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História Pensamentos Proibidos - Boneca Estilhaçada


Escrita por: CeciliaBento

Notas do Autor


Oi, Balinhas de Hortelã!
Sério eu fiquei de não postar logo... mais foram tantas comentários que não resisti em postar o mais rápido possível. Sério eu posso me viciar nisso! Em ler comentários de vocês?
Tirando isso a parte sim! EU ESTOU MEGA FELIZ!!!!!! Pensamentos Proibidos está sendo super bem aceita, aqui!

OBS: Sakura na capa!
OBSII: Sim, é a Joy do Red Velvet

Capitulo dedicado à:

~dianaebatman02

~Bonni-chan

~Ally-chan-Babi-

~HarlockC

~sasusaku2015

~mike_uchiha01

~Luuh12

~marifihgueiredo

~MegsHaruno

~la_kuran_uchiha

~Clara9812

Capítulo 3 - Boneca Estilhaçada


Fanfic / Fanfiction Pensamentos Proibidos - Boneca Estilhaçada

Os convidados andam pela enorme sala da mansão, Sakura está parada observando um grande cisne de gelo.

- Sorria mais querida, não queremos rumores nessa festa. - Mebuki fala, parando ao lado da filha. 

-Suponho que o olho roxo de Sasuke não faça parte dos planos para atrair a atenção.... - Fala ela sem olhar para a mãe .

- Sasuke foi castigado, ele fez por merecer a propósito, você também será castigada se necessário for. - Mebuki fala com um sorriso congelado no rosto, acena para algumas pessoas.

- Não podem nos controlar como bonecos... - Sakura olha para a mãe incrédula.

- Eu posso! - Mebuki a encara com um olhar frio. - Tente me desafiar e irá junta-se a ele.

Sakura percorre o salão com os olhos procurando por Sasuke, mas, ele não está a vista em lugar algum.

- Onde ele está?

- Sasuke vai passar à noite no porão... o rosto dele estava inchando. - Mebuki sorrir para um garçom, coloca sua taça vazia na bandeja e pega outra cheia. - Não se preocupe boneca, basta fazer o que lhe mandarem e tudo dará certo.

- As pessoas irão perguntar. 

            - E elas saberão que ele esta em uma viajem para fora, por três dias. - Ela acena com a cabeça para Fugaku que acaba de entrar no salão.

Ele aproxima-se das duas sorrindo, seus dentes brancos e retos, o rosto bronzeado e anguloso, até mesmo o modo que o seu cabelo cai na testa é totalmente perfeito. E toda aquela perfeição não passava de uma farsa, um modo de esconder toda a verdade.

Ele abraça Mebuki pela cintura, possessivo e sussurra algo em seu ouvido, ela gargalha jogando a cabeça para trás com leveza, sua risada flutua até Sakura. Era um teatro, eles estavam falando sobre algo que Sakura não podia ouvir.

- Lunático! Como pode fazer isso com o próprio filho? - Sakura fecha a cara.

- Meça as palavras comigo, nada me impede de te levar para a sala do castigo. A propósito filha, tenho uma enorme surpresa pra você.- Ele coloca a mão no ombro da garota sorrindo.

- Não quero nada.- Ela esquiva-se do toque dele.

- E quem disse que você tem alguma escolha? - Fugaku aproxima-se
do ouvido de Sakura. - Sorria querida.

Uma onda de raiva invade Sakura, monstros....Como as pessoas podem ser tão tolas em achar que esses dois são boas pessoas?

Afasta-se deles, caminha pela festa cumprimentando algumas pessoas que passam por ela.

"Idiotas, todos idiotas manipulados!" Pensa.

Um senhor de meia idade vem em sua direção com um enorme sorriso.

- Sakura Haruno, é mais linda pessoalmente. - Ele diz.

- Olá senhor... - ela faz uma breve pausa, espera ele se apresentar.

Algumas pessoas passam por eles sorrindo, a garota sente-se nauseada, reza mentalmente para que ele não note como está enojada.


             - Ah, perdão... Sou Michel, fui eu quem desenhou os vestidos que Mebuki e você estão usando. - Ele abaixa-se e pega a mão dela, faz uma pequena referência e beija-a em seguida.

- É um prazer senhor. - Sakura dá um enorme sorriso como recompensa ao esplêndido cumprimento que ele fizera.

- Me diga, onde está sua mãe ? Tenho que tratar de negócios.- Ele dá uma piscadela pra ela e sorri.

- Ela estava ao lado da escultura de gelo à alguns instantes atrás. - Sakura aponta o lugar de onde acabou de sair.

- Obrigado senhorita. - Michel fala e afasta-se dela, segue em direção ao seu destino.

A garota tenta sair dali sem ser notada e com um pouco de dificuldade, consegue esquiva-se de todos aqueles abutres. Já passava das onze horas da noite e aquela festa ainda estava lotada de pessoas mesquinhas e importantes demais para acordarem cedo.

Suspira aliviada quando passa a chave na porta de seu quarto, aquilo era loucura total. Sua mãe havia finalmente encontrado alguém pior que ela.

Sakura tira os sapatos, joga-os em um canto qualquer do quarto, entra no banheiro e liga as torneiras da banheira, tirando o vestido. Sente-se imunda, usada, precisa de muito mais que um simples banho para se livrar daqueles sentimentos que a sufocam.

