1. Spirit Fanfics >
  2. Pela luz dos olhos teus... >
  3. Capítulo 23

História Pela luz dos olhos teus... - Capítulo 23


Escrita por: _LadyJeh e Jssicag

Notas do Autor


Oii amores!
Olha eu aqui de novo!
Venho com boas e más notícias: a boa é que tem mais capítulos praticamente prontos para serem postados, e a má é que entramos na reta da história!

Espero que estejam gostando e aproveitem...

Capítulo 23 - Capítulo 23


Capítulo 23

Se levantara mais cedo que ele naquela manhã e fora preparar uma xícara de café para afastar o sono. Fora surpreendida por ele lhe abraçando e lhe acariciando sedutoramente, mas conseguiu fugir ao alertá-lo que já estavam na hora de sair.

Hermione dormira muito mal naquela noite. As várias variações do sonho com Severus ficavam cada vez mais vividas, se parecendo mais com memórias que com sonhos. E apesar de saber que não eram reais, aquilo mexia com ela. E era nisso que ela estava focada naquele momento, dentro de uma cabine de trem, seguindo para Bideford com Draco.

Ele ainda não lhe respondera seu telefonema, e ela estava ficando preocupada. Não conseguia compreender porquê estava daquela forma, afinal trabalhava e conhecia Severus há cinco anos, por que agora estava sentindo tudo aquilo?

- Está tudo bem, amor? - Draco perguntou segurando a mão dela e ela parou de olhar pela janela para encara-lo.

- Sim, sim. Por que?

- Você está olhando para o celular a cada minuto. Está esperando a ligação de alguém? - perguntou desconfiado.

- Oh não, eu... Eu só estou preocupada com o papai. Faz pouco tempo que ele teve a pneumonia, não sei se já devia estar me afastando dele assim. - ela disse, não mentindo completamente.

- Ele está bem e vai ficar bem. Os médicos não disseram que ele já está praticamente recuperado? - ela assentiu em resposta - Esse final de semana é muito importante Hermione.

Draco a olhou tão intensamente que ela precisou baixar os olhos.

- Minha mãe está louca para te conhecer. Tenho certeza de que se darão muito bem.

Hermione sorriu e se levantou, aquilo a estava sufocando.

- Eu preciso ir ao banheiro, já volto.

Draco assentiu e ela saiu. Precisava de ar, precisava de algo, ou melhor precisava de alguém.

Ligou mais um vez para Severus, e seu coração se apertou quando novamente caiu na caixa de recados.

"Severus, sou eu. Me desculpe estar te ligando de novo. Eu estou a caminho de Bideford,mas não sei bem o que estou fazendo. Eu queria poder falar com você, encontrar a razão na sua voz. Por favor me liga!"

Voltou para a cabine e Draco estava encostado no banco cochilando. Se sentou de frente para ele e ficou o observando. Ele era tão bonito. Nunca em sua vida Hermione achou que um dia iria namorar alguém como ele. Depois de tanto tempo sendo considerada a mais 'feia' da escola. E mesmo depois, na faculdade, era sempre excluída e raramente alguém a chamava para sair, e nunca ninguém como o Draco, que mais parecia uma estátua grega esculpida nos mínimos detalhes. Mas então, por que não se sentia plena? Por que sentia como se estivesse cometendo um erro? Por que não estava feliz?

-#-#-#-# #-#

A viagem para Bideford foi relativamente rápida e assim que chegaram na estação uma limosine os esperava.

Seguiram para a mansão Malfoy, que realmente fazia jus ao nome. Narcisa e Lucius foram os receber. Ambos eram só sorrisos, com o Sr Malfoy mais sóbrio e Narcisa mais animada.

As malas foram levadas para o quarto enquanto os quatro se reuniam para o almoço no terraço.

Cada vez que conversava com os pais de Draco pior se sentia, sem entender porquê. Ela não conseguia se sentir a vontade, e muito menos como ela mesma.

Depois do almoço eles saíram para caminhar pela propriedade. Ele mostrou o pequeno bosque que ficava nos fundos e todos os seus lugares favoritos. Falando com entusiasmo sobre cada um deles, mas Hermione apenas assentiu sem prestar muita atenção. Sua cabeça presa às perguntas que não tinha resposta. Vez ou outra olhando para o telefone, esperando sem saber ao certo pelo que.

Quando voltaram para a mansão para descansar antes do jantar Draco a deixou no quarto e disse que precisava resolver algumas coisas com o pai, e que em breve retornaria.

Assim que ele saiu ela voltou a ligar para Severus. E novamente na caixa de recados.

