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História Percy Jackson: O Vingador de Caos - Capítulo 17


Escrita por: Mah_Off

Notas do Autor


Oooie amores ❤️
Por favor n me matem por causa do atraso kkkkk eu só consegui postar o capitulo hoje, mas vc vai ter que relevar pq...

TEM NOVE MIL PALAVRAS!!!!!!

Gente, eu to realmente surpresa com esse capítulo que ficou GIGANTESCO.
Mas enfim, eu quero agradecer muito a todos os comentários e favoritos!!! EU AMO VOCÊS!!!!! OS MELHORES DOS MELHORES!!!!

Agr vamos ao capítulo pq neh ❤️

Capítulo 17 - Capítulo 17


Pov Percy 

Eu nunca gostei dele mesmo, então forçar o Minotauro a me mostrar para onde estavam levando os semideuses não foi difícil.

Mesmo com aquele cérebro minúsculo, ele era capaz de entender que eu poderia fazer muito pior do que apenas manda-lo para o Tártaro. Cá entre nós, o Tártaro era fichinha se comparado ao que eu estava planejando. 

Acho até que ele se borrou todo quando me viu andando em sua direção sem que ele pudesse fugir.

É, eu causava medo!

- Ora, ora, ora! Está com medo, é?!- eu ri com a Contracorrente na mão.- Devia estar mesmo.

Quando parei em sua frente, estava sério, olhando sua inútil tentativa de escapar. Ele estava em pânico.

Mas não seria interessante se não tivéssemos uma plateia, não é?!

Olhei para cima de um dos prédios e vi duas garotas. Uma vestia roupa de caça prateada e a outra usava uma armadura. Não demorei para reconhecê-las. 

Thalia, tenente das Caçadoras de Ártemis, e Hylla, Rainha das Amazonas. As duas me encaravam, observando cada um dos meus movimentos. Deviam estar atrás do Minotauro e com certeza teriam chegado atrasadas e Ezequias estaria morto. Se eu não tivesse interferido.

Elas pularam do prédio e correram até mim, parando a uma distância segura.

- Identifique-se!- trovejou Hylla.

Encarei as duas, que recuaram instantaneamente ao ver meus olhos negros. A espada desapareceu da minha mão, mas elas já tinham visto Contracorrente. Agora seria apenas somar um mais um que descobririam quem eu era. Embaralhei suas mentes no momento em que senti Thalia me reconhecer.

É, eu podia embaralhar mentes. Muito legal, eu sei!

Essa era só mais uma das minhas inúmeras habilidades, sem querer me gabar. Tá, era uma das únicas. Mas era impressionante, ou não?!

Elas cambalearam um pouco e muitas outras garotas apareceram ao redor, pulando de prédios, surgindo de ruas. Lobos e falcões também se fizeram presentes. Caçadoras e Amazonas juntas com um mesmo propósito: destruir as forças inimigas.

Isso era... Interessante!

Eu já havia sentido a presença de todas ali assim que chegaram, mas queria saber onde aquilo iria acabar.

- Chegaram atrasadas.- eu disse simplesmente, com a voz arrastada, analisando-as.- Se eu não tivesse interferido, o garoto estaria morto!

- Sim.- respondeu Thalia, cruzando os braços e me encarando.- Por que você o salvou?

- Será... Interessante, sabe, torná-lo um de meus guerreiros.- eu disse friamente.- Um filho de Zeus, todos irão adorar, não acha, Tenente de Ártemis?!

- Quem é você?- sua mão foi lentamente na direção do arco nas costas.

- Eu sou Ômega, líder da Ordem de Caos.- respondi ao mesmo tempo em que uma grossa corrente surgia em minha mão, ligada a uma coleira no pescoço do monstro.

As duas me olharam pasmas. "Que tipo de ser acorrenta o Minotauro?! Que outros truques ele deve estar guardando?!" Pensava Hylla. Já Thalia estava focada em Ezequias, que dormia tranquilamente nos meus braços, mas não era para menos, aquele garoto era irmão dela. 

- De que lado você está?- Hylla perguntou, já estava segurando uma espada.

- Eu não estou em nenhum dos lados.- respondi balançando a mão distraidamente, fazendo o Minotauro cambalear pesadamente para a direita.- Mas eu não gosto desse aqui.- disse apontando para o monstro com o queixo.- E acho que está mais do que na hora de nós salvarmos os semideuses sequestrados.- olhei para Thalia.- Acho que também temos caçadoras e Amazonas lá, não é?! Era por isso que estavam seguindo o Minotauro.- sim, eu afirmei. Já sabia quais eram os planos delas. 

Comecei a andar e passei entre elas, que abriram espaço para mim, puxando o Minotauro.

- Vocês têm três opções: vão comigo recuperar os capturados, me esperam aqui e vamos para Nova Roma ou podem negar as duas e ficar sem minha proteção.- eu continuava andando, sendo seguido de perto por elas.- Então, o que vai ser? Devo lembrar-lhes de que como líderes, devem tomar sábias decisões. O que acham que suas seguidoras querem?

