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História Penitência - Amor e Penitência


Escrita por: MadamePrefeita2

Notas do Autor


Olá!
Infelizmente a história chegou ao fim. Espero que tenham gostado, embora seja uma história curta.
Agradeço pelos comentários e favoritos.
Boa leitura!

Capítulo 15 - Amor e Penitência


Quando acordou, Regina estava em seu quarto, deitada na cama enquanto ouvia vozes do outro lado da porta. Exalando um suspiro pesado, ela se viu deixando o quarto e entrando em outro lugar, onde foi tomada por uma alegria repentina e inexplicável. Sua visão era clara, revelando um lugar muito mais bonito do que a vista arrebatadora do alto dos alpes. Regina não sabia dizer exatamente que lugar era aquele, mas teve certeza de que não estava sozinha. Ela viu Killian diante dela, sorridente, o rosto lindo, não mais assombrado, e sem nenhuma preocupação. Seu corpo estava leve e jovem. Seu irmão, como ela nunca tinha visto. Era mesmo ele, e estava íntegro. E lá, ao lado dele, estava Cora, sua mãe. Ela parecia ter recuperado a força e o vigor de sua juventude. Sorriu para ela, um sorriso cheio de bondade. David também estava lá, os olhos verdes acesos e vivos, sem sofrimento, mas em paz. Ele estava abraçado a uma mulher que Regina subitamente reconheceu: era Ingrid, a mãe dele, levada cedo demais. Ingrid a cumprimentou, saudável e forte, parecendo cintilar sob uma luz vívida e indescritível.
Enquanto Regina olhava para aquelas pessoas que de alguma forma ela sabia que amava e era amada por elas, reparou que Emma e Zelena não estavam ali. Então ela olhou para trás, sabendo que deveria voltar para o quarto.
Regina acordou num estado de sobressalto. Olhando para todos os lados, a respiração entrecortada e o rosto suado. Ela chamou por Emma, mas não obteve resposta. Saltando da cama, Regina a procurou pela casa e sorriu ao encontrá-la no jardim. Ela preferiu ocultar o sonho tão real que tivera. Não queria preocupá-la, então limitou-se a observá-la de longe.

Os anos tinham deixado sua marca em Emma, tornando-a mais esguia e encovando seu rosto. Mas, nem mesmo os pés de galinha ao redor dos olhos não conseguiam tirar sua beleza. Emma era uma daquelas mulheres como Cate Blanchett ou Meryl Streep, que seriam bonitas em qualquer idade. As vezes, como agora, quando o sol atingia o perfil dela e a rodeava de luz dourada, ela ficava tão atraente que fazia Regina perder o fôlego. Mas havia ainda mais em Emma que fazia com que Regina se apaixonasse todos os dias por ela. A vulnerabilidade e a força dela a comoviam, e a suavidade do carinho com o qual a tratava a derretia. Regina não conhecia mais ninguém capaz de amar de forma tão profunda quanto Emma.

— Tenho boas notícias — anunciou Zelena. Atravessando o jardim acompanhada do namorado Daniel, ela puxou uma cadeira e se sentou ao lado de Regina. — A primeira é que seu livro será publicado ainda esse ano. E a segunda é que o pedido de adoção foi aceito. Já está tudo encaminhado e a qualquer momento posso receber uma ligação para que vocês assinem os papéis.

Emma e Regina não conseguiam conter a enormidade de suas emoções que estavam transbordando, quebrando umas por cima das outras como ondas. Elas sentiam uma vontade incrível de gritar e rir bem alto.

— Você sabe se é uma menina ou um menino? — Emma perguntou.

— Ainda não. Mas aviso assim que souber.

Elas almoçaram ali mesmo no jardim. Depois que Zelena foi embora, Regina se pôs a lavar os pratos enquanto Emma os enxugava.

— Como era mesmo o nome da sua mãe? — questionou Regina.

— Ingrid. Por quê?

— Bem, eu estava aqui pensando…visto que Zelena não disse nada sobre o sexo da criança… — ela parou um instante e se virou. — Se for menina, pensei em Cora Ingrid.

