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História Pequena curandeira (Marcas de ontem) - Ala


Escrita por: Rainha_de_Mirkwood

Notas do Autor


Mais um capítulo no ar!!!

Capítulo 12 - Ala


Luna já havia saído do recinto, passou a mão em sua face, ficara dois dias longe da humana, quando a tinha visto de tão perto ficara até mesmo sem saber de que forma abordá-la, queria estar próximo a ela e ouvi-la outra vez. Seus ouvidos ainda ecoavam a canção de minutos antes, sentiu-se confuso, a imagem de Calen em sua mente o parecia cutucar insistentemente, ao passo que desejava estar mais próximo da curandeira, era muito conflituoso e por um momento se arrependeu de tê-la dispensado daquela forma, percebia que era sensível, muito embora estivesse satisfeito em saber que ela o respondia sem ter medo do que aconteceria, um verdadeiro poço de ingenuidade. 

Estava decidido se esforçaria para ser menos ríspido com ela, agora já mais racional e aceitando o fato de que se importava, todo o jeito dela parecia o convidar a chegar mais perto, desvendar um pouco mais, somado a um certo instinto protetor que estranhamente estava trabalhando contra ele, queria protege-la ao passo que ele mesmo podia ser considerado algo a desestabilizá-la.

As horas se seguiam arrastadas, estava em profunda introversão, então desistiu de racionalizar tanto tudo que se passava com ele, era algo inútil, percebera que quanto mais pensava, menos achava as coisas razoáveis, afinal de contas, nada havia acontecido para que ficasse em tamanho mergulho íntimo.

Deitado em sua cama adormeceu, sua última imagem mental fora a de sua falecida esposa, mas ela não se encontrava em seus sonhos, embora ele tenha com afinco procurado, queria fitar a face de sua amada, sempre inalcançável. Uma imensa lua brilhava no céu, todo esplendor da lua cheia que, acompanhada de suas estrelas coadjuvantes criavam o cenário do sonho do soberano. Já aceitando que não seria dessa vez que desfrutaria do mais leve deslumbre de sua rainha, Thranduil apenas colocou-se a caminhar admirando as luzes que a noite a ele ofereciam.

Percebeu que não muito longe havia um lago que refletia a luz noturna de maneira quase etérea. Havia uma pessoa na água, interesse genuíno o empurrava para frente, já estava quase a margem quando percebeu os contornos, a luz do luar acariciava a pele exposta, parecia realçar a sua cor, os longos cabelos que ele sempre admirara estavam soltos, cascateando por suas costas, tão escuros e brilhantes, quase conseguia sentir dali seu cheiro, os contornos tão femininos, a água cobria seu corpo até chegar a curva de seu quadril, era sua pequena curandeira, mesmo sem ver sua face a reconhecia, deixara de respirar por um breve momento, só para em seguida perceber que seu ritmo estava um tanto irregular, embora a luminosidade não fosse tão intensa, aquilo parecia um tributo a suas formas. Aproximou-se de jeito lento, não queria assustá-la, vê-la de mais perto, isso ansiava. Já tão perto que poderia tocá-la, tomou coragem e o fez.

Alcançou o ombro da dama, quando ela percebera sua presença se sobressaltou, precisava fazer algo.

— Está tudo bem, não vou machucá-la. – sua voz soara terna e rouca ao mesmo tempo.

Desceu sua mão de forma lenta braço da fêmea, seu tato ávido por explorar a derme macia sob seus dedos, foi com imensa satisfação que a sentiu arrepiar-se e estremecer. Com um dos seus braços a envolveu de forma delicada, em seguida a puxou para mais perto, o corpo dela estava tão próximo do dele. Abaixou sua face até sentir o perfume de seus cabelos, o acariciando com sua boca, inalando seu aroma. Um suspiro abandonara os lábios da mulher, Thranduil sentia-se impelido a continuar, descobrindo seu pescoço roçou seus lábios na pele suave e macia de sua dama, sua mão navegava pela pele, acariciando-a, aninhando em seus braços, levantou delicadamente o rosto dela, de modo de que olhasse para ele, ainda com seu corpo colado as costas da jovem, podia ver aqueles olhos tão profundos, escuros como uma noite sem luar, fixou sua atenção na boca tão pequenina e convidativa, colou seus lábios aos dela, de forma quase casta, apertou seu abraço com se isso quisesse fundir seu corpos, desprendendo-se de seu beijo, desceu as carícias novamente em seu cabelo e terminando em caloroso beijo na nuca sensível da doce curandeira, novamente voltou-se a delicada face da moça em suas, beijou-a outra vez, a maciez dos lábios dela o embriagava, tencionava virá-la para si e aprofundar-se em suas carícias, provar o sabor de sua língua, quando tentou aprofundar-se em seu beijo em um segundo tudo se desfez.

