1. Spirit Fanfics >
  2. Pela Honra Do Rei >
  3. Conversas Sérias

História Pela Honra Do Rei - Conversas Sérias


Escrita por: anafelissimo

Capítulo 72 - Conversas Sérias


 -Não brinque com coisa séria. –Michael disse ao jogar a garrafa fora e tentando se secar.

 -Não é brincadeira acabei de falar com a Tonya. –Afirmou em tom de desanimo. –Na verdade, ela só ligou para avisar por que o Charles exigiu, caso contrário só descobriríamos quando eles chagassem.

 -Avise a sua cunhada que não temos espaço no rancho. –Nem em sonhos que eles ficariam na sua casa. –Vou reservar um hotel para ela e sua família ficarem.

 -Acha mesmo que vão acreditar que as cinco casas no rancho, incluindo a principal com dez quartos estão lotadas?

 -Minha família é grande e mesmo se não fosse, me recuso a deixar aquela mulher passar uma noite na minha casa. –Afirmou com uma inflexibilidade incomum para ele. –Nunca mais.

 -Michael você não acha que está exagerando?

 -Exagerando? Da última vez que fiquei a vontade perto daquela maluca, ela armou uma cena que quase fez Jennifer sair de casa e me castrar.

 -Eu sei tudo que aconteceu e sinto muito pela Nancy, mas isso foi a mais de quatro anos talvez ela tenha mudado. –Disse tentando amenizar as coisas.

 -Acha mesmo isso? –Perguntou sem conseguir evitar o tom de deboche.

 -A quem e quero enganar? –Se questionou desanimado. –Aquela ali é tão louca quanto a mãe tenho pena do meu irmão.

 -Hans eu sei que ela é sua sobrinha e que é um assunto complicado para vocês, mas não posso simplesmente ignorar tudo que aconteceu. –Explicou sentindo um pouco de pena por ele estar no meio de aquilo tudo. –Muito menos como Jennifer se sente quanto a isso.

 A família de Jennifer era tão numerosa quanto a de Michael e muito próxima, mas de todas as suas primas tinha apenas uma com qual não se dava bem. Nancy era filha mais nova do seu tio Charles com sua esposa Tonya e desde pequena ela sempre incomodou atrapalhando a vida de Jennifer. As duas conviveram de maneira nada amistosa até os nove anos de idade, foi quando Charles conseguiu trabalho no Texas e se mudou com a família. Mesmo gostando muito do seu Jennifer não lamentou a sua partida, afinal junto com ele sua “amada” prima partiu para muito longe dela. Depois disso as duas se encontravam só em casamentos ou nas reuniões de família, onde Nancy não perdia a chance de alfineta-la com comentários maldosos. No período em que não se viam Nancy tentava saber tudo sobre sua vida, perguntando para seus demais parentes sobre o que ela fazia ou deixava de fazer. A sua obsessão ficou ainda maior quando Jennifer se casou com Michael, tentava a todo custo passar alguns dias na casa de sua prima rica. Jennifer sempre se recusava a recebe-la não confiava em Nancy, afinal elas nunca foram próximas e sua atitude era no mínimo suspeita. Preferiu ignorar as investidas da prima inconveniente e cuidar da própria vida, foi bem-sucedida esquecendo da existência dela por anos até aquele natal.

 -Eu sei Nancy sempre incomodou Jennifer assim como Tonya nunca se deu com Marge. –Hans disse com certo pesar lembrando da cunhada. –Mas não é fácil dizer ao meu irmão que ele e a sua família não são bem-vindos. Mesmo com ele sabendo que a sua mulher e filha não são flor que se cheire é difícil para ele ficar distante da família.

 -Eu sei que ele é seu irmão e a situação é complicada para vocês, mas não posso correr o risco de trazer problemas para a minha família. –Explicou com um pouco de pena deles. –Passamos por um período difícil e Jennifer ficou muito abalada, seria injusto expô-la ao estresse impondo a presença de Nancy.

 -Você tem razão vou conversar com Charles ele vai falar com as duas, vocês não são obrigados a receber pessoas indesejadas em casa.

 -Espera não é justo que seu irmão se afaste da família por causa delas, mas que fique claro se Nancy abusar não vou tirar Jennifer de cima dela dessa vez. –Avisou sério.

 -Tudo bem vou deixá-los de sobre aviso e seja o que Deus quiser.

 -Jennifer já sabe?

 -Ainda não achei que seria melhor você avisar.

 -Sabia que as coisas estavam muito boas na minha vida. –Comentou já pressentindo qual seria a sua reação. –Estou em horário de trabalho e tenho que desligar. –Completou olhando para o relógio.

 -Tudo bem me desculpe por incomodar.

