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História Pelo olhar dele - ACOTAR - Capítulo 10


Escrita por: AliceAlvaredo

Notas do Autor


Oi gente lindx!!
Lá vamos nós com esse reencontro de destruir nossos corações!
Espero que gostem. 💜

Capítulo 10 - Capítulo 10


Fanfic / Fanfiction Pelo olhar dele - ACOTAR - Capítulo 10

Os dias se passaram e eu ainda via Clare em meus pensamentos, assim como via meus homens mortos por Amarantha e outros mortos por mim em nome dela. Eles me assombravam a cada momento do meu dia e o corpo da humana estava lá, pregado nas paredes da caverna, para mostrar a todos quem mandava em Prythian. Amarantha vencera, ela sabia disso quando olhava para todos os Grãos-Senhores com cara de derrotados.

Uma semana se passou desde que Clare fora capturada e a cada dia que passava Amarantha se mostrava mais entediada, não sentia mais prazer em brincar com aquele corpo violado por seus machos. Por mais que eu sofresse pela humana, certa paz me consolava, ao saber que a outra humana estava a salvo, longe dali. Mas quem era eu pra decidir quais das humanas mereciam morrer? Era só mais lâmina que eu enfiava em mim quando pensava nas atrocidades que causei a Clare.

 

Desde que Tamlin chegara Sob a Montanha, pensei que meus dias de vadia acabariam, mas me enganei mais uma vez, ele continuava a negar ardilosa e eu era obrigado a satisfazê-la, mas com isso estava me infiltrando cada vez mais nos planos de Hybern, a Grã-Rainha confiava mais em mim, então valia o sacrifício. Agora que Amarantha havia conquistado todas as terras, provavelmente o Rei Hybern daria sequência em seus planos e eu precisava estar perto para encontrar uma maneira de proteger a minha corte, a minha família.

Amarantha não participava mais das refeições com seus prisioneiros, mas exigia que nos encontrássemos no salão do trono em algum momento do dia para celebrações, para que ela pudesse expor seu prêmio a todos. Tamlin era obrigado a se sentar ao lado dela como seu acompanhante, ele, assim como sua corte, permaneceu com a máscara. Todos os dias ela esperava que ele a aceitasse, mas como ele não o fazia, ela o obrigava observar Clare pregada, destruída, a expondo como um troféu, mal sabia a ardilosa que isso não fazia diferença nenhuma para ele.

Eu ficava no fundo do salão, assombrado pelos meus pensamentos, só saía de lá quando era convocado por Amarantha, que quase o não fazia, valorizando seus momentos com seu amado, ou melhor, com sua obsessão.

Tudo ocorria como todos os dias, até que Attor entra no salão arrastando alguém pelos braços, alguém que eu não conseguia reconhecer de longe, ainda mais com o movimento de feéricos alvoroçados conforme eles entravam no salão, porém senti cada célula do meu corpo congelar de pavor.

Então a vi! ERA ELA! A humana que eu havia protegido entregando outra no seu lugar, a humana que amava Tamlin e que não quebrara a maldição, a humana que me fez sair de Sob a Montanha para encontrá-la, me fazendo seguir seu cheiro entre a multidão.

Todos se aproximavam conforme ela era levada mais perto do trono. Quando enfim chegou perto, Attor a empurrou para frente e ela caiu no chão de mármore. Observei a cena entre a multidão, enquanto meu coração parecia querer fugir de mim. Vê-la tão fraca e tão inábil nas mãos dele me fizeram fervilhar de ódio, precisei me controlar para não destruí-lo naquele instante. Ela tentou se levantar, mas não conseguiu provavelmente tonta com a agressão, então se manteve no chão, se mantendo abaixada, mas seus olhos seguiram para a plataforma onde Amarantha se encontrava sentada em seu trono preto.

Tamlin estava sentado no trono ao lado, sem expressão, parecia uma estátua, os olhos não se arregalaram, a boca não se contraiu, nenhuma garra, nenhuma presa... Não entendia como ele conseguia manter aquela inexpressividade, não enquanto tudo dentro de mim revirava, logo eu que nem a conhecia.

- O que é isto? – perguntou Amarantha, o tom de voz aumentando e lançando um sorriso de víbora à humana.

- Apenas uma coisa que encontrei lá embaixo – sibilou Attor e disparou sua língua bifurcada entre os dentes afiados, batendo suas asas uma vez e as fechando atrás de seu corpo.