"Severus, sou eu, de novo, por que você não atende esse celular? Nós chegamos na mansão Malfoy em Bideford. Eles estão sendo muito gentis, mas eu estou me sentindo estranha, como se eu tivesse que estar em outro lugar. Já sentiu isso? - ela perguntou e esperou como se ele pudesse responder - Claro que não, você com certeza é a pessoa mais segura do mundo. Acho que eu só estou sendo boba. Preciso falar com você. Você deve estar se arrumando para o Concerto, espero que aproveite. Por favor, me liga assim que puder."

Decidiu então que deveria ligar para o pai e ver se ele estava bem, e ela agradeceu quando ele atendeu, precisava falar com alguém.

"Alô?"

- Oi pai, como o senhor está?

"Oi Docinho. Melhor agora que estou ouvindo sua voz. E você?"

- Estou bem. Só estava preocupada com o senhor.

"Docinho você nunca soube mentir, vamos me diga o que está acontecendo. Não está gostando da viagem? Lhe trataram mal?"

- Não pai, estão me tratando muito bem. Estão sendo muito gentis e atenciosos. Eu só... Não sei se estou fazendo o certo.

"Fazendo o certo?"

- É, eu não sei se eu deveria estar aqui.

"Por que não filha?"

- Não sei pai, só não parece certo. E eu não sei o que fazer.

"Hermione, eu nunca quis me intrometer na sua relação com esse rapaz, e vou continuar tentando não fazê-lo, mas eu preciso saber, você o ama? O ama de verdade?"

Hermione ficou em silêncio e John continuou.

"Sabe que eu te amo mais que qualquer coisa no mundo e quero o seu melhor. Se essa viagem não lhe parece certa você deve se perguntar o porquê disso. Por que você não está feliz? Por que parece errado? Quando encontrar as respostas para essas perguntas, vai saber exatamente o que fazer"

- Obrigada papai.

- Não por isso Docinho. Estou aqui se precisar. E não se preocupe comigo, Linda está aqui. - ele quase sussurrou o final e deu uma risadinha, que fez Hermione sorrir abertamente.

- Tudo bem papai, juízo viu?

- Te amo Docinho.

- Também te amo papai.

Depois de desligar o telefone, Hermione se jogou na poltrona próxima a cama. As perguntas que seu pai lhe colocara na cabeça, juntamente com as que ela já estava se fazendo estavam a atormentando. Não sabia mais o que era certo. Não sabia responder nenhuma daquelas perguntas, e foi quando uma luz e uma voz surgiu em sua mente. "Não sabia ou não queria saber as respostas?"

Ela então fechou os olhos e se permitiu pensar em todos os momentos em que ela se sentiu realmente feliz naqueles últimos meses.

Viu seu pai, e sua mãe. Momentos em família já quase esquecidos. Viu Harry e Gina. Mas quem ela mais viu, a pessoa que estava com ela nos momentos em que ela se sentiu realmente feliz, realmente viva se chama Severus Snape. E constatar aquilo fez seu coração acelerar e ar faltar em seus pulmões.

"Severus? Mas por que? Como? Quando?"

Ele por si só fazia sua vida feliz. Cada gesto de carinho, que ele na verdade fingia não ter. Todas as vezes que ele a fez rir com seus comentários sarcásticos.

Lembranças do dia no parque, do momento em que ele conheceu John e como foi gentil com ele e como se divertiram. Se lembrou do apoio dele no hospital, de como ficara feliz em vê-lo ali e com isso veio a lembrança do quase beijo, e de todas as vezes em que eles quase se beijaram. Momentos que ela havia ignorado até então.

A falta de ar aumentou ao de recordar do casamento, das coisas que ele disse, da dança que tiveram, de como ela se abriu com ele e... Do beijo. Ela havia o beijado! Por Deus, não. Eles não se beijaram! Ou beijaram? Seria uma lembrança ou apenas uma parte de sonho que ela pensava ser lembrança?

"Calma Hermione, só respire!"

A dúvida a corroía, e ela precisava saber. Precisava falar com Severus, mas mais que isso precisava dizer a ele o que estava sentindo, e talvez ele sentisse algo...

Seu pai estava certo, ela agora compreendia porque estava se sentindo tão estranha. Ela não estava feliz com o Draco, assim como nunca realmente fora e nunca seria. Ele não a compreendia e ela nunca era ela mesma com ele. Ali não era o seu lugar. Ela estava cometendo um erro e precisava corrigí-lo antes que fosse tarde demais.

Falaria com Draco, assim que ele voltasse. Iria embora e precisava encontrar Severus.

Se levantou da poltrona decidida. Já não se sentia estranha. E tudo parecia muito claro agora. Sabia o que tinha de fazer, sabia o caminho que precisava trilhar e estava pronta para encara-lo.

Ouviu a porta do quarto se abrir e Draco entrar por ela.

- Ainda não se arrumou para o jantar meu amor?

Olhou pela janela e viu que a noite já chegara e ela nem percebera.

