Michael acordou na manhã seguinte sentindo-se excelente após a noite incrível, tinha sentido tanto a falta dela aqueles dias que esteve fora. Não tinha nada melhor do que fazer amor com Jennifer, apesar não ter podido fazer tudo que queria por causa do bebê. Mesmo assim não se incomodava por não poder se satisfazer, era por uma boa causa tinha que cuidar do futuro de sua família. Se virou a vendo dormindo tranquilamente ao seu lado, afastou uma mecha de seu cabelo observando seu rosto sereno. Ela estava enrolada no lençol com um pequeno sorriso de satisfação no rosto, Michael sorriu sabendo bem qual era a razão daquela expressão. Levantou da cama com cuidado para não acordá-la, recolheu suas roupas pelo chão vestindo-as antes de sair. Jennifer se encolheu com o lençol junto ao corpo tentando dormir mais um pouco, apesar de já estar meio desperta ainda sentia seu corpo cansado. Depois de se remexer sob os lençóis decidiu que era hora de levantar, esticou o braço notando um espaço vazio no colchão ao lado. Sentou-se na cama bocejando antes de procurar Michael pelo quarto, enquanto se perguntava se ele tinha saído algum problema de trabalho. Alongou-se pensando que era a hora de cuidar de seus negócios, afinal tinha uma coleção para lançar fora todo trabalho promocional. Estava prestes a se levantar quando viu a porta do quarto abrindo e Michael entrar com uma bandeja de café da manhã.
-Bom dia amor. –Jennifer sorriu ajeitando o lençol ao redor do corpo.
-Bom dia. –Se aproximou lhe dando um selinho. –Como vai a mamãe mais linda do mundo? –Perguntou pondo a bandeja sobre a cama.
-Ela eu não sei. –Disse pegando um morango. –Já eu estou faminta, obrigada querido.
-De nada. –Beijou seu rosto. –Precisa se alimentar bem agora que está comendo por dois. –Completou tocando sua barriga.
-Você é um anjo, vou sentir falta disso quando estiver em turnê. –Disse antes de tomar um gole de suco.
-Queria tanto não ter que ir. –Afirmou cabisbaixo. –Mas não tenho como cancelar.
-É só por um tempo. –Disse segurando sua mão. –Logo estaremos juntos de novo.
-Vou contar os minutos. –Falou antes de beija-la.
Os dias foram seguintes com eles aproveitando ao máximo tempo em família, apesar de todos os compromissos de negócios que tinham. Mesmo com os preparativos para turnê Michael se esforçava em se fazer presente, passando sempre que possível as noites em casa com Jennifer. Aqueles eram seus últimos dias juntos antes de sair do país e não queria desperdiçar nenhum minuto junto a quem amava. Já não era fácil ter que se contentar com as ligações esporádicas de Phillip, que parecia ter adotado a Grã-Bretanha com sua nova pátria. Pelo menos ele havia cumprido sua promessa de se comportar e se dedicar aos estudos a última coisa que precisava era ele causando em Londres. Por sorte ele tinha se adaptado bem a sua independência recém adquirida, além de não ter se esquecido sua família em especial de sua mãe. Sabia que os dois costumavam conversar todas as manhãs, quando Jennifer estava no escritório conforme havia pedido. Estava feliz em ver que haviam criado um homem digno além de um bom filho, não só por Phillip por Jennifer também família sempre foi o centro de seu mundo. Sabia o quanto ela os amava e nunca tolerou que a menosprezassem, muito menos que passasse por cima de sua autoridade. Nunca havia permitido que nenhum dos filhos a desrespeitasse ou magoasse, de todas as regras que havia estabelecido aquela era a mais sagrada.
Quanto mais os dias passavam mais próxima ficava sua viagem para a Tailândia e maior o seu nervosismo por ter que passar esses meses longe de casa. Por mais que estivesse acostumado a viajar por todo mundo, daquela vez estava tenso com a ideia de deixar Jennifer sozinha. Fora isso sua intuição dizia que algo de ruim iria acontecer, era como se o mundo fosse acabar caso se afastasse demais de L.A. Todo seu receio parecia loucura afinal as coisas não poderiam estar melhores, para onde quer que olhasse tanto em casa quanto seus negócios. Apesar de parecer loucura aquela sensação o deixou inquieto na última semana, tanto que mal havia conseguido dormir na véspera da partida. Por mais que tentasse se convencer que não tinha nada errado, seus instintos gritavam que não deveria ir que uma coisa ruim ia acontecer. A verdade era que não queria deixar a sua família sozinha ainda mais agora, mas não tinha escolha havia dezenas de shows agendados. Tinha pensado em pedir para eles o acompanharem alguns dias durante a turnê, mas descartou a ideia era perigoso para Jennifer viajar no seu atual estado. Olhou em volta se despedindo da casa era hora de partir, enquanto os funcionários levavam suas malas para o carro.