- Obviamente – ronronou Amarantha. A humana estúpida encarava Tamlin`, que se mantinha inexpressivo diante daquela cena. – Mas por que eu deveria me incomodar com ela?

Attor deu uma risadinha e a chutou na lateral de seu corpo, com aquele pé cheio de garras, rasgando sua túnica.

- Diga a Sua Majestade por que estava espreitando pelas catacumbas, por que saiu da velha caverna que leva até a Corte primaveril. – ele a chutou mais uma vez e pude ver suas garras arranhando as costelas dela. – Diga a Sua Majestade, lixo humano.

Ela se colocou de pé com cuidado e um calafrio me percorreu.

- Vim reivindicar aquele que eu amo – disse ela baixinho e olhou para o macho loiro com máscara esmeralda, que agora a encarava.

- Ah? – disse Amarantha, inclinando o corpo para frente.

- Vim reivindicar Tamlin, Grão-Senhor da Corte Primaveril.

Humana estúpida!

Um arquejo ecoava pela corte reunida. Mas Amarantha virou a cabeça para trás e gargalhou... com o riso de um corvo. Então se virou para Tamlin, os lábios retraídos em um sorriso malicioso.

- Você certamente se manteve ocupado durante todos aqueles anos. Desenvolveu um paladar por bestas humanas, foi? - Ele não respondeu, continuava com o rosto impassível, enquanto o ódio crescia em Amarantha. – Mas – ela continuou devagar, enquanto todos no salão encaravam a humana – Isso me fez pensar, se apenas uma garota humana podia ser levada depois que ela matasse sua sentinela... – Os olhos de Amarantha se iluminaram. – Ah, você é delicioso. Deixou que eu torturasse aquela garota inocente para manter esta aqui em segurança? – senti o embrulho dentro de mim por ter feito o mesmo. – Sua coisa adorável. Conseguiu mesmo que um verme humano o amasse. Maravilhoso. – Ela bateu palmas, e Tamlin virou o rosto para longe dela.

- Solte-o – A humana estúpida dissera mais uma vez, tentando manter a voz equilibrada.

Amarantha gargalhou de novo.

- Me dê um motivo para não destruir você agora, humana.

- Você o enganou, ele foi injustamente aprisionado. – Tamlin paralisara.

Amarantha estalou a língua e passou a analisar seu anel com o olho Jurian, que revirava dentro da capsula encarando tudo.

- Vocês bestas humanas são tão pouco criativas. Passamos anos ensinando poesia e discurso refinado a vocês, e isso é tudo em que conseguem pensar? Eu deveria arrancar sua língua por desperdiçar tudo. Mas estou curiosa. Que eloquência será vertida de sua boca quando contemplar o que deveria ter acontecido a você? – Amarantha apontou para trás, para o corpo de Clare e a humana virou para olhar o que ela apontava.

No meio da multidão eu via aquele rosto delicado e pálido desfalecer com a culpa que ela provavelmente sentia. Eu me sentia igual.

- Talvez eu devesse ter ouvido quando ela disse que jamais tinha visto Tamlin – ponderou Amarantha. – Ou quando insistira que jamais gostara de um feérico, jamais caçara um único dia na vida. – as lembranças de Clare me abalavam conforme as palavras saiam da Grã-Rainha. – Mas os gritos foram deliciosos. Não ouvia música tão boa assim fazia séculos. – aqueles mesmos gritos me assombravam todos os dias, mesmo sabendo que não eram de dor. – Eu deveria agradecer a você por dar a Rhysand através dos pensamentos de Tamlin o nome dela em vez do seu.

Por um breve momento senti o chão desabar abaixo de mim, de tanto que me culpava pelas atrocidades que acontecera a Clare, por saber que a humana que estava ali na minha frente nunca confiaria em mim e por saber que ela corria sério risco de vida, assim como meus planos de me infiltrar em Hybern.

Quando vi as garras de Attor se enterraram nos ombros da humana, virando-a para encarar Amarantha, voltei à realidade.

- Vamos lá, preciosa – falou a Grã-Rainha. – O que tem a dizer sobre isso?

A humana permanecia paralisada, em choque, encarando um Tamlin inexpressivo.

- Ainda deseja reivindicar alguém que faria isso com uma inocente? – indagou a ardilosa baixinho e pude sentir o peso da culpa me dissecando. Eu causara aquilo a Clare.

A amante de Tamlin desviou o olhar dele e passou a encarar a Grã-Rainha.

- Sim – respondeu. – Sim, desejo.