Draco se aproximou e segurou as duas mãos dela. Ele estava sério, mas tinha um sorriso nos lábios

- Hermione, nós podemos conversar? - ele perguntou a levando para a sacada.

- Claro.

- Eu estive pensando.

- Pensando...

- Sim. Pensando sobre nós.

Ela o encarou. Uma possibilidade passou por sua cabeça e a assustou mais do que ela gostaria. Não esperava que chegasse aquele ponto, o que significava que tinha de acabar aquilo ainda mais rápido.

- Hermione Granger, você aceita se casar...

- Não

- O que?

- Eu disse que não.

- Isso eu ouvi, eu só não... Como assim, não? - ele perguntou indignado.

- Draco, eu... Nós... Boa não podemos fazer isso.

- Por que não? Qual o problema? Eu sei que nós não estamos juntos há muito tempo e que eu nunca fiz nada do gênero. Mas eu quero me casar com você.

- Draco, não dá. Olha, você é numa pessoa incrível, e eu realmente gosto de você, mas... - ela disse virando de costas e olhando pela janela do quarto.

Era uma noite sem lua e Hermione só conseguia ver até onde as luzes do gramado iluminavam. Toda aquela escuridão a remetia a um par de olhos que não abandonava mais sua cabeça há tempos.

- Mas o que Hermione? - ele perguntou já irritado.

- Eu não posso mais continuar com isso. Entenda que nós não somos uma combinação perfeita, acho que nós não somos nem mesmo a melhor combinação. Se nós continuamos juntos só vamos nos magoar com o tempo.

- Combinação perfeita? Hermione nós somos perfeitos um para o outro. Eu nunca me senti assim. Eu nunca pensei em me casar, mas com você tudo ficou diferente.

Ela respirou fundo.

- Draco, você mal me conhece.

- O que? É claro que eu te conheço, nós estamos juntos há pouco tempo, mas eu sei tudo que importa sobre você.

- Não Draco, não sabe. E em parte é culpa minha, eu não fui completamente honesta durante a nossa relação.

- Como assim Hermione?

- Nos estamos juntos há mais de seis meses e você não sabe nada sobre mim. Não sabe que eu adoro ler, não sabe que eu detesto comida francesa. Não sabe nem a universidade que eu me formei. - ela disse e ele a olhou como se ela tivesse enlouquecido - Você nunca nem mesmo me perguntou a minha flor favorita ou o meu filme favorito, nada.

- Hermione, você está se ouvindo? Isso é loucura. Essas coisas não importam. E daí que eu não sei se você prefere rosas ou margaridas. Eu sei o que realmente importa. Sei que você é linda, e você consegue ver quem eu sou. Com você eu sou uma pessoa melhor e você me conhece como ninguém...

- Draco, não dá. Eu pensei que com o tempo as coisas mudariam, ou eu não me importaria. Mas eu estava errada. Eu sinto se estou te magoando agora, mas é o melhor a ser feito. Você vai encontrar alguém que se importe com você e que te ame assim como você é.

- Mas você disse que me amava!

- Eu estava enganada. Eu nunca quis te machucar... Eu só... Eu pensei que daria certo. Que seria mais um clichê da garota feia que fica bonita e termina com o príncipe encantado. Mas as coisas não são assim. Eu só... Sinto muito.

Os dois ficaram em silêncio e Draco entrou para o quarto e Hermione ouviu o som de algo se quebrando. Ela entrou e viu os cacos de um copo e ele se servindo uma dose de vodka.

- É melhor eu ir. - ela disse já pegando a mala.

- Não vá. - seu tom parecia miserável. - Nós podemos fazer dar certo. Eu vou mudar, vou saber tudo sobre você. Só não me deixe.

- Sinto muito! - ela disse saindo pela porta e apesar de se sentir mal por deixá-lo, sentia que estava fazendo algo certo, pelos motivos certos, pela primeira vez em meses.

-#-#-#-#-#-#-#-#

Chamou um táxi e assim que entrou no carro pegou o celular, sabia que aquela hora o Concerto já teria acabado e ele deveria estar voltando para casa. Ligou e torceu para que ele atendesse.

O telefone chamou uma, duas, sete vezes e acabou caindo na caixa de mensagens de novo.

"Severus, eu não acredito no que eu estou fazendo! Aí meu Deus. Eu estou indo para a estação de trem. Acho que eu enlouqueci. O Draco me pediu em casamento, e eu... Eu simplesmente não pude aceitar. Aqui não era o meu lugar, mas eu acho que eu sei onde é. Severus, se você ouvir essa mensagem, por favor amanhã cedo vá até aquele parque onde nós nos encontramos quando você conheceu o meu pai. Eu preciso te dizer algo."

Chegou na estação rapidamente e comprou seu bilhete de volta para casa. Seu coração palpitava e ela mal continha a emoção.


Notas Finais


E então?

Prometo responder os comentários em breve.

=*


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...