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História Pela luz dos olhos teus... - Capítulo 2


Escrita por: _LadyJeh e Jssicag

Notas do Autor


Oii,

Sei que andei meio sumida, mas foram muitos problemas para resolver!
Mas aqui estou eu...
Espero que gostem!
<3

Capítulo 2 - Capítulo 2


Hermione despertou com o cheiro bom e aconchegante de café, e mesmo que sem qualquer intenção, ela já havia associado aquele cheiro ao seu superior. Levantou a cabeça que estava deitada sobre a mesa, entre seus braços, e notou que havia realmente cochilado por mais ou menos 40 minutos. E apesar de ver a xícara de café fumegante ao seu lado, Severus não estava no laboratório.

Levantou-se e se espreguiçou. Apesar de pouco tempo naquela posição, os músculos das costas reclamavam. Enquanto ela realizava o movimento, deixou cair o casaco de Severus no chão, e ela mais que rapidamente o pegou.

Sorriu ao aproximar o casaco do nariz e respirar fundo. Era um cheiro amadeirado que lhe dava a sensação de segurança e tranquilidade. Lembrava-se de quando tudo aquilo se tornara um hábito, de quantas vezes ele colocara o próprio casaco sobre os ombros dela, nas inúmeras noites que passavam fazendo análises e mais análises. Dos copos de café a sua frente no exato momento em que despertava, e das vezes que trazia o almoço para ele ou até o café da manhã. Tinham o que muitos chamavam de amizade, apesar de quase não saber nada sobre a vida dele.

Severus sempre fora muito fechado, nunca falava sobre sua vida pessoal, e Hermione mal conseguia arrancar alguma informação quando conversavam. Mas ela o entendia bem, também não gostava muito de conversar com ninguém sobre sua vida e seus problemas.  Mas tinham, aquela ligação. No começo, assim que entrou na empresa, teve alguns conflitos com ele. Severus não facilitara em nada no início e raramente se falavam. Mas assim que percebeu o quão solitário ele era, ela entendeu tudo e passou a fazer o possível e o impossível para se darem bem. Sabia o que era ser uma pessoa solitária, sabia o quanto era uma vida triste, afinal depois da morte de sua mãe, seu pai se fechara em um mundo só deles. Ninguém mais existia para ele além de Hermione, e ela sempre sentira muita pena dele.

Hermione bebeu o café e notou que estava sozinha. Pegou sua bolsa e foi até o banheiro se ajeitar. Quando voltou encontrou Severus colocando alguns papeis em sua pasta.

- Bom dia Severus! – disse com um sorriso.

- Bom dia Granger! – disse olhando-a rapidamente e voltando a se concentrar nos papeis. – Eu finalizei os últimos detalhes, e parece-me que terminamos tudo para segunda.

- Obrigada, sinto ter cochilado.

- Não se preocupe. Vá para casa e descanse. Segunda será um dia longo. – ele disse e Hermione suspirou.

- Ok. Descanse também. Você está precisando. Nos vemos na segunda! – disse acariciando gentilmente as costas dele e sorrindo.

Hermione saiu do laboratório deixando Severus atordoado, como sempre ficava quando ela o tocava, ou quando ela lhe sorria. Precisava admitir que desde que conhecera Hermione sua vida mudara. Estava acostumado com a completa e total solidão, não sentia falta de outras pessoas, vivia bem. Mas bastou que ela entrasse pela porta, com seu sorriso doce e sua mania de se importar com os outros e pronto... foi o seu fim.

Tentou evita-la no início, afinal sempre funcionara e não era atoa que aquele cargo era o que tinha maior rotatividade de funcionários em toda a empresa. Pessoas fracas, ele pensava, que não suportavam a mínima pressão. Mas não Hermione. Não, ela não. Hermione resistira firmemente a todas as provas que ele impôs a ela, cada mal resposta, cada desafio. E não importava o que ele dissesse, ela resistia e sempre devolvia uma resposta delicada ou um ato de gentileza. E assim conquistara um local no coração de Severus, um local que ele pensou não existir mais, um local onde muitos pensavam que nem existia em pessoas como Severus. Mas lá estava, juntamente e tão grande quanto, o medo da rejeição.

Ele já passara por situação semelhante, e sabia que não conseguiria passar por aquilo novamente. O medo de que ela não lhe sorrisse mais, ou não o tratasse como o fazia acaba com ele. Afinal, ela era alegre, doce, gentil e bonita, independente do que os outros comentassem ele a achava perfeita, e ele, bem ele se achava um velho sem grandes perspectivas, rabugento e com grande tendência ao mal humor. Jamais conseguiria fazê-la feliz, jamais daria a ela o que ela precisava. E isso sempre o deixava um ou dois dias amuado, até que como sempre, Hermione o fazia sorrir de alguma bobagem e tudo voltava ao normal.