O lábio de Amarantha se retraiu, revelando seus caninos enquanto ela se recostava no trono e cruzava as pernas. Eu só conseguia sentir imenso pavor, sabia como ela era, adorava fazer jogos, com certeza a humana já estava morta em seus planos.

- Bem Tamlin – disse ela, apoiando a mão no braço dele, mostrando que era sua dona. – Não imagino que esperasse que isto acontecesse. – Então gesticulou na direção da amada dele enquanto muitos no salão gargalhavam, muitos forçadamente, mas outros se divertiam realmente. – O que você tem a dizer Grão-Senhor?

Não sei se era a raiva por ele a ter desprezado e se envolvido com uma humana, ou se realmente Amarantha gostava dele e estava com ciúmes, o que sei é que ela fervilhava de ódio e meu corpo praticamente gritava para que eu tirasse a humana dali.

- Nunca a vi. Alguém deve tê-la enfeitiçado como uma piada. Provavelmente Rhysand.

Covarde! Não faria nada para protegê-la? Ele negando conhecê-la e ela se entregando por ele, tão estúpida!

- Ah, essa não é nem uma mentira parcialmente crível. – Amarantha inclinou a cabeça. – Será que... será que você, apesar de suas palavras tantos anos antes, corresponde os sentimentos da humana? Uma garota com ódio no coração por nosso povo conseguiu se apaixonar por um feérico. E um feérico cujo pai massacrou massas humanas ao meu lado de fato se apaixonou por ela também? – Amarantha soltou aquela risada de corvo outra vez. – Ah, isso é bom demais... é divertido demais. – Ela tocou no osso que pendia da corrente e olhou para o olho feito de anel em sua mão. – Imagino que, se alguém aprecia este momento é você Jurian. – disse com um sorriso agradável. – É uma pena que a prostituta humana que você escondia jamais se incomodou em salvá-lo, no entanto.

Enquanto olho de Jurian se remexia dentro da capsula, os meus lutavam para não parar de encarar a humana que eu nem sabia o nome, porém não podia demonstrar aos outros que estava preocupado, então mantive o olhar em todos da cena. Quando olhava para Tamlin tinha vontade de socá-lo até a morte, pois ele ficara o tempo todo ali parado, enquanto ela estava se entregando de bandeja para a ardilosa. Como ele conseguia? Provavelmente não amava a humana como ela o amava, não a ponto de se entregar por ela, como ela estava fazendo por ele.

- As coisas andam terrivelmente entediantes desde que Clare decidiu morrer. Matar você imediatamente, humana, seria chato. – Amarantha disse limpando as unhas, olhando vez ou outra para a humana. Aos poucos minha respiração acelerava, incontrolavelmente. – Mas o destino mexe o Caldeirão de formas estranhas. Talvez minha querida Clare precisasse morrer para que eu me divertisse de verdade com você.

Estremeci e pude ver que a humana fizera o mesmo.

- Veio reivindicar Tamlin? – indagou a Grã-Rainha em tom de desafio. – Bem, na verdade estou chorando de tédio com o silêncio deprimido dele. Fiquei preocupada quando ele não reagiu enquanto eu brincava com a querida Clare, quando sequer mostrou aquelas lindas garras... Mas vou fazer um negócio com você humana. – propôs Amarantha.

Senti o chão se abrir debaixo de mim, com um pavor terrível me assolando. Ela não podia aceitar a proposta daquela louca, precisava tirá-la dali antes que ela o fizesse. Então comecei a me mover discretamente entre a multidão, que estavam concentrados na cena a frente deles.

- Complete três tarefas escolhidas por mim, três tarefas para provar o quão profundo são o senso de lealdade e o amor dos humanos, e Tamlin é seu. Apenas três pequenos desafios para provar sua dedicação, para provar a mim, ao querido Jurian, que seu tipo pode mesmo amar, e poderá ter seu Grão-Senhor. – Amarantha se virou para Tamlin. – Considere isso um favor, Grão-Senhor, esses cães humanos podem deixar nosso povo tão cego de desejo que perdemos todo o bom senso. É melhor que veja a verdadeira natureza dela agora.

Eu não encontrava nenhuma saída, podia sentir as paredes da caverna com feitiços que impediam que alguém atravessasse. Não conseguiria salvá-la.

- Também quero que a maldição seja quebrada. – A humana disparou e eu congelei. Amarantha ergueu a sobrancelha e o sorriso aumentou. Ela percebera o quão tola a humana era, percebera que estava apaixonada por Tamlin e que faria tudo por ele. Ela estava nas mãos da víbora. – Completo todas as três tarefas, e a maldição é quebrada, e nós, e toda a corte de Tamlin, podemos sair daqui. E sermos livres para sempre.

