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História Pazuru o kumitate naoshimasu - Capítulo 25


Escrita por: taemissk

Notas do Autor


Hi guys!
Como estão...

Eis aqui um capítulo que está pronto desde o começo da semana, mas que eu estava sem coragem de digitar. Sei lá, acho que minhas ideias fluem melhor quando escrevo no papel, mas depois vem a preguiça de digitar tudo, e eu fico enrolando.
Pessoalmente, esse é o capítulo que me deixou mais satisfeita até o momento. Eu queria contar a história do Yoonie, mas não tinha certeza de que vocês gostariam, mas nesse capítulo ela se encaixou direitinho, então eu gostei de escrever ele. Mas é claro que vocês têm todo o direito de discordar e deixar nos comentários o que não os agradou, eu não vou ficar chateada mesmo que digam que o capítulo inteiro está uma porcaria. Se esse for o caso, eu prometo reescrever!

Ah, tivemos um time skip de quatro semanas nesse capítulo. Ou seja, as férias de Taehyung está no fim, e em breve voltaremos ao ambiente padrão da fanfic, Seul! Eu sei que estão com saudades do povo de Seul, kkkkkkkk...

Enfim, boa leitura!

Capítulo 25 - Capítulo 25


Fanfic / Fanfiction Pazuru o kumitate naoshimasu - Capítulo 25

 

 

            Pela primeira vez em muito tempo, Min Yoongi se sentia confuso. O rapaz de cabelos agora verdes não entendia porque certo jovem de sorriso retangular e cabelos vermelhos o tornava tão aéreo, tão disperso, tão manso. Ao lado do Kim, o Min tentava ser mais dócil, e com isso acabava desprotegido... Não sabia negar-lhe nada, mesmo que tentasse, e como tentava. Era fato que os beijos trocados entre os dois, embora sem qualquer espécie de compromisso, deixavam os sentimentos do baixinho ainda mais embaralhados... ‘Se Taehyung não quer nada sério comigo, o que essas carícias trocadas significam? Certamente não significam o mesmo que significam para mim’ pensava frequentemente.

            “Hyung, você não é mais criança... Pessoas têm desejos, e não precisam de um compromisso formal para satisfazê-lo. Além disso, não sei se costuma se olhar no espelho, mas você não é de se jogar fora.” Changkyun riu alto antes de completar o seu discurso... “Se você não fosse praticamente meu irmão, eu juro que te pegava.”

            “Você é idiota assim mesmo, ou fez curso?” Yoongi jogou uma almofada na cara do mais novo que ria da cara enrubescida do mais velho. Mas logo parou ao perceber que o esverdeado estava realmente atormentado com seus pensamentos.

            “Por que você não se deixa aproveitar esse momento? Quantas vezes você não deitou com pessoas que nunca viu apenas para satisfazer seus desejos? A diferença agora é que você tem um laço de amizade com o Kim, e por isso deve estar confuso. Apenas deixe fluir... Libere seus desejos, hyung, você já os reprimiu por muito tempo.” Changkyun concluiu antes de deixar Yoongi com seus pensamentos tortos.

            Desejo? Yoongi não concordava com isso. Há anos não se sentia movido pelos simples e puro. Depois de se envolver em uma trama de mentiras com Sunhee, o esverdeado havia se tornado uma pessoa movida por sentimentos, e em sua maioria negativos: rancor, tristeza, culpa... Foi após conhecer o Kim que Yoongi voltou a incorporar sentimentos positivos em sua vida: amizade, gratidão e amor na sua forma mais simples e pura. Nunca imaginaria que outro Kim despertaria em sim outro sentimento em tão pouco tempo: paixão. A questão importante era Yoongi estava apaixonado por Taehyung, ou pelas sensações que o mais novo despertara em si?