Severus terminou de reunir os documentos que iria analisar e saiu dali pensando se algum dia teria coragem suficiente para contar a ela tudo que sentia.

---------.-------.---------.

Hermione chegou em casa exausta e percebeu que Harry já havia saído. Olhou para o relógio e viu que poderia se dar ao luxo de um breve cochilo. Se deitou na cama e um par de olhos azuis voltou a povoar os seus sonhos.

Acordou assustada com o telefone tocando. Era Gina.

- Alô?

“Bom dia Mi. Você estava dormindo? – perguntou percebendo o tom de voz da amiga – Me desculpe! Quer que eu ligue mais tarde?”

- Não Ginny. Não se preocupe, eu já deveria ter levantado há um tempo. – respondeu em meio a um bocejo.

“Ah sim. Bom, eu liguei para saber como você está e tal, e perguntar se tem algum problema eu chegar alguns dias mais cedo?”

- Claro que não, pode vir quando quiser. Só me avisa o dia para que eu possa ajeitar tudo por aqui.

“Muito obrigada Mi. Então, as coisas por aqui se adiantaram e eu chegaria ai amanhã; tem algum problema?”

- Amanhã? Não Gina, é claro que não tem problema.  Vai ser incrível ter você aqui conosco.”

“Ai que bom amiga, estou com saudades de vocês! Não vejo o Harry há anos! Mal vejo a hora de chegar ai, temos tanto o que conversar! Infelizmente agora eu tenho que ir, estou sendo convocada aqui no estúdio. Te ligo mais tarde para dizer que horas devo chegar tudo bem?”

- Sim sim, estaremos te esperando! – disse Hermione sorrindo e imaginando o chilique que o Harry daria quando soubesse que a ruiva chegaria no dia seguinte.

Desligou o telefone e foi se arrumar. Calça jeans, camiseta, tênis e o casaco. Prendeu o cabelo em um rabo de cavalo e pegou a caixa com o tabuleiro.

Depois que sua mãe faleceu, Hermione e o pai desenvolveram um relacionamento único. Foi uma perda muito difícil para ambos, e eles tiveram de encontrar meios de vencer toda aquela dor. Encontraram no xadrez aquilo que procuravam. Sempre jogavam. Dia e noite. Hermione trocara as brincadeiras de casinha e bonecas pelas tardes jogando xadrez ao lado do pai, ou o vendo jogar com Harry. Não sentia falta das brincadeiras com garotas, além do gosto pelo xadrez, pai e filha compartilhavam, desde sempre, o gosto pela leitura. E tudo isso os uniu quando eles mais precisaram.

Sorriu ao se olhar no espelho. Pegou sua bolsa e seguiu para a clínica onde o pai ficava.  Há sete anos John fora diagnosticado com distrofia muscular progressiva. No início, Hermione pensou que poderia lidar sozinha com aquilo, mas o tempo se mostrou um grande inimigo e com o estado dele se complicando a cada dia, ele decidiu que iria morar em uma clínica especializada, detestava ver todo o sofrimento da filha por conta do seu estado debilitado, e Hermione, mesmo relutante concordou. O visitava nos fins de semana e sempre que conseguia sair mais cedo do trabalho. A única coisa que a tranquilizava era saber que ele era bem cuidado, principalmente agora que já não conseguia mais andar e tinha o movimento dos braços limitados.

Chegou a clínica e foi direto para o quarto do pai. Ali ela conhecia a todos e todos a conheciam. Era sempre doce e gentil e sempre muito querida por qualquer que a conhecia. Deu duas batidas e entrou no quarto.

- Papai?

- Docinho. – disse sorrindo ao ver a filha. – Pensei que não viria hoje!

- Me desculpe o atraso, acabei dormindo um pouco mais. Os dias foram difíceis na empresa nessa última semana. – disse depositando um beijo na cabeça do pai. – Como foi sua semana? Liguei aqui na quinta e me disseram que estava assistindo TV com a Sra Hens. Devo me preocupar com meu posto de garota favorita? – brincou enquanto se sentava de frente para ele.

Ele riu sonoramente e Hermione adorou aquilo. As risadas e sorrisos do pai, antes tão frequentes se tornavam cada vez mais escassas.

- Muito engraçadinha! Primeiro, você sempre foi e sempre será minha garota favorita docinho. E Linda e eu estávamos apenas vendo um filme da nossa época, My Fair Lady  e acabamos nos distraindo.

- Sei, sei... Bom, se você se divertiu já fico feliz!