Parei de andar e balancei levemente o menino adormecido que eu carregava. Ele acordou e olhou em volta confuso.

- Quem são elas?- perguntou olhando as várias garotas que assistiam a tudo em silêncio, com a guarda alta.

- São as Caçadoras de Ártemis e as Amazonas.- respondi, parando de andar e me virando na direção das duas que ainda pensavam.- Aquela ali- disse apontando para Thalia com a mão que segurava a corrente, fazendo o Minotauro enfiar a cara no chão.-, é sua irmã mais velha, Thalia Grace. Ela é filha do seu pai também. Quer conhecê-la?

Ele abriu um sorriso e assentiu energeticamente com a cabeça.

Olhei significativamente para ela, que nos encarava com o cenho franzido. Sua mente estava um turbilhão e suas emoções disputavam lugar. Cinco segundos depois ela veio na nossa direção e pegou Ezequias. Suas feições estavam preocupadas e ela parecia meio insegura.

Thalia Grace insegura?! É hoje que o mundo acaba! 

Assim que ela o pegou, Ezequias abraçou-a, deixando-a sem reação, até que o abraçou de volta. Quando se separaram, ele tinha um sorriso enorme.

- Maninha, você também tem poderes?- sua vozinha inocente preencheu o ambiente.

- Tenho sim.- ela respondeu, agora sua atenção estava completamente voltada para ele. Ouso até a dizer que ela estava se derretendo toda por ele. Seus olhos brilhavam refletindo os do menino.- Então quer dizer que você tem, é?

- Sim!- sua animação aumentou.- Ele me ensinou e eu fiz um raio acertar o monstro! Aí ele ficou todo machucado! Ele já tá melhor? 

Até eu me surpreendi com suas palavras. Mas nem sei o porquê disso, exatamente. Acho que eu não esperava uma pergunta tão pura e inocente. Na mentalidade dele, todos tinham que estar bem, mesmo sendo um monstro que o quer para o jantar. É por isso que crianças não vão à luta. Elas ainda não tiveram influência do mundo e são bondosas, os inimigos seriam perdoados em um segundo e sem hesitação!

- Está sim.- Thalia sorriu e virou na direção do Minotauro, que olhava tudo parado. 

Ela entrou em uma conversa animada com ele e se desligou do mundo. Virei-me para Hylla, que tinha um sorriso bobo no rosto enquanto observava os dois irmãos.

- Venha, Rainha das Amazonas, me acompanhe.- chamei sua atenção e logo seu sorriso sumiu e ela veio até mim. 

Começamos a caminhar pelo beco e eu soltei a corrente do Minotauro, que ao cair no chão se fundiu com ele. Dali ele não sairia!

- Eu sei que a decisão é difícil de ser tomada- comecei-, não aceitar e perder a chance de se juntarem a mim ou aceitar e acabar do lado errado na guerra, eu entendo. E não falo isso apenas por falar, eu realmente sei o que é ter todo um exército em mãos. Mas se fosse fácil, não seria uma guerra, não é?! Não se preocupe em escolher o lado errado, eu estou aqui para protegê-los. Não tenho um lado, tenho uma missão que precisa ser cumprida.

Ela caminhava com a cabeça erguida e quase dava para ver as engrenagens trabalhando em sua cabeça.

- Como você mesmo disse, eu sou uma líder, não posso tomar uma decisão ruim.- respondeu- Tenho que ser sábia, mas eu não confio em você.- ela parou, me fazendo parar de frente para ela. Ela olhou dentro dos meus olhos com determinação.- Eu não sei quem é você! Eu não sei o quão forte você é realmente! Você é um completo estranho! E ao mesmo tempo, eu sinto que já te conheço, é como se você fizesse parte de uma lembrança distante de quando as coisas eram diferentes. E eu estou falando tudo isso! Não consigo segurar as palavras! Quem é você?- ela gesticulava com as mãos e de tempos em tempos desviava os olhos. Ela estava mesmo perdida.

Acho que elas precisavam de uma força.

Sai andando na direção do monstro, mas ela não me seguiu. Ela permaneceu parada. Agora ela sabia.

E Thalia também.

Quando Caos me disse que eu poderia manipular as emoções das pessoas, eu pensei que seria a coisa mais legal do mundo. Isso é mais fácil na teoria do que na prática. Não que seja difícil, nada disso. O problema, na verdade, era que eu descobri que não gostava de brincar com sentimentos. E mexer com os pensamentos delas não era legal. Estava na hora de parar. Se descobrissem, não teria problema. Não mais.

Thalia se virou na minha direção. Seus olhos estavam marejados. Suas mãos tremiam e sua força se esvaía. Ela colocou o menino no chão quase que inconscientemente e correu para mim. 

Abri os braços e a apertei quando ela me abraçou. Ela chorava e molhava minha capa, mas eu não ligava para nada disso. Era minha prima ali, era a Thalia, era a minha amiga. 

