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História Pequena curandeira (Marcas de ontem) - Parto


Escrita por: Rainha_de_Mirkwood

Notas do Autor


Aqui vai mais um capítulo, eu não o revisei, então pode e deve ter erros aí, peço que sejam compreensivos.
Boa leitura!

Capítulo 57 - Parto


Alef foi solicitado diretamente nos aposentos reais, atenderia a humana novamente, estranhava bastante o fato de estar no quarto do monarca mais uma vez, ficava inquieto pensando no que encontraria embaixo das ataduras. Bateu a porta e viu ser aberta, o rei o fitou de forma neutra e serena, mas conseguia ler perfeitamente o tipo de brilho que viu nos orbes azuis, fosse um jovem elfo estremeceria.

Observou os elfos se encarando por tempo significativo, ambos em seu mundo seriam no mínimo modelos famosos, bastante altos e com um tipo de porte invejável. Finalmente o médico élfico entrou, viu que a analisava, parecia procurar algo, cravando os olhos em sua face, a estava tentando perscrutar? Sustentou o olhar, ainda tinha a sensação de que se assemelhava bastante a Arale.

Antes ela usava vestes do rei, agora estava usando uma bela camisola, os contornos femininos realçados, a cor dava um excelente contraste contra a pele da mortal. Sua curiosidade era atiçada, era diferente de tudo que estava acostumado a ver, mas o que o impressionava é a sensação estranha que sentia ao olhá-la.

Thranduil estava atento ao médico, Alef era conhecido seu há muito tempo, conviveu com ele não apenas em sua função de médico, de forma indireta teve mais convivência com ele que o habitual. O elfo tinha estreito laço com Calen, eram amigos, mas sempre teve a sensação que alguma coisa a mais procedia dele.

Luna sentou-se e como no dia anterior pediu para desfazer ela mesma os curativos, sentia bem, a mirada atenta do médico em si mesma não passou despercebida, tinha a impressão de que ele avaliava em silêncio. Conseguiu remover o curativo do braço sem ter a sensação incômoda de antes, quando viu o lugar da ferida espantou-se, estava tão avançada sua recuperação, é como se fizesse semanas que tivesse se machucado, desfez também o curativo de seu pulso.

— Quase completamente curada... – o imortal disse, segurou a mão onde antes havia um curativo – Sente dor? – viu-a negar.

— Só se for muito brusca. – respondeu, assistiu um novo curativo ser realizado.

— Ótimo... – fez todo o procedimento de forma rápida, sentia os olhos do monarca cravados em si mesmo.

Ergueu sua mirada para a humana, o olhar dela estava entretido com seus movimentos. Observou dessa vez de modo mais atencioso, o tamanho das mãos dela, antes vendo o quadro geral a achou delicada, mas nesse momento considerou que não era apenas delicada, era nitidamente frágil, tanto sua mortalidade quanto por sua constituição física. Estava muito bem até aquele momento, isso significava que o soberano não tinha avançado por esses dias e tinha dúvidas se antes estivera juntos intimamente, por tudo que sabia do outro elfo, era improvável que uma humana ficasse tão bem assim. Mas pergunta era; por que estava fazendo isso? Pouco sentido faria, ele já amara uma vez, tratava-a e procedia de forma tão diferente do que imaginava que pudesse proceder. Ao terminar o curativo e despedir-se sua cabeça fervilhava em dúvidas, curiosidade e havia algo mais, porém desconhecia do que se tratava.

O rei atento percebeu dessa vez tudo que se passou com o outro, seu ciúmes foram atiçados, mas dessa vez de modo mais brando. Tomou o café da manhã com a pequena dama, Arale a ajudou a começar sua rotina nos aposentos reais, despediram-se, já pensava sobre a noite quando a veria novamente.

 Luna achou que seu dia tinha sido longo, seus pensamentos iam de encontro às três noites que passou com ele, o que a fazia ficar no agora era ler o livro emprestado. Ela não sabia quem era o autor, mas fosse quem fosse experimentava o sabor da paixão e do amor, embriagava-se de ambos. Percebeu que a elfa estava muito inquieta, seu olhar ia de um canto a outro, tentava disfarçar, mas era impossível de não notar que estava alterada.

— Por que está inquieta? – perguntou curiosa, Ivan em seu colo estava alerta, também parecia querer essa informação.

— Minha irmã... – fixou seu olhar em sua senhorita, havia alguma confiança na mesma, embora filtrasse algumas informações que a ela passava – Entrou em trabalho de parto pouco depois do café da manhã.

— E você não sabe como ela está, é isso que a preocupa? – agora Luna lembrava de ter isto uma elfa jovem grávida, parecia próxima a hora de dar a luz.

