1. Spirit Fanfics >
  2. Pequena Konoha (Hiatus) >
  3. Interclasses

História Pequena Konoha (Hiatus) - Interclasses


Escrita por: Kirilov

Notas do Autor


Essa estória será um romance bem amorzinho, o meu primeiro. Inspirada na minha cidade natal.

Provavelmente quem está aqui e ler alguma das minhas duas fics em andamento, deve tá pensando que fiquei louca, talvez eu esteja 😂😂😂😂. Mas acho que não, porque pretendo contar essa estória em no máximo 15 capítulos. Também o duque está quase entrando na reta final e adqsv tem agora uma coautora (a Bet *-*)

Espero que gostem ^-^

Capítulo 1 - Interclasses


Fanfic / Fanfiction Pequena Konoha (Hiatus) - Interclasses


Cursar medicina era um sonho. O meu sonho. Eu definitivamente o perseguia. Era necessário muita garra e força de vontade o suficiente para abrir mão das diversões e focar no meu glorioso futuro. E eu vinha lutando arduamente. 

Estudar, estudar, estudar mais um pouco, depois mais e mais. Estudar até que o corpo e o cérebro não aguentassem mais, era este o meu lema, ainda que isso me sugasse por completo e extinguisse qualquer possibilidade de uma vida social. Uma verdadeira traça sedente por livros e um destino brilhante.

 Sempre morei em Konoha, uma típica cidade do interior, quente e bastante pequena. Minúscula ao ponto de todos conhecerem todos. E todos se preocuparem com a vida de todos.  Os moradores de Konoha possuíam as línguas mais ferinas e maldosas do país, eu supunha. Sabia-se que não importava quão quente ou frio estava o dia, as velhas sempre estariam em suas calçadas, observando quem passava e também quem não passava, cuidando da vida alheia e especulando sobre tudo e qualquer coisa.

 Na minha pacata cidade existia apenas dois tipos de empregados, os que trabalhavam para a prefeitura: concursados e efetivos, estes últimos precisavam se preocupar com quem ganhava as eleições; pois, geralmente, o prefeito dava o cargo aos seus eleitores. E, por segundo, mas não menos importante, tinha aqueles que trabalhavam no negócio da família; mercadinho, farmácia, sorveteria, cyber, floricultura, bar, padaria, lojinha, salão de beleza etc. etc., não, na verdade, não havia mais do que isso. O comércio, de fato, resumia-se a estas nove categorias. E em sua maioria, os comerciantes eram os considerados ricos da cidade, principalmente os donos dos mercados e das farmácias. Só havia cinco mercados e duas farmácias, vale ressaltar.

  Ser da família do prefeito ou possuir um bom negócio era o verdadeiro quesito que definia a elite municipal, e a minha família não estava nesse pequeno grupo. Minha mãe trabalhava como professora do fundamental I, na escola municipal, a única da cidade. O meu pai fazia as vezes de promoter da prefeitura, ele não compreendia essa palavra que eu usava ´promoter`, mas, de qualquer forma, era ele quem cuidava dos eventos da cidade: a festa do padroeiro, São João, Natal, aniversário do prefeito... e por aí ia. Já a minha avó, bem, ela era aposentada, uma beata de carteirinha e árdua frequentadora de calçadas, portanto, conhecedora de Deus e o mundo.

 Mas a verdade é que, mesmo juntando todos os salários da minha casa, não haveria dinheiro suficiente para pagar a minha tão sonhada faculdade de medicina, ou seja, eu realmente tinha que, todos os dias, quase morrer de estudar para conseguir uma vaga na Universidade Federal.

  Um dos campos da Federal ficava em Suna, uma cidade relativamente próxima. Para chegar lá de ônibus, gastava-se, em média, duas horas. Nos finais de semana, portanto, eu fazia o cursinho oferecido pela Universidade, este qual havia conseguido por um pequeno “vestibular”. Já durante a semana, passava enclausurada também numa escola de Suna, tida como de referência em ensino médio, ou seja, uma escola de tempo integral, na qual se estudava das sete e meia da manhã às cinco da tarde.

 Resumindo toda a situação: eu estudava de domingo a domingo. Mas nem sempre foi assim, o fundamental I e II cursei na própria escola do meu amado município. E ainda estava no segundo ano do médio, assim, adentrara naquela vida árdua de estudos há apenas dois anos, embora sempre tivesse sido vista, pelos meus professores e singular população de Konoha, como uma menina bastante estudiosa. De modo que agora, minha reputação tinha alçando o status de “moça para casar”. Talvez pelo fato de eu nunca por meus pés para fora de casa – quando estava em casa, já que geralmente não estava –, por estudar demais e desejar ser medica ou, provavelmente, por ambos os motivos.