— Cora Ingrid? Você só pode estar de brincadeira.

— Não estou, não. Por que está falando assim?

— Você ainda pergunta? Parece o nome de uma avó.

— Não é verdade.

— E se for menino? Aposto que você pensou em David Killian.

— Na verdade eu pensei em Killian David.

— Qual é a diferença?

— A diferença é que Killian David soa melhor do que David Killian.

— Não acho. Porém, de qualquer forma, vamos deixar a escolha do nome para depois. Quero que me acompanhe a uma loja de jardinagem.

— Você não acha que já comprou apetrechos demais? Para todo canto que olho, vejo material de jardinagem. Então eu olho para o jardim e o que vejo? Bolinhos de terra que parecem um monte de merda.

— Nossa, que bela linguagem. Meus parabéns. Você escreveu isso no seu livro?

Antes que Regina pudesse responder, o telefone celular tocou. Era Zelena, avisando que estava tudo pronto para a adoção.

— Amanhã mesmo poderemos assinar os papéis e trazer a nossa filha para casa — saltando de felicidade, Regina a abraçou sem se importar com a terra espalhada pelo macacão que ela usava.

— Então é uma menina?

— Sim!

— Prometa que não vai chamá-la de Cora Ingrid, por favor! Eu imploro!

— Bem, é uma menina de seis anos e que já tem nome.

— Que ótima notícia! Agora vamos — disse Emma, puxando-a pela mão — Precisamos comprar materiais de jardinagem adequados para ela. E roupinhas também, e luvas, e botas…

[…]

Na manhã seguinte, quando chegaram ao endereço informado, o coração de Regina parecia que ia pular do peito e escapar pela boca.

— Estão demorando muito — disse ela.

— Talvez tenhamos chegado cedo demais — Emma tentava acalmá-la.

Elas se levantaram rapidamente quando uma assistente social apareceu no corredor. Havia uma criança ao lado dela, uma menininha com grandes olhos castanhos e os cabelos da cor da noite. Ela usava um vestido rosa que parecia pequeno demais, e um tênis desgastado sem meias. Regina sorriu, embora os olhos estivessem cheios de lágrimas.

— Veja, Lucy. Essas são as suas novas mamães — disse a assistente, mas a menina não respondeu.

Regina não esperava que ela respondesse. Calculou que Lucy ia falar quando fosse a hora certa. Ela se ajoelhou diante da menininha, olhando para os maiores e mais tristes olhos castanhos que já tinha visto.

— Eu sou Regina, mas você já pode me chamar de mamãe se quiser. E essa é Emma…

— Emma? Como aquelas aves gigantes que não voam? — Regina deu uma risada e então se virou, olhando para Emma. — É isso mesmo, Lucy querida.

— Você vai ser uma boa menina, não vai, Lucy? — perguntou a assistente.

— Ela certamente não precisa ser uma boa menina — Emma falou, piscando para Lucy. — Ela pode ser o que ela quiser.

Embora nunca o tivesse feito, Regina odiava acordar uma criança. Não imaginava que ela dormiria em seu colo, a caminho de casa enquanto Emma dirigia. Já fazia dez minutos que tinham chegado e Regina não conseguia acordá-la.

— Eu vou preparar um banho para ela na banheira enquanto você decide se vai ou não acordá-la — disse Emma, balançando a cabeça em sinal de desaprovação.

— Acorde dorminhoca — ela disse baixinho. — Está na hora de conhecer a sua nova casa com um quarto todo seu.

Piscando e bocejando, ela se sentou. Regina ajudou Lucy a descer do carro e saiu mostrando a casa para ela.

— Depois do banho, aí sim, você vai conhecer o seu quarto.

A banheira já estava cheia e o cheiro do shampoo de morango para crianças estava no ar. Regina fazia perguntas e ela mesma respondia enquanto lavava o cabelo comprido de Lucy e ensaboava seu corpinho. Por fim, quando o banho terminou, Regina a enxugou, secou seus cabelos onde fez duas tranças perfeitas e a vestiu como toda criança merecia ser vestida.