Ficamos assim por alguns segundos antes dela se afastar limpando as lágrimas. 

- A m-minha vontade é de acertar você com um raio, Cabeça de Alga!- ela estava furiosa, feliz, animada e tantas outras emoções se faziam presente que ela me confundia.

- Ah, que bom! Achei que você ia ficar aí chorando por mim.- zombei. Minha máscara desapareceu e as outras garotas em volta suspiraram. As caçadoras olharam para o chão desconfortáveis. Cá entre nós, eu ainda tenho meus encantos.

Hylla chegou perto e estendeu a mão, mas eu a abracei também. Eu sabia que era isso o que ela queria, no entanto ela nunca admitiria. Seus olhos também estavam marejados.

- É, parece que vocês estavam com saudade de mim.- sorri e as duas me fuzilaram.

- Onde é que você estava?- rugiu Thalia.- Sabe o que nós passamos por sua causa?! Pensamos que você estava morto! Seu apartamento estava destruído e nenhuma pista do seu paradeiro!- ela abaixou seu tom.- Tinha sangue nas paredes, a sua família... Er... O que aconteceu?

Hylla me olhou esperando respostas. Entretanto esse assunto ainda me assombrava. Eu não sabia o que dizer, o que fazer ou o que pensar. Poderia dizer qualquer coisa e cortar a conversa.

Mas eu não ia fazer isso. Elas eram minhas amigas! Por favor!

- Acordamos uma noite com gritos.- contei e desviei os olhos para o chão.- Mamãe estava desesperada e Paul tentava abrir a porta do quarto da Ally. Os gritos vinham de lá, era a minha irmã que estava gritando. E eu não podia ajudá-la. Entrei em pânico e arrombei a porta, mas já era tarde demais. Meu padrasto enlouqueceu e tentou matar a minha mãe, a mim e a ele mesmo. Mamãe ficou louca e esqueceu quem éramos, ficava gritando que queria a Ally, porém nem se lembrava quem era Ally. E eu estava sozinho. Pensei em ir até o acampamento, mas nunca é bom envolver os amigos nos seus problemas. Ninguém poderia fazer nada. Então eu os levei ao hospital, depois disso descobri que todo o nosso dinheiro tinha desaparecido e eu não conseguiria mantê-los seguros.

As duas se entreolharam e eu vi pena em seus olhos. 

- Ah, Percy...- Thalia olhou para mim.

- Só que isso não importa mais.- continuei.- Caos apareceu e me ajudou. Agora Sally e Paul moram no planeta de Caos e estão bem de novo. Eu me tornei líder da Ordem de Caos e tudo vai bem. E estou aqui em missão. Quero saber se vocês vão ficar comigo ou não. 

Elas assentiram sem nem mesmo hesitar. 

Fiquei feliz com isso. Eram minhas amigas no final das contas!

- Nós vamos para onde você for!- Hylla se recompôs e melhorou sua postura.

- Você nunca mais vai se livrar de mim, Cabeça de Alga!- Thalia sorriu.

Sorri antes da minha máscara reaparecer e a corrente do Minotauro retornar à minha mão.

- Então vamos resgatar alguns semideuses!

- Amazonas, preparem-se!- gritou Hylla.

- Caçadoras, nós vamos à caça!- ela sorriu diabolicamente e seu escudo Aegis apareceu, mostrando a face medonha da Medusa.

- Muito bem, você vai me mostrar para onde estão levando os prisioneiros!- eu puxei a corrente e fiquei cara a cara com o monstro.- Entrem em formação!- falei mais alto para elas e me virei para Ezequias.- Acho melhor você vir comigo, não é?!

Ele sorriu e correu para mim, que o peguei com o braço livre. 

As garotas entraram em formação e esperaram. Thalia e Hylla estavam à frente, do meu lado. 

Virei-me para o lado vazio e imagens começaram a se formar no chão. A corrente brilhava e o monstro caiu se contorcendo de dor,  enquanto eu tirava as informações de sua cabeça. Eram muitas lembranças. Em sua maioria do Tártaro. Vi o tempo em que morava no labirinto de Dédalo, vi quando Teseu o matou. Vi a mim mesmo o matando, mais de quinze anos atrás. E depois novamente quatro anos depois quando protegíamos Manhattan de Cronos. Então chegamos ao que me interessava: o lugar onde queríamos chegar.

E também vi quem nós teríamos que enfrentar.

O Minotauro tinha uma raiva descomunal das pessoas que o mataram. Acho que eu também teria. Se ele já não gostava de mim, devia odiar Teseu. Mas vamos ser racionais: Teseu não é tão legal como todos pensam. E sim, eu posso falar porque eu conheço o cara. Sem brincadeira! Ele faz parte da nossa "comunidade pacífica altamente treinada para exterminar quem à ela se opor". Ele adora pegar no meu pé. Inclusive teve uma vez que ele encheu tanto o saco, que eu joguei ele para os leões da Melanie. 

Nada demais. 