Na primeira gaveta do armário embaixo da pia, ela encontra sua velha amiga. Uma lâmina pequena e prateada, brilha de forma doentia, Sakura a pega entre os dedos, olha-se no espelho.

Estava perfeita por fora.

Aperta os olhos com força e prende a respiração, faz um corte pequeno no pulso, o sangue escorre e pinga sujando a pia de louça branca. É engraçado o modo como o cérebro funciona, dando prioridade ao que realmente importa. Todo o sentimental com o que ela não conseguia lidar, toda a dor e frustração saiam por aquele pequeno corte, a dor física era bem mais real e fácil de lidar.

Queria ser forte como Sasuke, sorrir cínica como ele havia feito depois de levar aquela surra mais cedo, contudo, não era. Quando alguém cresce na vida em que ela crescera, não tinha como.

Era a boneca viva de Mebuki.

Como uma daquelas lindas bonequinhas de porcelana, sua mãe as mantinha trancadas na cristaleira, longe das mãos desastradas e sujas de Sakura, ela nunca teve permissão para tocar em uma daquelas lindas e exóticas bonecas, Mebuki tinha medo que as quebrasse, porém, Sakura já havia quebrado a si mesma.

Ela era a boneca estilhaçada.

                                                                                                   *********

O porão é frio, mas, isso não é um problema para Sasuke, seu terno apesar de deixá-lo com aparência de um pinguim, o mantinha quente.

Não adiantava gritar, ninguém ouviria. Tudo graças ao seu pai, ex-fuzileiro, havia feito um abrigo anti-bombas no porão no qual agora chamava-se "sala do castigo" ou como Sasuke gostava "cativeiro".

Ele não estava muito preocupado com o fato de estar ali, tinha seu estoque de sobrevivência, meia garrafa de whisky barato, um maço de cigarros e alguns comprimidos de Vallium. Sasuke havia contrabandeado tudo na cara dura e escondera em uma tábua solta do assoalho.

Ele empurra a velha máquina de lavar para o lado, liberando o seu esconderijo secreto. Com um pouco de dificuldade ele retira a madeira, mostrando o espaço oco repleto com seu kit de sobrevivência.

Senta-se com as costas apoiadas na máquina branca e enferrujada, retira um cilindro laranja com algumas pílulas, aquilo não era o suficiente, mas, teria que dá.

Sasuke nunca sabia quanto tempo ao certo poderia ser mantido ali. Já havia ficado uma semana inteira, por isso, ele tinha aquela tábua oca. 

Empurra quatro comprimidos goela abaixo, dá um longo gole na bebida que queima sua garganta, abraça os joelhos afundando seu rosto entre eles, sorri descarado. Era engraçado como seu corpo estava acostumado com a dormência e letargia das drogas, Sasuke estava quase sempre mais alto do que as pessoas gostariam que ele estivesse.

O lado bom da droga naquela merda de vida era silenciar os sentidos, infelizmente aquilo não silenciava a mente, mesmo grogue ele ainda lembrava de todas as agressões verbais e físicas.

A vida nunca tinha sido boa para Sasuke, não era uma desculpa para ele agir como um babaca de primeira, contudo, era assim que ele agia. Era seu modo de ser ouvido e notado.

Sempre foi o filho modelo, melhor aluno de todo o histórico acadêmico, mas, mesmo assim sofria com as pressões e julgamentos de seu pai. Os abusos eram frequentes e ao descobrir sua origem, tudo desandou.

Sua mãe não passava de uma mulher vulgar e barata, tentara dar o golpe da barriga em um homem bem de vida, ele não a culpava por isso... ele a culpava pelos abusos. Naquela época, seu pai era apenas um estudante iniciando na faculdade, ela se aproximou com sorrisos e pura sedução, a gravidez foi inevitável, achava que Fugaku casaria com ela e lhe daria uma vida boa, coitada não sabia como era tola.

Ele lhe deu uma boa quantia para o aborto, todo o dinheiro que tinha em seus fundos de emergências na época, porém, a vadia sumiu com o dinheiro. Quando ela apareceu, quase um ano depois, foi em forma de uma foto.

Uma foto dela com um bebê nos braços.

Depois disso ela fez várias ameaças, eram telefonemas e até mesmo cartas. O dinheiro nunca era o suficiente, nunca era o bastante.

Para não perder a galinha dos ovos de ouro ela fugiu com o menino, mas, quem diz que ela tratava Sasuke bem? Eu não fui, pode ter certeza disso.

O dinheiro era para ela, para a vida de luxo que ela queria ter. Não suportava olhar para o menino, aquele plano falho, era culpa dele, tudo era culpa dele.

Aquele garoto estúpido estragara tudo! 
 

Quando finalmente Fugaku conseguiu encontrá-lo, tinha quase quatro anos, anemia aguda e a destruição o tornava ainda menor do que ele realmente era.

Mikoto, a primeira mulher de seu pai o criara como um filho, tentara com todas as forças cicatrizar as marcas do menino.

As externas curaram rapidamente, ele ganhou peso e ficou saudável, carinho e boa alimentação curavam quase tudo, porém, algumas coisas se perdem quando se passa por tudo o que Sasuke passou.

O coração é como uma belíssima xícara de porcelana, quando ela se parte podemos colar os pedaços, contudo, as fissuras ficam ali para sempre.
 



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