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História Percy Jackson o Guerreiro Sem Limites - Capítulo 183 - A verdade.


Escrita por: mestrejiraiya19

Notas do Autor


Hoje, infelizmente venho trazendo pra vocês, meus queridos leitores, uma notícia muito triste, INFELIZMENTE ESSE É O ÚLTIMO CAPÍTULO, conforme puderam notar, em razão do fim da minha faculdade e muitos outros fatores pessoais, eu estou colocando um ponto final na história, peço perdão para aqueles que esperavam mais, sei que muitas coisas estão em aberto, entretanto, eu pensei em jeito de dar um final razoável para a história, PEÇO DESCULPAS POR NÃO ACABAR DA FORMA QUE A HISTÓRIA MERECIA E QUE VOCÊS MERECIAM.

Recebam esse último agradecimento do Mestre Jiraiya, obrigado por tudo meus queridos discípulos e discípulas.

Aproveitem o último capítulo.

Capítulo 183 - Capítulo 183 - A verdade.


POV: Perseus Heitor Jackson.

 

Senti a claridade ofuscar minha visão, aos poucos fui abrindo meus olhos, eu reconheci facilmente o lugar em que estava, afinal de contas passei a maior parte dos meus dias nesse lugar, era meu quarto, no palácio da minha mãe, no Olimpo. Tentei me movimentar, mas não consegui, meus braços e pernas estavam presos, espera um pouco, porque estou sentado? Olhei para meu corpo, eu estava sentado em um tipo de cadeira, mas isso não era o pior, eu estava amarrado nela, tanto nos meus punhos quanto nos meus tornozelos.

 

---Por Poseidon, o que está acontecendo? ---Perguntei confuso. Olhei envolta do meu quarto, não havia nada de diferente, não havia nenhum sinal de alguém por perto. ---MÃE. ---Gritei alto, tentando chamar a atenção de minha mãe, afinal de contas eu estou em seu palácio, mas porque ele me amarraria em uma cadeira? Tentei buscar nas minhas memórias o que estava acontecendo, mas não consegui achar nada, além de uma leve dor na cabeça. Forcei as amarras que prendiam meus braços, felizmente eram cordas simples, pode estoura-las com facilidade. Olhei em volta a procura de repostas. ---Meus deuses. ---Eu estava vendo meu reflexo no espelho, mas eu não era eu, quer dizer, era eu, lá estava meus olhos verde-mar, meu rosto, meus cabelos, mas eu não tinha mais aquelas mechas brancas em meu cabelo, além disso, meu corpo estava bem menor, eu estava mais baixo também, devia ter 1,75cm no máximo, talvez menos, estava bem mais fraco, devia ter uns 20kg ao menos do que devia ter, no máximo uns 80kg, bem menos forte e musculoso, não tinha sinais de barba nascendo, meu rosto também estava mais juvenil, na verdade, eu estava aparentando ter meus 14 anos novamente, a mesma idade e aparência que tinha quando sai do Olimpo para tentar selar o Kraken novamente.

 

---O que está acontecendo aqui? ---Indaguei confuso, mas como estava sozinho, não pude obter alguma resposta. Talvez eu pudesse me concentrar em comunicar-me com a Emuna, tentar descobrir mais respostas. ---“Emuna, pode me ouvir.” ---Perguntei mentalmente, tentando me concentrar, mas tinha algo diferente, eu não a sentia, não sentia nossa ligação, mesmo quando estive no submundo e ela no Olimpo, eu podia sentir nossa ligação. Eu tentei invocar o selo de amor, mas nada apareceu na minha mão, o que era muito estranho, eu sempre consegui invoca-lo quando queria, mau precisava me concentrar muito, era como se o selo nunca tivesse existido. ---Cadê? Não, sumiu. ---Notei que estava sem meu colar de contas, mas principalmente sem a concha de Ligea, tudo que sobrou da minha amada Ligea, a única coisa que tinha no meu pescoço era um cordão de ouro, com um pingente em forma de arco e Flecha. Olhei envolta procurando a concha, mas nada, nem perto da minha cama, perto dos móveis, nem embaixo de tudo, mas quando me aproximei da cadeira que estava amarrado eu notei algo, manchas vermelhas, de sangue, mas já haviam secado a muito tempo, pelo menos a algumas semanas.