Thranduil viu-se sozinho em sua cama, conseguia ainda sentir o toque suave, olhou para as próprias mãos, dolorosamente vazias, seu fôlego era quase escasso, estava excitado, lamentava pelo o sonho ter acabado tão rápido, se tivesse continuado ele poderia ter...

No dia seguinte Luna tentou explorar o lugar, não havia perigos enquanto estivesse dentro dos limites determinados. Ela não cozinhava, assim como cuidar da casa e da roupa, isso tinha sido vetado, Arale achou um absurdo quando ela se referiu a arrumar o quarto e lavar roupa, porém essas tarefas era o que ocupava seus longos dias na cabana, ali no castelo estava ociosa, distraíra o rei duas vezes, isso se contasse a entrevista inicial como distração, inconformada com sua função, não soava nada bem pensar que era um distração. Além de achar que estava desempenhando de forma vergonhosa a tarefa proposta, mas como poderia distrair um elfo? Ela não sabia nada sobre ele.

Disseram a localização do estábulo, nada como animais para distraí-la, não é como se fosse montar em algum deles, mas era melhor do que ficar trancada no quarto. O cavalariço estava curioso, não sabia sobre a existência de uma humana ali.

Havia baias com cavalos dos mais diferentes tipos, eram todos enormes e fortes, julgava que tranquilamente se qualificariam para corridas em seu mundo. O pelo deles era extremamente brilhante e bem cuidado. Havia maçãs no local, prontas a serem ofertadas para os animais, então pedindo permissão ao cavalariço pegou uma e foi até um enorme corcel negro.

— Cuidado, ele é arisco! – advertiu o responsável pelo estábulo.

Recolhendo de leve o vestido Luna apoiou seu pé na madeira que cercava o cavalo, não ignoraria que ele podia ser agressivo, mas na posição que estava um coice não poderia levar. Achegou-se e chegou a maçã próxima de sua cara, então com cuidado tocou o pelo fazendo um carinho um pouco acima do focinho.

— Tem certeza que é arisco? – perguntou, o bicho parecia empurrar-se contra o afago que recebia. Ela o alimentou e mesmo quando já não havia maçã a ser devorada manteve-se o mais próximo que a cela permitia.

Légolas tinha chegado há pouco ali, mas percebera como o corcel estava confortável com a jovem a sua frente. Nunca a tinha visto antes, ficou um tanto curioso, aquele cavalo era conhecido seu, o montara antes, mas mesmo assim era estranho, pois mesmo com o príncipe ele era seco, havia ali outros mais mansos.

— Alteza... – o cavalariço sempre polido preferia ser formal do que tratar o herdeiro real como íntimo.

Légolas viu a atenção da morena se voltar para ele, analisou-a outra vez, era pequena, suas roupas eram lindas e assentavam perfeitamente nos contornos, devia ser de origem nobre, não tanto pela roupa, pois essa ele julgou ser confeccionada ali, mas havia uma aura a mais, talvez estivesse superestimando, afinal se ela se dava bem com “Tempestade” coisa para poucos. Ela fez um cumprimento simples com sua cabeça.

Luna saiu do lugar onde estava, talvez o príncipe quisesse se aproximar exatamente daquele equino e obstruir o caminho seria uma gafe.

— A senhorita é?

— Oi... Quer saber minha profissão, minha espécie ou é meu nome mesmo? – Luna estava confusa.

— Seu nome para começar. – sorriu, era tão expressiva.

— Luna. E vossa alteza? – percebeu os cabelos do elfo a sua frente, assim como os olhos, era muito parecido com Thranduil, poderia ser irmão mais novo?

Légolas ergueu uma sobrancelha, era novata ali, com toda certeza, estava ainda mais curioso.

— Légolas... – ele disse o próprio nome. Era uma pena ter outras coisas a fazer. – A verei em outra oportunidade... – desconhecia se estaria ali de passagem, mas era incomum humanos na floresta das trevas, especialmente tão dentro da estrutura como se encontrava no momento. 

Passando pela cozinha notou os olhares curiosos, se havia alguma restrição sobre por onde deveria andar, ninguém nada disse. Tinha vontade de ler algo, fazia tanto tempo desde a última vez que tivera um livro em suas mãos, estava tão desejosa que leria com prazer duas mil páginas em pdf.