 

 

            Mudanças não era um privilégio de Min Yoongi. Kim Taehyung também estava bastante diferente após quatro semanas de convívio diário com o esverdeado. Estava mais confiante, o que dava uma firmeza nunca antes ouvida em suas palavras; agora o não, que tanto lhe custava sair, vinha com mais facilidade; aprendera a impor sua vontade, mas ainda assim conservava sua natureza dócil e altruísta. Ainda evitava magoar aos outros, mas aprendera com o mais velho que magoar a si próprio sempre seria a pior opção, porque além da mágoa e da dor, também sentiria rancor, mesmo que negasse ou jurasse não sentir esse sentimento tão mesquinho.

 

            “Tae, o pior mentiroso é aquele que mente para si mesmo.” Dissera-lhe Yoongi naquela tarde de domingo enquanto viam um filme qualquer. “Vai me dizer que em nenhum momento se ressentiu com Seokjin por tudo que ele te fez passar nos últimos meses?”

            “Nunca!” Taehyung respondeu convicto. De fato, nunca havia pensado em quais sentimentos além de amor, tristeza e  saudade vinham a tona quando pensava no rapaz de lábios carnudos e sorrisos doces.

            “Não minta para mim, criança.” Yoongi retrucou com uma certeza cega de que Taehyung estava mentido para ambos. “Coloque sua cabeça rubra para funcionar e verá que houve sim o momento em que você desejou gritar impropérios dirigidos a ele.”

            Não era uma ordem, mas Taehyung se obrigou a pensar... Lembrou-se da noite em que recebeu a carta de despedida das mãos de Namjoon. Aquela foi a primeira e última vez que pensou em Seokjin como alguém egoísta, e sim, naquele momento ele estava ressentido com o mais velho. Estava com raiva por ele tê-lo abandonado, por ele ter sido fraco e desistido, estava com raiva de si também por ter consolado o Kim mais velho tantas vezes, por ter nutrido esperanças de que tudo voltaria ao normal entre eles, mesmo depois dele ter parido seu coração... Sua primeira grande decepção.

            “Eu tive raiva dele sim... Eu nunca me permiti pensar nisso, talvez porque eu estava tentando guardar apenas as boas lembranças que fizemos juntos, mas bem aqui no fundo existe um gosto amargo. Eu guardo rancor por ele ter me deixado de uma hora para outra... Estávamos tão bem num dia, e no outro ele disse que ia embora porque estava apaixonado por um dos meus amigos. Aquilo me destroçou de várias formas, principalmente porque ele foi o meu primeiro em tudo, e ele sabia disso, e mesmo assim me abandonou daquela forma, mesmo assim me procurou todas as vezes para remendar seus pedaços quebrados, mesmo sabendo que isso me quebrava mais um pouco. Eu estou acumulando esses sentimentos negativos sem nem mesmo perceber. Um dia esse sentimento vai embora, hyung?”

            Yoongi abraçou o maior de lado, e Taehyung precisou se curvar um pouco para apoiar sua cabeça no ombro do mais velho.

            “Se você quiser, sim... Demora, mas um dia vai embora!”

            “Você já deixou esse sentimento ir?” O mais novo perguntou com olhos curiosos.

            “Ainda não, mas estou trabalhando nisso...”

 

 

            “Taehyung, você está sorrindo sozinho de novo.” Ouviu a voz de seu pai tirá-lo de seus devaneios. Já era tarde da noite, então apenas os adultos estavam acordados tomando um chá para finalmente se entregarem aos braços de Morfeu. Nos últimos tempos isso havia se tornado um hábito de Taehyung, se perder em pensamentos e sorrir com eles.

            “Aposto que estava pensando em Yoongi... Nos últimos tempos é sempre assim.” Jieun bebericou sua xícara. “Afinal, o que vocês têm um com o outro? Você parece apaixonado!”

            “Omma!” Taehyung protestou engasgando levemente com seu chá e ficando corado. “Não estou apaixonado pelo hyung... Eu gosto da companhia dele. Ele é sempre agradável e me ensina muito sobre ser eu mesmo.”

