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História Pequena curandeira (Marcas de ontem) - Família


Escrita por: Rainha_de_Mirkwood

Notas do Autor


Mais um capítulo, com um personagem que vocês conhecem dando as caras pela primeira vez!
Sem mais spoilers.

Não revisei o capítulo, então vai ter errinhos, relevem.
Boa leitura!!!

Capítulo 79 - Família


Fanfic / Fanfiction Pequena curandeira (Marcas de ontem) - Família

— Tem certeza? – Luna questionou.

— Sim! – em uníssono pai e filho responderam.

— Escolha o quarto! – disse Légolas dando opção – Temos três opções ao final... – se deixariam que ambos dormissem em seu quarto? Sim, seria tão natural quanto os três no quarto do rei, no fim das contas seria até mais confortável para si mesmo, estar em seu território.

— Meu quarto! – respondeu de imediato não era preciso nem pensar muito respeito.

— Belo raciocínio... – elogiou o príncipe, ela pensara o que mesmo que ele. – Sejamos práticos, acompanhe a dama de espadas!

— Está chovendo debaixo para cima? – debochou o rei. Não era agressivo, mas brincava com seu menino.

— Oh perdão, magnificente pode ir buscar roupa adequada se preferir, eu acompanharei nossa lua! – devolveu a provocação – É até melhor, deixá-los sozinho é quase impraticável! – seguiu em tom de brincadeira.

— Tenho uma ideia muito melhor! – viu os dois pares de olhos azuis prenderem-se em si mesma.

— Que seria? – interrogou interessado o soberano.

— Deixem-me sozinha, ainda tenho que aprontar-me. – a expressão facial dos elfos foi interessante de assistir pareciam ter quebrado o ciclo de argumento – Pura sabedoria não é mesmo? – foi sua vez de os provocar.

 ‘Esperar de “homens” algo diferente de homisse é ingenuidade. ’Assistiu a troca de olhares dos monarcas.

— Como quiser, sábia vitoriosa!- sorriu o príncipe - Precisa de quanto tempo?

— Uma hora... Ah, tem um detalhe... – incomodou-se quando disso recordou. – Preciso de ajuda com as amarrações, não quero incomodar Arale, ela precisa descansar.

— Que maravilha! – riu o príncipe.

— Muito sábia, mas desatenta... – dessa vez o rei pronunciou-se – Vamos... – foi então que ambos os nobres seguiram pelo caminho que desembocava no quarto da mortal.

— Tudo bem... – entrando no quarto foi buscar roupa para vestir, estava consideravelmente frio, separou um caso de lã azul marinho, sua camisola tinha o tecido também quentinho, do mesmo de azul, era longa, entre suas vestes muitas combinavam em cor e tom, quase nunca repetia  alguma, pois sempre chegava algo novo e Arale adorando seu trabalho a convencia a usar as novidades. A elfa fazia bordados tão elaborados bonitos, alguns deles acabavam em seus vestidos.

Legolas já se encontrava sentado frente a mesa principal do quarto da humana, achava um tanto pequeno se comparado a seu quarto, mas aquilo era provisório afinal, já sabia muito bem do passo seguinte.

— Felicera! – solicitou pela serva no corredor em alguns minutos ela estava ali, pediu para que pegasse um pijama para seu herdeiro, um para si mesmo e uma muda de roupa para trocarem-se pela manhã.

— É... A ajudinha? – pediu, estava frente ao cômodo de troca, deu as costas.

— Claro... – seu pai estava a meio caminho da dama de espadas quando o ultrapassou e desfez o nó em poucos segundos, sabia a cena que teria que assistir se deixasse que ele soltasse, com certeza aproveitaria-se.

— Obrigada! – dizendo isso sumiu no cômodo ao lado.

— Mas que garotinho... – cutucou seu herdeiro, ele detestava quando o fazia, tratá-lo como criança era a mais eficiente forma de tirá-lo do sério.

— Sagaz? Perspicaz? Perceptivo? – começou a auto elogiar-se.

— Praticamente um dicionário! – sentou-se, esperaria sua lua arrumar-se, mas tinha algo a dizer ao jovem elfo.

— Um guardião na verdade... – estava curioso crivou seus olhos em seu pai. – Então...

— Bom... – ponderou por onde começar a falar – Ela teve um pesadelo muito perturbador, Alef disse que a medicação causou esse efeito, mas... – decidiu não esconder nada de seu filho.

— Prossiga majestade! – observava o mais velho a escolher as palavras, assim sendo devia ser significativo demais.

— É necessário ser honesto contigo, mas tente não pesar julgamento sobre o que ouvirá! – falava agora em élfico – Eu a sondei...

— O senhor o quê? – também em élfico respondeu – Pensei que não o fizesse, sei que tem tal capacidade, mas nunca gostou de usá-la.

— Não havia nada que me interessasse saber... Hoje diferente é! – continuou – Vi bastante de minha lua o fazendo, hoje não foi a primeira vez que sondei, fato é que vejo seu passado e lembranças mais distantes, confesso ser instigante, mas muito doloroso fazê-lo, minha adorada passou por coisas dolorosas...