Ele só não conseguiu comer nem andar direito por um mês. Mesmo com os nossos remédios mágicos e milagrosos. Talvez seja porque eu convenci Caos a fazê-lo sofrer um pouquinho.

Enfim, eu descobri a localização e agora era hora de ir. 

Em um piscar de olhos estávamos em um lugar semelhante a uma caverna. As paredes eram de pedra e se encontravam formando um arco. Era imenso. O teto devia estar a mais ou menos uns vinte metros do chão. De largura devia ter uns dez metros e se estendia pela frente até se tornar apenas escuridão. Tochas pendiam nas paredes e iluminavam o ambiente. O chão era de terra e havia plantas nascendo em alguns lugares.

Rachaduras surgiam de tempos em tempos nas paredes e suponho que no teto também.

- Temos que ser rápidos, esse lugar não vai durar muito.- falei para as garotas meio confusas atrás de mim.

O Minotauro se remexeu inquieto. Alguma coisa ali o assustava. 

Agucei minha visão e vi vários corpos caídos uns em cima dos outros. Nenhum semideus havia sido morto ainda, mas a chacina logo começaria. Observei mais ao longe, haviam muitos monstros conversando e rindo. Dali podíamos escuta-los muito bem. As caçadoras e as amazonas se entreolharam. Suas emoções estavam confundindo minha cabeça, mas a que prevalecia era a determinação. Sabia que tinha trago as meninas certas.

De onde estávamos elas ainda não conseguiam ver os corpos, mesmo com a boa visão. 

- Qual o plano?- perguntou Thalia posicionando o arco e suas companheiras fizeram o mesmo.

- Atacar.- respondi. Não estava a fim de pensar em nada no momento. 

Ajeitei Ezequias e o coloquei novamente para dormir. Ele era apenas uma criança, não precisava ver aquilo.

Soltei a corrente e o Minotauro saiu correndo e as garotas o seguiram de perto. Eu apenas andei calmamente atrás. Minha capa negra esvoaçava atrás de mim e minha máscara deixava transparecer toda a raiva que eu carregava nos olhos. Soltei o filho de Zeus e ele, ainda dormindo, flutuou ao meu lado. 

A luta começou antes que qualquer um percebesse. Amazonas e Caçadoras surgiam de todos os lados, matando e trucidando vários  monstros de uma só vez. Os falcões faziam ataques aéreos e o lobos estraçalhavam os inimigos com suas presas.

Contracorrente apareceu na minha mão e eu a lancei na direção dos monstros, cortando várias cabeças ao longo do caminho. A lâmina brilhava levemente, refletindo as faces horrorizadas daqueles que a percebiam de última hora.

Até que a espada parou. Tipo, literalmente! Parou no ar! Flutuava a poucos centímetros do rosto de uma mulher.

Eu sabia quem ela era. No tempo em que fiquei treinando com Caos, tive vários professores, incluindo um maluco que dava aula de história da mitologia. Não me pergunte para quê, só sei que ele ganhava a vida falando de monstros. Eu sempre valorizei mais as outras matérias, sabe, as que incluíam combate e poderes, esse tipo de coisa. Enfim, lembro que depois de muito insistirem, comecei a prestar mais atenção nas aulas do professor louco. Lembro que ele falou sobre essa mulher. Eu já tinha ouvido histórias sobre ela antes de me juntar a Caos, mas fui obrigado a aprofundar meus conhecimentos.

Ela era uma feiticeira, uma bruxa, que se apaixonou por Jasão e fugiu com ele depois de ajudá-lo a pegar o velocino de ouro. Ela ajudou muito a tripulação do Argo em suas aventuras e então se casou com Jasão. Agora, vamos frisar que ele trocou ela por uma outra princesa -ela também era princesa-, e ela ficou com tanta raiva dele, que mandou um vestido envenenado para a noiva e matou os próprios filhos, tamanha era sua ira. Depois disso ela fugiu e se casou com um rei: o pai de Teseu. Quando Teseu voltou para casa ela o reconheceu e tentou envenena-lo em um jantar, mas o rei também o reconheceu por causa de suas sandálias e sua espada. No final das contas ela era uma mulher com "alguns" parafusos a menos. Não lembro do fim da história porque não prestei mais atenção. Qual é, me deem um pouco de crédito! Eu posso ter me tornado o líder da Ordem de Caos, mas continuava o mesmo semideus com TDAH nas horas vagas.

Medeia me encarou com um sorriso e segurou minha espada, apontando-a para mim logo após.

- Sua áurea é poderosa, desconhecido.- ela falou com uma bela voz.- Junte-se a nós nesta luta contra o reinado dos olimpianos! Tenho certeza que a Mãe Terra vai adorar tê-lo conosco! Será muito bem recompensado.- nessa ultima parte ela lançou um sorriso malicioso e sorriu sugestivamente.