Luna voltou ao jardim, que por algum motivo ninguém parecia usufruir, um verdadeiro desperdício, adorava ficar entra flores dali e aquela árvore a fazia lembrar de sua infância.

‘A ociosidade é um veneno...’ concluiu sentada debaixo da árvore, o sol a aquecia levemente, não estava muito frio, tinha ligeira impressão de que na cabana o clima era mais rígido.  Olhando a sua volta e finalmente constando que não havia ninguém ali descalçou-se, sentindo com prazer o contato de seus pés com a grama fresca. Sentia falta do all star que ficara na cabana, alguns dos sapatos que ofereceram a ela eram desconfortáveis, embora o que havia acabado de tirar fosse tão confortável quanto estar descalço, ainda gostava da sensação tátil. O cheiro do lugar era fresco, capim ainda molhado pelo orvalho matinal. Carregava consigo o par de sapatos em uma de suas mãos, foi até os canteiros para os explorar, havia tanta variedade de flores, uma gama imensa de cores e pareciam tão perfeitos, deveria haver um senhor jardineiro ali, pois aquilo era praticamente tão belo quanto os jardins suspenso de Babilônia.

Passou a mão pelas pétalas de rosas, eram um tom tão claro e imaculado, um branco que quase chegava arder as vistas. Lembrou-se do sabonete que estava a sua disposição desde que chegara, sempre era reposto por outro com o mesmo aroma. Sabia que os produtos ali eram bem orgânicos, mas duvidou que algumas das lindas flores do local seriam base para tal sabonete. Era tão suave, a roseira era bem frondosa, chegou mais perto, arrancar uma das flores dali seria praticamente um sacrilégio, cheirar direto na fonte, apesar de o perfume delicado já poder ser sentido de onde estava.

Naquele mesmo dia na hora do almoço pediu que Arale comesse junto dela, mesmo relutante a elfa aceitou, tinha certo apreço pela maneira gentil e despretensiosa com que era tratada, sabia que outras pessoas a explorariam mais, como de fato acontecera tantas vezes antes. Conversavam trivialidades.

— Arale, percebi que quando vou ao jardim nunca tem ninguém por perto. – estava curiosa quanto a isso.

— Ora... – a elfa achou a humana um tanto boba – Você sabe em que ala está?

— Ala? – Luna não conseguiu pensar em outra coisa que não fosse as divisões internas de um grande hospital.

Vendo que a humana realmente ignorava sua realidade sorriu, era bom ter alguém assim por perto, refrescante.

— Essa ala não é acessível a todos, estou aqui basicamente para servi-la, por outro motivo seria proibida a minha presença... – a jovem morena a sua frente parecia ter travado em algum momento.

— Aqui seria para hospedes? – tentava confirmar se entendera corretamente.

— Senhorita... Há locais para hospedes nesse castelo. – paciente explicava – Você está em uma ala permanente, não é uma hospede se é o que quer saber.

— Não entendi a exclusividade a que se referiu... – o entendimento chegava a Luna de maneira lenta, pois era difícil acreditar que fora colocada em um local permanente tão rapidamente.

— Está na ala nobre! – divertida viu a expressão do rosto da humana se modificar a sua frente.

— O jardim, quer dizer que é deserto assim... – as conclusões que chegava a surpreendia e a fazia ser tomada por uma incredulidade sobre o quão real era o que vivia no momento.

— É praticamente exclusivo. – Arale se alimentava, nunca tivera uma função tão leve antes, fazia quase nada e tinha bastante tempo livre, sua atual senhorita era acolhedora e a deixava confortável, coisa extremamente rara aos que como ela são privilegiados.

— Mas quando perguntei sobre uma ala aberta você o indicou! – Luna já tinha entendido, mas algo dentro dela relutava, nunca tinha conhecido uma pessoa com um senso de gratidão tão grande quanto Thranduil. Em todo seu tempo de estágio e de voluntariado podia contar nos dedos as vezes em que alguém dissera um obrigado.

A elfa no entanto não disse mais nada a respeito, de tempos e tempos tinha ir ao rei, ele se mostrava interessado pela rotina da humana e sobretudo que nada faltasse a ela. Estava começando a se habituar a ver o monarca, em séculos não o viu tanto quanto na última semana.

Continua... 


Notas Finais


O que você achou???


Vamos jogar, essa é a hora da verdade!!! Quem leu as notas finais escreva nos comentários a palavra chave; PRÍNCIPE


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