-Tem certeza de que não esqueceu nada? –Jennifer perguntou ajeitando Ashley no colo.
-Tenho não falta nada e mesmo se eu tiver me esquecido, Bob vai lembrar para mim. –Disse segurando a sua cintura.
-Eu sei bem como ele é atento. –Brincou fazendo rir. –Melhor se comportar.
-Pode deixar não vai acontecer nada demais. –Disse antes de lhe dar um selinho. –Pena vocês não poderem vir. –Completou beijando a cabeça da bebê.
-É só por alguns meses querido, logo estaremos juntos.
-Prometa que vai se cuidar. –Pediu pondo a mão sobre sua barriga. –De você dois.
-Eu prometo querido, nós vamos ficar bem.
Após se despedir dos filhos e prometer lhes trazer presentes da Ásia, Michael entrou no carro que partiu rumo ao aeroporto de Los Angeles. Sentado no banco de trás revisava a sua agenda do primeiro dia, teria alguns dias para ensaiar no local dos shows antes da estreia. Tinha tanta coisa para cuidar antes da turnê de fato, sem falar de toda caridade que queria fazer enquanto estivesse lá. Olhou pela janela lembrando que estava hora de retomar a rotina de trabalho, seu tempo com sua família tinha acabado junto com todo seu sucesso. Respirou fundo lembrando que era temporário e por seus fãs, eles mereciam o melhor show de suas vidas depois de fazer dele um astro. Chegou em Bangkok no começo da manhã depois de mais de dez horas de voo, se jogou na cama sentindo-se exausto e com a cabeça latejando. Tirou os sapatos com os pés jogando-os no chão estava exausto, não tinha pregado o olho desde que havia embarcado no avião. Tinha quatro horas para descansar antes do ensaio geral aquela tarde, mas parecia que seu corpo se recusava a relaxar não deixando-o dormir. Encarou o teto pensando no que faria aquele dia, apesar de toda a agitação e dos fãs tinha esperança de conseguir passear pelo país. Cochilando por alguns instantes antes de ser acordado por batidas na porta, levantou abrindo para Karen que entrou com sua maleta.
-Boa tarde Michael. –Disse já pondo as coisas sobre a mesa de centro. –Conseguiu descansar?
-Um pouco. –Respondeu coçando os olhos antes de sentar. –E você?
-Quase não consegui acordar a tempo. –Explicou abrindo a maleta. –Meu corpo ainda não se acostumou com o fuso horário. –Falou dando um bocejo. –E você como está se sentindo?
-O de sempre vai levar alguns dias até conseguir relaxar, mas faz parte do trabalho eu já estou acostumado.
-É difícil, mas esse é o preço da fama. –Comentou aplicando base em seu rosto.
Após alguns dias o corpo de Michael começou a se adaptar ao fuso horário, apesar de seu não sono ainda estar desregulado e escasso ultimamente. Não que isso adiantasse muito para seu descanso, teria que viajar para outro país com o fuso diferente assim que se acostumasse. Essa era sua rotina durante as turnês desde pequeno, sempre ia do céu ao inferno entre a adoração de seus fãs e todo caos das viagens. Era uma rotina recompensadora ao mesmo tempo em que esgotante, tanto que muitas vezes chegava ao fim das turnês doente e exausto. Mesmo assim mantinha-se animado nos ensaios e seus compromissos durante o dia, afinal faltava menos de dezesseis dias para o show de estreia. Estava no meio do ensaio geral no local do show com a equipe, quando avisaram que havia uma ligação importante de seus advogados. Pediu licença aos bailarinos saindo para atender nos bastidores, pegou o aparelho esperando alguma notícia sobre contratos. Junto a uma caixa de som ouviu o assessor jurídico explicar o que aconteceu, logo sua expressão tranquila começou a se desfazer com a notícia. Levou alguns minutos para absorver tudo o que ouviu, antes de voltar para o palco enquanto lutava para não desmoronar pelo caminho. Tentou continuar o ensaio agindo como se nada tivesse acontecido, mas com a garganta fechada tudo que pode foi falar os versos. Não suportando mais sentou na beirada do palco, atordoado cobriu o rosto com as mãos rezando para acordar daquele pesadelo.
-Michael você está bem? –LaVelle perguntou ao se aproximar.
-Já deu por hoje. –Conseguiu dizer com um fio de voz. –Tenho que voltar pro hotel.
-Eu te acompanho. –Se ofereceu preocupado.
