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História Pequenos Infinitos - Recomeço


Escrita por: WilkensOficial

Notas do Autor


Chegamos ao último capítulo (com atraso, mas chegamos).
Obviamente, ainda temos um epílogo e pra alegria de muitos, estou desenvolvendo a contuniação desta narrativa. A notícia ruim é que eu não terminarei neste ano. Deve ficar pronta só no ano que vem... mas se um milagre acontecer, eu finalizo até outubro.


Mais uma vez obrigado por acompanharem a mim neste jornada através dos fragmentos de minha alma contidos em cada frase, cada momento e cada capítulo dessas narrativas que são, essencialmente, tudo o que sou.


Espero encontrá-los nas outras estorias deste vasto universo compartilhado de Amores e Distorções.


Boa leitura e até daqui a pouco com o epílogo.



<3

Capítulo 40 - Recomeço


Fanfic / Fanfiction Pequenos Infinitos - Recomeço

Naquela manhã de segunda-feira eu fechava a última mala com meus pertences. Nunca pensei que me despedir fosse doer tanto, mas a verdade é que tudo o que aconteceu comigo nos últimos mese, fez com que eu amadurecesse bastante e percebesse que a vida é mais do que eu poderia imaginar e que os bons momentos são tirados da gente de forma tão inesperada que sempre devemos tratar as pessoas com as palavras mais agradáveis, pois não sabemos quando será a última vez que as veremos.

Não havia sol e, na verdade, relampejava muito, como se uma grande tempestade estivesse a caminho. Definitivamente o clima estava refletindo meus sentimentos no momento, e também os sentimentos futuros em minha vida, mas isso não me assustava, já que em dias de tempestade, sempre podemos escolher entre se assustar com as trovoadas ou aproveitar a chuva para se agarrar às pessoas amadas ou, quem sabe, dançar na chuva. Sim, é possível extrair sorriso diante do caos, é tudo uma questão de escolha. Sempre é.

- E aí Renan? Ainda vai demorar? – perguntou meu padrasto cruzando os braços e deixando explícita sua má vontade em me ver de volta à sua casa.

- Espera, eu preciso dar um último adeus aos meus amigos. – falei saindo de perto dele e indo para o lado de fora, onde Vinícius e os outros me esperavam.

Amanda e Gustavo estavam abraçados, naquele momento, me dei conta de que eles poderiam formar um belo casal se ele gostasse de meninas. Em todo o caso, eu sempre tive a ideia de que boas amizades conseguem ser superiores a qualquer relacionamento.

- Então essa é a hora que você diz adeus, né? – disse Amanda de um jeito como se aquelas palavras lhe doessem a garganta.

Sem conseguir dizer nada, corri para abraça-la e beijar seu rosto. Não demorou para que ela ficasse vermelha de tanto chorar e me enchesse de beijos pelo rosto.

- Tenta não me esquecer por favor. – disse limpando as lágrimas.

- Vocês são inesquecíveis e insubstituíveis. – falei sentindo minhas pernas bambearem com a emoção do momento.

Me virei então para Gustavo, que não chorava, mas mantinha um olhar sério. Seus olhos estavam vermelhos, provavelmente já havia chorado muito antes de ficar cara a cara comigo.

- Você chegou aqui como um garoto insuportável e conseguiu não só mudar a si mesmo, como mudar a vida de todos nós… e de quebra, fez com que os pais dos piores alunos do colégio fossem presos! Cara, você é foda!

- Nós somos! Somos um time! – falei sorridente – Eu só fico mal pela Sheila e pelo Alex que vão ter que voltar para a fila de adoção. Acho que isso vai me assombrar pra sempre.

- Eles vão ficar bem, inclusive o nojento do Max. – respondeu Amanda ainda soluçando.

- Nós vamos tomar conta deles de alguma forma. – disse Gustavo me olhando nos olhos – Eu… eu… gosto tanto de você Renan, você não imagina o quanto. – congelei com aquelas palavras e tudo ficou ainda pior quando ele se aproximou, acariciando meu rosto – Você não faz ideia da falta que você vai fazer. – ele disse isso e se aproximou de mim, encostando a testa na minha e aos poucos inclinando o rosto para cheirar meu pescoço.

Me arrepiei por inteiro.

- Gustavo eu… não sei o que dizer. Acho que não encontro palavras. Desculpa. – falei segurando sua mão, ele sorriu carinhosamente e beijou meu rosto. Seus lábios quase tocaram os meus.

Vinícius então se colocou entre nós dois, desfazendo aquele abraço e tentando disfarçar a todo custo o seu incômodo com aquela cena.

- Eh… eu… eu prometo que vou te escrever mensagem todos os dias e vou te ligar todas as noites. – disse ele com a voz trêmula. Seus cabelos loiros estavam mais embaraçados que o normal e suas bochechas rosadas pareciam frias naquele momento, assim como suas mãos – Estaremos separados geograficamente, mas nossos corações estarão conectados! – Vinícius agora tinha uma pequena lágrima nascendo nos olhos – Eu vou trabalhar e juntar uma boa grana. Nas férias irei até você. Eu prometo! – e foi nesse momento que percebi que minha mãe e meu padrasto surgiam por trás de mim horrorizados com aquela cena. Antes que eles pudessem berrar, fiz a única coisa que eu poderia fazer.

Sorri e beijei Vinícius com toda a sede do mundo, pra que ele nunca esquecesse meu beijo e o calor dos meus braços.

- Guarde esse beijo e me devolva quando nos encontrarmos. – falei lhe abraçando – Eu te amo!

Depois disso, minha mãe se aproximou e pigarreou tocando meu ombro.

- Acho que você já me fez vergonha demais, agora, por favor, entra no carro. Tá todo mundo olhando! – disse cochichando em meu ouvido e dando meia volta depois de lançar um olhar cheio de superioridade para Vinícius.

- Eu amo vocês! – falei abraçando a todos e então caminhando lentamente para o carro.

Naquele momento, eu pouco me importava com as dezenas de pessoas que tinham visto aquela cena, tudo o que eu queria era poder desfrutar de cada segundo enquanto ainda havia tempo.

 

Ir embora e deixar tanta coisa para trás era um grande risco, afinal de contas, o tempo pode ser muito ruim às vezes, mas eu me sentia confiante e com uma sensação de dever cumprido, pois eu havia renascido e me transformado em uma pessoa melhor, e muito dessa evolução eu sempre vou dever ao meu pai, que me amou e fez de tudo para me ver feliz até o fim.

Enquanto um filme de lembranças passava em minha mente, eu percebia também que devemos viver sem nos economizar. Devemos sim, gastar o amor acumulado. Usufruí-lo até o fim. Enfrentar os bons e os maus momentos, passar por tudo que tiver que passar, sem jamais se economizar. Devemos sentir todos os sabores que o amor tem, desde o adocicado do início até o amargo do fim, mas não sair da história na metade. Amores precisam dar a volta ao redor de si mesmo, fechando o próprio ciclo. Isso é que libera a gente para ser feliz de novo.

Eu estava pronto para encarar o recomeço mais uma vez, mas sem me esquecer do ciclo que eu estava fechando. E mesmo que meus amigos ou mesmo Vinícius se distanciassem de mim com o tempo, eu sabia que eu estaria guardado em algum lugar na caixinha de boas lembranças para sempre, assim como eles sempre estarão na minha.

 


Notas Finais




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