            “Agradável? Yoongi?” Taewoo riu abertamente. Conhecia Yoongi há bastante tempo se comparado ao filho, e sabia que Yoongi não se dava ao trabalho de ser agradável com as pessoas. Não era um traço de sua personalidade se esforçar para agradar quem quer que fosse. Entretanto, o patriarca dos Kim reconhecia que o Min tendia a ser mais doce e mais receptivo a Taehyung, e isso o assustava. “Yoongi é uma boa companhia, tem assuntos bastante inteligentes, mas nem por isso eu o beijo.”

            Taehyung ficou ainda mais vermelho, quase do mesmo tom de seus cabelos. Era estranho falar sobre sua vida amorosa tão abertamente com os pais logo após dizer-lhes que seu último namorado havia partido seu coração e se matado.

            “Somos amigos... E eventualmente ficamos. É sem compromisso, sem cobranças, apenas aproveitamos a companhia um o outro e assim evitamos a carência.” Sussurrou constrangido.

            “Tudo bem, querido... Não tem porque se envergonhar! Eu e seu appa já fomos jovens também.” Jieun riu do constrangimento de seu primogênito, mas em seguida retomou o tom sério. “Só seja cuidadoso. Não faça com que Yoongi se apaixone se não tem a intenção de se apaixonar também. Ele já sofreu muito e não queremos que isso se repita, não é?”

            Taewoo concordou com um aceno de cabeça, e ninguém disse mais nada...

            “O que houve no passado do hyung?” O ruivo perguntou depois de um longo silêncio desconfortável. “Ele sempre evita falar sobre isso, mas eu queria saber do que ele tanto foge...”

            Jieun e Taewoo trocaram olhares, uma discussão silenciosa. Taewoo achava que não competia a eles contar a história do Min, mas Jieun achava necessário que o filho soubesse a fim de não machucar o esverdeado sem perceber.

            “Eu vou deixar vocês dois conversando e vou dormir... Boa noite filho!” Taewoo beijou a cabeça do filho ao se levantar da mesa, claramente derrotado por Jieun em sua discussão silenciosa. “Boa noite, jagiya!” Beijou a esposa e deixou-os sozinhos.

 

            Choi AhRo foi mãe muito cedo, era apenas uma garota quando aconteceu e o filho era fruto de uma relação que ele não queria ter. Por isso a garota que havia acabado de completar a maior idade foi praticamente obrigada a criar o filho sozinha. Mesmo que o pai tenha se casado com ela, AhRo dificilmente via o marido que estava sempre viajando. Em resumo, ele se casou com AhRo apenas para dar um nome a ela e ao filho e não deixa-la desonrada perante a sociedade. O Min sustentava sua pequena família financeiramente, mas nunca foi capaz de suprir a carência afetiva da esposa e do filho. Talvez por isso nenhum dos dois sofreram tanto com a morte do homem... Na ocasião Yoongi era apenas uma criança de seis anos, talvez um pouco menos que isso.

            Min AhRo era uma viúva honrada, e logo conseguiu um emprego na casa da família Im, de quem logo ficou amiga. Yoongi e Changkyun também se tornaram muito próximos, e estavam sempre juntos. Essa amizade foi bastante significativa na vida das famílias Min e Im, por isso ninguém questionou quando Changkyun, na época com dez anos, decidiu que queria morar com AhRo e Yoongi após ter ficado órfão. Ninguém questionaria o pedido de uma criança que havia acabado de perder a família.

 

            “Eu não estou entendendo aonde você quer chegar, omma? Eu não sei porque você está me falando sobre a infância do Yoongi...” Taehyung interrompeu.

            “É importante você ter em mente que Yoongi foi praticamente criado sem a presença do pai, e isso explica muito de seu comportamento nos fatos que vou contar.” Jieun respondeu.

            “Desculpe-me, não vou interromper de novo. Prossiga, por favor.”

 

            Yoongi estava com dezoito anos quando uma garota surgiu a sua porta com um bebê nos braços, dizendo que este era seu filho e que ele precisava ajuda-la. O fato da garota diante si não ter mais do que sua idade e estar desesperada aturdiram o moreno. Sunhee havia sido expulsa de casa com um bebê nos braços por desonrar o nome da família Lee, e por mais que quisesse, não tinha como criar a criança. Para si, era muito mais fácil entregar a criança ao pai e vê-la de vez em quando do que dá-la para a adoção.

