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História Percy Jackson e os Herdeiros do Caos 1: Do Caos ao Ladrão - O Jardim e a Visita Ao Tio Trevoso


Escrita por: H_JacksonPotter

Notas do Autor


Então galera, kkkkkk. Desculpem mesmo a demora, estava com um bloqueio criativo. Eu resolvi tentar deixar os títulos um pouco menos "certinhos", e deixá-los mais soltos, fazer mais no estilo do Tio Rick. Enfim, espero que gostem!

Capítulo 19 - O Jardim e a Visita Ao Tio Trevoso


O DESAFIO DE AFRODITE PARTE FINAL

 

Percy Pov

 

Eu caminhei pelo Mundo Inferior por um tempo, sem nem dar falta de meu irmão. Eu não lembrava porque tínhamos nos separado, mas provavelmente não era nada demais, e com certeza ele estava bem. Eu nunca diria isso em voz alta, mas eu sabia que o Henry era mais forte do que eu. Mesmo eu sendo um esgrimista muito melhor, ele tinha a mesma eficiência com qualquer arma, muito melhor do que eu, que apesar das bênçãos, não passava de um arqueiro mediano, e não me sentia muito confortável com lanças ou adagas. Meu lance era mesmo a espada, na qual, não querendo me gabar, eu era muito bom. E nos poderes, apesar de sermos equlibrados no quesito poder bruto, ele era um estrategista nato, então os usava de forma muito melhor. Por isso tudo, eu sabia que ele estava bem. Era o Henry afinal, meu irmão, parceiro e melhor amigo.

Durante minha caminhada, topei com um ou dois cães infernais, mas lidei com eles sem grandes problemas. O incômodo mesmo eram os mortos. O som das almas torturadas nos Campos de Punição, cravando-se na minha memória, ao mesmo tempo em que eu sentia as risadas e a alegria do Elísio e das Ilhas dos Abençoados chamando por mim, me puxando. E por fim, os Campos de Asfódelos por onde havia caminhado, me fizeram notar uma coisa. Os mortos não são assustadores. Eles simplesmente parecem tristes, cansados.

Do nada, percebi que a paisagem havia mudado. Não sei quando nem onde, mas agora me encontrava num longo jardim. Apesar de atmosfera daqui do Mundo Inferior, centenas de tipos de flores diferentes floresciam ao longo do lugar. Algumas árvores, umas frutíferas e outras não, também eram visíveis. Depois de algum tempo admirando a beleza do lugar, quase pulo de susto quando ouço uma voz com um tom curioso vinda de trás de mim.

-O que faz aqui menino?

Virei-me para encarar uma mulher relativamente alta, com cerca de 1,80, pele morena, cabelos marrom escuro com as pontas meio loiras e olhos castanhos, mas que irradiava uma aura de poder razoável.

-Olá. Estou procurando Lady Perséfone, a senhora saberia me dizer onde ela está?

-Antes que eu responda a sua pergunta, responda você essa aqui. Onde você acha que está, pequeno semideus?

-Bem, isso aqui parece um jardim, dos bem bonitos por sinal, mas e daí? O que isso tem a ver?

Ela fez aquilo de dar um tapa no próprios rosto como se querendo dizer “fala sério” ou “dá pra acreditar nisso?”. Não gostei e fiquei ainda mais confuso, e ela deve ter notado, porque me respondeu por fim.

-Sim garoto, é um jardim. E quem é a única pessoa que tem um jardim aqui embaixo fora do Elísio ou das Ilhas?-ela me perguntou.

-Perséfone.-respondi prontamente, e ela apenas ergueu uma sobrancelha e fez uma cara tipo “então?”. Não entendi nada, então fiquei uns 10 segundos parado pensando. Aí a realidade veio que nem uma flechada das Caçadoras na retaguarda, e acreditem, é extremamente doloroso e vergonhoso.

-Deeeeeeuses, eu sou muito burro! Você é Perséfone!-digo ficando vermelho e rindo da minha própria desgraça.

-Finalmente entendeu. Diga-me então garoto. Que negócios você tem comigo? Não me lembro de tê-lo visto antes.