Minha vontade de gargalhar era enorme. Aquela mulher estava mesmo se oferecendo para mim?! Fala sério! Em Aureum tem muitas feiticeiras mais belas do que ela. Não que ela fosse feia, nada disso! Seus cabelos escuros e pele clara se destacavam no vestido vermelho ousado, deixando-a bastante atraente. Mas acho que ela era algumas centenas de anos mais velha que eu, então nem rola. Acho que minha mãe não aprovaria um relacionamento com uma mulher tão mais velha assim. Mas é a vida! Deu ruim para ela.

Olhei-a com os olhos negros, o vestido longo tinha uma fenda que deixava à mostra sua perna direita. Usava sapatos de salto alto da mesma cor do vestido. Ela me analisava, assim como eu fazia com ela, mas com certeza a minha mente era bem menos poluída do que a dela.

Sério! Ela estava pensando tanta besteira que eu poderia ficar envergonhado se não estivesse no papel de Ômega.

- Não irei para o lado de ninguém, feiticeira.- respondi, fazendo um monstro que se aproximava de mim voar e cair longe, sem ao menos olhá-lo.- Saia do meu caminho e será poupada.

Ela riu alto. Sua voz melodiosa com certeza já pegara vários homens. Provavelmente eu ficaria hipnotizado e me tornaria seu servo, se eu não fosse o Líder da Ordem de Caos. Venhamos e convenhamos, eu fiz por merecer!

- Ah, querido, eu sei que deve haver algum coisa contra os deuses em você!- ela prestou atenção na minha espada, passando a mão por sua lâmina distraidamente.- Junte-se à nós.

Ela começou a se aproximar de mim. Rebolava exageradamente e o decote do vestido mostrava mais do que o apropriado. Sério, alguém tem que ensinar para ela como bruxos de verdade se vestem. 

- Mandei sair do meu caminho.- rosnei.- Não avisarei novamente!

- Ah, por favor, eu sei que você quer ficar conosco- deu uma pausa dramática.-, comigo.

- Você foi avisada.- falei e a espada voou para minha mão. Apontei-a em sua direção e ela hesitou, mas continuou se aproximando.- Eu não cairei em seu charme, Medeia.

- Vejo que me conhece, então sabe qual a minha história.- ela parou e olhou para mim com lágrimas nos olhos. Ah, fala sério! Essa atuação até que era boa, porém Jacob me ensinou bem a não cair nesses truques, mesmo que ele sempre caísse neles (vai entender).- Conhece os deuses e seus filhos! Sabe como são injustos!- ela estava a um metro de distancia agora.- Você também não gosta dos deuses, eu posso sentir, então venha com a gente.- levantou a mão para tocar minha máscara, mas foi impedida por uma força invisível no meio do caminho. Ela tentou puxar a mão, no entanto ela estava presa no ar. Tentou dar um passo para trás e viu que estava completamente imóvel.

Sorri. Ela com certeza não sabia com quem estava lidando, acho que devia estar na hora de ensina-la então. 

Olhei em seus olhos. De repente ela começou a chorar, mas essas lágrimas eram verdadeiras, e não apenas atuação. Vi o desespero em seu rosto antes que ela começasse a secar, como se estivesse emagrecendo, só que rapida e brutalmente. Os ossos de seu rosto já eram mais perceptíveis e seus braços não possuíam mais carne. Era apenas pele cobrindo os ossos, esses que logo se quebrariam e virariam pó.

Ao redor, os monstros e as guerreiras pararam e começaram a olhar a cena abismados com minha crueldade. De fato, se eu estivesse vendo aquilo, teria tentado impedir, só que ninguém ali tinha coragem e loucura o suficiente para isso. Aquele não era eu. Aquele não era Percy Jackson, o semideus filho de Poseidon que todos conheciam. 

Aquele era Ômega, o Líder da Ordem de Caos, Comandante dos exércitos de Aureum e de tantos outros planetas. Aquele era o ser que estava ali apenas por causa de uma missão. Era o ser frio, que passaria por cima de qualquer um que tentasse contraria-lo.

Aquele era o Fim.

 

 

 

 

 


- P-per...- Thalia gaguejou me olhando horrorizada e com as mãos cobrindo sua boca.

- Não diga esse nome!- sibilei.- Nesse momento eu sou Ômega, Líder da Ordem de Caos, e matarei todo aquele que se colocar em meu caminho!- minha voz retumbava no local. Pude sentir que éramos observados pelos olimpianos e primordiais.- Não estou aqui para brincar com vocês! Então não minto quando digo que não perdoarei qualquer um que ousar me afrontar!

Um semideus do lado de Gaia me olhava com medo, ele não queria estar ali, quando seus olhos brilharam em dourado e começou a falar.

- Nós não o tememos!- rugiu e todos permaneciam calados.- Temos a Mãe Terra  e o Pai dos Monstros ao nosso lado, apenas você não nos mataria!

Virei lentamente para ele. Agora, penso que eu parecia aquela garota do exorcista. Enfim...

Ao olhar em meus olhos, o garoto encheu os olhos de lágrimas e caiu desmaiado. Mas onde ele estivera parado em pé ainda tinha algo. Era uma forma vagamente humana, meio transparente e brilhando em dourado. Não conseguia se mexer, aquilo era como um fantasma, porém eu já tive algumas experiências com ele.