 

Institivamente eu busquei Contracorrente em meu bolso, felizmente a espada estava lá, o que me deixou um pouco mais aliviado, em meus punhos tinha algo faltando, havia uma pulseira de ouro no braço direito, com um pingente em forma de coruja, a lança que ganhei de presente de Atena, mas meu relógio/escudo não estava do outro lado, o que era muito estranho, foi nesse momento que também notei que minhas Sais não estavam ali também, não havia nenhuma marca na palma da minha mão, elas estavam totalmente normais. Depois de ver tudo isso, eu só posso pensar que de alguma forma, eu acabei viajando no tempo, para o passado, talvez Cronos? Pode ser, afinal de contas ele é o deus do Tempo, embora eu acredite que ele não esteja tão poderoso para manipular o tempo dessa forma, mas é o que parecia, que eu fui transportado para o palácio, perto da época da missão do Kraken, cerca de 3 anos atrás, dessa forma, eu não havia conhecido Tyson, que não me fez o relógio/escudo, nem tinha ganhado as Sais de ferro Estige de Hades, nem ao menos eu ainda tinha ido pro Acampamento, o que queria dizer que Yeasmin e Phoebe estão vivas, quer dizer que a guerra no mar ainda nem começou, isso quer dizer que Emuna nem tentou me matar ainda, isso quer dizer que a Ligea também está viva. Aquilo deixou-me animado, saber que muitas das coisas ruins ainda não aconteceram, e que algumas das boas também não aconteceram, mas se as coisas ruins não aconteceram, talvez eu possa reverte-las, evitar que elas aconteçam e também garantir que as outras coisas boas aconteçam.

 

---Não, está errado, antes disso preciso descobrir o que está acontecendo, quem me trouxe para o passado, eu preciso ir atrás da minha mãe, ela poderá me ajudar. ---Disse motivado, indo em direção a porta, abrindo-a rapidamente, mas assim que fiz isso, me surpreendi ainda mais. As paredes que antes eram brancas e extremamente limpas estavam em ruinas, haviam pedaços caídos, sujeira, a escada que descia para o primeiro andar estava em ruinas. Nunca que minha mãe deixaria seu palácio chegar a este estado de calamidade e destruição. Mas foi nesse instante, em que olhei para o outro lado do corredor, no sentido dos outros quartos e principalmente do quarto da minha mãe que meu coração falhou uma batida. Tudo estava completamente destruído, o corredor que levava até o quarto da minha mãe havia sido completamente destruído, ao ponto de ficar irreconhecível, o telhado havia cedido, deixando-me ver o sol quente de um dia ensolarado lá fora. ---Pelos deuses, não. ---Eu não sabia o que estava acontecendo, mas estava tão destruído que acho que nem teria como eu avançar naquela direção. Minha única alternativa foi virar-me e ir na direção das escadas, mas assim que cheguei até a escada e pude ter uma visão do cômodo abaixo, meu coração ficou ainda mais pesado. Todo o cômodo que era a sala de recepção da minha mãe havia sido varrido, o lugar ao qual conheci, cresci e vivi a maior parte da minha vida, estava aos cacos, irreconhecível, a única coisa ao qual poderia reconhecer das minhas lembranças foi apenas alguns pequenos pedaços da lareira. ---HERA. ---Gritei alto, tentando chamar minha mãe, mas como esperado, não houve nenhuma resposta. Comecei a descer as escadas, mas haviam crateras a destruindo também, tanto que tive que pular para o chão na metade da escada.

 

---Não, não, isso é impossível. ---Disse estático, quando olhei no sentido da porta, não havia mais nada ali, toda a parede havia sido destruída, dando visão para um pedaço do Olimpo, quer dizer, do que sobrou do Olimpo, era até complicado de explicar, tudo estava aos destroços, que quem não viu antes, nem ao menos poderia imaginar quão lindo aquilo fora um dia, as lindas construções, estátuas magníficas dos deuses, fontes majestosas, templos enormes, coliseus, jardins surpreendentes, toda aquela beleza ao qual foi o Olimpo. Caminhei rapidamente para fora, escalando os escombros, finalmente saindo do palácio da minha mãe, nem ao menos tive que me incomodar em passar pelos lindos portões da entrada, eles haviam sido varridos completamente, restando apenas algumas ferragens e mais entulho. ---ALGUÉM PODE ME OUVIR? ---Gritei o mais alto que pude, tudo bem, sei que não é muito inteligente gritar assim, não sabendo exatamente o que aconteceu, mas eu estava desesperado em ver alguém, mesmo que fosse um inimigo, um titã, qualquer coisa, não só destruição. Eu subi em o que restou de uma estátua de Zeus, ficando bem alto, podendo finalmente olhar uma boa parte da encosta do Olimpo, mas o que vi, deixou-me ainda mais apavorado, não havia uma única construção que não houvesse sido corroída aos cacos, o que estava mais intacto era o da minha mãe, e vocês já viram que não sobrou muita coisa.