— Sim... – o parto era sempre um momento delicado, mesmo que as parteiras fossem tão boas em sua função, era o momento mais crítico que uma elfa não guerreira poderia passar, a dor era inevitável e o esforço desprendido era imenso.

— Tente saber notícias dela... – incentivou.

— Mas, não posso deixá-la sozinha... – as ordens do rei eram claras, enquanto Luna anda estivesse se recuperando teria que ficar com ela a todo tempo, não podendo se ausentar por período maior que o de trajeto da cozinha ou despesa, de acordo com sua necessidade.

— Faça assim, vá na cozinha e traga açafrão, aveia, mel e limão... Sei que por lá correm soltas as informações, caso mesmo assim não consiga saber o quer, vá até lá de forma rápida e regresse. – viu que os olhos da elfa ficaram levemente marejados. – Vá logo!

Apressada Arale se dirigiu a cozinha, lá havia a irmã de seu cunhado, com certeza ela saberia de algo. Os pedidos de Luna eram uma desculpa para que transitasse, mas os pegaria, sabia que ela fazia uma espécie de massagem e esfoliação com tais ingredientes, dizia fazer bem a sua pele e a deixar livre de pelos.

— Notícias de Areta? – perguntou colocando a bandeja sobre a mesa central, recolheu os recipientes individuais e um recipiente extra para mistura.

— Pouco avançou, com ela estão duas parteiras, deve dar tudo certo, por hora parece que ainda vai levar muitas horas... – sovava pão de forma vigorosa.

— Pode mandar-me um recado caso se prolongue ou complique? Estarei com a mortal o tempo todo... – pediu já explicando-se.

— Que trabalho torpe esse seu... – observou – Avisarei caso haja algo relevante.

— Obrigada... – recolheu a bandeja e saiu dali, mas não gostou do deboche da elfa, servir à humana foi o trabalho mais leve que já efetuou, além de se sentir valorizada, em nenhum momento sentiu-se mal ao servi-la, a mortal tinha bons modos, tato e sensibilidade com o que falava, era hospitaleira e pouco exigia em seu serviço. Adentrou o ambiente, ainda estava inquieta, foi questionada por uma interessada mortal.

— Vai dar tudo certo... – Luna a acalmou. – Pode ir vê-la também... – viu que a elfa estava um pouco menos apreensiva, embora não estivesse em seu normal.

— Sabe o dia em que recebi o bilhete e me ausentei? – comentou – Dizia que minha irmã estava com dores e hemorragia, mas parteiras não cuidam dessa parte, o médico veio e não soube informar o que acontecia. De nenhuma maneira Areta se prejudicaria diretamente, mas seu filho...

— Entendo... – devia ser angustiante o que se passava no coração de Arale.

Naquele dia Thranduil deixou que toda manhã passasse, resolveu problemas burocráticos e deu ordens diretamente a chefe de guarda, foram resolvidos também três conflitos entre nobres, feita uma negociação de suprimentos com os homens. Sua cabeça no entanto ia e vinha dos momentos doces que passara com a mortal, para a insanidade de Teladriel. Havia tantas coisas que gostaria de executar, de nenhuma forma seria brando, em poucos dias ela atropelou mais barreiras do que seria tolerável, tentou influenciar Luna, foi em uma missão sem permissão, omitiu-se e ainda machucou sua lua. Normalmente a punição para elfos era rebaixar, exilar e medidas afins, dificilmente uma punição envolvia algo físico, mas no caso dessa elfa envolveria...

A elfa arrumou a mesa, estava trêmula a notícia que recebeu a desestabilizou, sua irmã ainda se encontrava em trabalho de parto e pouco evoluíra do começo até o momento estando bastante cansada.

— Eu vou com você! – estava decidida, ver a elfa naquele estado a fez posicionar-se.

— Mas... – Arale mordeu sua bochecha.

— Vamos logo, se eu estiver com você não terá descumprido nenhuma ordem... – colocou rapidamente um casaco violeta, estava bastante frio. Viu os olhos marejados da imortal, um sorriso fraco em sua face brotar. Nem mesmo comeria, prioridades existiam, sabia como era importante estar com sua família em momentos de dificuldade.

Guiando por um caminho que a humana desconhecia a elfa seguiu, sua irmã estava em uma casa da vila adjacente ao castelo, ainda eram os domínios do rei. Saber que sua irmã estava com sérias dificuldades à fez quase quebrar-se, mais do que nunca estava contente de servir diretamente a mortal.

