História Pele de Cordeiro - Sakura

Sasuke estava demorando. Já estava irritada novamente, costas contra a porta de madeira do escritório, rolando os dedos pela tela do celular, sem realmente ver as fotos que deslizavam à minha frente, quando recebi uma mensagem.

 Linda, Deidara chamou a polícia, sai daí agora.

- Caralho – Corri até o sofá catando meus sapatos no caminho. Coloquei o vestido por cima da cabeça, puxando a barra pelos quadris enquanto digitava para Karin freneticamente.

Me encontrs no portao, irgenteeeeee

Mergulhei no mar de pessoas, distribuindo cotoveladas e empurrões, até que saí do outro lado. Karin chegava ao portão da entrada na mesma hora, olhando ao redor com a testa franzida. Nem sequer diminuí o ritmo, agarrei seu braço e a arrastei atravessando a rua até uma ruela perpendicular que estava em profunda escuridão.

Quando nos agachamos atrás de alguns arbustos, ouvimos as sirenes da polícia se aproximando. Larguei-me sentada na calçada suja com um suspiro aliviado. Tinha sido por um triz.

- Puta que pariu, Sakura, que merda é essa? - Ela olhava pela esquina, a cabeça por cima das plantas. Podíamos ver as luzes vermelhas e azuis se revezando refletidas no asfalto.

Quando a música foi desligada, ouvimos o burburinho generalizado, algumas pessoas, felizardos que conseguiram fugir, correram pelas ruas ao redor. A polícia acabaria com a festa, mas encontraria os claramente menores de idade e os muito bêbados. Não tinha mesmo muita coisa para a polícia fazer na nossa cidade.

- Vamos para a rua de trás pedir um Uber – Karin se levantou.

- Ai meu Deus, quase a gente se fode – falei batendo as mãos pelo vestido, limpando a sujeira.

- Como você ficou sabendo disso?

- Sasuke.

- Depois que você sumiu, achei que vocês estariam ocupados com outra coisa - Ela me olhava interrogativa.

Contei a ela as desventuras da noite enquanto caminhávamos no escuro. Ela precisou parar para segurar a barriga enquanto ria:

- Todo esse entretenimento é impagável, Sakura.

- Não consegui encontrar minha calcinha – estava me esforçando para não rir também.

Ela olhou para minha cara e explodiu em risos de novo.

- Melhor. Aniversário. Da. Vida. - falou pausadamente.

Embora eu estivesse frustrada, um sorriso estava grudado na minha cara. Depois de tanto drama, estar com Sasuke tinha sido perfeito. Sentia a adrenalina correndo nas minhas veias, sentia que estava viva, só ele poderia fazer eu me sentir assim.

- Obrigada, Karin. Por me empurrar naquela cozinha.

- Feliz aniversário, idiota – Ela me abraçou forte.

Quando estava de banho tomado, deitada em minha própria cama algum tempo depois, rindo das fotos dos meus colegas bêbados e lendo nos comentários quem tinha se ferrado com a polícia, recebi uma mensagem de Sasuke.

Conseguiu fugir? Desculpe te deixar lá, tive que correr.

Eu tinha ficado chateada, mas entendia que ele também não poderia ter sido encontrado lá. Mesmo que ele estivesse relativamente seguro como convidado do Deidara, eu teria que ter fugido de qualquer forma, não teríamos mais nos visto no fim das contas.

Sem problema. Um minuto a mais e eu estaria atrás das grades. Foi um aniversário muito emocionante – Respondi.

É seu aniversário? Como você não me contou?

Até onde eu lembro, minha boca estava ocupada - Provoquei. Eu estava com o tesão de semanas acumulado.

Você não tem piedade, seu pequeno demônio?

Eu ri, mordendo o lábio, um pouco desconfortável debaixo das cobertas.

Não – respondi simplesmente.

Você quer eu te diga o que eu vou fazer com você depois dessa resposta malcriada?

Não acreditava que a noite ia acabar em sexting, tampei meu rosto acalorado tentando me acalmar. O telefone vibrou na minha mão, acompanhado de uma música alta. Atendi rapidamente para que ninguém em casa acordasse com aquele barulho.

- Oi – falei sussurrando.

- Oi, linda – a voz rouca no meu ouvido fez com que me derretesse um pouquinho – pode falar?

- Não muito, alguém pode me escutar, já tá todo mundo dormindo.

- Eu não estou com nenhum sono, você está?

- Não…

- Ótimo. Não precisa falar nada, só me escuta.

- Tá – engoli em seco de expectativa.

- Eu quero que você tire a roupa.

- O que? - Ouvi uma risada maligna do outro lado da linha.

- Você me atiçou, agora quero ouvir você gozando.

- Ai meu Deus – Pulei da cama e tranquei a porta do quarto, melhor prevenir. Puxei minha camisola pela cabeça e me escondi debaixo das cobertas, deslizando a calcinha pelas pernas - Pronto – falei num fio de voz, mordendo a ponta do meu dedão.

- Tira uma foto para mim.

- Não – eu ri.

- Que maldade! Mas tudo bem, ainda lembro bem da sua carinha me chupando mais cedo. Queria puxar seu cabelo igual naquela hora e beijar aquela pintinha que você tem no seio esquerdo.

Levei a mão até onde ele havia mencionado, agarrando meu próprio peito enquanto imaginava que era a mão dele ali. Apertava as coxas uma contra a outra, me contorcendo lentamente de olhos fechados.

- Você já está sem ar, amor? Eu também não vou aguentar muito. Porque você não se toca?

Desci minha mão deslizando pela minha barriga, encostando os dedos no ponto em que estava mais necessitada, gemendo baixinho.

- Você é gostosa demais, Sakura. Você tá tão molhada quanto esteve na minha boca?

- Uhum – Não estava mais em condições de formular respostas apropriadas.

- Agora eu quero que você rebole nos seus dedos, devagar.

- Rápido – arfei.

- Não, bem devagar, amor. E geme pra mim.

Eu podia ouvir sua respiração pesada no meu ouvido, o que só me deixava mais excitada. Ele estava me torturando. Introduzi dois dedos em mim, me imaginando sentada nele. Não demorei trinta segundos para me encontrar arfando, revirando na cama, suor começando a brotar no meu pescoço debaixo da coberta, enquanto ele também explodia, um gemido estrangulado no meu ouvido.

- Queria você aqui – falei pra ele depois que recuperei o fôlego.

- Vem aqui amanhã – ele recuperava o ar – quero te dar um presente de aniversário.

- Sei que presente é esse – falei insinuante, não que eu fosse reclamar.

- É sério – ele riu suavemente – vem me ver.

- Vou.

- Tá. Boa noite, Sakura,  até amanhã.

- Boa noite, Sasuke.