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História Pela Honra Do Rei - Lidando Com A Angustia


Escrita por: anafelissimo

Capítulo 88 - Lidando Com A Angustia


Jennifer entrou correndo no escritório fazendo a porta dele bater por trás de si, não conseguia sequer racionar direito tamanho o baque que havia sofrido. Apoiou suas mãos sobre a mesa de madeira sentindo o ar pesando nos pulmões e seus olhos se enchendo de lagrimas fazendo sua visão embaçar. Não podia ficar assim só por causa de uma simples frase devia se manter firme, era idiotice deixar o que aconteceu continuar a abalando após tanto tempo. Mesmo assim não conseguia evitar sentir-se como no dia em que o perdeu, era como se a sua dor fosse renovada atormentando a sua mente. Assim como o medo que sentia de passar por tudo aquilo de novo, mesmo que não admitisse aquela era uma das razões pela qual queria tanto adotar. Acreditava que essa fosse a única forma de conseguir ser mãe outra vez, temia não conseguir segurar uma gravidez depois do que aconteceu. Secou o rosto se odiando por ser tão fraca e covarde diante da situação, especialmente por ter se deixado abalar tão facilmente era vergonhoso. Ao entrar Michael a viu de costas com as mãos espalmadas sobre a mesa, aproximou-se percebendo que Jennifer não estava bem pelo contrário. Respirou fundo pensando em como tocaria no assunto sem piorar as coisas, sabia que aquele era um assunto delicado afinal ainda era muito recente.

 -Querida. –A chamou apoiando as mãos sobre seus ombros. –Como você está?

 -Estou bem. –Respondeu secando o rosto. –Não foi nada demais.

 -Hei. –Disse a virando para si. –Não precisa bancar a forte comigo. –A abraçou aconchegando-a em seu peito. –Sou eu, Michael.

 -Me sinto tão constrangida não devia ter perdido o controle na frente de todo mundo. –Disse começando a chorar.

 -Está tudo bem. –Disse apertando-a com carinho junto a si. –Ninguém é de ferro e você tem todo o direito de se descontrolar de vez em quando. –Completou acariciando seus cabelos.

 -Eu deveria ser mais forte e não ficar choramingando à toa. –O encarou ao se afastar.

 -Não fale assim, você é a pessoa mais forte que conheço. –Afirmou acariciando seus braços. –Enfrentou coisas que mais ninguém mais teria coragem ou força de encarar, ano tem noção de quanto eu te admiro. –Completou sentando no sofá ao seu lado.

 -Obrigada querido. –Disse enxugando o rosto.

 -Melhorou?

 -Sim eu estou bem. –Respondeu forçando um sorriso.

 -Quer descansar um pouco? –Perguntou tocando seu rosto com delicadeza. –Você pode subir para o quarto se quiser.

 -Não a casa está cheia eu não posso simplesmente sumir no meio do almoço. –Falou se pondo de pé. –Só preciso me recompor.

 -Eles são a nossa família vão entender se eu disser que está indisposta.

 -Não se preocupe eu estou bem. –Afirmou bem mais calma. –Só preciso lavar o rosto e retocar a maquiagem e já estou pronta para outra. –Completou aprontado para o próprio rosto.

 -Eu te acompanho. –Empurrou uma estante que escondia o acesso a escada secreta, então se afastou lhe dando passagem.

 Subiram para a suíte principal para que Jennifer pudesse se recompor, Michael estava aliviado por ter conseguido tomar uma atitude a tempo quanto a isto. Enquanto isso em outra parte da casa Charles também tomava as atitudes, para o desespero de Nancy e vergonha de Tônia que os seguia nervosa. Assim que viu a Jennifer sair agarrou Nancy pelo braço e a tirou da sala, sem se importar com os demais convidados que assistiram aquela cena surpresos. Josef por sua vez apenas os observou enquanto se afastavam da sala nervosos, limpou os lábios percebendo que o natal havia acabado de ficar mais interessante. Eles entraram em um corredor de serviço que dava acesso a dispensa, sendo seguidos de perto por Tônia e os filhos que tentavam acalma-la. Parecia que Charles ia dar uma verdadeira surra em sua filha daquela vez, tamanha a raiva que sentia ao olhar para a cara da Nancy naquele momento. Apenas parou quando chegaram a um deposito de materiais de limpeza, largando Nancy que se afastou esfregando o braço dolorido onde havia apertado.