            Yoongi estava fragilizado pela recente morte da mãe, talvez por isso não tenha questionado sobre a suposta paternidade atribuída a si, então aceitou o bebê gordinho em seus braços e jurou que cuidaria da criança da forma que seu pai nunca fizera consigo. Estava movido pelo senso de responsabilidade, por isso depositou sua fé cega nas palavras de Sunhee, e até propôs casar-se com a jovem a fim de restaurar sua honra manchada, proposta essa a qual a jovem declinou educadamente, pedindo apenas que ele fosse um bom pai, e assim Yoongi fez.

            Com a ajuda de Changkyun, Yoongi reorganizou seus horários, passando a trabalhar pela manhã e estudar a noite para garantir o sustento e o futuro de seu pequeno, mas sempre dedicando um período de seu tempo para cuidar de Kwan... Com seus cuidados e os de seu ‘irmão’, Yoongi sabia que Kwan teria uma infância melhor que a de ambos, e isso o fazia se sentir orgulhoso do pai que era, e do tio que o garotinho tinha. Não podia reclamar da mãe do garoto também. Sunhee estava sempre presente, dividia as despesas relacionadas ao garoto com o pai, e era ela quem ficava com ele para que Yoongi fosse as suas aulas na faculdade.

            Não seria mentira dizer que Min Kwan teve uma infância feliz até cerca de quatro aninhos. Nessa época, Yoongi havia acabado de se formar em música e tentava ensinar seu pequeno as primeiras notas no piano, mesmo que o pequeno insistisse em bater seus dedinhos gordinhos em qualquer tecla apenas para ouvir o barulho estridente que faziam... Para o Min mais velho, a vida era boa assim, e ele ficava feliz em pensar em como Kwan o tornava alguém melhor. Orgulhava-se de ter dado a vida a um serzinho tão iluminado. A vida era boa e bela, não podia se queixar.

            Estava tudo bem até os pais do pequeno Kwan descobrir que ele tinha uma doença rara. A partir daí começaram as noites mal dormidas, o péssimo rendimento no trabalho, o esgotamento físico e mental inevitáveis, o medo de perder o filho para uma doença que eles mal conheciam.

            “É uma doença hereditária” dissera o médico, e mesmo que nem a família Min e nem a família Lee tivessem uma doença como aquela no histórico médico, Yoongi nunca se questionou sobre o porquê do filho ter aquela doença em específico. Estava preocupado demais para se apegar a detalhes, e essa situação só se agravou quando Kwan precisou de um rim as pressas. O pequeno estava debilitado demais para se submeter a hemodiálises, e a melhor saída era um transplante urgente.

            “Eu doo o meu rim...” Yoongi disse assim que o médico explicou a situação. “Droga, se for preciso, eu dou meu coração para que meu filho sobreviva.”

            “Vocês não são compatíveis... Fizemos todos os testes, mas...”

            Yoongi enlouqueceu. Estava no ápice do estresse – físico e mental – e, por mais que o médico lhe explicasse que nem sempre os pais eram 100% compatíveis com os filhos, o desespero impedia Yoongi de entender. Yoongi só se sentiu novamente no eixo quando ouviu as palavras sussurradas de Sunhee chegar ao seu ouvido. Ela estava chorando, mas ainda foi possível distinguir suas palavras entre os soluços.

            “Kwan não é seu filho... Eu precisava dar ao meu filho a chance de ser alguém. Ele precisava de um nome, de um pai do qual ele pudesse se orgulhar, e você estava tão frágil na ocasião...” Fez uma pausa. Yoongi estava em choque. Não conseguia pronunciar uma palavra sequer. “Você é um homem tão maravilhoso, e eu sabia que não recusaria um filho que viesse a sua porta, porque não é da sua natureza negar ajuda a quem precisa... Perdoe-me, mas eu precisava...”