- Onde está o Harry? – perguntou finalmente dando falta do rapaz.

- Ele disse que iria se atrasar um pouco, mas disse que chega a tempo para jogar com você.

- Bom rapaz ele! Apesar daquela família horrível. Tomara que se case com uma boa garota.

- Também torço por ele papai! O que quer comer no almoço hoje? Pensei em pedir aquele fettuccine do Luig’s  para mudar um pouco as coisas.

- O que você quiser docinho.

- Tudo bem, vou ver com o Harry quando ele vem para ver se peço para ele também. Quer ir arrumando o tabuleiro?

John não disse nada apenas pegou a velha e surrada caixa e começou a colocar as peças. Teve grandes dificuldades, sentia que a doença avançava cada vez mais, mas não queria preocupar a filha e portanto tentou agir normalmente, e assim que terminou, Hermione se virou para ele sorrindo.

- Harry já está a caminho, disse que vai trazer o almoço, mas que é surpresa! Quero até ver com o que ele vai aparecer aqui.

- Se ele aparecer aqui com aqueles sanduíches com gosto de isopor eu juro que deserdo ele. Vamos começar?

Hermione gargalhou enquanto se sentava na cadeira.

- Vamos ver o que tem pra mim hoje! – ele disse esperando que ela movesse a primeira peça como de costume.

- Ah papai, nós jogamos juntos há quase vinte anos, não tem um truque meu que você não conheça ou uma jogada sua que eu já não tenha decorado!

- Muito confiante você docinho, mas esse cão velho aqui ainda consegue aprender novos truques. – disse fazendo um movimento que nunca havia realizado.

- Oh eu posso ver que sim. Por acaso aprendeu ele com a Linda? – disse arqueando uma sobrancelha.

- Talvez. – disse fazendo outro movimento inusitado para Hermione.

- Uhhm. Escondendo o jogo papai? – perguntou assim que moveu sua peça e tentou se concentrar no jogo.

Ele sorriu. E ela parou para observa-lo. Cada dia aparentava estar mais velho. Cabelos brancos, traços de expressão, um olhar que continha cada vez menos brilho. Seu coração se apertou, mas sorriu para despista-lo.

- Docinho, quero te fazer uma pergunta há muito tempo, e hoje acho que é o dia. – Hermione tremeu levemente, será que seria aquela pergunta. Respirou fundo. Tinha pesadelos com aquilo todas as noites, mas ainda não se sentia pronta para falar sobre aquilo. Respirou fundo, tentando não parecer afetada com aquela possibilidade.

- Você e o Harry estão juntos? – aquela pergunta trouxe ao mesmo tempo alívio e uma vontade de rir que ultrapassava qualquer coisa. E começou a gargalhar na frente do pai.

Quando finalmente conseguiu parar de rir o suficiente com aquela pergunta, olhou para o pai e segurando em sua mão lhe disse.

- Não papai. Eu e Harry não estamos juntos! E você mais do que ninguém deveria saber. Nós somos como irmãos.

- Eu sei docinho mas eu precisava perguntar. Afinal, você está sozinha há um tempo, e eu me preocupo com você. Ele é um bom garoto, e quero que encontre alguém que possa te fazer feliz, como a sua mãe me fez.

Hermione se levantou e foi até o pai e o abraçou.

- Ah papai, você sabe como é. Tenho trabalhado muito, e não tenho muito tempo para sair, e nem quero muito. Muitas coisas para fazer. E também nós dois sabemos que eu não sou lá muito bonita e ...

- Hey, ele disse a afastando e a olhando nos olhos. Não existe nenhuma mulher no mundo mais linda que você docinho.

- Ah papai...

- É verdade, você tem muito mais da sua mãe do que imagina. O mesmo olhar, as mesmas bochechas. – ela sorriu – e o mesmo sorriso. Você pode até tentar esconde-los, mas eles estão aqui.

- É pode até ser, mas se esqueceu dos complementos. Das sardas, dos óculos e claro do meu cabelo.

- Para mim, tudo só te deixa ainda mais bonita docinho.

Ela voltou a sorrir e no mesmo instante Harry abriu a porta.

- Alguém com fome? – perguntou entrando com algumas sacolas.

- Depende do que você trouxe! – disse John semicerrando os olhos para o moreno.

- Não se preocupe, nunca mais colocarei outro Mcdonald na sua frente!  - disse colocando uma das mãos sobre o peito como uma promessa solene.

- Acho bom!

Hermione arrumou a mesa e serviu as refeições de cada um. Era o momento que ela mais gostava da semana. Estar ali sentada com seu pai e seu melhor amigo era a melhor coisa que ela tinha.

- Eu ainda me lembro de vocês dois indo para a escola. Dois desajustados.