-Ah, sim! Desculpe, aqui está!-tirei a mochila das costas e tirei o envelope cor-de-rosa lá de dentro, entregando-o a ela.-Convite de Afrodite. Ela mandou eu e meu irmão numa missão pra cá como um pequeno teste e pra entregarmos isso pra você.

-Seu irmão? Mas só tem você!-ela respondeu, estranhando.

-Ah, ele tá por aí. Não se preocupa, ele tá bem, é muito forte.

-Se você diz-ela dá de ombros-se ele morrer não é problema meu.

Depois disso nós tivemos um papo rápido, ela me deu um tour pelo jardim, até o momento em que ela me mostrou uma fonte de água, a qual perguntei se poderia usar para contatar meu irmão, e ela disse que sim. Invoquei um pouco de luz solar, e a fiz brilhar através da água, formando um arco-íris. 

-Ó Íris, deusa do Arco-Íris, mostre-me Henry Jackson, no Mundo Inferior.

O arco-íris tremeluziu por alguns instantes, até que finalmente formou a imagem de meu irmão, caminhando por um corredor de pedra negra, iluminado por tochas ao longo das paredes.

-Henry! Ei, Henry!-chamei.

-Ei Percy! Tudo bem no seu lado? Entregou o convite?

-Sim, entreguei, tudo certo. Afinal, o que você tava fazendo?

-Ah, eu? Nada demais. Depois que a gente terminou com as Benevolentes, eu saí pra explorar um pouco. Afinal, esse é o domínio de um dos Três Grandes. Já conhecia bem o mar e o céu, portanto faltava esse aqui. Mas acho melhor a gente voltar agora. Fica aí, que eu já tô chegando, e aí você teleporta a gente pra fora, ok?

-Beleza, tô te esperando.

 

Henry Pov

 

-Beleza, tô te esperando.

Depois disso, passei a mão pelo arco-íris, encerrando a mensagem. Ele nem desconfiava. Na verdade, eu não tinha simplesmente ficado explorando, apesar de isso não deixar de ser uma meia verdade. Terminada nossa pequena luta com as fúrias, eu me encaminhei ao grande palácio sombrio erguido ao longe. O palácio de Hades. Aquele encontro ainda estava em minha mente.

Flashback

Por um bom tempo, caminhei pelos Campos de Asfódelos, até que retornei a área do julgamento, e me ocultando de Cérbero, peguei a rota para o palácio. Surpreendentemente, minha jornada até o palácio foi relativamente tranquila, sem monstros me atacando ou criaturas míticas de vigia de quem eu tivesse que me esconder, até que finalmente, cheguei nos portões do castelo. 

Era uma construção imponente com facilmente mais de 50 metros de altura, e algumas torres se estendiam a partir da construção principal. Era todo preto, na maior parte pedra, mas também haviam partes de metal e até mesmo madeira. Assim que parei em frente aos portões, eles se abriram sozinhos, como em um filme de terror. Uma comparação adequada se parar pra pensar em onde eu estava. 

Caminhei pelos longos corredores do palácio, o ambiente sombrio iluminado por tochas de fogo grego, e as paredes com crânios, ossos e pedras preciosas incrustadas nelas, até que finalmente cheguei ao portão da sala do trono. Tinha cerca de 10 metros de altura, feito de um metal negro, e repleto de imagens. Cenas de morte, percebi. Carnificinas em campos de batalha, homicídio  suicídio, pragas, pessoas sendo devoradas por monstros e animais comuns. E ainda haviam os guardas. Dois esqueletos vestidos com uniformes antigos em frangalhos. Pelas aparências, esqueletos de soldados da Guerra Civil. Eles me encararam por um instante com aquelas órbitas vazias, e então deram um passo para o lado, abrindo passagem.

Parei em frente aos portões. Respirei fundo, e os empurrei, chegando na sala do trono de Hades. O ambiente era ligeiramente diferente do que eu tinha imaginado. De frente para mim, onde eu havia entrada, era uma grande sala, com um sofá vermelho sangue, armários com armas, pinturas gregas antigas e, estranhamente, uma TV gigantesca, mas que no momento estava desligada. E no fim dessa sala, sentado sobre seu gigantesco trono de obsidiana com esqueletos encrustados, estava Hades, o Senhor dos Mortos. Tinha a pele pálida como um cadáver e cabelos negros lisos que iam até a altura de seu ombro. Usava uma toga grega antiga, que, vejam que surpresa, era preta. Seus olhos também, eram de uma escuridão profunda, parecendo sugar sua vida. Não era corpulento como Ares, mas emanava uma tremenda aura de poder, maior até talvez do que a de meu pai e meu tio Zeus. E ele estava lá, sentado, elegante e perigoso como uma pantera-negra a noite na selva.

