História Pequenas Doses de FatWill 💕 - Vasco x São Paulo (Parte II)

narrador

Passaram o restante do jogo trocando olhares que não passavam despercebidos pelos filhos, que decidiram não falar nada, pra não deixá-los com vergonha e também pra não estragar o clima bom que estava ali, com a família reunida. 

Após vitória do São Paulo, o jogo acabou e William decidiu que era melhor ir embora. Levantou-se do sofá se despedindo dos filhos com beijos e abraços e os três permaneceram sentados de propósito, para que Fátima se oferecesse a levá-lo até a porta. E ela assim o fez. 

Eles saíram juntos e ficaram calados um tempo na calçada apenas olhando para os próprios pés, ambos sem graça e sem saber como começar um assunto. Até que ele teve um momento de coragem e de certa ousadia. 

- Fátima, você quer sair pra jantar comigo? – ele fez a proposta ainda muito inseguro, tinha um certo medo da resposta, porém tinha certeza do que (ou de quem) queria. 

- William... eu não sei, será que isso daria certo? – Ela conhecia as intenções dele, e no fundo também tinha vontade de arriscar uma reconciliação, tentar fazer dar certo agora que estavam solteiros, mas ainda tinha muito medo de sofrer uma segunda separação com ele. 

- Olha, eu só te peço uma chance, tá bom? Não é como se eu estivesse te pedindo em casamento de novo, só deixa eu me aproximar de você? Nós podemos conversar mais, ir realmente dando um passo de cada vez. É só você me falar que sim! 

- Uma chance? – ela disse sorrindo nervosa, segurando o lábio inferior entre os dentes. 

- Só uma, Fá! – Ele sorriu de nervoso junto com ela, pois apesar da atitude, também tinha medo. Medo de não dar certo, de sofrerem de novo. Mas maior que qualquer um dos medos, era o sentimento que havia entre eles. 

- Olha, eu acho que nós podemos sim tentar. A única coisa que eu te peço é calma. Não vamos nos precipitar muito, ok? – ele apenas assentiu positivamente com a cabeça – Parece loucura nós dois querendo tentar um relacionamento de novo, mas seja o que Deus quiser! – ela respirou fundo e finalizou com um sorriso, sendo acompanhada por ele. 

- Bom, agora eu já vou indo, tá na minha hora. Posso ganhar um abraço? – Ele pediu todo manhoso e ela apenas assentiu, abrindo os braços pra ele. Se aproximaram e William a aninhou em seus braços, sentindo de novo como ela era pequenininha perto dele e como isso fazia o abraço encaixar ainda mais.

Ficaram curtindo o momento em silêncio, apenas aproveitando a sensação boa que aquele abraço trazia. Ambos pensavam e se perguntavam como conseguiram passar tanto tempo sem sentir o abraço um do outro e uma sensação de estar em casa de novo invadia eles dois. 

Depois de alguns minutos, foram se afastando devagar e quando os olhares se encontraram, eles sorriram automaticamente. Não era um simples sorriso, havia muito sentimento envolvido naquele gesto. Eles não sorriam só com a boca, mas também com os olhos, com a alma. Se sentiam felizes e mais leves depois daquele abraço. 

William estava a ponto de beija-la, mas havia prometido que iriam com calma daquela vez, então lutou contra sua própria vontade e deu um beijo carinhoso e demorado na testa dela, se afastando em seguida.

Fátima se sentia plenamente feliz naquele momento e recebeu o beijo de olhos fechados, curtindo o momento. 

Se despediram com mais um abraço apertado, mais rápido dessa vez, e ele foi embora. Ambos queriam sim matar a saudade dos beijos, dos toques, do calor do corpo um do outro, porém, queriam que nada desse errado daquela vez, então iriam dar sim um passo de cada vez. 

Fátima voltou para dentro de casa e foi recebida por três filhos curiosos, que de cara já a encheram de perguntas, queriam saber a todo custo se ela iria ou não voltar com o pai deles, mas a mulher foi rápida na resposta, dizendo apenas que eles iriam conversar muito ainda, e que o futuro a Deus pertence. 

***

Os dias foram passando, William e Fátima conversavam bastante todos os dias por mensagens e ligações. Em um desses dias vararam a madrugada conversando e esclarecendo muitas coisas em relação a separação deles. Sentiam como se tudo estivesse mais claro agora, e que podiam ir avançando aos poucos naquela reaproximação. 

Na quarta feira daquela semana, William decidiu marcar o jantar que tinham deixado pendente, e ela prontamente aceitou. Para não serem flagrados em algum lugar público, resolveram ir para o apartamento dele, que insistiu em ir buscá-la após o jornal, dando a desculpa de que foi ele quem a convidou. 