 -Desembucha. –Charles exigiu irritado. –O que foi que você disse para sua prima?

 -Nada. –Nancy disse com o braço ainda dolorido.

 -Não minta para mim estava tudo bem aí do nada ela ficou pálida levantou e saiu correndo.

 -O que que está acontecendo aqui? –Tônia perguntou ao entrar no cômodo.

 -Pergunte pra sua filha. –Charles disse irritado. –Pois caso não tenha notado ela aprontou das suas com a Jennifer.

 -O que foi que você disse? –Tônia em fim perguntou.

 -Apenas falei que ela estava muito bonita...

 -Viu só. –Tônia se dirigindo ao marido.

 -E perguntei para quando era o bebê. –Nancy terminou de falar fazendo o queixo de sua mãe cair.

 -Você fez o que? –Tônia perguntou incrédula.

 -Não acredito que você disse uma merda dessa. –Steve os interrompeu se enfiando no local. –Perdeu a noção do perigo mulher.

 -Dá pra calar a boca? –Nancy perguntou irritada.

 -Isso era o que você deveria ter feito. –Wilbert disse ao entrar. –Mas agora é tarde.

 -E o que vocês estão fazendo aqui? –Tônia perguntou vendo que o local estava ficando cheio.

 -O mesmo que você mãe. –Steve respondeu. –Vendo qual o tamanho da merda que Nancy fez dessa vez.

 -Mas o que foi que eu fiz? –Nancy perguntou ainda sem entender.

 -E ainda pergunta! –Charles disse irritado. –Como pode perguntar uma coisa dessas para uma mulher que acabou de abortar?

 -A Jennifer abortou? –Nancy encarou o pai surpresa.

 -Como se você não soubesse. –Steve disse sem esconder a irritação com o cinismo da irmã. –O escândalo que levou a isso foi a notícia do ano.

 -Eu esqueci. –Confessou percebendo a gravidade do que tinha feito.

 -É mesmo minha filha? –Tônia sorriu aliviada.

 -Isso não me importa. –Charles cortou a esposa. –Nós vamos voltar para o hotel onde a Nancy não vai incomodar mais ninguém. –E apontando para a filha completou. –Mas antes você vai lá em cima pedir desculpas para sua prima.

 -Eu não vou fazer isso! –Nancy quase gritou chocada com aquilo.

 -Vai sim por que eu estou mandando.

 -Nem pensar não vou rastejar na frente dela e nada que o senhor fizer vai me obrigar.

 -É o que você acha. –Disse se aproximando.

 Foi tudo muito rápido que Nancy e os demais mal notaram o que acontecia, mas logo um grito agudo feminino pode ser ouvido do corredor no lado de fora. Assustados duas empregadas e o segurança correram para ver o que era, ao chegar viram Charles tirando a sua filha do deposito puxando-a pela orelha. Ignorando a expressão de espanto dos funcionários e queixas de Tônia, Charles apenas subiu sem dizer nada com Nancy indo em direção aos quartos. Aquela cena era tão absurda que os funcionários não puderam reagir, além disso Wilbert disse que estava tudo bem e era melhor não se meterem. Na suíte principal Jennifer terminava de aplicar um lápis de olho, após por agua gelada no rosto e se maquiar o seu rosto quase não tinha marcas. Sentado na cama Michael esperava ela terminar de se arrumar para descerem, quando ouviram batidas na porta então ele se levantou indo atender. Ao abri-la foi surpreendido por Charles segurando Nancy pela orelha, enquanto ela gritava para que a soltasse prometendo não fazer mais aquilo. Assustada com o barulho Jennifer se virou vendo seu tio e prima entrando, assim que parou na sua frente Charles soltou Nancy para o alivio desta. Eles foram seguidos de perto por Tônia que invadiu o quarto logo atrás deles, enquanto Michael e Jennifer assistiram tudo em silencio sem entender nada.

 -Você ficou maluco? –Tônia perguntou irritada com o marido. –Está todo mundo comentando a cena que armou.

 -Nada disso aconteceria se você não tivesse mimado essa maluca. –Charles rebateu com raiva da postura da esposa.