  Naquela quarta-feira, como em todos os outros dias, vovó me acordou às 04:40 da manhã. Igualmente, como em todos os dias, levantei e segui para o banheiro em modo zumbi. Definitivamente só acordava embaixo do chuveiro. Arrumei-me, tomei meu café da manhã com pão quentinho da padaria dos Naras e deixei minha casa antes do sol nascer, como habitualmente fazia.

 O ônibus, com os estudantes da EREM e universitários da federal, saiu da garagem municipal às 05:30 da manhã. Ele era como uma extensão dos nossos quartos. Os lugares eram marcados e repletos de coisas pessoais, como o assento que eu dividia com Hinata, por exemplo. Nele, nós deixamos almofadas, lençóis e até ursinhos, de forma que, íamos dormindo durante todo o caminho. O retorno, por outro lado, era bem agitado, e naquela noite não foi diferente.

 Quando saímos da escola, sedentos por liberdade e ar fresco, juntamo-nos com o pessoal da universidade e fizemos a maior algazarra. O caminho de volta foi realizado com muita música e brincadeiras. Como em outras vezes, exageramos e gritamos tanto que o motorista, um homem naturalmente chato e irritadiço, parou o ônibus apenas para reclamar e nos exigir silêncio. Pobre coitado. Só o que ele conseguiu fazendo aquilo, foi um mísero segundo de silêncio e seguintes gargalhadas e mais gritaria e cantoria.

 Todos os dias, quando o ônibus chegava a Konoha, já às sete da noite, eu seguia diretamente para casa, tomava banho, arrumava meu material, preparava o uniforme para o dia seguinte, jantava com a minha família e, antes mesmo das nove, já estava dormindo. Eu sempre chegava morta, então, cair na cama e imediatamente dormir nunca foi uma dificuldade para mim. Insônia passava longe. No entanto, naquela noite foi diferente.

 Estávamos no começo de agosto, e isso só significava uma coisa: jogos interclasses da escola de Konoha. Era o dia da final e eu me dispus a ir assistir.

 — Quero a senhorita aqui antes das nove – minha mãe já esbravejava, enquanto eu acabava de me arrumar no espelho do quarto dela, que era bem maior que o meu.

— Mas já são oito horas, mãe. E o último jogo acaba as dez, todo mundo sabe disso, e todo mundo só sai de lá depois que o time campeão leva a taça embora.

— Você não é todo mundo. – aquela bendita frase. Estava no auge dos meus 16 anos e ainda a ouvia. Meus ombros instantaneamente caíram – Antes das dez! – ela esbravejou, ainda que contrariada – Se passar disso, eu vou à quadra atrás de você e lhe trago pelos cabelos.

— Sim senhora! – eu apenas confirmei, porque apesar de parecer loucura, a possibilidade de ela fazer aquilo era bastante considerável.

 Logo em seguida, Hinata apareceu na porta do quarto, alguém, como era de praxe, abrira o portão para ela. Havíamos combinado de irmos juntas, pelo simples fato de que tínhamos apenas uma à outra. Ela era a minha única amiga, a única em quem eu verdadeiramente confiava e, também, a única moça com quem meus pais e minha avó me deixavam andar. Ela era comportada e direita, eles diziam. E a recíproca era verdadeira, os pais de Hinata também só a deixavam sair comigo.

 — Para onde essa menina vai de batom e lápis nos olhos, Mebuki? – vovó perguntou visivelmente indignada, quando passamos pela sala. Mas antes que a confusão estivesse terrivelmente armada, saí puxando a Hyuuga casa a fora.

 — Dez horas! Está ouvindo, dona Sakura? – Minha mãe gritou do portão, enquanto eu buscava sair da nossa rua o mais rápido possível, e por sorte, não havia ninguém ali por perto para ouvir os gritos que eu recebia.

 Não foi necessário andar muito, a quadra poliesportiva, como todo o resto dos pontos da cidade, ficava a poucos metros da minha casa. O primeiro jogo começara. O local estava cheio e extremamente barulhento, ainda assim, quando eu e Hinata chegamos, muitos dos olhares caíram sobre nós, éramos como raridades, carnes frescas e “intocáveis” na área.

 O que logo notei foi que, em sua postura intrínseca e com seus maravilhosos cabelos e olhos escuros, na outra entrada, encostado ao carro de som, estava Sasuke Uchiha e alguns dos seus amigos. Ele era o neto do prefeito e meu antigo amor platônico, o menino que gostei durante boa parte da minha infância e adolescência, mas a quem eu jurava não direcionar mais nenhum sentimento. Uma provável mentira.