            Yoongi não ficou arrasado. No momento em que pediu a Sunhee para se calar sentia como se seu coração houvesse sido arrancado do peito por uma matilha de cães famintos.

            “Você teve quatro anos para me falar isso, e escolhe justamente agora para dizer que me enganou por tanto tempo, Sunhee? Você é odiosa, suja, a pior pessoa que eu já pude conhecer. Eu nunca pensei que me arrependeria de já ter me apaixonado, mas você é sem dúvidas meu maior arrependimento. Você brincou com meus sentimentos durante quatro anos... Deu-me a coisa mais preciosa da minha vida, e com a mesma facilidade com que me deu você a toma de mim?”

            “Perdão, Yoongi, mas eu estava desesperada...”

            “Cale a boca. Você perdeu o direito de se defender há quatro anos. Sabia que podia ter batido na minha porta e pedido ajuda sem inventar uma mentira desse tamanho? Eu teria ajudado. Você não é uma mãe, é uma cadela.” Yoongi sentiu o tapa queimar-lhe a face quando proferiu essas palavras, ainda assim não se arrependeu.

            “Respeite-me... Você pode me odiar, mas é sua obrigação me respeitar.”

            “Qual foi o respeito que teve por mim quando colocou aquele bebê nos meus braços e me disse que era meu filho? Qual foi o respeito que teve por mim quando me pediu para amá-lo e protegê-lo mesmo sabendo que eu não era o pai? Mas, mesmo que Kwan não tenha meu DNA em uma única célula sequer, ele continua sendo meu filho. Pai é quem cuida, quem educa, quem dá amor, quem coloca no colo quando tem um pesadelo, e eu continuarei fazendo isso pelo MEU FILHO. A única coisa que eu exijo de você é distância. Não cruze meu caminho... Visite o Kwan quando eu não estiver em casa, saia antes da minha chegada, mas não me obrigue a ver seu rosto nunca mais.”

            Apesar das palavras bonitas e sinceras de Yoongi, ele não pôde continuar sendo pai após aquela conversa conturbada no consultório médico. Naquela mesma madrugada, Kwan teve uma parada cardíaca e não sobreviveu. O Min naturalmente desmoronou... Perdeu a motivação para viver, abandonou o emprego, e tentou suicídio mais vezes do que seria capaz de se lembrar, e certamente teria tentado mais vezes até conseguir se não houvesse encontrado Eunjin.

            A pequena havia passado mal no colégio, intoxicação alimentar, e foi levada até o hospital. Não que o caso fosse grave, mas a escola preferia não arriscar. Na saída Eunjin encontrou Yoongi, sentado numa cadeira de rodas, com os pulsos devidamente enfaixados e uma expressão vazia. Ele não teria notado a garota, assim como nunca notava nada ao seu redor ao sair daquele local que conhecia tão bem, se ela não houvesse chamado sua atenção.

            “Como você machucou os dois pulsos? Eu feri meu pulso esquerdo uma vez... Escorreguei e acabei machucando ele no muro de casa. Doeu muito, mas eles cuidaram muito bem do meu machucado, então não se preocupe, porque logo você estará bem.”

            A pequena sorriu pequeno, mas não recebeu nenhuma resposta.

            “Você tem mãos bonitas... Aposto que é escritor e que usa uma daquelas máquinas de escrever antigas. Tão charmoso!”

            “Na verdade, eu sou músico.” Respondeu com a voz rouca pela falta de uso. “Toco piano!”

            “Wow! Eu queria saber tocar piano, mas as aulas são caras, e eu não poderia pagar. Sabe, meu irmão faz artes cênicas na capital. Eu queria poder ser uma artista, como ele, mas acho que vai ficar para quando eu for adulta e puder trabalhar. Aposto que ele vai me ajudar...”

            Yoongi ficou encantado com o sorriso da garotinha a sua frente. Era retangular, diferente de qualquer outro que já houvesse visto, mas tão bonito. Além disso, era a primeira vez desde a partida de Kwan que falava mais de dois monossílabos com alguém.

