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História Pequena curandeira (Marcas de ontem) - Dama dos mistérios


Escrita por: Rainha_de_Mirkwood

Notas do Autor


Esse capítulo ficou curto, mas não quis misturar ele, dar um foco maior.
Boa leitura!

Capítulo 76 - Dama dos mistérios


Fanfic / Fanfiction Pequena curandeira (Marcas de ontem) - Dama dos mistérios

Alef viu-se perdido em meio a nevoeiro, uma mente mortal, era diferente da e um elfo, provavelmente menos resistente, mas estava difícil de situar-se.

Ouviu o som de risos infantis, algum ponto havia alcançado. Crianças humanas corriam por toda parte, até que seu olhar pousou sobre a menina que era a dona daquele ser, era muito pequena. Tão parecida com uma boneca de porcelana, o cabelo escuro contava com uma franja, os traços delicado do rostinho, olhos grandes e puros, percebia que mesmo a tendo conhecido já adulta seu tipo de olhar em quase nada se alterara.  

Havia a música ambiente, o vocal nitidamente feminino, mas não havia ninguém cantando, sem fonte alguma o som parecia vir de uma caixa retangular.  

— Seus tios chegaram... – disse animada uma mulher adulta, era nítido tratar-se de sua mãe, perdeu-se um momento fitando os traços da mortal, seu porte bastante parecido a de sua filha, também tinha traços delicados, olhos e cabelos escuros, seu tom de pele era mais escuro que o de sua criança, um belo tom moreno levemente dourado.

Luna sorriu, saiu correndo em direção a porta de entrada, por ali entraram dois homens acompanhados de uma mulher.

— Primona! – estendeu os braços para o mais jovem, assistiu-o tirar a garotinha do chão.

— É primo, Luna! – corrigiu-a sua mãe.

— Tudo bem, pode chamar de primona! – sua prima sempre reagia dessa forma quando se encontravam, apesar da diferença de idade ser impossível de ignorar, tinha alguns anos mais que a mãe de Luna.

O elfo estremeceu ao atentar-se aquele ser, tinham dito se tratarem de primos... Focou sua atenção de modo integral a figura masculina, não era puramente humano, tinha certeza de ser impossível apenas sangue mortal correr em suas veias. Aquele tipo de energia quando em pólo masculino, não era tão difícil de identificar. A pele morena, o tipo de mirada, era tanta energia yang acumulada. Essa raça tinha energia muito focada, sendo as fêmeas quase completamente yin e os machos yang, resultado disso era uma leve instabilidade quando fora de seu elemento.  

A cena acelerou-se e logo via um homem com violão, pousado sobre os joelhos, sentado ao lado da mulher que agora reconhecia como sendo genitora da doce curandeira, as duas vozes casavam entre si, encaixavam-se, a feminina em primeiro plano era realçada pela segunda voz que dava suporte.

Lembrou-se da melodiosa voz e timbre da humana. A sua volta tudo dissolveu-se, havia novamente a bruma esbranquiçada e gelada a envolvê-lo.

Luna estava no vestiário feminino do hospital onde estagiava, era seu último dia naquele local, sua mochila estava sobre o armário, não tinha um espaço separado para suas coisas, nenhum estagiário tinha, era uma prerrogativa dos servidores contratados, mas prometia a si mesma que um dia seria dona de uma chave de armário, guardaria suas coisas com segurança. Retirou a blusa privativa, dobrou-a com cuidado e guardou-a em um saco plástico, separando uma camiseta preta para vestir, fazia parte da rotina, naquele setor era usada a roupa privativa como uniforme, no seu caso trazia e levava para casa tal veste, lavando sempre que chegava, para os trabalhadores do local o procedimento era diferente a roupa era limpa e acondicionada pela lavanderia do hospital. Estava pronta a vestir a blusa quando ouviu alguém falar, sobressaltou-se.

— Suas amigas estão te esperando... – estava apoiado contra o armário de metal, havia malícia em sua entonação, assim como um olhar faminto que incomodou em excesso o médico élfico, de modo inconsciente interpôs-se entre a mortal e homem, mas inútil, uma lembrança não podia ser modificada.