  Além de incrivelmente lindo e bom partido, havia um fato irrevogável sobre Sasuke, ele pertencia a Ino Yamanaka, minha arqui-inimiga e eterna rainha dos jogos. Mais uma vez ela havia ganhado aquele título. Título este que foi o estopim da nossa rivalidade. Quando ainda estávamos na sexta série, inventaram de colocar meu nome na lousa, junto do dela, para que fosse feita a votação e uma de nós representasse a turma no desfile de abertura dos jogos. Eu, infelizmente e para o eterno ódio da Yamanaka, ganhei. No entanto, não havia sido eu a pôr o meu nome ali, era tímida demais para desfilar. Acabou que definhei da absurda escolha dos nossos colegas de classe. Ino, portanto, desfilou no meu lugar, e como nos demais anos, ganhou a coroa e a faixa, contudo, nunca esqueceu o terrível ano em que Sakura Haruno, a testuda, quase a roubou o título. Ser rainha dos jogos era a vida dela. Isso nunca mudou. 

E para meu completo desânimo, a rainha do interclasses e sua trupe de garotas que quase lambiam os seus pés, estavam ali por perto de Sasuke.

 Bem, fingi não me importar, porque, definitivamente, não era como se eu fosse perder minha noite por causa daquilo. Eu nem ao menos falava com Sasuke direito, pouco me lembrava de quando havia sido a última vez que o vira. Desde que mudara de escola, no máximo, tinha o encontrado umas quatro vezes. O amor estava perfeitamente adormecido no meu coração. Trancado a sete chaves.

  Depois do choque inicial e o completo reconhecimento do lugar, apeguei-me a assistir o jogo. O que me assustou e gerou certa dúvida, no entanto, foi o fato de que, durante a partida, de soslaio, pude perceber e sentir os olhos de Sasuke sobre mim, e também de outros garotos, os que a minha avó intitulava de pilantras. 

Hinata e eu tínhamos passado a chamar a atenção deles por sermos garotas consideradas difíceis. O prazer da conquista movia os malandros de Konoha. Pegar todas as meninas da cidade e depois se gabar pelos quatro cantos, era a meta deles, pelo menos, era este o cântico que minha avó entoava todos os dias. O grande medo dela era eu engravidar antes de casar, ou, simplesmente, ser vista em algum dos becos escuros de Konoha e ir parar na ponta das línguas ácidas das mexeriqueiras, as quais eram amigas dela. Isto porque, claro, ela se gabava aos quatro ventos "Minha neta é muito estudiosa" "Sakura vai ser médica, não quer nada com os pilantras daqui"...

 Mas bem, esquecendo da velha Haruno que provavelmente estava em casa, dormindo no sofá, enquanto esperava por mim; a quadra seguia barulhenta e a torcida, afoita. O jogo estava até equilibrado, porém, a dada altura, pouco antes do fim do primeiro tempo, o 2°A fez um gol contra o 1°B. O que dava a eles o titulo de terceiro lugar, pelo menos por ora.

 Aproveitávamos o breve intervalo para comprar alguns doces, quando o imperativo Naruto nos abordou. Ele era louro e possuía olhos incrivelmente azuis. Sem dúvida, um dos meninos mais bonitos da cidade. Fazia medicina veterinária na federal, ou seja, viajava conosco todos os dias, e tinha um romance com Hinata. Costumavam trocar beijos no ônibus, enquanto todos dormiam. Porque, embora o Uzumaki fosse filho de Minato, dono do maior mercado da cidade e também de uma farmácia, a morte dele seria eminente, caso Hiashi descobrisse sobre o tal namorico.

  Naruto, disfarçadamente, fazia carícias no dedo mindinho da minha amiga, quando se voltou a mim.

— Tem um amigo meu querendo ficar com você – soltou, com um risinho nos lábios, como se não fosse nada, e eu estivesse habituada a trocar saliva por aí. 

— O quê? – foi a minha tardia reação de indignação e surpresa.

— Tem um amigo meu querendo... – repetiria por completo, contudo, antes disso, interrompi.

— Essa parte já entendi, Naruto.

— Então não quer?

– Não... – O não, naquele momento, foi uma expressão de dúvida. Não passava pela minha cabeça quem dos amigos de Naruto poderia estar afim de mim. E me foi completamente angustiante ouvir a palavra ´ficar`. Até os meus 16 anos eu só tinha beijado dois garotos; um quando estava com 14 anos, meu primeiro beijo, e outro no ano passado, Gaara, um carinha de Suna. Assim sendo, eu mal poderia considerar se sabia beijar direito. E tinha sérias suposições de que não, não sabia beijar bem.