Luna percebeu que o caminho que percorreram era pouco movimentado, alguns poucos elfos cruzaram seu caminho, tentou gravar mais ou menos para o caso de precisar voltar sozinha. Depois de algum tempo atravessaram um pequeno pomar e finalmente a casa, era constituída por dois pavimentos, consideravelmente espaçosa, havia o som de movimentação no térreo, todas que ali se encontravam eram do sexo feminino.

— Você veio?! – Arale foi abordada, aquela era sua mãe, a elfa correu o olhar rapidamente pela humana, era um tanto neutra em seu modo.

— Graças a Luna! – tentou dar algum crédito a sua senhorita – Ela se ofereceu a vir comigo, estava impedida por ordens reais de me ausentar de sua presença...

— Mesmo? – deu um segundo olhar a humana, dessa vez brando. – Meu nome é Tessa, sou mãe dessa moça e também da que está em trabalho de parto.

— Muito prazer... Eu sou Luna... – um grito alto preencheu o ar, arrepiando cada fio de cabelo de Luna  – Posso vê-la?

— Tem certeza que gostaria? – receosa, o estado de sua filha era delicado, estava já exausta.

— Sim, posso auxiliar a parteira! – de fato queria ajudar, o olhar que recebeu da elfa era ao mesmo tempo desconfiado e interessado.

— Ela é uma curandeira, de verdade, não é apenas um boato... – confiava que talvez Luna pudesse fazer algo útil e caso não fizesse não complicaria.

Subiram as escadas, ao entrar no cômodo os olhos da enfermeira foram de encontro a enorme cama casal onde Areta estava deitada, ela tinha algumas camadas de lençóis a cobrindo, estava bastante suada e no ambiente havia a parteira. Em um instante estava ao lado da parturiente. No canto usando uma cômoda de apoio estava a responsável por conduzir o parto.

— Oi... – viu os olhos verdes se voltarem para si – Eu sou Luna... Permitiria que eu a ajudasse? – dirigiu-se diretamente a parteira, viu o olhar da mesma ponderar.

— Desde que não me atrapalhe, pode tentar ajudar, mas aviso, caso faça algo minimamente prejudicial a expulsarei daqui! – tinha ouvido toda a conversa que se desenrolou no outro cômodo, sabia ser uma curandeira mortal.

— Areta... – dirigiu-se diretamente a elfa, seu aspecto era tão cansado – Está tudo bem... Vou tentar ajudá-la! Consegue se sentar? Eu a ajudo... – apoiou-a até que se sentasse – Ficar deitada dificulta um pouco o processo.

— De quantos partos participou? – ouviu a pergunta da elfa.

— Algumas dezenas... Não serei responsável pela hora em si, mas o antes eu posso abrandar. – explicou, sentia os olhos da parteira cravados em sua pele. – Quando se alimentou pela última vez?

— No café da manhã... – sentiu os dedos da humana em seu pulso.

— Preciso de mel e água... – Luna pediu a Arale, comer não seria benéfico, mas deixá-la em um suprimento de glicose quando gastaria tanta energia seria exigir demais. Assim que tinha em suas mãos diluiu três colheres de mel em uma colher de água. Buscou o olhar da parteira, jamais passaria sobre a autoridade dela, lembrou-se que parteiras respondiam em seu mundo ao mesmo conselho de classe.

— Que doce... – Areta disse, seu estomago parecia acalmar-se.

Luna pegou em uma bacia de água alguns lenços e umedeceu, limpou a fronte da elfa. Sentia os olhos atentos da outra elfa em si mesma. A contração veio e Areta já cansada forçou.

— Respire fundo... – instruiu, com a elfa ainda sentada massageou de leve a sua lombar.

A parteira sentou-se, estava curiosa com a conduta da mortal, pronta a intervir a qualquer instante, mas até o momento tudo que fez era aceitável e até mesmo coeso.

Havia eliminações fisiológicas no lençol sobre o qual a parturiente estava, terminada a contração, trocou o lençol por outro limpo. Não sentia nojo, era algo natural no fim das contas.

— Quer andar um pouco? – perguntou, viu a cara de cansaço dela – Acelera o processo, mas se estiver cansada não precisa.

— Acelera mesmo? – tudo que queria era que acabasse logo, dirigiu seu olhar a confiável parteira, era a mesma que assistiu seu próprio parto, viu-a assentir. Levantou-se, a humana estava bem próxima.

— Sim... – estava atenta ao ritmo respiratório, notou que Areta estava distraída, os momentos em que a dor dava trégua – Quando a dor vier avise! – dito isso deram algumas voltas dentro do quarto, até que a contração veio – Arale! – Luna chamou, ficou as costas da elfa, passou um braço em cada lado de suas axilas – Segure-a nessa posição... Areta force para baixo, respire fundo e faça força.