            “Como se chama pequena?” perguntou com o mesmo tom paternal que usava com o filho.

            “Kim Eunjin! E você, oppa?”

            “Min... Min Yoongi!” respondeu receoso. Sabia que todos naquele hospital estavam familiarizados consigo, e também sabia que alguns o consideravam uma péssima companhia para uma criança... Ele era quebrado demais, sofrido demais, triste demais. Não era considerado uma boa companhia para qualquer criança que fosse.

            “Seu nome é muito bonito, oppa! Igual a você... Tenho certeza que assim que se recuperar de seus ferimentos ficará ainda mais bonito, porque quando estamos machucados não gostamos de cuidar de nós mesmos, não é?” Eunjin olhou para trás da cadeira de Yoongi e viu Changkyun sorrindo para ela. O mais novo estava feliz por ver Yoongi falando com alguém novamente, mesmo que fosse uma criança.

            ‘Oi, princesinha... Você se importa se eu levar o Yoongi agora? Ele precisa descansar para melhorar logo.” Sorriu abertamente para a criança que o olhava com um sorriso brincando nos lábios.

            “Claro que não... Foi muito bom te conhecer, Yoongi oppa! Espero encontra-lo outras vezes, de preferência em um lugar mais alegre que o hospital.” Ela fez uma careta engraçada, e Yoongi sorriu... O primeiro sorriso em quase um ano, ou talvez mais. “Eu não gosto daqui.”

            A pequena fez uma reverência educada e acenou em despedida quando viu os dois rapazes cruzarem pela recepção.

            “Oppa? Como uma criança pode ficar íntima de alguém tão rápido?” Changkyun perguntou rindo. Não esperava uma resposta, afinal, já fazia um tempo que Yoongi apenas ouvia as pessoas sem se preocupar em dar uma resposta concreta. Por isso se surpreendeu ao ouvir a voz fraca e rouca de Yoongi.

            “Não sei, mas eu gostei dela.”

 

            “O Im nos procurou poucas semanas depois desse episódio. Ele contou a seu pai e a mim toda a história de Yoongi, e nos disse que Eunjin era a primeira pessoa que conseguira alguma reação do mais velho desde que Kwan havia partido. Por isso estava aqui pedindo, na verdade implorando, que déssemos permissão para que nossa pequena visitasse Yoongi de vez em quando, porque ele acreditava que ela podia o fazer reagir e voltar a viver. Seu pai e eu não tivemos coragem de negar, e Changkyun passou a busca-la aqui uma vez por semana. Ela sempre voltava de lá tão alegre, e com o tempo Yoongi também foi melhorando. Após um tempo ele mesmo a trazia de volta, e acabamos todos amigos. Quando sua irmã viu que ele estava melhor, visivelmente mais saudável, ela começou a pedir que ele a ensinasse a tocar piano, e depois de muita insistência dela, ele descobriu que essa era a melhor forma de agradecê-la por tirá-lo do buraco.”

            Taehyung não falou nada após a mãe terminar de contar toda a história. Sentia-se sufocado com tanta informação, mas se obrigou a agradecer a mãe.

            “Obrigado por me contar, omma.”

            “Taehyung, eu te contei isso não foi para fazer fofoca, como seu pai acha que é. Eu tte contei isso para que você saiba que Yoongi é mais frágil do que pode parecer. A faixada de ‘não ligo com ninguém’ é só isso mesmo, uma faixada. Cuidado com os sentimentos dele, filho... Deixe tudo bem claro, e não o iluda.”

            “Não se preocupe, omma... Cuidarei dele tão bem quanto ele tem cuidado de mim. Afinal, é isso que amigos fazem!”

            Aquela noite Taehyung não conseguiu dormir...


Notas Finais


Espero que tenham gostado!!
BeiJIN, e até o próximo *3*

Entretenha-me (TaeJin): https://spiritfanfics.com/historia/entretenha-me-8989705
L'amour est vivant: https://spiritfanfics.com/historia/lamour-est-vivant-8272368


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