Analisei o quase corpo do Eidolon que possuíra Jason em nossa segunda aventura no Argo II. Antes eu não tive a oportunidade de matá-lo e agora que as portas da Morte estavam novamente abertas eu não hesitaria.

Só que como estava como Ômega, usei a desculpa de que ele me afrontou. Quem disse que não consigo ser vingativo?

Sua forma começou a tremeluzir e um raio que apareceu do nada o acertou. Ele caiu de costas no chão e mais parecia uma sombra com cor quando sua mão pegou fogo.

Ele entrou em pânico e tentou apagar, só que não conseguia. Ele nunca conseguiria. A partir do momento em que eu dei o aviso e ele ouviu, mas ainda sim me confrontou, estava fadado à morte. O fogo se alastrou por todo o seu corpo e o Eidolon rolava no chão tentando inutilmente sobreviver.

Permaneci olhando para ele. Eu senti quando Medeia começou a se esfarelar. Logo ele também seria apenas cinzas do que foi algum dia. 

E eu não sentia pena, raiva, dor e nem nada do tipo.

Não sentia nem mesmo o remorso de minha crueldade.

- Que fique claro que eu não seria tolo de deixá-los irem para o Tártaro, onde se reconstituiriam e voltariam.- falei indiferente.- Eles irão para um lugar onde nem mesmo o fogo consegue brilhar, um lugar pior do que qualquer outro. E espero que sirvam de exemplo para todo aquele que não me obedeça. Seu destino foi selado no momento em que a Ordem de Caos teve de interferir. E nunca é bom quando nós interferimos. Direi apenas uma vez, então prestem atenção: fujam. Fujam e não irei atrás de vocês.

Mas todos estavam terrivelmente horrorizados para dar sequer um passo.

- Tsc!- balancei a cabeça.- Isso é uma pena.

Uma a uma as Caçadoras e Amazonas desapareciam, no entanto não era por vontade própria, pois as coitadas estavam em choque. Quando foi a hora de fazer Thalia e Hylla sumirem eu não hesitei, mesmo quando vi seus olhares devastados para mim. Semideuses possuídos por eidolons caíam desmaiados e desapareciam junto com as garotas. Percebi uma semideusa acordada no meio dos sequestrados, ela estava muito fraca e mal conseguia levantar a cabeça direito. Tinha que levá-los para outro lugar antes que todos morressem.

Andei para perto deles e parei. Os monstros continuavam parados e sem saber o que fazer. Eu sabia que a garota ainda estava olhando, mas eu tinha que dar logo um jeito naquilo. Levantei a mão e a corrente do Minotauro voou para ela, arrastando-o contra sua vontade. Suas garras riscavam o chão e abriam grandes talhos, só que eu era muito mais forte do que ele.

Ezequias ainda flutuava adormecido ao meu lado, alheio à tudo o que ocorrera e ainda aconteceria.

Antes de desaparecer com todos os semideuses, uma faísca crepitou ao meu lado, e começou a crescer. Logo um incêndio já havia se formado e vários monstros e semideuses traidores queimavam enquanto corriam de um lado para outro desesperados. 

E então nós desaparecemos em meio à toda fumaça carregada de morte.

 

 

 

 

 

 


Eu sabia bem o que me esperava em Nova Roma.

Mantive-me observando-os durante todo o tempo em que pisaram na Terra. Eu sabia que não podia confiar na Melanie e no Jacob enquanto eles estivessem tão perto da razão pela qual eles não andavam mais entre os vivos dali. Porém não poderia simplesmente chegar neles e falar que não participariam daquela missão. Eles me odiariam.

Apesar de que eu podia, sim, tirá-los de ação. Se eu dissesse para não se aproximarem da Terra eles TERIAM que obedecer. Mas seria injusto. Eles esperaram tanto tempo para ter sua vingança, que seria crueldade não deixá-los assistir de camarote a derrota dos deuses.

Mas quem sou eu para falar de crueldade, não é?! Havia acabado de queimar centenas de seres apenas porque dois deles me afrontaram. Sim, senhoras e senhores, aquilo foi minha causa. Eu os matei. Por que? A resposta é simples: o Ômega não têm sentimentos.

Na verdade, até me surpreendi com a minha capacidade de falar com Thalia e Hylla tão abertamente, sem segredos e nem nada do tipo. Eu falara com elas como Percy Jackson, e não como Ômega. Só que uma hora o líder da Ordem de Caos haveria de aparecer, não?! E ele apareceu em sua pior forma.

Aquilo já era do meu feitio, ser mau e impiedoso era uma coisa altamente fácil para mim depois de perder a Ally. E sabe qual era outra coisa muito fácil? Ser frio e controlador com meus companheiros. Prova disso foi o jeito que os tratei ao chegar no Acampamento Júpiter. 

Levei todos os cinquenta semideuses desacordados comigo e as Caçadoras e Amazonas também. Suas faces eram de puro horror. Eu podia sentir pensamentos negativos em minha direção.

