro a pegando no colo em seguida, com calma se sentou na cama com ela em sua perna e a ajudou a colocar a camiseta, Hyoga deixou a caixa ao lado dos dois e se afastou, com calma e delicadeza a mão de Stella foi tratada - você comeu alguma coisa hoje? - negou - então vai comer, o Hyoga vai fazer aquela sopa de legumes que você ama - o loiro olhou confuso para Camus que o olhou sério.

- A sim claro, já vou lá fazer - ele sorriu saindo do quarto, Camus revirou os olhos sorrindo e olhou para Stella, os olhos que antes tinham aquele brilho que contagiava ele e Hyoga, agora pareciam mortos e sem vida enquanto ela brincava com uma mecha de seu cabelo, lhe doía o peito ver o estado que ela estava.

- Stella - com calma ela o olhou - quem tanto sabe disso?

- Você, Hyoga, Marin, Shaina, Shion e Athena - falou baixinho e Camus concordou a abraçando novamente.

Com uma insistência de Camus e Hyoga ela comeu um pouco e depois se deitou para dormir, não conseguiu dormir em seu quarto e muito menos sozinha pois toda vez que fechava os olhos se lembrava daqueles longos minutos que queria esquecer, Camus estava acordado quando ouviu os primeiro gritos de Stella e por conta disso se ofereceu para dormir com ela em seu quarto, e como no primeiro dia que dormiu na casa de Aquário ela dormiu aquela noite, foi inevitável certos pesadelos não virem, mas com o abraço de Camus ela se sentia protegida e bem.

No dia seguinte ela ficou o dia todo na casa de Aquário, Hyoga ficou fazendo companhia pra ela enquanto Camus cumpria com suas obrigações, durante o dia todo ficou pensando se devia ou não contar as coisas para Milo, sentiu a presença dele no salão da casa de Aquário em alguns momentos, no fim da tarde uma visita inesperada bateu na porta Hyoga que estava na sala foi quem atendeu, um tempo depois bateu na porta de Stella que demorou um pouco mas abriu.

- Olha Afrodite que trouxe, parece que um certo escorpiano pediu para ele preparar - Stella olhou para o belo buquê que Hyoga segurava, as rosas pretas, vermelhas e azuis estavam bem arrumadas junto de alguns ramos das tão famosas flores mosquitinho, um pequeno brilho apareceu nos olhos de Stella que fez o loiro sorrir, pegou o buquê sentindo aquele doce perfume invadir suas narinas - vou preparar o jantar - concordou vendo Hyoga se afastar, fechou a porta e se sentou na cama olhando o presente, junto estava um cartão que reconheceu a bela caligrafia de Milo.

" As Rosas Azuis significam Juventude, As Rosas Negras significam Nobreza e As Rosas Vermelhas significam Paixão!
Espero que se lembre que a Rosa Azul é o espírito jovem e belo que você tem, a Rosa Negra representa a nobreza que você possuiu e a Rosa Vermelha o nosso amor que independente de tudo sempre vai permanecer!
A minha promessa de que estarei sempre ao seu lado e irei te ajudar não mudou, sei que você não está bem e eu espero que não tenha esquecido que eu estou aqui.
E só pra constar, meu amor por você vai durar até às últimas três rosas desse buquê murcharem!
Eu Te Amo Minha Pequena"

Quando terminou de ler olhou bem o buquê e achou três rosas diferentes uma de cada cor, quando as pegou pode notar que eram de plástico, sorriu enquanto olhava o buquê e só saiu de seus pensamentos quando Camus entrou no quarto depois de bater três vezes e não obter resposta.

- Stella - o olhou - está tudo bem? - concordou - é que bati na porta e você não respondeu, quem te deu esse buquê? - entregou com calma o cartão e Camus leu - está pensando se deve falar ou não com ele? - concordou mais uma vez - bom se quer a minha opinião você deve, vocês se amam e Milo está muito preocupado e esta estampado na cara dele, e quanto mais você demorar para contar a ele, mais vocês dois vão continuar sofrendo - olhou para o cartão que havia pego de volta e depois para as flores.

- Eu vou tomar um banho - olhou para o dourado - depois você me acompanha até escorpião?

- Sem nenhuma dúvida - ele sorriu - vou colocar as flores na água.