— Você gostou, Lucy querida?

Lucy observou seu reflexo no espelho por um longo tempo. Lentamente, as mãos deslizaram pelas roupas limpas e perfumadas, até tocarem nos lacinhos que prendiam suas tranças. Ela não respondeu a pergunta de Regina, mas os olhos se enchendo de lágrimas fez Regina compreender.

— Será assim de agora em diante, Lucy querida. Eu prometo — ela deu um beijo em sua testa e a levou para conhecer seu quarto e depois o restante do que ainda não mostrara.

Daquele momento em diante, Regina, Lucy e Emma passavam o tempo todo juntas. Assavam biscoitos, assistiam desenhos animados, brincavam no parque e iam ao supermercado. Mas hoje, Emma tinha planos especiais.

— Hoje é dia de cuidar do jardim — ela apareceu com uma caixa de ferramentas nas mãos.

— Sabe o que eu mais gosto da jardinagem? — começou Regina. — Pagar a alguém para fazer isso por mim.

— Ha, ha, ha! Sua mãe é muito engraçada, não é, Lucy querida?

Lucy sorria, ou melhor, dava risada como nunca fizera. E suas rotinas seguiram assim, alegres e reconfortantes. Elas correram pelo jardim, criando pegadas pela terra que Emma espalhara. Depois procuraram borboletas e outros insetos escondidos nas flores, sob os protestos de Regina.

— Emma, se algum inseto morder a minha filha…

— Eu não sabia que os insetos tinham dentes. Você sabia, Lucy querida? — elas abafaram o riso enquanto Regina revirava os olhos.

— Onde está a princesa da titia? — Zelena gritou do portão, atraindo a atenção de todos. — Olha só o presentão que eu trouxe!

Lucy deu um gritinho e sorriu. E foi uma risada tão alta e bonita que aqueceu o coração de Emma e Regina. Ela correu ao encontro de Zelena que trazia uma bicicleta bem pequena, com rodinhas amarelas e cheias de desenhos.

— O que acham de irmos almoçar em um lindo restaurante? Só as meninas, hein?!

Emma começou a rir quando Daniel suspirou ao ser excluído do programa.

— Não faça essa cara. A noite será nossa…

Elas passaram uma tarde agradável e inesquecível. Quando voltaram para casa, já havia escurecido. Quando Lucy adormeceu, Emma fechou o livro que costumava ler todas as noites para que ela dormisse. Ao deixar o quarto, foi até a cozinha e abriu uma garrafa de vinho. Com duas taças nas mãos, seguiu ao encontro de Regina, sentada do lado de fora. Ela parecia admirar os buracos que Emma fizera na grama.

— Um brinde ao nosso jardim? — Emma disse, entregando-lhe uma taça e abrindo um sorriso de provocação.

Regina ergueu a taça e sorriu. O amor que sentia por Emma e Lucy era tão agudo quanto cacos de vidro. As vezes, quando acordava de manhã e procurava por elas em sua cama e não as encontrava, sentia uma saudade tão grande que chegava a doer em seu peito, mesmo sabendo que elas estavam bem ali, no jardim. Regina se aproximou, inclinando-se para beijá-la. Um beijo lento, suave, com o coração. Não havia a paixão e o fogo do sexo naquele beijo. Era tudo o que um beijo devia ser, uma expressão de pura emoção.

— Eu te amo, Emma. Você me ensinou que o amor pode se erguer acima da tragédia e nos dar um caminho para casa.

A conexão entre elas estava mais forte do que nunca. Regina soube, então, como já sabia antes, que, não importava o que acontecesse, sempre amaria Emma pelo que ela lhe havia dado.

— Eu também te amo, Regina. Mais do que tudo nesse mundo.

— Vamos para a cama. Amanhã é o grande dia.

— É verdade. Eu e Lucy estaremos lá, na primeira fila, vendo você apresentar o seu primeiro livro. E sabe de uma coisa? Amor e Penitência será o livro mais vendido do mundo!

FIM!

 


Notas Finais


Espero poder voltar em breve com uma nova história.
Até a próxima!


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