 -Não precisa se desculpar não foi incomodo nenhum tchau. –Disse antes de desligar.

 Phillip dirigia o Bugatti preto último modelo pela longa estrada em silencio, fazia mais de meia hora desde que tinha pego seu irmão na escola. Olhava de vez em quando o Anthony no banco ao lado pelo retrovisor, percebeu pela forma que mexia nos botões que estava desconfortável. Ele não havia dito uma única palavra desde que tinha ido busca-lo na escola e não parecia ter a menor vontade de lhe contar o que aconteceu lá dentro. A julgar pelo seu jeito ele sabia muito sobre o incêndio na sala de aula, poderia estar mais envolvido do que as autoridades da escola imaginavam. Tinha achado estranho o fato dele tê-lo puxado para longe da diretora, antes dela poder terminar de explicar o que aconteceu. Não que ele estivesse com medo ou abalado com o que houve na escola, pelo contrário era a imagem da calma quase sorrindo quando entraram no carro. Bateu com palma no volante pensando no que ia contar para seus pais em casa, sabia que tinha algo errado com a história de uma brincadeira malsucedida. Mas não acreditava que Thony colocaria fogo em alguém não de propósito, resolveu tirar essa história a limpo antes de falar com seus pais. Sabia melhor do que ninguém que seu pai não lidava bem com o Anthony, especialmente quando alguém ou algum animal se machucava por causa dele.

 -Não vai me contar mesmo o que aconteceu? –Ele permaneceu em silencio. –Estou te dando a chance de se explicar. –Deu um breve suspiro antes de prosseguir. –Sabe que se o pai souber o que aconteceu através dos outros, você vai ficar de castigo até a virada do milênio.

 -Foi um acidente. –Falou enfim se voltando para ele.

 -Explique melhor. –Disse olhando-o pelo retrovisor. –Como seu colega acidentalmente acabou com queimaduras de segundo grau nos braços?

 -Eu estava tentando fazer uma bomba de fedor e tinta permanente, mas me confundi com os ingredientes e tudo explodiu.

 -E por que você quis fazer uma bomba de fedor e tinta permanente? –Mais uma vez silencio. –Anthony.

 -Eles viviam pegando no meu pé eu já não aguentava mais.

 -Eles quem?

 -Wilson e Peterson.

 -O garoto que se machucou e o que levou a culpa por toda a confusão. –Comentou refletindo um pouco, sobre como reagiria a isso. –Então o primeiro ficaria fedendo e permanentemente tingido, enquanto o outro levaria toda a culpa parece que metade de seu plano funcionou.

 -Você vai me entregar?

 -Eu não sei, sinceramente não sei o que fazer com você. –Disse vendo-o se encolher. –Quer saber de uma coisa? Temos algumas horas antes dos nossos pais chegarem em casa, vamos dar uma volta depois decido o que digo para eles. –Completou fazendo-o sorrir.

 Phillip suspirou fundo pensando em como iria lidar com toda aquela situação, afinal não podia compactuar com a armação e mentiras de Anthony. Também não queria que ele tivesse algum problema depois de tudo aquilo, o entendia apesar de não compreender o porque dele não ter pedido ajuda. Anthony sempre foi complicado desde que se lembrava, ou seja, antes de nascer nunca fazendo aquilo que fosse considerado minimamente normal. Por mais que gostasse dele as vezes tinha medo de sua postura antissocial, apesar de achar que em breve isso fosse passar quando chegasse a adolescência. Como filho de uma família rica e famosa a popularidade dele estava garantida, Anthony não seria tolo de desperdiçar isso para continuar sendo o esquisito. Tentou não pensar naquele assunto já que tinha lhe prometido uma tarde de diversão, dirigiu em silencio até um shopping que contava com um pequeno parque.

 Era vinte para o meio dia Jennifer tinha terminado de revisar os contratos, Thomas e Ashley já haviam ido para a casa dos avós deixando-a sozinha. Estava tudo pronto para que aproveitasse a tarde livre, faltava apenas que o carro que Michael fez questão de mandar busca-la chegasse. Percebeu que tinha algum tempo antes de sair para seu almoço com Michael, então decidiu se arrumar antes do motorista chegar para leva-la ao apartamento. Aproveitou o banheiro anexo ao escritório para tomar uma ducha rápida, ao terminar colocou um vestido estampado frente única na altura dos joelhos. Como seria um encontro no meio do dia e um compromisso íntimo deles, resolveu não colocar maquiagem pesada ou joias chamativas para este. Ficou pronta em cinco minutos voltando para o escritório com sua bolsa, pouco depois a secretária avisou que o motorista a estava esperando. Ao descer para a garagem viu um homem que estava ao lado da BMW, assim que se aproximou ele a cumprimentou abrindo a porta do carro. No banco de trás encontrou um buque enorme de rosas brancas sobre este, entendeu por que Michael fez tanta questão de mandar busca-la. Segurou o buque inalando o perfume doce daquelas flores lindas que ganhou, percebendo que seu simples jantar tinha acabado de ficar mais sofisticado.