- Pode colocá-las no meu criado depois? - concordou assim que pegou o buquê - obrigada pai.

- De nada meu anjo - saiu do quarto a deixando a sós, no corredor deu de cara com Hyoga que estava escutando a conversa - o que fazia aqui?

- Vim ver como ela estava - Camus estreitou os olhos - juro que eu não sabia que vocês estavam aí.

- Sei - Hyoga arrumou a postura - avise Milo que Stella está indo lá, ela decidiu falar com ele - o loiro concordou e os dois rumaram para seus afazeres.

.....

Stella e Camus estavam descendo para Escorpião, a noite não estava fria mas Stella usava uma blusa de frio de gola alta preta, passaram por Capricórnio e Sagitário tranquilamente, mas ao chegaram na última escadaria para Escorpião ela travou, ficou durante um tempo olhando para a oitava casa em silêncio, sabia que ele estava a esperando no salão e seu coração não podia estar mais acelerado, fazia dias que não o via e queria muito que o reencontro deles não fosse na situação que estavam.

Camus segurou com calma sua mão que estava com uma faixa por conta dos ferimentos do dia anterior a encorajando e com calma desceram a última escadaria entrando na casa, quando os dois se viram o coração de ambos ficou mais acelerado do que nunca, a vontade de chorar veio em Stella que se manteve firme, se aproximaram de Milo e assim que Camus soltou sua mão o abraçou, Camus retribuiu o abraço passando coragem para a filha, ele olhou rapidamente para Milo que entendeu acenando com a cabeça, Hyoga havia informado a ele que não devia toca-la a menos que ela deixasse, se afastou de Camus que se retirou com calma da casa.

Milo indicou com cabeça a escada e Stella indicou que ele devia ir na frente, após subirem ele abriu a porta dando passagem para ela que entrou evitando que até um fio de cabelo encostasse nele, entrou na sala ficando de costas para ele que fechou a porta, se sentou no sofá preto tendo total atenção de Milo, ainda não tinha coragem para olha-lo e muito menos para retirar a máscara, já ele permaneceu em pé ao lado da porta a olhando, queria se aproximar e abraça-la mas sabia que não podia enquanto ela não permitisse, e isso o deixava mais preocupado.

- Milo - depois de um longo silêncio se pronunciou - eu tenho que te contar algo, e eu te peço que por favor não me julgue ou tenha raiva de mim - o coração do dourado se apertou ao ouvir a voz chorosa de Stella por trás da máscara.

- Stella eu nunca te julgaria, teria raiva ou qualquer outro sentimento ruim - ia se aproximar mas parou se lembrando do que Hyoga havia dito - sabe que pode confiar em mim - retirou com cuidado a máscara e a dor no peito dele aumentou ao ver o estado dela, com calma o olhou o deixando notar que o brilho que tinha em seus olhos havia sumido.

- Enquanto vocês estavam na missão, e eu na patrulha com as garotas - respirou fundo e olhou nos olhos de Milo - eu encontrei com o Cleiton - a expressão até então preocupada que ele tinha passou a ser de assustado.

- Stella ele fez algo com você? - concordou com lágrimas começando a sair.

- Ele...ele me assediou Milo - aquilo o acertou feito um punhal em seu peito, só piorou conforme Stella foi contando como tudo havia acontecido, a raiva que ele sentia daquele garoto se tornou em ódio - me desculpa - sem entender ele olhou para Stella que estava de cabeça baixa chorando - eu prometi que ia ficar bem, mas eu não fiquei, eu quebrei a promessa que te fiz - ela segurou o cordão - e desculpa por ter deixado outro homem me tocar - os dois se olharam - por favor não se culpe por nada disso, é a última coisa que quero - quando foi se aproximar ela protestou - por favor não se aproxima e nem me toque, eu não consigo deixar você me tocar com o corpo assim.

- Stella - a chamou em súplica, não estava aguentando ver ela se acabar em lágrimas e não fazer nada - por favor deixa eu me aproximar - negou mais uma vez - por qual motivo não me quer perto?

- Eu não quero que você toque um corpo sujo como o meu, eu mesma não suporto me tocar - limpou alguma das lágrimas - eu só vou me sentir limpa quando as marcas que ele deixou sumirem - mordeu o lábio enquanto segurava a barra da blusa decidindo se a tirava ou não - por favor não tenha nojo de mim.