Depois de toda aquela cena que fiz ao chegar, eu simplesmente parei e olhei para os deuses e líderes dali.

- Em três horas eu voltarei para dar alguns avisos e espero que até lá já tenham cuidado dos seus feridos e se organizado.- minha voz ecoava por todo o local. Campistas gregos e romanos, moradores de Nova Roma, Caçadoras e Amazonas prestavam total atenção em mim.- Até lá, suas casas já estarão reconstruídas e ninguém ficará sem um local para ficar. Agora um conselho às Caçadoras de Ártemis e às Amazonas: não revelem nada comprometedor.- elas engoliram em seco e Thalia parecia prestes a chorar, com certeza entenderam como uma ameaça, mas o que eu podia fazer?! Nossas identidades só seriam reveladas quando eu quisesse.- Em duas horas e meia, os líderes devem ir ao nosso encontro. Menos você, Frank Zhang, deve vir conosco imediatamente.

Virei-me em sua direção e ele pareceu acordar. Estava meio indeciso quanto a vir com a gente, no entanto ele não negaria nada no momento. Jason o segurou pelo braço e olhou para ele.

- Você não vai.- disse ele com determinação.- Eu não confio neles e você não está bem para lutar se for preciso.

Os outros quatro da Ordem vieram até mim e se colocaram em posição ao meu lado. Automaticamente suas capas ficaram negras junto com suas máscaras. Porém o olhos continuavam dourados. Menos, é claro, os meus penetrantes olhos negros. Eles só mudam de cor quando eu quero, e, no momento, estava mais ocupado com outra coisa. Festus rugiu atrás de nós e lançou fogo para o céu. A semideusa que notei quando ainda estava no covil de monstros arfou e tirou forças do além para se levantar e cambalear para longe do dragão e de mim. Acho que agora ela é traumatizada com fogo. Muito legal. Ela caiu nos braços de seu pai, Ares, e gritou para mim:

- Você é um monstro!- ela chorava descontroladamente e se agarrava ao pai, que a abraçava protetoramente.- Matou todos eles! Matou meu irmão! Assassino! Eu te odeio, odeio, odeio com todas as minhas forças!

Virei lentamente para ela e seus olhos se arregalaram antes de cair inconsciente. Todos olhavam a cena paralisados, pensando no que devia ter acabado de acontecer antes de aparecermos ali. Me voltei novamente para Frank e Jason ainda tentava convencê-lo a ficar.

- Pense nos seus filhos!- falou baixo.- Se algo acontecer à você lá, eles ficarão completamente órfãos!

Jason estava conseguindo fazer a cabeça dele, eu sentia sua confusão.

Balancei a cabeça negativamente. Aquilo seria considerado uma afronta e eu teria de tirá-los do caminho.

Provavelmente Thalia sabia o que aconteceria e se pronunciou.

- Jason, está tudo bem.- falou, mas ela não estava calma, não parecia que tudo ficaria bem pelo tom de sua voz. Era como se ela implorasse à ele para não ser idiota.- Acredite em mim, Jason, não acontecerá nada ao Frank com eles.- parecia que ela tentava convencer a si mesma.- Não complique, por favor.

- Você sabe quem são eles?- perguntou o loiro desconfiado. Sabia que a irmã estava com medo por ele, afinal ele não era estupido.

- Sei.- respondeu e olhou o chão.- Apenas faça o que ele disse.

Jason soltou o braço de Frank e o observou caminhar até mim. Ao chegar perto ele parou e me encarou. Sua mente estava uma confusão enorme. Desaparecemos depois que ele deu uma última olhada para os amigos que temiam por ele.

 

 

 

 

 

 

Eu não sei qual é o meu problema. Sério.

Eu disse mais de uma vez que o Ômega é um ser frio e que não tem sentimentos, mas quando vi o Frank, eu lembrei da Hazel. Parte dele morreu com ela. Então eu pensei que levá-lo comigo seria uma boa ideia. De fato, nem um pouco fria ou indiferente. É por isso que no momento em que pisamos no grande salão eu saí andando rápido e falei "levem ele para ver a Hazel e coloquem Ezequias na enfermaria". O que interessa é que eu saí de lá o mais rápido possível.

Aquela missão estava unindo o Percy ao Ômega. E isso definitivamente não era bom. Quando me tornei um líder, Caos disse que eu devia saber a hora de separar um do outro. E até aquela missão tudo estava indo bem, mas sempre tem uma primeira vez para tudo, não é mesmo?! Não devia ter uma para o Ômega. O Ômega não pode errar. O Ômega é o líder. O Ômega está no controle. Ômega isso, Ômega aquilo...

Isso era exaustivo, no entanto eu sempre segurei numa boa. Só que agora era uma situação pessoal demais, íntima demais.

E eu não queria voltar e acabar trazendo tudo à tona. Tudo que eu tentei esquecer nos últimos dez anos. Eu construí uma barreira entre mim e qualquer lembrança da minha vida de semideus.