-Ora, ora, ora. O Orgulho e Cavaleiro do Olimpo, Henry Jackson. Diga-me, heróizinho, a quê devo a visita?-ele cuspiu a palavra herói com desprezo, mas não me parecia irritado, parecia genuinamente curioso. Caminhei até ficar a cerca de 10 metros de seu trono, e então me ajoelhei.

-Meu tio, é um prazer. Adoraria poder dizer que esta era simplesmente uma visita familiar, e que eu era só mais um semideus qualquer querendo conhecer os parentes, mas nós dois sabemos que isto não é verdade, não é mesmo?

-Erga-se, Henry Jackson, filho de Poseidon. Aprovo sua atitude, direto ao ponto. Vejo que seu tempo no Olimpo com meus parentes desmiolados não afetaram sua lábia. Diga-me então, o que deseja para ter vindo até mim? Sei de sua missão para Afrodite, mas isso não dizia respeito a mim. Agora a questão é ver se você é muito corajoso, ou então muito estúpido para ter vindo até aqui.

Minha expressão momentaneamente tornou-se uma arranca. “Estúpido?” Se ao menos ele soubesse do que sou capaz. Não sou nenhum garotinho qualquer. Muito jovem, sim. Um jovem comum? Obviamente não. Um prodígio superpoderoso com grandes ambições? Isso sim. Deixei o orgulho de lado e voltei a exibir um sorriso diplomático, enquanto fico de pé novamente.

-Veja bem, tio. Você disse que sabe sobre nossa missão. Mas você sabe o verdadeiro motivo por trás dessa e outras missões?

Ele me olhou intrigado. Eu havia fisgado seu interesse, perfeito.

-Do que você está falando, pequeno semideus?

-Eu agradeceria se não se referisse a mim no diminutivo ou de forma pejorativa tio, de verdade.

-Garoto…-ele ia começar a ameaçar mas eu o cortei.

-Mas enfim, deixe-me explicar. Antes disso, gostaria de pedir que jure pelo Rio Estige que não vai comentar nada dito por mim aqui com ninguém.

-Não me teste, filho de Poseidon. Seu tom e sua falta de confiança para com a minha pessoa são ofensas. Mas pois bem, juro pelo Rio Estige não comentar nada desta conversa com ninguém. É bom que esta conversa seja interessante, menino, senão Cérbero vai ganhar um novo brinquedinho. Você já estava sem credibilidade comigo por ter nascido de uma quebra de juramento, então tome cuidado.

O som de um trovão foi ouvido, mesmo ali em baixo, confirmando o juramento. Eu passei os 5 minutos seguintes lhe explicando como fora crescer no Olimpo, a maior parte do tempo com ele exibindo uma expressão de tédio, mas isso mudou quando eu cheguei na parte dos desafios. Expliquei-lhe tudo sobre o propósito, as missões e as bênçãos que vinham como recompensa.

-Deveras interessante, jovem Henry. Parece que escapou de virar brinquedinho de cachorro. Mas eu ainda quero saber: o que isso tudo tem haver comigo?

-Pensei que fosse óbvio, tio.-ele franziu o cenho-Eu já tenho a bênção e os poderes de 7 dos 12 olimpianos e Lady Héstia, além de estar prester a conseguir a de mais um, e ser aprendiz de Hécate. Mas você não concorda que falta alguma coisa? Talvez, uma divindade tão antiga e poderosa quanto os primeiros deuses, deixada de lado por medo e paranoia vindos de um monarca medíocre?-a compreensão finalmente chegou até ele, que parecia não saber o que pensar.-Eu vim, Lorde Hades, pois quero a sua bênção. Vim até aqui com a ambição de convencê-lo a me pôr a prova, para provar que sou digno, e tornar-me o primeiro campeão do submundo.