Tudo em mim se destruía mesmo não entendendo o porquê. Um terror irracional e estúpido, afinal eu nem a conhecia, nem sabia seu nome, não sabia nada sobre ela! A única que eu sabia, é que ela nunca sairia daqui com vida.

- É claro – ronronou Amarantha – Incluirei outro elemento se você não se importar, apenas para ver se você é digna de nosso povo, se é inteligente a ponto de merecê-lo. – O olho de Jurian se mexia desesperadamente e quando Amarantha estalou a língua ele parou de se mover. – Complete as três tarefas, ou, quando não aguentar mais, só precisa responder uma pergunta, um enigma. Resolva o enigma e a maldição será quebrada, instantaneamente! Nem mesmo precisarei erguer o dedo, e ele estará livre. Dê a resposta certa, e ele é seu. Pode responder a qualquer momento, mas se responder incorretamente... – Amarantha apontou para Clare.

- E se eu fracassar em suas tarefas? – a humana perguntou. Ela era mais corajosa e estúpida do que eu imaginava.

- Se você fracassar em uma tarefa, não restará nada para eu brincar.

Um calafrio me percorreu a espinha. Era verdade, Amarantha não estava mentindo, estava jogando seus jogos ardilosos. A humana não podia aceitar, ela perderia de qualquer jeito, sua sentença de morte já estava pronta desde que pisara Sob a Montanha.

- Qual a natureza de minhas tarefas?

Ela aceitaria! Precisava tirar ela daquele lugar antes que selassem o acordo. Eu caminhava de um lado para o outro, tentando parecer casual, enquanto procurava em vão uma saída.

- Ah, revelar isso tiraria toda a diversão. Mas direi que você terá uma tarefa todo mês, na lua cheia.

- E enquanto isso? – ela perguntou e passou a olhar para Tamlin.

- Enquanto isso – disse Amarantha em tom afiado. -, deverá permanecer em sua cela, ou fazer qualquer trabalho adicional que eu solicitar.

- Se você me esgotar, isso não vai me deixar em desvantagem?

- Nada além de afazeres domésticos básicos. É justo que trabalhe para se sustentar. – A humana assentiu, mas de alguma maneira inexplicável, pude sentir o ódio que a percorria. – Então, estamos de acordo.

O que eu aprendera nesses anos que passei Sob a Montanha é que Amarantha nunca cumprira um acordo, sempre os fez com brechas para que ela pudesse vencer. Pavor me percorria enquanto assistia aquela cena e vendo que eu era incapaz de fazer algo.

- Se eu completar suas três tarefas, ou resolver seu enigma, fará o que peço?

Não, ela não fará! Meu corpo gritava para ela.

- É claro – disse Amarantha – Estamos de acordo?

Tamlin encarava a humana em tom pálido, primeira reação que vi nele. Aquilo seria a morte para sua amada e ele sabia disso, porém não fizera nada para impedi-la de fechar esse acordo.

- Então? – indagou Amarantha e pude ver Attor atrás da humana se preparando para golpeá-la, enquanto ela olhava para o Grão-Senhor Primaveril mais uma vez.

- Concordo.

Segurei o embrulho dentro de mim enquanto Amarantha sorria amargamente se aconchegando em seu trono novamente. O acordo estava feito, a magia o tinha selado com o estalar de dedos da ardilosa.

- Deem a ela uma saudação digna do meu salão. – disse ela a Attor e por muito pouco não avancei nele. Controlei todos os meus impulsos e obriguei meu corpo a observar a cena que viria.

Attor dera-lhe um soco em seu maxiliar, atirando-a de lado. Outro golpe brutal em seu rosto e pudemos ouvir seus ossos se quebrando. Enquanto ela estava deitada no chão ele lhe dava mais socos contra sua bochecha. Serrei meus punhos. Eu o mataria por isso.

Ela foi jogada longe quando então outro feérico a acertou, mais um hyberiano para minha lista. Três feéricos a espancavam e tudo que eu podia fazer era observar e escutar o crunch de seus ossos se quebrando, enquanto ela gritava de agonia. Gritos que percorriam as minhas veias e me atingiam mais avassaladoramente do que com Clare.

Sangue jorrava da boca dela, ela estava destruída, despedaçada e então ela desmaiou.

E eu jurei a mim mesmo que acabaria com todos eles.


Notas Finais


Pra mim a história oficial fica boa a partir daí e pra vocês?


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