 

---“Pandora.” ---Concentrei-me em tentar chamar minha companheira coruja das neves. Mas não houve respostas também. ---“Pandora, por favor, você está me ouvindo?” ---Perguntei desesperado, mas nenhuma resposta. Eu só espero que ela esteja bem longe daqui, visitando suas parentes, por exemplo, na Antártida. O palácio que ficava bem em frente ao da minha mãe era o palácio de Hermes, o único dos filhos de Zeus do qual minha mãe gostou desde sempre, por isso, ela o deixou construir seu lindo palácio próximo ao dela, na parte mais alta do Olimpo, onde normalmente estavam os palácios dos deuses mais velhos, Afrodite, Deméter, Poseidon, Zeus e o palácio da minha mãe. Quando dei uma breve olhada para o que restará do palácio de Hermes, eu vi algo que chamou minha atenção, em meio aquele monte de escombros. Saltei do que restou da estátua e corri na direção do que tinha visto, quando cheguei perto, senti meu coração parar de bater com o que vi.

 

---Não, não. ---O que eu via era uma cabeça enorme, de um deus bastante conhecido e querido, um rosto triangular com orelhas pontudas e belo, ele lembrava um pouco um Elfo, seus grandes olhos azuis estavam opacos e totalmente sem vida, era Hermes, ou melhor dizendo, o que restou do deus da velocidade, havia pó dourado em volta, e a enorme cabeça do deus, foi tudo que restou, já não havia mais nada pra fazer pra ajudar Hermes, um deus só morre quando e decapitado, está é a única forma de matar um deus, além é claro de destruir completamente o corpo dele, o que é muito difícil de fazer. ---Descanse em paz, meu amado amigo. ---Fechei seus olhos com os meus dedos. Mas isso era ruim, muito ruim, ver o Olimpo destruído dessa forma, e agora ver um dos Olimpianos morto, era terrível, isso era muito ruim, muito ruim.

 

Comecei a correr em direção a sala dos tronos, lá eu poderia encontrar algum deus, com toda certeza, pelo caminho, pude ver o lindo jardim de Deméter completamente destruído, muito pior do que a vez que eu o queimei por acidente, não havia nenhum sinal do Quiosque no lago, e o lago estava praticamente vazio, enormes crateras, raízes de árvores colossais, em alguns lugares, como se uma enorme batalha tivesse feito a água escorrer e o lago secar, aquelas raízes deveriam ter sido invocadas por Deméter, é uma de suas habilidades, tinha medo ao que pudesse ter acontecido a minha amada tia também. Enquanto continuava correndo na direção da sala de tronos, eu avistei o palácio do meu irmão, Hefesto, havia tanto metal retorcido, que nem ao menos poderiam dizer que um dia houve um lindo e tecnológico palácio ali, era tudo tão surreal que até me faltava o ar, como isso aconteceu? Todos os momentos maravilhosos que passei aqui, as vezes que brincava com Hefesto, aprendia com ele, todo aquele lugar a qual tinha tantas lembranças maravilhosas, foi reduzido a escombros, eu simplesmente não podia acreditar.

 

Finalmente, avistei a sala dos tronos, ela parecia um tanto quanto intacta, na verdade, não havia nada fora do lugar olhando aqui de fora, ver isso, fez meu coração encher-se de esperanças, mesmo que o Olimpo tenha sido reduzido a entulho, se a sala dos tronos ainda estava em pé, devia haver alguns dos deuses lá, protegendo-se do ataque dos inimigos no seu último refúgio, mas aqui está o problema, quem são os inimigos que os deuses estão enfrentando, a minha aposta seriam os Titãs, Cronos. Continuei a subir rapidamente a rua, indo de encontro para com a gigantesca construção, mas quando estava próximo da construção eu vi algo que fez meu coração falhar uma batida, mas lá estava, eu simplesmente não podia acreditar no que estava vendo, meu coração se apertou de tal forma, que senti-me meio sem chão, era quase impossível de descrever o que estava vendo diante meus olhos.