Fátima se arrumou para o jantar com a ajuda das filhas. Depois de experimentar várias roupas, decidiram por uma blusa preta de mangas longas e uma saia na mesma cor, com um zíper lateralizado que dava um toque sexy e elegante à roupa. Calçou uma sandália de salto baixo, com amarrações na perna. Beatriz fez uma maquiagem leve na mãe, e finalizou com um batom vermelho nos lábios, para realçar os lábios da mulher. 

Ficou esperando por ele que chegou após uns quarenta minutos do fim do JN. Ela o atendeu na porta e trocaram apenas um abraço e um beijo no rosto. William entrou apenas para falar com os filhos e depois de mil recomendações, eles saíram juntos. 

Já no carro, ele não resistiu e soltou o elogio que estava guardado desde que a viu na porta. 

- Fá, você está tão linda! Só não vou te olhando o caminho todo porque preciso prestar atenção no trânsito – ele falou rindo e lançou um olhar rápido para ela, que naquele momento já estava constrangida com o elogio, como sempre.

- Bobo! Hoje fui arrumada por duas jovens que querem fazer de tudo pra me juntar com o pai delas! 

- Por isso que eu amo essas meninas! Amo muito! 

Foram nesse clima descontraído durante todo o caminho e quando chegaram ao prédio e subiram no elevador, William se controlava para não agarra-la ali mesmo. Ela estava irresistível e havia muita saudade acumulada, mas ele não queria se precipitar e depois de muito esforço, conseguiu se conter até que entrassem no apartamento. 

- Fica à vontade, Fa. Eu já fiz o pedido do nosso jantar naquela cantina italiana que você gosta e não deve demorar pra chegar. Enquanto isso vou buscar um vinho. 

Ela ficou esperando por ele sentada no sofá, onde já se desfez das sandálias. Não ia fazer cerimônia com ele.

Existia em ambos um sentimento misto de ansiedade com nervosismo. Sabiam que iria rolar algo mas pareciam um casal de adolescentes ficando sozinhos pela primeira vez. 

Fátima tentava manter a tranquilidade fazendo um mantra interno quando ele chegou de volta a sala com duas taças de vinho e entregou uma pra ela, sugerindo um brinde. 

- Ao quê especificamente brindamos? – ela perguntou com um meio sorriso e um olhar sugestivo.

- A nós dois e a vida... ou a chance que a vida está dando de novo à nós dois! – ele respondeu sem tirar os olhos dos dela, e sustentou o olhar até quando brindaram e levou a taça até a boca, saboreando o primeiro gole do vinho e a depositou na mesa de centro.

William tomou coragem para fazer o que queria desde que a viu tão linda, esperando por ele na porta de casa. Foi se aproximando aos poucos e fez um carinho no rosto dela, que lenta e automaticamente também se aproximou dele. 

“E vai chegando perto de mim

 E quando faltar um centímetro, 

 Fecha os olhos...”

Quando sentiram as respirações se misturando, fecharam os olhos instantaneamente, ansiando pelo que vinha a seguir. 

“...e deixa rolar, deixa 

 Deixa o beijo durar, deixa

 Deixa rolar, deixa 

 Deixa o beijo durar...”

William levou uma mão à nuca dela e a puxou levemente pra ele, quebrando a curta distância que ainda restava e colando as bocas num beijo que se iniciou leve, lento e cheio de sentimentos.

Ele soltou um sorriso no meio do beijo, pela sensação tão grande de felicidade que o invadiu e sentia que ia explodir de felicidade a qualquer momento. 

“E eu entrego os pontos quando te beijo
             O seu sorriso é meu amuleto...”

Fátima levou uma mão ao rosto dele, o fazendo um carinho que tinha a mesma leveza do beijo, cheio de sentimentos e delicadeza ao mesmo tempo. Com a outra mão, ela o segurou nos cabelos da nuca, arranhando de leve a região com suas unhas, o que fez William soltar um suspiro um pouco mais alto e, em resposta ao gesto de aprovação do homem, ela acelerou o ritmo do beijo e o puxou para mais perto, quebrando qualquer distância que havia entre seus corpos.

“Ela me beija 

 Como quem me quer

 Pra sempre...” 

Quando sentiram o ar faltar, se afastaram rapidamente para recuperar as respirações e William aproveitou para descer os beijos pelo pescoço dela e levou uma mão à coxa da mulher, fazendo um carinho ali e apertando em seguida, arrancando um gemido baixo dela em resposta ao toque que ele bem sabia que ela gostava. Aproveitou para fazer algo que já estava querendo desde cedo. Subiu levemente um pouco do zíper na saia de Fátima e foi subindo a mão pela coxa da mulher.

Quando voltaram a se beijar, foram interrompidos pelo som do interfone. A comida havia chegado. 

Ele levantou para atender e ela aproveitou para se recompor e limpar o batom que a julgar pelos lábios de William, deveria estar um estrago. 

Continua