- Nem me lembre disso papai! Você usava umas roupas enormes do seu primo, lembra? – disse apontando o garfo para Harry. - E claro, ele assustava todo mundo, mesmo sendo de outra escola.

- E como me lembro. Os anos morando com meus tios foram inesquecíveis... – disse se recordando. – E você usava aquele aparelho horrível, lembra?

- Ai, precisava lembrar disso?! Aqueles apelidos ainda magoam. E eu culpo o senhor por ter aqueles dentões. Sua parte da genética. – disse olhando para o pai.

- Mas vejam o lado bom. Foi por serem desajustados que se tornaram amigos. E tinha aqueles outros amigos, como era mesmo o nome daquela família... ah sim, os Weasleys.

Harry engasgou no mesmo instante se lembrando da ruiva.

- É verdade. Gina ão era uma desajustada, e mesmo assim era nossa amiga! – disse Hermione e recebeu um olhar de Harry que a fez rir.

Os três ficaram conversando e jogando por horas até que a noite chegou e Hermione e Harry precisaram ir embora e após uma despedida, Hermione combinou com o pai que voltaria no dia seguinte.

No táxi de volta. Hermione recostou a cabeça no ombro de Harry.

- Sabe Hermione, eu estava pensando. Não tenho motivos para ficar ansioso com a visita da Gina. Nós somos adultos, faz anos desde aquele incidente e caso não dê certo eu posso passar alguns dias na casa do Neville.

- Então você está tranquilo com a vinda dela? – perguntou Hermione.

- Sim. Completamente.

- Que bom! Porque ela adiantou as coisas e chega amanhã.

- AMANHÃ? – Harry deu um pulo no assento que ate assustou o motorista e Hermione começou a rir. – Como assim, amanhã?

- Ginny me ligou pela manhã e perguntou se poderia vir alguns dias antes.

- Ah, e quando você pretendia me contar?

- Quando chegássemos em casa.

Harry se virou para a janela. Não estava preparado para rever a ruiva que mexera tanto com ele quando era jovem.

Chegaram em casa e Harry continuava emburrado. Foi direto para o quarto, não ficando nem mesmo para comer o que restara da pizza da noite anterior. Hermione o compreendia. Ela sabia que Harry realmente gostara daquela garota, mas realmente acreditava que ele já havia esquecido tudo aquilo, afinal ele seguira em frente, mas parecia que ela estava enganada. Foi dormir pensando que se aquela visita deixasse Harry triste ela jamais se perdoaria.

Naquela manhã Harry parecia estar com um humor um pouco melhor. Foram novamente visitar John e almoçar com ele, contudo se despediram mais cedo para poder receber Gina que chegaria a tarde.

Já em casa Hermione resolveu tomar um banho, enquanto Harry novamente pedia comida. Se sentou no sofá para assistir um filme qualquer quando ouviu a campainha.

- Foram rápidos hoje! – disse abrindo a porta.

No lugar do entregador estava uma mulher ruiva de olhos castanhos claros, segurando uma bolsa e com algumas malas ao seu redor.

- Oi! – ela disse sorrindo e Harry sentiu seu coração saltitar.

- Olá! – disse finalmente após alguns segundos, engolindo em seco.

- Eu posso entrar? – perguntou ainda sorrindo.

- Claro! Me desculpe. – disse dando passagem e a ajudando com as malas.

 Gina parou no meio da sala e ficou olhando para Harry.

- Quanto tempo hein?! – disse ainda sorrindo e ela não conseguia negar, ela mexia com algo em seu interior, ao mesmo tempo que um alerta soava em sua cabeça “Perigo! Perigo! Perigo!” – Senti saudades!

Gina se aproximou e o abraçou.

- Também senti a sua. – disse quando se separaram. E ele precisou se controlar para não fechar os olhos quando o cheiro floral que saia dela invadiu suas narinas. Era o mesmo de quando eram adolescentes.

- Onde está a Mi?

- No banho. Quer alguma coisa? – perguntou ele seguindo para a cozinha com o intuito de se afastar dela, o que não resolveu porque ela o seguiu.

- Não, obrigada.

Os dois ficaram em silêncio por um bom tempo, até que Hermione finalmente entrou na sala. Ficaram horas conversando e relembrando os velhos tempos, assunto que deixara Harry desconfortável. E não ajudava em nada os olhares que a ruiva lhe lançava.

Hermione percebera tudo e tinha certeza que os próximos dias poderiam ser os melhores ou um perfeito desastre e no final, seria tudo culpa dela.


Notas Finais


Oii,

sei que o cap não focou muito no lindo do Snape, mas como disse fic longa
e com longo desenrolar!

=**


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