 

---Não, não. ---Disse desesperado, não acreditando no que eu estava vendo. Lá estava ela, entre os escombros, entre pó dourado, Icor, o sangue dos imortais, estava lá, ao lado do pó dourado, uma enorme cabeça repousava sem vida, um rosto que amei muito, mesmo que sempre fora coberto de cicatrizes de muitas lutas, e seus olhos fossem esferas vermelhas de fogo, que infelizmente, agora estavam totalmente apagados. Isso era tudo o que restou do meu irmão mais velho, Ares, aquele maldito cabeça oca, aquele imbecil, aquele miserável javali, bendito deus da guerra, meu amado mestre, meu irmão mais velho. ---Mais que merda está acontecendo aqui. ---Senti a fúria ir aumentando em meu peito. Com o coração apertado, em luto, eu me forcei a engolir a vontade de chorar, e voltar a correr na direção das Salas dos Tronos, fui subindo as escadas rapidamente, o único ponto de entrada para quem viesse caminhando para entrar na direção da porta, embora as colunas e o próprio salão dos tronos, as enormes colunas o deixavam praticamente ao ar livre, com o telhado dourado acima, a própria porta, era de ouro puro e gigantesca, para qualquer um dos deuses pudesse passar com sobre, ao menos 12 metros de altura, por mais 6 de largura, a porta havia entalhado no metal figuras de todos os 12 Olimpianos, em batalhas, ainda não havia o desenho de Héstia e Hades, eles ainda não se tornaram Olimpianos oficialmente. Eu empurrei as portas para que elas se abrissem. ---Que merda é essa?

 

Não havia ninguém, tudo estava perfeitamente no lugar, pelo menos do que devia estar a 3 anos atrás, sem o Ofiotauro e seu aquário mágico, sem os 2 tronos extras de Hades e Héstia, mas no restante, tudo estava exatamente no lugar, os 12 tronos perfeitamente nos lugares, o braseiro ao centro dos tronos queimando firmemente, a pelo menos 5 metros de altura, o que queria dizer que ainda resta esperanças, que os deuses ainda não desistiram da batalha, que eles ainda estão lutando, talvez eles tenham conseguido repelir o inimigo para fora do Olimpo, mesmo que tenha custado quase todas as construções abaixo da sala dos tronos, mais isso não importa, desde que ainda tenha alguns deuses vivos e lutando, eu tinha o que fazer e ajudar, talvez eu possa descobrir a verdade e o motivo de aparecer aqui nesse passado, talvez possa ser uma realidade alternativa.

 

---Isso, com certeza eles conseguiram repelir o ataque para longe do Olimpo. ---Era a hipótese que mais fazia sentido em minha mente. Não, tinha algo errado no ar, ele estava repleto de energia, desde que passei pela porta pude sentir a diferença, pude sentir o ar carregado de energia, isso era comum quando havia uma manipulação muito pesada da Névoa, o que não faz sentido aqui no Olimpo ter uma névoa tão pesada, tão densa no Olimpo, afinal de contas não havia motivo para existir a névoa aqui, já que sua finalidade principal é ocultar o mundo divino dos mortais, mas ele poderia ser usado para criar uma ilusão, criar uma falsa realidade na cabeça dos adversários. Com isso eu controlei a névoa a minha volta, controlando-a para perder efeito e desaparecer, aos poucos, pude ver que o cenário a minha volta começou a mudar. As colunas belíssimas haviam sido completamente destruídas, não havia mais telhado dourado, portas esplendidíssimas de ouro puro, os lindos tronos também não, somente havia destroços, quase todas as colunas haviam sido destruídas, nem havia mais sinal da porta de ouro, somente alguns escombros irreconhecíveis ao chão, eu pude ver que todos os tronos haviam sido danificados, alguns maus podiam chamar-se de Trono.

 