— Todos passam por momentos de dor... – tentou atenuar o que era dito, mas o olhar que recebeu chegou a passar a aflição que se referia.

— Nem sempre desse tipo, foi ferida por quem a devia proteger... – soltou a informação – Nunca o submeteria ao que aconteceu com ela, é meu precioso filho.

— Seu pai? – viu o rei assentir.

— Em todo caso, além das memórias que avistei,é comum que eu também veja trechos de sua mãe... – viu o príncipe estremecer a olhos vistos.

— Lembranças suas embaralhadas! – achou a justificativa mais cabível, ainda estava com uma sensação estranha na boca do estômago, ouvi-lo falar da rainha era algo raro demais.

— Cogitei que realmente o fosse, mas a maneira como assisto a cena é diferente do meu ponto de vista, além de ter visto coisas que não presenciei... – liberou a informação principal.

— Se não presenciou como saber ser real e não delírio? – inquiriu de forma aguda.

— Légolas... Acredite é praticamente impossível enganar-me quanto a algo referente a ela. – explicou.

— Se o senhor diz... – remexeu-se na cadeira, sem achar postura alguma confortável.

— Fato é que hoje em seu sono vi algo novo, cena que jamais presenciei, ela falava em élfico,mesmo adormecida, eu estou ensinando-a, mas ela teve poucas aulas e não tem fluência alguma. Vi quando ela o defendeu, um dia talvez eu conte a você tudo que há a ser dito,ela acordou em desespero querendo saber se estávamos bem. – disse por fim.

— Por isso estava daquele modo? – entendeu melhor, embora parecesse sem nexo.

— Sim... Ela antes de acordar e em seu sono implorava, ordenava, de tudo fez pedindo seu bebê de volta, seu desespero era pungente. – um sorriso triste deu – Sabe que o bebê a que me refiro é você? Em sua mente foi muito claro.

— Eu??? – sobressaltou-se. – Tem certeza?

— Acredite tenho em minha mente muito bem gravada a sua imagem, seja como um bebê, criança ou com sua idade atual. Ela queria saber como estava, assim como a mim mesmo, praticamente me desmontou vê-la assim. – esclareceu.

— Sei que já disse isso antes, mas é comum que em meus sonhos a imagem de ambas se funda em uma só, seu modo de agir... Acha que isso seja realmente normal? – viu seu pai negar.

— Aleatório e acaso não se aplicam quando nos referimos a ela... Nem sabemos ao certo como ela veio para cá, mas sua cultura é tão diferente da dos humanos da terra média... – perdeu-se em imaginar sua origem. – Alef acredita que talvez ela seja híbrida...

— Hibrida? – espantou-se. – Seja como for o senhor está mais feliz agora do que me lembro de ter visto em toda minha vida... – o sorriso discreto na face do soberano, ele concordava com suas palavras.

Radagast estava fora de sua casa, desenterrava algo com o auxílio de uma pá, próximo a seus pés estava um ouriço, um pouco adianta os coelhos se alimentavam de rabanetes.

— Sincronizar-se com o universo dá trabalho... – disse baixinho para o animal que o acompanhava. – Enterrar é uma coisa a ser feita durante a aurora posterior a uma lua minguante, mas desenterrar só pode ser feito a meia noite, com essa conjunção estelar! – a pá foi de encontro a algo sólido, nesse momento o mago soube que tinha alcançado seu objetivo – Perfeito! – ajoelhou-se em terra, havia um pequeno baú de cobre naquela terra já tão revirada. Uma mariposa voava perto a si mesmo, impossível de ignorar. Estendeu sua mão de modo que o inseto pousasse ali. – Ele disse mesmo isso? – questionou a pequena mensageira. – Dai-me paciência...

Luna fitou sua imagem refletida no espelho, aquele tom de azul era agradável, dormir novamente com os dois, estremeceu ao lembrar da última vez, quando Thranduil beijou seu pescoço meio a madrugada. Haveria algo mais tentador que o rei? Se havia com certeza desconhecia. Quando saiu do cômodo escutou ambos conversando em élfico.

— Segredo de Estado? – questionou, incomodava-se um pouco quando faziam isso, era nitidamente deixá-la no escuro, afinal seria tão melhor se esperassem outro momento para falar de segredos. O soberano estendeu a mão em sua direção a convidando a aproximar-se, os orbes azuis brilhavam de maneira tão expressiva, havia deleite em seu olhar. Aproximou-se ainda levemente incomodada, mas o convite que dele vinha era quase irresistível, desejou estar a sós com o monarca maior, balançou a cabeça, tinha que afastar esse tipo de pensamento.

— De nenhuma maneira, Légolas falava sobre assuntos de garoto! – desconversou, seu filho corou de forma violenta, que tinham trocado duas frases a respeito da vida particular do jovem elfo, estava mais o provocando de forma aberta, sempre se divertiria ao constrangê-lo, provocar era algo genético, sempre repassado. – Você acredita que ele...