— Não? 

– Não. Eu quis dizer, não sei. Quem é esse seu amigo? – Não que eu realmente estivesse considerando a hipótese.

—  Isso eu não posso falar. Ele me pediu para não dizer o nome dele. 

— E como poderei responder?

– É só falar sim ou não.

— Mas você precisa me dizer quem ele é! – Aquilo começara a me irritar. Mas a verdade é que eu estava mais curiosa do que propriamente afim de beijar o terceiro cara para a minha lista de beijos. – Dependendo da pessoa, pode ser sim. Mas se for quem estou pensando, é não. – arrisquei mentir, para o fazer confessar quem era o tal.

– Em quem você está pensando? 

– Fala logo! – foi Hinata que, já irritada com toda aquela conversa, sibilou.

— Ele vai me matar se eu falar. 

— Então tá bom. A minha resposta é não. 

— Não? 

— Não. Eu já disse, não. 

— Mas você nem sabe quem é.

— Exatamente! – eu e Hinata esbravejamos ao mesmo tempo, chamando a atenção de algumas pessoas para a nossa pequena discussão, o que fez Naruto imediatamente desencostar dela e coçar a cabeça. 

— É o Sasuke – revelou, de repente, num quase imperceptível sussurro, como se o próprio Uchiha o pudesse ouvir e fosse aparecer ali, a qualquer momento, para acabar com a raça dele.

 Naqueles adoráveis instantes pude jurar que estava sonhando, ou que o fanfarrão do Naruto estava brincando com a minha cara.

Passei parte da minha vida amando Sasuke. Idolatrava-o no jardim de infância, e também no fundamental, mesmo que ele estivesse duas séries a minha frente e nunca, sequer, tivesse me dado a mínima atenção ou me direcionado um reles olhar. Eu delirava com ele, todos os maridos das minhas bonecas se chamavam Sasuke - não que ainda brincasse de boneca -, e a verdade era: eu ainda dedicava parte das minhas noites a sonhar com Sasuke Uchiha, o neto do prefeito, de forma que sabia como seria o nosso casamento e quais nomes teriam nossos filhos. Todos os detalhes, absolutamente todos eles, já haviam sido imaginados por mim, tanto da cerimônia matrimonial, quanto da nossa vida de casados.

— Sasuke? Tem certeza? Sasuke quer ficar comigo? – O amor foi finalmente destrancado do coração. Liberto. A ideia passara a ser altamente considerada. Em hipótese alguma eu o recusaria, mesmo que isso me rendesse alguns tapas da minha mãe, caso ela viesse a descobrir. 

— Sim. Ele. E então, você quer ou não? 

— E Ino? – lembrei-me do lastimável encosto. A resposta de Naruto foi um sonoro estalar de língua. 

— Sasuke nem gosta dela. Tudo que ela conta sobre eles é mentira. Mas e aí? Está afim? 

– Tá... Sim. Eu... Eu quero.

 Meus gaguejos e aparente instabilidade fizeram Naruto e Hinata rirem. Tudo aquilo atenuou meu instantâneo deplorável estado. Com a aparentemente simples e corriqueira situação para os demais jovens, senti meu rosto começar a arder, minhas pernas ficarem levemente bambas e meu estômago revirar.

 Antes que eu pudesse dizer mais qualquer coisa ou voltar atrás na minha emotiva decisão, o Uzumaki nos deixou, seguindo em direção ao carro de som. 

  Evitando que minhas pernas cedessem e eu fosse de encontro ao chão, imediatamente voltei para a arquibancada e fingi prestar atenção no jogo que recomeçara. Por mais que desejasse olhar para Sasuke e ver cada uma das reações dele ao ouvir minha resposta positiva, estava envergonhada demais e extremamente nervosa para me arriscar a observá-lo. 

  — Ele está olhando para cá – Hinata murmurou. Mas continuei firme na decisão de não o encarar, até porque, não possuía coragem para tal. Meu coração estava tão desenfreado e barulhento quanto à torcida do 1°B. Eu temia que alguém, além de mim, o estivesse ouvindo.

  "Ãoãoão primeirão é campeão", gritavam, em uníssono coro. Como se aquela fosse a disputa pelo primeiro lugar, quando, na realidade, era pelo bronze. "Tuntum tuntum tuntum", esse era o meu pobre coração, sofrendo de ansiedade e infinitas coisas mais, quais eu sequer poderia compreender ou tentar explicar racionalmente.