---Seja bem-vindo, Percy, para algo que gosto de chamar de “A verdade.” ---Uma voz que a muito tempo não ouvia, mas que mesmo assim jamais poderei esquecer, nunca. E para meu desespero, lá estava o dono da voz, bem a minha frente, era até difícil descrever sua terrível aparência, mas era basicamente, uma criatura humanoide, de cerca de 2 metros de altura, até parecia com um homem, mas sua pele era verde, como a de um polvo, uma de suas mãos eram todas feitas de tentáculos, pelo menos uma dezena deles, a outra era uma pinça de caranguejo, exatamente como a do Carcinos, seus olhos eram inteiramente negros, ao invés de uma barba longa, havia tentáculos verdes, exatamente como os dedos, que se mexiam como se tivesse vida própria, seu cabelo era semelhante a barba, seu sorriso era horrendo, seus dentes eram pontiagudos como um tubarão, fileiras irregulares, umas atrás as outras, indo para dentro da boca, exatamente como um polvo também, suas roupas eram totalmente maltrapilhas, da cintura para baixo ele tinha pernas relativamente humanas, elas eram verdes como o restante do corpo, mas não tinha pés, ele tinha duas patas de caranguejo, que estavam balançando no ar, enquanto ele estava sentado em um tipo de caixa preta, que estava bem em cima do braseiro, talvez ele estivesse tentando de alguma forma apagar ao fogo, mas enquanto Héstia, ou qualquer outro dos Olimpianos ainda possam lutar, aquele braseiro estará queimando, nem mesmo o maldito Kraken pode mudar isso. ---Toda a verdade.

 

---Kraken. ---Disse o nome entre os dentes, muito irritado. ---Do que você está falando? Onde estão os outros deuses?

 

---Tenha um pouco de paciência. ---Riu o maldito Kraken, mostrando aqueles seus horrorosos dentes. ---Ainda temos muito o que conversar, meu caro discípulo...

 

---Nunca serei seu discípulo. ---Disse o interrompendo, o que o fez rir ainda mais.

 

---Você já foi, durante alguns anos. ---Disse Kraken sorrindo vitorioso, o que me deixou ainda mais furioso, mas infelizmente, muito infelizmente eu não podia debater aquilo, afinal de contas ele tinha razão, e mesmo que esse seja o meu maior e mais triste pecado, não ter suportado a dor e ter me rendido e começado a torturar os outros. ---Acho que para te explicar melhor a situação, preciso explicar uma coisa, está preparado? ---Perguntou ele sorrindo, senti meu estômago embrulhar, meu coração falhar uma batida, minhas pernas tremiam, minha boca estava seca e o desespero me atormentava, eu nem ao menos consegui dizer alguma coisa. ---Você nunca escapou da prisão das almas, você nunca poderia ter feito isso sozinho... ---Eu não consegui ouvir mais nada depois daquilo, meu coração batia tão rápido, mas tão rápido que parecia que ele ia explodir em meu peito a qualquer segundo.

 

---Não, não, não. ---Dessabei de joelhos no chão, tentando recobrar o ar. Eu pude ouvir o Kraken gargalhar em deleite, vendo meu total desespero.

 

---Não fique assim ainda, tem tantas coisas para você descobrir. ---Aquela abominação da natureza tentou me consolar, me motivar. ---Tudo depois que você escapou da prisão de almas. ---Ele riu. ---Como se você pudesse, bem, voltando ao foco, tudo isso não existiu, você continuou lá, sempre, até hoje, um ano depois do dia que tentou me selar, eu apenas cansei-me de apenas maltratar teu corpo e sua mente, então, eu resolvi que iria destruir seu espirito completamente, eu planejei tudo, foi tudo uma mera ilusão, como tu já sabe, eu posso manipular livremente o tempo, o espaço, a própria realidade na prisão de almas, dessa forma eu deixei-te escapar, mau pude acreditar que tu pensou que eu realmente te deixaria tão perto da porta daquela forma, foi tudo mentira...

 

---Não, não... ---Disse o interrompendo, enquanto sentia meus olhos enchendo de lágrimas. O que fez Kraken gargalhar ainda mais.

 

---Deixei você ter uma falsa ideia de liberdade, que você realmente tinha sua antiga vida de volta, te dei novas aventuras, uma profecia ridícula sobre um dos filhos dos Olimpianos antigos, algo para te guiar nessa sua nova etapa da vida, uma revolta dos Titãs contra seus filhos que os destronaram, que poético, não? ---Gargalhou ele novamente. ---Te mandei para o acampamento, inventei amigos pra acrescentar a mentira, sátiros idiotas, semideuses chatos, eu até inventei uma filha de Apolo para fazer você feliz, sentir-se amado e bla, bla. ---Não, não, Luana também não era real, nenhum dos meus amigos? Nenhum dos campistas? Pelos deuses, eu não posso acreditar nisso. ---Te fiz se tornar famoso, fiz uma pequena intriga entre os deuses, uma missãozinha idiota, fiz Zeus ser mais babaca, o que não foi muito difícil, tenho que acrescentar, te fiz se apaixonar por Ligea, ela nem existe, muito menos Emuna. ---Não, não, não posso acreditar, Ligea não existe? Emuna também não? Pelos deuses.