— Pai! – sua face ardia, até mesmo suas orelhas, o mais velho sabia o fazer sentir-se como pouco mais que um garotinho.

— Assuntos de garoto? – Luna sorriu – Já dei orientações para adolescentes antes, precisa de alguma?!

— Eu já disse que sou adulto há mais de um milênio! Adulto? Conhece o termo? – ela segurava o riso, era nítido que segurava. – Onde está a fruteira??? – simulou que a procurava, sentiu a mão da mortal dar leves tapinhas em sua cabeça de forma condescendente. – Mereço...

Teve sua mão capturada pela do rei, ele a puxou de leve para si, beijou seu dorso e pressionou sua palma contra sua face, trouxe-a para perto e a abraçou, com ela pé estando sentado ficavam praticamente com a mesma altura.

— Comportem-se corujinhas! – chamou atenção o guardião.

Elrond estava na quase completa escuridão, exceto as luzes noturnas, nada iluminava seu caminho, o ritmo do cavalo era lento, mais lento até mesmo que um passeio, sabia o que queria encontrar, só desconhecia como achá-lo, aquela noite era propícia para quem sabe ter sucesso em sua empreitada, algo alcançou seus ouvidos, seu coração disparou. Desceu do corcel, era tão sutil, tão suave, seus pés sentiram a suave vibração, havia um pequeno bosque ali perto, assim como o declive de uma colina.

— Que dê certo... – sussurrou, caminhou de modo lento, seu passo não seria ouvido facialmente, havia a maciez do pisar de um gato, um círculo era o que ansiava, mas não qualquer círculo, esperava por um anel de fadas, sua raridade extrema, seu sucesso dependia não só de sorte, mas também de cooperação daquele povo, suas têmporas sentiam leve pressão, o brilho discreto parecia vir do lado oposto da colina, seguiu então em expectativa.

Nem sempre era fácil encontrar uma entrada, um portal, assim como dificilmente o formato apresentado era o esperado, havia uma multiplicidade de formas que deixavam o elfo em verdadeira euforia. Fechou os olhos e tentou sentir através do vento, estava realmente próximo, sem abrir os olhos prosseguiu. Parou, finalmente tinha chegado ao local, o portal observou, um sorriso em seus lábios, veria qual povo o receberia, qualquer um, eram tantos reinos, mas havia um que ansiava mais que os ouros. Gostaria de vê-la, aquela lady, dama adorada.

— Isso não vai dar certo... – deitada no centro da cama e inquieta Luna disse.

— Vai sim... – tranquilizou-a o príncipe.

— Já faz meia hora e nem mesmo a sombra de sono, aliás eu não quero dormir... – disse com desgosto, virou-se ficando de bruços, agarrando com força o travesseiro.

Os nobres trocaram um olhar significativo, Thranduil ainda estava preocupado pelo que assistiu mais cedo, ela ainda parecia instável mesmo com o floral.

— Tudo bem, então podemos apenas conversar um pouco... – procurou por algo em sua mente – Seu nome tem um significado meio óbvio, mas quando a batizaram, havia um motivo para escolha? – interessado perguntou o rei.

— Bem... – virou-se e em seguida de modo a fitar ainda deitada o dossel da cama – Minha mãe sentiu as dores do parto assim que sol se pôs, eu nasci pouco antes da aurora, nessa noite a lua não estava visível. Meus pais divergiam sobre qual seria meu nome, mas minha avó interveio. Convenceu meu pai que Luna seria um bom nome, brincou que se era impossível ver a lua, o motivo é que a mesma havia decidido por descer um momentinho.

— Que exótico... – o rei estava distraído fitando o rostinho de sua lua, gostara dos motivos, sua avó deve ser uma pessoa sábia, todo fascínio da lua cheia parecia ser condensado em sua pequena dama. Acariciou as madeixas negras, tão macias.

Seguindo a mesma onda de seu pai também passou os dedos pelos fios escuros, mais por curiosidade que por qualquer outra coisa, além de perceber que ela relaxava e ficava um tanto lânguida. Tocar o cabelo e alguém entre seu povo era significativo, estranhos não faziam, era necessário parentesco, forte amizade ou envolvimento romântico, mas estava confortável em fazê-lo com a lua de seu pai, sua amizade por ela avançava a cada dia, mas sentia como parte de sua família, era uma sensação um tanto calorosa, brotara em si de alguma maneira, observou que dormia.

— Realmente gosta dela? – perguntou Thranduil a seu filho.

— Sim... É como se eu também a conhecesse há um tempo, sou seu guardião não por implicância com o senhor, mas importo-me verdadeiramente, sei que ainda não são casados, mas parece ser como minha... – engoliu a palavra – Como minha família... – sorriu, até o momento considerava sua família verdadeira como sendo apenas seu pai, parentes distantes não o impactavam.  

Continua... 


Notas Finais


O que acharam?
Elrond ainda vai aparecer mais, confesso que acho difícil de escrevê-lo, mas ele aparecerá mais vezes.


Vamos jogar, essa é a hora da verdade!!! Quem leu as notas finais escreva nos comentários a palavra chave; PORTAL


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