 Não demorou muito, Naruto rapidamente estava de volta, com um sorriso de orelha a orelha. Na sua 'nada' escandalosa abordagem e fazendo pouco caso de alguém que beirava um ataque cardíaco; dentre a torcida ensandecida, ele prestou-se a quase gritar no meu ouvido:

— Ele disse que é pra você o encontrar depois da final, na pracinha lá de cima. No banco que fica depois daquela barraquinha de doces. 

— Depois da final? – Meu sonho de verão quase foi destruído. Num deslize, olhei para onde não deveria, instantaneamente encontrando os intensos olhos negros sobre mim. O frio na barriga só aumentou, quando engoli em seco minha singela agonia por aquela troca de olhares. Virei-me, fugindo do embaraçante flagra. – Eu não posso. Tenho que chegar em casa às dez, ou minha mãe me mata. 

 Naruto, sequer, esperou por mais. Deu-me as costas e novamente seguiu em direção a Sasuke. Continuei me esforçando para não olhar para lá. E de novo, logo depois, ele estava de volta, com o recado.

— Assim que terminar esse jogo. Na praça. Nós vamos primeiro e depois vocês vão. 

— Nós? – Hinata murmurou descrente, mas foi necessário só um sorriso de Naruto, para ela menear a cabeça confirmando. – Agora sai daqui, antes que alguém vá dizer ao meu pai que estou conversando com você. 

  Atendendo a exigência, ele sumiu da nossa frente imediatamente. O medo que sentia de Hiashi chegava a ser palpável.

   Segui a tentar dar total atenção a partida e fugir, a qualquer custo, de olhar para o carro de som. O jogo seguiu animado. O 1°B, porém, não conseguiu virar o placar.

 — Eles acabaram de sair, Sakura. – Hinata murmurou, discretamente cutucando o meu braço, poucos minutos depois de o apito ter marcado o fim da luta pelo terceiro lugar -— Passaram agora mesmo pela saída. Sasuke e Naruto. 

— Vamos esperar mais uns cinco minutos. – O pedido não foi um definitivo recurso de esconder ao máximo toda a situação. Só queria mais alguns minutos para respirar, livrar-me do frio na barriga e digerir o fato de que eu, naquela noite, eminentemente e irrevogavelmente, beijaria Sasuke. 

 Passados meus preciosos minutos de recuperação, deixamos a quadra e seguimos pela rua razoavelmente povoada. Subimos a ladeira que dava na pracinha de cima e rapidamente enxergamos a cabeleira loura de Naruto. Ele estava sentado num banco, esperando Hinata. Aproximamo-nos, por demais apreensivas e olhando para os lados, para verificar que ninguém nos via ali, àquele horário da noite e naquele lugar por ora deserto. 

— Sasuke está esperando você – ele sussurrou, puxando a Hyuuga para sentar ao lado dele no banco, e apontando o queixo em direção à barraquinha de doces, fechada naquele momento. 

 Nada respondi, apenas engoli em seco e me virei. Melhor seria me apressar e não fazer o papel de vela para minha amiga. Toda a situação ainda estava me deixando nervosa e extremamente apreensiva. Minhas mãos suavam frias e chegavam a tremular. Meu coração ainda batia completamente desesperado contra o peito, enquanto minhas pernas se esforçavam para não cederem ao ímpeto de cair. 

 Segundos antes de contornar a barraquinha completamente, apertei os olhos e, mais uma vez, respirei fundo. 

 A minha boca secou completamente, quando o vi lá, sentado, realmente me esperando. Havia uma parte de mim que, até aquele instante, teimava em acreditar na veracidade dos acontecimentos daquela noite. 

 Apesar de incrédula e duvidando da realidade dos fatos, também um pouco enjoada com as borboletas no estômago, forcei-me a dá os últimos passos e sentei ao lado dele. Sasuke usava um perfume delicioso, foi o que imediatamente concluí. O mais estranho e vergonhoso, porém, é que ficamos em completo silêncio e olhando para quaisquer outras coisas, inclusive para o céu, por mais de dois minutos, até ele, em sua firme e rouca voz, finalmente dizer:

— Oi...

 Eu não esperava um simples oi. Desejava que ele me beijasse logo e começássemos com aquilo, até porque não tínhamos muito tempo para ficar ali, e não sabia quantos minutos mais demoraria até eu desmaiar. 

 — Oi... – Mas foi o que me limitei a gaguejar, criando coragem suficiente para encará-lo. 




Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...