 Ao chegar no prédio seu carro entrou pela garagem sem chamar a atenção, não podiam correr o risco de que os paparazzi descobrissem aquele local. Quase ninguém sabia que Michael tinha aquele apartamento no centro, nem mesmo os seus vizinhos tinham ideia de quem era o dono dele. Não era fácil ter um pouco de paz por causa do assédio constante da imprensa, por isso o Michael tinha os seus esconderijos espalhados onde se refugiava. Este era um apartamento de classe média num prédio próximo a gravadora, era relativamente pequeno comparado as suas outras propriedades. Mas não deixava de ser um local confortável e completamente equipado, sendo o sonho de qualquer um com seus cômodos grandes e bem iluminados. Dentro do carro Jennifer pôs um lenço sobre a cabeça e óculos escuros, antes de descer seguindo junto com os seguranças para elevador na garagem. Ao descer no andar o homem ficou fazendo a segurança no corredor, enquanto Jennifer foi até o apartamento fechando a porta em seguida. Assim que entrou viu que a mesa junto a janela com vista para a rua estava posta e sobre esta estavam os dois pratos cobertos pelas cúpulas prateadas. No centro dela havia um vaso de flores com uma caixa de joias junto a este, além de um balde com champanhe e outras comidas num aparador próximo.

 -Espero que esteja do seu agrado. –Ouviu uma voz masculina suave por trás de si, ao se virar viu Michael com calça social preta e camisa branca.

 -Michael. –O abraçou sorrindo. –É perfeito como tudo que você faz. –Disse pondo os braços ao redor de seu pescoço.

 -Achei que fosse gostar de algo íntimo sem olhares curiosos. –Falou apoiando as mãos em sua cintura. –Pedi comida italiana, espero que goste de ravióli.

 -Hum que delícia. –Disse lhe dando um selinho. –A minha dieta foi para o espaço.

 -Não se preocupe depois eu te ajudo a queimar todas as calorias que ganhar. –Abraçou-a por trás beijando o seu pescoço. –Vamos aproveitar o almoço. –Completou a guiando até a mesa.

 Michael lhe deu um beijo no rosto e se afastou puxando uma cadeira para Jennifer, assim que ela se acomodou deu a volta na mesa sentando na sua frente. Retirou as cúpulas revelando os delicados pasteis cozidos com molho de tomate e salada verde perfeitamente organizados em seus pratos. Jennifer inalou o cheiro dos raviólis quentes que pareciam desmanchar no molho, percebeu que eram de frango os seus favoritos ele havia acertado em cheio. Michael sorriu ao ver como ela observava a refeição deveria estar com agua na boca, sabia que o melhor jeito de conquista-la era pelo estomago. Pegou a garrava de vinho sobre o aparador próximo enchendo as taças, propôs um brinde ao ótimo “almoço” que estavam prestes a ter fazendo-a sorrir.  Eles começaram a comer enquanto conversavam sobre os seus respectivos dias, apesar de Michael claramente preferir pular para a “sobremesa”. Como não conseguiria nada de Jennifer caso ela estivesse com fome, não tinha escolha precisava ser paciente e espera-la terminar de comer. O fato era que estava ansioso para ter um pouco de diversão conjugal, antes que sua vida virasse um inferno quando ela soubesse da novidade. Queria aproveitar ao máximo aquele período de paz com sua mulher, afinal passariam uns bons tempos sem terem nada antes dela se acalmar.

 -Você parece preocupado. –Jennifer perguntou. –Está preocupado com alguma coisa?

 -Nada demais apenas os problemas de sempre com a gravadora. –Disse a primeira coisa que surgiu em sua mente. –Os executivos estão pressionando por lucros.

 -Não acredito que eles ainda têm coragem de te cobrar. Essa gente ainda não entendeu que você é um dos donos da gravadora?

 -Ainda não se acostumaram com ideia ou acham que eu não entendo o que é ser acionista da gravadora. -Tomou um gole de vinho. –Eles se consideram donos dos artistas.

 -Sinto muito que tenha lidar com esse tipo de gente. –Disse acariciando seus dedos.

 -São os ossos do oficio. –Afirmou ao se levantar e deu a volta na mesa. –Mas não vamos falar sobre eles temos formas bem melhores de aproveitar nosso tempo juntos. –Segurou sua mão fazendo-a ficar de pé. –Então. O que acha de deixarmos a sobremesa para depois? –Perguntou segurando sua cintura.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...