- Eu não terei - fechou os olhos retirando a blusa, quando viu o jeito que o corpo dela estava seu peito doeu mais do que já estava e lágrimas começaram a aparecer, ela abaixou a cabeça e ignorando tudo que ela e Hyoga haviam pedido se aproximou ficando de joelhos em sua frente, com calma tentou toca-la mas ao notar que a mesma estava tremendo baixou a mão deixando no sofá ao lado dela - Stella por favor não tenha medo de mim - as primeiras lágrimas começaram a cair - eu não estou com nojo de você e nem com raiva, por favor olhar pra mim - com um certo receio o olhou - você não tem que pedir desculpas por algo que você não é culpada! - Milo não segurava mais nenhuma das lágrimas - o único culpado nisso tudo é aquele canalha - falou com um certo ódio - assim como você pediu para que eu não me culpasse, eu peço o mesmo a você - ela desviou o olhar e com isso ele abaixou a cabeça, quando pensou em se levantar para se afastar foi surpreendido com um abraço de Stella, ela repousou a cabeça dele próximo a seu pescoço acariciando com uma das mãos os cabelos azulados enquanto a outra deixou no pescoço dele.

- Me perdoa por te fazer sofrer, isso era a última coisa que eu queria - ele fechou os olhos prestando atenção em cada palavra - não adianta negar pois eu sei que assim como eu você sofreu por esses dias que ficamos longe, eu senti muito a sua falta Milo - encostou com cuidado a cabeça na dele - me perdoa por demorar um pouco para te contar isso, mas eu não sabia como olhar pro homem que eu amo e dizer que... - a interrompeu segurando a mão dela que estava em seu pescoço e se afastou um pouco a olhando

- Você não precisa pedir perdão por nada - com calma conseguiu tocar o rosto de Stella e limpou alguma das lágrimas, ela fez o mesmo consigo - Stella eu te amo.

- Eu também te amo Milo - encostaram as testas e se abraçaram em seguida.

- Vem - a puxou com calma para seu colo e assim que as pernas dela se prenderam em sua cintura ele se levantou, repousou com calma a cabeça próximo ao pescoço dele e fechou os olhos parando de chorar aos poucos - vou pegar uma camiseta pra você - falou após a colocar sentada do lado esquerdo da cama, ela concordou passando de leve a mão sobre o ferimento da outra - o que houve com sua mão?

- Eu soquei o espelho - respondeu baixo mordendo o lábio e olhando para o lado como uma criança que acabou de aprontar, ele sorriu e foi para o closet pegar uma camiseta não demorou para retornar com uma azul escuro do Nickelback.

- Sei que você gosta deles então - ela deu um fraco sorriso e vestiu a camiseta assim que Milo se afastou indo para o lado dele na cama, os dois retiraram o sapatos e se deitaram um de frente ao outro, pegou com cuidado a mão machucada de Stella e deixou sobre o curativo um beijo, já ela segurou o pulso esquerdo dele vendo a pulseira, deu um fraco sorriso enquanto passava o dedão por cima do pingente - durma tranquila - o olhou - essa noite eu vou estar com você, e nas próximas também - ela sorriu - vem - se aproximou dele que a abraçou evitando encostar em sua cintura e depositou um beijo em sua testa começando o carinho que ela tanto amava no cabelo.

- Boa noite...meu amor - ele sorriu.

- Boa noite meu anjo - esperou alguns segundos e então começou a cantar - I hope that you know, I won't let you go, I wish I could save you from the pain you've been through, and all I can tell you is the best thing to do, you gotta listen, listen to your heart!


Notas Finais


Eu só tenho uma coisa a dizer, eu mesma não aguentei esse cap 😭

Não se preocupem que Cleiton vai ter o que merece por mexer com nossa menina 😒

Nem tenho muito o que dizer sobre esse cap, mas o próximo já vamos sair desse clima de bad ;-;

Bjs até a próxima 🖤

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Música:

Listen - One Ok Rock (Feat. Avril Lavigne)
https://youtu.be/0fR-yKBBQNM

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Tradução:

Eu espero que você saiba
Eu não vou deixar você ir
Eu gostaria de poder te salvar da dor que você vem passando
E tudo o que posso dizer é melhor que posso fazer
Você tem que ouvir, ouvir
O seu coração


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