 -Quase acabou com a minha orelha. –Nancy se queixou chorosa esfregando a região.

 -Fique feliz por ainda ter uma. –Charles disse irritado. –Agora peça desculpas para sua prima antes que eu perca a paciência.

 -Me desculpe. –Pediu sem olhar para Jennifer.

 -Peça direito. –Charles exigiu batendo o pé no chão.

 -Me desculpe por ter falado sobre o seu bebê. –Nancy disse assustada com a expressão de seu pai. –Eu esqueci o que aconteceu com você, não tive a intenção de te magoar.

 -Está falando sério? –Jennifer perguntou confusa com sua postura, apesar de saber que Nancy estava se desculpando por medo do pai.

 -Sim eu esqueci o que aconteceu com você aqueles dias.

 -Ok, está perdoada. –Disse encarando-a com uma expressão de constrangimento.

 -Agora que está tudo esclarecido melhor nós irmos. –Charles falou quebrando o clima entre as duas.

 -Não acha que já foi o... –Tônia tentou argumentar.

 -Vou pedir para o carro leva-los. –Michael a cortou já pegando o interfone sobre a mesa.

 -Obrigado. –Charles disse antes de sair com sua filha e esposa.

 Mesmo não querendo ser rude com eles Michael não pediu para que ficassem, afinal já estava cansado de aguentar os problemas de Nancy por aquele dia. Pelo menos assim teria o restante do dia e a noite toda livre de sua presença e poderia aproveitar o seu tempo em família sem se preocupar. Além de achar que Jennifer merecia ter um pouco de paz depois daquela conversa, o próprio já estava cansado e só a tinha aguentado por alguns minutos. Após saberem que eles haviam deixado o rancho resolveram voltar para a sala, onde os seus convidados conversavam sobre tudo que tinha acontecido. Quando os viram se aproximando logo disfarçaram mudando de assunto, afinal ninguém queria ser mandado embora de Neverland como foi com os Brown. Michael disfarçou fingindo não perceber que era o assunto tão comentado e então sugeriu um passeio pelo rancho e uma visita ao parque de diversão. O seu convite foi aceito de pronto por todos que se dirigiram para o jardim, afim de pegar os carrinhos de golfe que os levariam até a estação.

 O restante da tarde foi tranquilo com os convidados se divertindo pelo local, especialmente as crianças que queiram aproveitar a diversão o máximo possível. Mesmo que os adultos também gostassem daquela parte mais lúdica, elas eram sem dúvida as que mais aproveitavam aqueles passeios. Animadas com os brinquedos e barraquinhas de guloseimas disponíveis, corriam pelo parque afim de aproveitar tudo de bom que o parque oferecia. Michael andava animado entre os brinquedos junto de seus caçulas e alguns primos mais novos que disputavam sua atenção e o puxavam pela mão. Após algum tempo brincando a Ashley começou a ficar cansada e acabou dormindo no colo do pai que acomodou com carinho junto ao peito. Michael a entregou para a babá que a levou de volta para cede do rancho, antes de se unir a Jennifer que conversava com os meninos perto dali. Quando começou a escurecer e esfriar alguns dos convidados foram até o cinema, deixando o parque quase deserto exceto por poucos funcionários deste. Sentada em um banco Jennifer observava as luzes coloridas diante de seus olhos, aproveitando aquele raro momento de paz para refletir sobre sua vida. Tinha passado por tantas coisas em pouco tempo não sabia como sobreviveu e ainda tinha tanto que precisava ser feito chegava a dar um pouco de medo.

 -Está tudo bem? –Michael perguntou ao se aproximar.

 -Está sim. –Respondeu com um sorriso tímido.

 -Percebi que não acompanhou os outros ao cinema. –Disse pondo seu casaco sobre os ombros dela já que começava esfriando.

 -Queria apreciar um pouco da calma do parque vazio e aproveitar para pensar na vida. –Disse ajeitando a peça sobre si. – Temos tantos projetos em andamento e as pessoas que dependem de nós as vezes me pergunto se conseguiremos atender a todos.

 -Não se preocupe eu sei que as coisas parecem grandes demais, mas vamos conseguir salvar o mundo. –Afirmou enquanto a abraçava, apoiando-a junto ao seu ombro. –Essa é nossa missão no mundo.

 



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