 

---Para de mentir. ---Cochichei tentando fazê-lo parar, mas ele apenas riu.

 

---Eu estou te falando a verdade, toda a verdade, ou você realmente acha que poderia matar um deus? Mesmo que fosse um bosta como Tritão? Não, nunca um mortal poderia alcançar tal façanha, nem mesmo Héracles. ---Riu o Kraken. ---Destruir a Píton? Hafgufa? Nereu? Anfitrite? Matar tantos e tantos monstros, matar Fórcis? Lutar no mano a mano com o Atlas? Com Oceano? Não seja tolo garoto, mesmo para um descendente de Atena, ficou muito forçado acreditar em todas essas mentiras esdrúxulas que inventei.

 

---Toda minha vida, toda minha história, tu está me dizendo que foi tudo minha imaginação?

 

---Não, claro que não foi sua imaginação. ---Discordou o Kraken sorrindo. ---Foi minha imaginação, minha forma de diversão, enquanto esperava o tempo de o selo desgastar-se e eu pudesse escapar e destruir tudo.

 

---NÃO, ISSO É MENTIRA! ---Gritei a todos pulmões, levantando do chão e me colocando de pé.

 

---Como te disse, essa é toda a verdade, veja com seus próprios olhos. ---Ele estalou os dedos, a névoa formou-se novamente, e uma imagem surgiu dela, eu não podia acreditar no que estava vendo, era surreal, era uma cidade, uma das metrópoles, mas simplesmente eu não podia decifrar qual, estava totalmente devastada, não havia nenhum ser humano ou animal a vista, exceto corvos e abutres, devorando carne morta, haviam corpos, milhares de corpos em decomposição. ---Essa é Nova York, ou melhor dizendo, essa um dia foi Nova York. ---Riu o maldito, vendo minha cara de desespero. Ele estalou os dedos novamente, e a imagem na névoa mudou, mas nem tanto assim, pois tudo que eu vi, foi mais destruição e pilhas e pilhas de corpos em decomposição. ---Washington. ---Ele estalou os dedos novamente, e a imagem mudou mais uma vez. ---São Paulo, no brasil. ---Mais um estralou de dedos, e a paisagem continuava a mesma, pura destruição, milhões de vidas perdias. ---Toronto, Canada. ---A imagem praticamente não mudou, só destruição e morte. ---Podíamos ficar aqui o dia todo, eu mostrando as milhares e milhares de cidades e países que devastei, que praticamente varri do planeta.

 

---MENTIRA, TU ESTÁS MENTINDO. ---Gritei chorando, o que fez o Kraken rir ainda mais, então eu me controlei e engoli o choro, não daria esse sentimento a esse maldito. ---Os deuses nunca permitiriam tamanhas atrocidades.

 

---Os deuses? ---Riu o Kraken ainda mais. ---Tu viste com teus próprios olhos, agora me diga, o que restou do Olimpo? ---Eu não ousei responde-lo. ---Ruinas, pedra por pedra eu varri esse lugar, você acha que os deuses poderiam me impedir? ---Ele gargalhou ainda mais. ---Aposto que tu viste algumas cabeças quando estava vindo pra cá, não é mesmo? Hermes? Ares? ---Eu fiquei em silencio, ele tinha razão, se o próprio Olimpo está em ruinas, nada impediria o Kraken de varrer todos os mortais também. ---Acha que os deuses puderam contra mim, não, eles são muito fracos. ---Ele apontou para o que restou do trono de Zeus, que um dia fora um elaborado trono de bronze branco em detalhes de pedras preciosas azuis, mas assim que ele apontou, a nevoa tremulou e eu pude ver a cabeça do rei dos deuses, Icor manchava sua boca, seus rosto ainda aparentava ter seus 25 anos, seu cabelo preto que sempre estava cuidadosamente penteado, estava desgrenhado, seus olhos azuis elétricos totalmente apagados e sem vida. ---O poderoso rei dos deuses, Zeus, não teve forças para me impedir. ---Ele riu. Então apontou para o trono de Hefesto, um que um dia fora um lindo trono de diferentes tipos de metais, como Ferro Estígio, Bronze Celestial, Prata lunar, Ouro Solar, Ouro imperial, Ferro do mar e Ouro do mar, além de ter diversas pedras preciosos vermelhas, aquele lindo trono havia sido reduzido a nada, apenas a ferros distorcidos. Porém, em cima dele, após o estalar de dedos, deixou no lugar a cabeça do meu amado irmão, continuava aparentando ter uns 20 anos, seu rosto era um pouco bruto, mas era bonito, foi bonito um dia, seus olhos vermelhos como fogo haviam se apagado, assim como a pequena chama que sempre crepitava em sua barba grande, havia se apago com o Icor que manchava ela e os cabelos longos e muito negros. ---O deus dos ferreiros e do fogo, seu irmão favorito, Hefesto, também não pode me impedir.