— Obrigada por avisar. – respondeu vestindo rapidamente aquela peça, livrando-se da exposição – Mas não precisava entrar aqui para isso, esse lugar é para as moças. – deixar passar em branco não fazia seu gênero. Aquele lugar não tinha uma tranca, sempre achou tão incorreto assim o fosse.

— Claro... – retirou-se do ambiente.

Toda a estabilidade que pensou enxergar nela desapareceu quando viu-se sozinha, estava trêmula, sentou-se um instante, tinha baixado sua cabeça para mais perto de seus joelhos, reconhecia tal gesto, tentava não perder os sentidos.

 ‘É o último dia! Eu consegui, e esse é o último dia!’ os ecos dos pensamentos chegavam ao elfo. Houve tanto desconforto em si mesmo, aquele tipo de situação parecia ter ocorrido antes, toda a postura que assistia indicava, afinal isso parecia ser nitidamente assédio.

Uma sensação estranha o tomou, abaixo-se a seu lado, ela estava tão aflita, quando tocaria sua face, foi lançado para fora dali.

— Alef, veja! – a jovem elfa indicou o pote de vidro vedado. Era Calen...

— O quê? Está manipulando flores novamente? Não se cansa disso? – fez uma série de perguntas.

— É divertido e útil, só quero que diga o que devo fazer para o cheiro durar mais tempo! – curiosa Calen pediu.

— Sabe que isso não é um trabalho feito por diversão, geralmente os boticários cobram por seus serviços. – explanou.

— Claro que cobram, mas você é alquimista, pode ajudar-me! – pediu.

— Vá à biblioteca e pesquise por como fazer óleo essencial, isso que você faz sozinha é coisa para leigo, hidrolato tem seus benefícios, mas é bastante limitado. – explicou.

— Podia facilitar minha vida, mas jamais o faria! – estava contrariada.

— Que graça teria?! – adorava provocá-la, Calen era tão expressiva, estava sempre por perto, gostava tanto de sua presença, a cada dia ela parecia ficar bonita que antes, se isso fosse realmente possível.  - Estou estimulando seu aprendizado, afinal é o que mais gosta certo?! – quebrou o argumento.

— O que saberia você, sobre o que eu realmente gosto? – desdenhou.

— Claro, oh Calen dama dos mistérios... – devolveu em tom irônico, não havia no mundo pessoa mais transparente que a elfa.

— Apenas... – diria algo, mas mordeu a língua.

‘Será que eu o irrito também?’ raciocinou a imortal, seu pensamento indo de encontro ao príncipe.

Alef arregalou os olhos, aquilo era um pensamento, ela nunca disse tais palavras, sua boca nem se movia. Seu sangue gelou em suas veias.

Abriu os olhos, a sua frente repousava sua paciente, pensou em tudo que tinha visto vindo dela, estremeceu.

— Tio, sua majestade pediu para vê-lo assim que a atendesse. – informou o mais velho, tinha achado tão estranho o que o assistiu fazer, estava em dúvida se era realmente ético, conhecia um pouco de medicina e também sobre magia, tinha quase certeza que ele tentara revelar algo oculto a seus olhos, algo que talvez Luna jamais quisesse ou mesmo pudesse desvelar.

Thranduil estava inquieto, já tinha feito os convites mais importantes, o banquete das estrelas aproximava-se, costumava anunciá-lo aos principais governantes alguns meses antes, fazia parte da etiqueta dar tempo para aceite e recusa, precisavam planejar-se, afinal a floresta das trevas não era próxima a todos os reinos, cada um era escrito em no idioma do convidado, exceto alguns poucos que Thranduil não dominava, nesses casos escrevia no idioma comum. O som de alguém a porta o trouxe para o presente, autorizou que entrasse.

— Majestade... – reverenciou, sua cabeça fervilhava.

— Há alguma novidade? – questionou curioso, havia algo a mais no comportamento do médico.