— Eu quero deitar... – pediu assim que a contração acabou.

— Tudo bem... – ajudou a tão exausta elfa a acomodar-se, então foi até onde a parteira estava – Ela está assim há quantas horas?

— Quase onze horas! – respondeu com simplicidade.

— Onze horas?! Para uma humana seria um período longo... É comum para elfas levar quanto tempo? – estava curiosa.

— Entre sete a dez horas! – seu olhar foi significativo.

Luna sentiu algo dentro de si mesma repuxar, se estava fora do padrão de sua raça com certeza algo estaria errado, lembrou que disseram não ser risco a mãe, mas perder a criança seria terrível. Foi até onde estava deitada a irmã de Arale.

— É seu primeiro bebê? – a viu concordar – Posso tocá-la? – pediu permissão, então levou suas mãos ao ventre e percebeu a posição, estava perfeitamente encaixado.

— Menina... – a parteira chamou, apesar de parecer jovem percebia pelo olhar da mesma que era bastante madura – Onde aprendeu o que sabe? – a curiosidade a cutucava, humanas tinham suas parteiras, mas aquela parecia um tanto diferente das poucas mortais que conheceu, sua comparação incluía até mesmo parteiras anãs.

— Com outras “curandeiras” – respondeu, de nada adiantaria tentar explicar sua formação, o fez para o rei, mas isso era diferente – Mas não sou parteira, apenas posso auxiliar a parteira e a parturiente. – Luna tinha feito o curso de doula quando ainda se graduava, mas não tinha feito obstetrícia, tinha experiência no centro obstétrico, mas não tão aprofundada.

— Ótimo... – estava satisfeita com o que dispunha, era sempre bom ter alguém neutro para ajudar.

— Aqui tem uma tina, não tem? – viu o olhar de todas as elfas do ambiente voltar-se para si mesma. – O que acha de um banho? Ela pouco dilatou, não é?

Arale e Tessa sumiram no cômodo ao lado, ponderavam tudo, como a parteira tinha permitido prepararam um banho bem quente. Ajudaram Areta a entrar.

— Está confortável? Se quiser sair a ajudaremos... – cada nova coisa que sugeria perguntava sobre a vontade da moça em trabalho de parto e buscava a permissão da parteira em conjunto.

O sol já tinha se posto há quase duas horas, o rei tinha tomado um banho, estranhou o fato de Arale não aparecer, estava praticamente no horário de ver a mortal. Havia alguma animação em si mesmo, estava conseguindo se aproximar dela, dando um passo de cada vez, mas ainda lembrava da conversa que tivera antes, sobre sua fama, se deixava elfas doloridas... Com nenhuma delas tinha gasto mais tempo que o próprio envolvimento físico levou, era diferente do que acontecia agora, estava disposto a levar o tempo que ela precisasse, mesmo que isso fosse bastante torturante, evitaria apressá-la e tomaria cuidado, machucá-la é algo que não aconteceria.

Luna ajudou Areta a trocar de posição mais de uma vez, auxiliou-a com banho em mais de uma ocasião, assim como fez massagem durante contrações, a elfa estava evoluindo melhor, seu cansaço permanecia estável, sempre atenta a parteira estava deixando quase tudo a encargo da mortal, já percebendo que não haveria nenhuma falha. Os olhos de Tessa brilhavam ao ver que a humana realmente se importava e empenhava-se por sua filha, conseguira com isso ganhar alguma empatia da elfa, antes considerava apenas que era uma senhorita pouco exigente com Arale.

De forma extenuante pela madrugada a fora seguiu-se, havia alguma hemorragia, embora a parteira dissesse que no momento podia administrar, somente após o parto um médico faria algo a respeito. Já era quase alvorada quando finalmente o bebê veio ao mundo, estava com sinais claros de pouca oxigenação, a enfermeira junto da parteira deram assistência inicial e apesar dos pesares a criança reagiu de forma satisfatória.

— Parabéns é uma linda menina... – Luna comentou, a bebê estava sobre o colo da mãe – Faça assim... – mostrou que contato pele a pele no começo aqueceria a pequenina e estreitaria o laço mãe e filha. Por algum tempo permaneceu ali, até que sentiu que era desnecessária.

— Vou acompanhá-la... – dizendo isso Tessa desceu junto a sua filha e da mortal, no andar debaixo esperava Alef, era um médico muito respeitado e de tanto prestígio que poucos por ele eram atendidos, mas para elas era simples, afinal Alef era irmão da mãe de Tessa e tio avô de Arale. 

Continua... 


Notas Finais


O que você achou???

Vamos jogar, essa é a hora da verdade!!! Quem leu as notas finais escreva nos comentários a palavra chave; MENINA


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