 

---Não, não. ---Quase não podia mais segurar as lágrimas, meu mundo estava sendo destruindo diante meus olhos.

 

---Calma, ainda temos mais. ---Disse Kraken sorrindo, ele apontou novamente a mão para um dos antigos tronos, ao qual foi feito puramente de Ouro Solar, que brilhava tão forte, que cegava as pessoas que o olhavam por muito tempo, era o trono de Apolo, que agora, restará também somente ferragens. Mas assim que o Kraken apontou, deixou uma outra cabeça em seu lugar, para aumentar ainda mais o terror que tinha em meu peito, a cabeça a qual eu via, foi o rosto do meu mestre, aparentava ter 18 anos, os cabelos loiros encaracolados estavam manchados de pó dourado e Icor, seus olhos que um dia foram dourados como sol, havia desparecido, seu lindo sorriso brilhante, que brilhava ao ponto que segava qualquer um, havia desaparecido completamente. ---O poderoso deus do sol, Apolo, seu mestre, não resistiu a uma batalha comigo. ---Eu estava totalmente desesperado, não podia nem ao menos falar algo. ---Dionísio era tão fraco, que acabei o destruindo completamente. ---Riu o Kraken, o que me deixou ainda mais apavorado, se mesmo Dionísio, não pude nem ao menos resistir a um ataque do Kraken, o que eu poderia fazer? ---Poseidon conseguiram fugir de mim, está se escondendo, fugindo feito um verme...

 

---Não, não. ---Disse o interrompendo, eu não podia ouvir isso, nunca. ---Nunca meu pai fugiria, não meu pai. ---Ele é o meu maior exemplo, meu orgulho, não posso acreditar que ele fugiu, que ele preferiu sua vida e abandonou sua família, era muito pior saber disso do que saber que ele morreu, mas que morreu lutando, onde devia estar.

 

---Acredite, ele fugiu, exatamente como você ele também é um covarde. ---Riu o aquele maldito. Sentia o mundo desabar completamente sobre os meus pés. ---Mantenha a compostura, meu caro, ainda nem chegamos ao clímax ainda. ---Riu ele. Então me ocorreu algo, ele ainda não havia falado de nenhuma das deusas. ---Lembra do dia que você imaginou que fugiu, eu te avisei, avisei o que eu faria, primeiro eu mataria os deuses, um por um, assim eu fiz. ---Comecei a sentir o desespero ir aumentando ainda mais no meu peito. ---Disse que destruiria toda a vida na terra, assim eu fiz.

 

---Não, não, não. ---Disse desesperado, tampando os meus ouvidos.

 

---Disse que eu não mataria as deusas. ---Eu ainda podia ouvi-lo, aquilo era um pesadelo total. ---Eu as deixaria vivas, as manteria em cativeiro, sendo os meus brinquedinhos de tortura, assim fiz. ---Ele estalou os dedos, e eu pude ver uma imagem que me deixou ainda pior, era dolorosa demais para descrever, mas lá estava, Afrodite, toda a sua beleza havia desaparecido, ela estava com sua pele manchada de Icor, suas roupas totalmente maltrapilhas, haviam algemas de bronze prendendo o seus punhos e tornozelos. Ao seu lado, estava minha amada Ártemis, ela estava ferida, ao invés de algemas, ela usava um tipo de enforcador de bronze Celestial, parecido com o enforcador de cachorro, porém, ele era pontiagudo na parte de dentro e estava espetado em seu pescoço. Do lado direito da Arty, estava minha amada tia Deméter, ela estava desacordada, algemada no canto, suas roupas estavam manchadas de Icor em muitos lugares, com Deméter em seu colo, estava minha amada avó, minha amada Atena, minha avó, ela também estava algemada nos punhos e braços, além de também estar usando a mesma enforcador de Ártemis, mesmo assim ela não havia desistido, estava cuidando da Deméter, ver aquilo, deixou-me ainda pior, saber que mesmo estando trancafiada e sendo torturada pelo Kraken, ela ainda esta ajudando, diferentemente do meu pai, que fugiu, que abandonou sua família, sua esposa, seus irmãos a mim, aquilo me destruía de tal forma que eu não tinha palavras para descrever. --- elas estão tão fracas, que nem podem lidar com as algemas.