— Bem... Já descartei uma série de possibilidades. – admitiu.

— Somente isso? Seja claro comigo. – disse firme.

— Ela está resfriada, sei que sabe disso, mas... As chances de ser uma híbrida multiplicaram-se. – revelou, estava atento a expressão facial do seu governante.

— Prossiga... – tamborilou os dedos sobre o tampo da mesa, tinha despertado alguma ansiedade em si mesmo, a possibilidade de haver sangue imortal em sua lua o enchia de esperança, ter mais tempo a seu lado, tão doce possibilidade.

— Eu usei alguns meios e há em sua família quem seja híbrido, embora não saiba a origem exata do ramo familiar... – despejou a informação.

— Que meios? – o proceder de Alef denotava que havia feito algo desagradável de relatar.

— Apenas sondei... – os olhos frios do monarca pareciam ser capazes ver claramente o quanto sua informação era imprecisa, era de fato perspicaz, condizente com seu cargo – Foi superficial!

— Sondou-a... – respirou fundo – Invadiu seu espaço! – embora internamente houvesse sua insistente consciência gritando que ele já havia sondado sua pequena dama, mais de uma vez, aceitar que Alef o fizesse era difícil e indigesto, Luna ficava vulnerável quando era sondada, jamais gostaria de vê-la fragilizada diante do homem.

— Confesso que pode soar inadequado, mas há coisas que com certeza ela guardaria para si mesma, fora outras que nem mesmo compreenderia. – defendeu seu ponto de vista.

— O que viu afinal de contas? – inquiriu.

— Via uma celebração entre seus parentes, aparente um aniversário, era muito criança... O caso é que um de seus primos não é mortal, mesmo sem usar fórmula ou maior contato foi nítido, o tipo de presença. – contou melhor o que presenciara.

— Elemental da água?  - jogou a informação no ar, o rei agora tentava fazer conexões.

— Ao que tudo indica sim, mas por se tratar de um primo é possível que não sejam especificamente descendentes do mesmo ramo, mas as probabilidades multiplicaram-se.

— O que mais alcançou em sua procura? – sabia que aquilo era parcial.

— Vi uma lembrança bastante amarga... – fez de forma inconsciente uma careta.

Thranduil percebeu o quanto intragável devia ser, o que ele havia visto, sua curiosidade apenas crescia, como se adubada fosse com poderoso fertilizante.

— Do que se trata? – arguiu.

— Possivelmente passou por dificuldades... É complicado precisar, mas já foi intimidada. – foi vago no que dizia, jamais poderia revelar tê-la naquele estado, a cena foi tão estranha, vira demais de sua pele, contornos precisos de seu corpo, sentiu-se um invasor quase da mesma natureza que a do mortal inconveniente, sabia que abrir isso diante do rei seria pedir por uma repreenda, afinal até mesmo ele o faria se estivesse em tal posição. Compreender a mente do soberano não era assim tão difícil, quando assim como ele... Nem mesmo completou seu raciocínio, balançou a cabeça.

— Seu pai? – ela sangrara anteriormente por culpa daquele ser.

— Alguém em seu trabalho. Majestade... – seus olhos se arregalaram, o que teriam feito a ela?

— Avance melhor em suas pesquisas e retorne para relatar! – reforçou a ordem anterior.

— Sim, majestade... – fez uma reverência rasa, prerrogativa de sua idade e cargo. Sobre Calen? Nem mesmo entendia o que tinha visto, guardaria para si aquele fragmento, como estava junto a mortal a sondando com meios externos não sabia como foi parar nesse ponto.

Continua...


Notas Finais


A ilustração do primo da Luna foi difícil de encontrar uma que me agradasse, mas eu imagino seu primo como sendo esse ator em específico por conta do papel, é uma novela mexicana velha que eu assisto pelo youtube. Corazon Selvaje.

Considero ele charmoso, mais charmoso que bonito, embora eu ainda goste de sua aparência.


Vamos jogar, essa é a hora da verdade!!! Quem leu as notas finais escreva nos comentários a palavra chave; BONECA


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