-Não é necessário. –Disse se levantando. –A equipe de segurança está comigo.
Michael saiu apressadamente sem falar com nenhum membro da equipe, entrou em um carro passando por um pequeno grupo de fãs antes de partir. Sua mente estava um caos chegou ao hotel em um estado quase de transe, tanto que mal havia se dado conta do trajeto até o local. Entrou no quarto sentindo-se totalmente entorpecido pela dor e tensão, sentiu como se fosse rasgar de dentro para fora a qualquer momento. Os seus pulmões lutavam para respirar com a sua cabeça rodando, enquanto tudo dentro dele se revirava e contorcia provocando mais dor. Tinha que ser um pesadelo aquilo não podia estar acontecendo não com ele, não entendia ele nunca havia feito mal a ninguém. Sentiu a sua visão ficando embaçada por causa das lagrimas, enquanto se perguntava o porquê estavam sendo tão cruéis com ele. Sentou na cama lutando para respirar enquanto sua mente se desfazia, sentiu como se estivesse enlouquecendo talvez fosse o melhor. Fechou seus olhos desejando nunca mais abri-los para o inferno que o cercava, mas os abriu de repente assustado ao se dar conta do estava fazendo. Não podia se render tão fácil sem ao menos lutar, era sua vida e os frutos de seu trabalho e nenhum bandido iria toma-los. Levantou retomando o controle sobre seu corpo precisava agir antes que fosse tarde, mas antes tinha que proteger quem mais importava. Pegou o telefone para falar com os advogados só que este começou a tocar, respirou fundo vendo o número no visor antes atender.
-Alo. –Disse tentando soar calmo.
-Michael graças a Deus eu te achei. –Jennifer diz do outro lado da linha. –Estou tentando falar com você a horas?
-Me desculpe querida estava ensaiando e só cheguei agora. –Explicou sentindo sua respiração falhar.
-Já te avisaram sobre as acusações?
-Quem te contou? –Perguntou sem entender como ela ficou sabendo.
-Uma amiga minha trabalha em um tabloide, ela me ligou hoje de manhã. –Explicou andando de um lado para o outro.
-Tabloide? –Perguntou incrédulo. –Eles exigiram vinte milhões para ficar quietos.
-Pelo que pude entender em momento algum pensaram em deixar a mídia fora disso, tudo já está pronto para ser o escândalo do século. –Explicou podendo sentir a tensão dele aumentar. –Na verdade parece que uma entrevista te acusando está valendo cem mil dólares, duzentos com um garoto.
-Mas que filhos da... desculpe. –Pediu tentando se controlar.
-Também me sinto assim. –Suspirou antes de continuar. –Não deu nenhum centavo não foi?
-Claro que não fiz nada de errado não tenho que pagar pelo silencio de ninguém, está fora de cogitação. –Afirmou demonstrando irritação pela primeira vez.
-Então por que John está negociando com o advogado de Chandler?
-O que? –Perguntou erguendo a voz. –Eu não autorizei negociação nenhuma eles deveriam estar me ajudando sair desse buraco e não cavar mais fundo.
-Calma querido. –Pediu soando o mais conciliador possível. –Vamos dar um jeito nisso, não vai ser um vigarista que a estragar sua imagem.
-Queria tanto fazer algo a respeito se eu não estivesse preso do outro lado do mundo.
-Não se preocupe posso manter as coisas sob controle, enquanto você estiver longe. –Afirmou soando confiante. –Tente voltar o quanto antes. –Pediu demonstrando insegurança pela primeira vez naquela conversa.
-Sinto muito que tenha que passar por tudo isso.
-Não é culpa sua se cuida meu bem. –Disse antes de desligar.
Jennifer colocou o telefone no gancho sentindo seu coração pesar no peito, enquanto refletia sobre o que Evan pretendia atacando-os assim. Não parecia ser uma simples chantagem havia algo mais, afinal não era pareô para um homem influente como Michael Jackson e sabia disso. Deveria ter alguém envolvido coordenando suas ações e lhe dando confiança, senão não teria se atrevido a ameaçar seu marido daquela forma. Apesar de ter parecido otimista ao conversar com Michael, não estava tranquila sabia que não teriam uma batalha simples pela frente. Sem falar que havia um perigo ainda maior do que ter sua imagem arruinada, a mulher do tabloide não tinha sido a única pessoa com quem tinha falado. Uma conhecida sua da assistência social explicou que no caso de condenação, perderia tanto a guarda de Ashley quanto de seus outros filhos. Então os biológicos seriam entregues para algum parente e nunca mais os veriam levou a mão a sua barriga temendo pelo futuro de sua família.
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