 

---Para...

 

---Parar? ---Ele riu. ---Estamos apenas começando, meu caro, que tal você ver a sua amada mamãe Hera, a forma a qual eu a estripei, estuprei e torturei, vamos ver um trecho da nossa diversão. ---Ele estalou os dedos novamente, e lá estava minha mãe, em uma sala de tortura, ela estava amarrada em uma mesa, em algemas de bronze celestial, coberta de Icor, um de seus braços haviam sido arrancados completamente, suas pernas também estavam feridas. Eu não pude suportar vê-la assim tão ferida, tive que fechar meus olhos.

 

---PARA COM ISSO. ---Gritei de olhos fechados. Eu estava perdido, não tinha mais o que fazer, se mesmo todos os Olimpianos não puderam contra ele, o que eu posso fazer? Não tinha nada que eu possa fazer. ---Mate-me de uma vez, você já destruiu meu espirito completamente.

 

---Te matar? ---Ele perguntou rindo muito. ---Não, eu não vou te matar, como eu disse antes, você é meu brinquedinho, minha diversão, depois de tanto tempo, acostumei ter você para machucar, para torturar, para me divertir ainda mais. ---Ele riu feliz. ---Você ainda não teve seu espirito completamente destruído, ainda falta um pouco, eu descobri naquela vez em que tentei matar Zoë na ilusão, o que você teme acima da sua morte, muito mais do que voltar e ser torturado por mais mil anos na prisão de almas. ---Ele apontou novamente para a imagem dele torturando minha mãe, eu desviei novamente o olhar. ---É ver quem você ama sendo torturado, e voltar a ser o meu discípulo novamente, por isso eu trouxe você de volta da prisão, primeiro porquê hoje, na prisão das almas, você finalmente cogitou torturar uma pessoa de livre e espontânea vontade, embora, tenha que admitir que como tudo que aconteceu na ilusão, eu manipulei a traição de Silena também. ---Ele riu ainda mais. ---Mas dessa vez, você tinha opções muito menos cruéis, poderia matá-la, como fez com o outro semideus, ou apenas exila-la, mas não, você lembrou-se dos seus dias de torturador, e escolheu a opção que mais deixou-me orgulhoso.

 

---Vai se foder. ---Disse com a fúria aumentando no meu peito, eu não seria aquilo que já fui um dia, nunca mais, eu iria resgatar as deusas, ou o Kraken teria que matar, porque eu morrerei tentando. Levantei e peguei Contracorrente, destampando a caneta, deixando minha espada expandir ao seu tamanho máximo. ---Eu nunca mais serei aquilo, eu serei a esperança desse mundo, eu sou campeão de Héstia, enquanto houver ar em meus pulmões eu lutarei pelo Olimpo.

 

---Finalmente chegamos ao clímax, ao último combustível de chama da esperança. ---Ele riu ainda mais por causa das minhas palavras, então ele pulou para o chão, descendo do recipiente que tampava o fogo da esperança do Olimpo, ele estalou os dedos, então o recipiente despareceu, e o que eu vi, me deixou totalmente sem chão, Contracorrente escapou das minhas mãos, eu cai de joelhos, totalmente sem forças.

 

---Não, não, não. ---Chorei desesperado. O que eu via era simplesmente a coisa mais horrenda que eu podia imaginar, era a cabeça de uma criança espetada em uma lança, enquanto estava assando no braseiro da esperança, mas não era qualquer criança, era a cabeça de Héstia, seu rosto estava com metade desfigurada pelo próprio fogo dela, o fogo da esperança estava praticamente apagado, algumas poucas labaredas, que iam desaparecendo ainda mais.

 

---Ela está a dias queimando, assando em fogo baixo, que está se apagando, com a esperança dos deuses e dos mortais. ---Comemorou o Kraken. ---A própria esperança está morta, Perseus, sua amada senhora, eu a decapitei e a deixei queimando em seu próprio braseiro. ---O braseiro finalmente apagou, no exato momento em que eu perdi completamente minhas forças para lutar contra o Kraken. ---Sim, sim, eu finalmente consegui destruir seu espirito completamente, Guerreiro Sem Limites.

 

FIM!



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