Terminei de falar, e aguardei sua reação. Ele parecia perdido em pensamentos,  coçando o queixo.

-Um pedido deveras, interessante, por assim dizer. Mas o que eu teria a ganhar com isso? 

-Bem, tio, é relativamente simples. Eu funcionaria como uma ponte entre você e os olimpianos, apresentando suas vontades e ideias perante o conselho, e poderia cumprir missões no mundo lá fora em seu nome.

-Sim, isto me parece muito útil, mas é uma via de mão dupla. Você se tornaria extremamente poderoso, e se juntarmos isso com as outras bênçãos, você se tornaria absurdamente poderoso, no nível de um deus. Não sou como meu irmão, não me voltaria contra você por isso, mas os olimpianos, vendo isso e sua relação comigo, poderiam te usar como uma justificativa para se juntarem contra mim. E por outro lado, você poderia me espionar por eles.

-Entendo seu ponto de vista, tio. Mas não se preocupe quanto a espionagem, desprezo a liderança de Zeus tanto quanto o senhor. Pra ser bem sincero, contarei um segredo ao senhor, um segredo que apenas eu e mais duas pessoas cujas identidades não revelarei, sabem. Respeito os deuses e amo alguns pois afinal são família e são bons comigo. Mas desprezo Zeus e Hera, e do meu ponto de vista assim como de muitos outros, eles não são exatamente bons governantes. Eu pretendo acumular poder e tornar-me imortal, para algum dia, destroná-lo e fundar um novo governo entre os deuses. O senhor e Héstia ganhariam seus tronos de volta,  e os deuses menores não seriam mais ignorados. Suas opiniões seriam ouvidas e levadas em conta. E eu seria o líder desse novo mundo, com minha família ao meu lado, e Zeus teria de se submeter, ou então ser banido. E eu gostaria muito de ter você ao meu lado nesse dia, tio.

Ele pareceu chocado, mas pelo jeito, não irritado. Depois do choque, ele pareceu realmente considerar minhas palavras.

-Sua ambição não conhece limites rapaz, lhe dou crédito por isso. Você me deu muito o que pensar. Não se preocupe, seu segredo está segredo comigo. Mas quanto a sua oferta, preciso pensar. Em nosso próximo encontro, darei-lhe uma resposta. Até lá, adeus, Henry Jackson.-ele fez um gesto com a mão, e as portas se reabriram.

-Muito obrigado tio, aguardo anciosamente nossa reunião. Mas apenas um último recado pra você. Nem tudo é o que aparenta ser.

E dito isso, mergulhei nas sombras, viajando nelas para fora dali, e a última coisa que vi antes de sumir foi a expressão de absoluto choque de Hades.

 

Flashback encerrado

 

Depois daquilo, eu havia reaparecido no corredor que levava novamente ao salão de julgamento. Fiquei extremamente nauseado, consequência de viajar nas sombras, em especial pela primeira vez, imaginei. Combinando os poderes do próprio Hades e a magia de Hécate, ocultei totalmente minha aura e minha presença. Era extremamente exaustivo, e eu  não aguentaria por muito tempo, mas era o suficiente. Completamente oculto, caminhei até o ponto de encontro. Chegando lá, avistei meu irmão e sinalizei para que ele viesse até mim. Tentando ao máximo não ser visto e não atravessar muitos fantasmas, ele chegou em mim.

-Finalmente, onde você tava?

-Por aí. Vamos embora logo.

-Tá, beleza então miss simpatia.

Fuzilei ele com olhar, que estremeceu, mas depois rolou os olhos e riu, agarrando meu braço e nos teleportando em chamas para a entrada do Empire State Building. Eu e meu irmão nos apoiamos um no outro, ambos exaustos. Eu pela magia de ocultamento e ele por usar o teleporte pra uma distância tão longa. Mas logo iríamos descansar, com mais uma, missão cumprida.

 

 

 

 


Notas Finais


Espero que tenham gostado, esse foi o fim de mais um deafio. Faltam 4 desafios,e por fim teremos o início do arco de "O Ladrão de Raios". Imagino que cerca de 8/9 capítulos sejam o que falta para chegarmos lá.


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