Depois que Caos me trouxe para Aureum, eu passei várias noites acordado, porque sempre que fechava meus olhos a cena da Annabeth terminando comigo,a morte de Ally e todos os dias da semana que se seguiu apareciam como fotos em alta resolução bem diante de mim. Não foi surpresa quando bati na porta de Caos de madrugada para pedir que os treinos começassem imediatamente. Ele entendeu e me ajudou a manter a cabeça ocupada na mesma hora. Toda vez que eu adormecia era por causa do cansaço e isso impedia os sonhos e pesadelos de me atormentarem.

Enfim, eu estava muito perto do meu passado e isso não me fazia bem.

Estava até repensando nos avisos que seriam dados em três horinhas. Podia mandar Luke e Silena para lá e me livraria de todo aquele peso nos meus ombros.

E decidido que aquilo tudo não seria mais problema meu e que não mais me envolveria, fui ver minha mãe e padrasto.

 

 

 

 

 

 

Mamãe estava sentada ao lado de Paul, nos Jardins de Caos, olhando o amanhecer.

Estava especialmente bonito hoje. Sempre gostei bastante dali.

- Mamãe, não deveria estar acordada a essa hora.- falei abraçando-a por trás e dando um beijo em sua bochecha logo após. Bati levemente no ombro de Paul como um cumprimento e ele sorriu. Sally me olhou e sorriu também. Eu amava ver eles sorrirem, principalmente depois de pensar que nunca mais veria aqueles sorrisos.

- Eu fiquei sabendo da sua nova missão.- respondeu ela, voltando seu olhar para o horizonte.- Já terminaram? Como estão as coisas lá? E seus amigos? Devem ter se animado tanto ao te ver!

De alguma forma, aquelas frases me acertaram em cheio. Meu sorriso sumiu instantaneamente e eu sentei ao seu lado no banco. Minha capa desaparecera no momento em que pisei fora do Grande Salão e agora estava com minhas roupas normais. Achei que assim me sentiria mais humano depois do que fizera.

Mas aquelas palavras me destruíram.

Os dois estavam ansiosos por causa da missão, não conseguiram dormir e por isso vieram para os Jardins. Olhei para baixo, uma flor floresceu ao lado do meu pé e desabrochou em uma linda explosão graciosa e vermelha.  Peguei-a e ela escureceu e murchou.

Mamãe ao ver aquilo tomou a flor da minha mão e ela voltou ao que era. Ali era assim. O jardim compreendia você e suas emoções. Sabia da sua história e futuro. Se alguém quisesse saber de qualquer coisa ou apenas de um conselho, o jardim se abria e ajudava. 

- As coisas lá não estão boas.- respondi ainda olhando a terra.- E agora que sabem da gente elas pioraram bastante. 

Contei tudo para ela. Menos, é claro, sobre as coisas ruins que possamos ter feito. Quando falei que Hazel morrera, ela disse que já sabia e que tinha ido na área hospitalar vê-la. A única coisa em que pensei na hora que ela falou isso foi: agora Hazel sabe quem sou eu e que estou aqui. Paul escutava tudo em silêncio atentamente.

Assim que terminei, lágrimas brotaram em meus olhos, mas me esforcei para que fossem embora e consegui antes que minha mãe segurasse meu queixo e virasse meu rosto para ela.

- Não se preocupe, meu filho, seja lá o que você tenha feito de ruim, e eu sei que você fez algo pois do contrário não estaria tão cabisbaixo, vai passar. Não é o fim do mundo.

- Na verdade é, sim.- eu tentei mudar o rumo daquela conversa, todavia eu sabia que não conseguiria esconder nada dela. Gente, ela é minha mãe, me conhece melhor do que qualquer um.

- Querido- ela acariciou meu rosto gentilmente-, eu tenho orgulho de você! Sei que fará a coisa certa. E, quanto aos seu amigos, acho que deveria dizer quem você realmente é. Eu sei que você não deve misturar o Ômega com o meu Percy, mas essa missão é muito diferente das outras. E isso irá fazer bem à você. E mais uma coisa, não importa o que Caos disse sobre essa mistura, você está responsável por essa missão, você decide, meu amor.

- Em outras palavras, ela quer que você desobedeça o grande e poderoso Caos e julgue as coisas como Perseu e não como Ômega, mesmo que esteja fazendo o papel de Líder da Ordem.- disse alguém às nossas costas e minha mãe se sobressaltou.

- Já falei para não fazer isso!- brigou ela se virando levemente para trás e olhando o recém-chegado dos pés à cabeça, logo abrindo um sorriso.- Eu falei que não era uma boa ideia você aceitar ser treinado por ele, Percy. Ele está te transformando em um robô.

Caos riu sonoramente atrás de mim e eu continuei olhando para minha mãe. Ela com certeza é uma das melhores pessoas que existem. Só assim para poder falar com Caos abertamente sem ser morta por ele.

- Fala a verdade: você me a-m-a!- ele soletrou e minha mãe também riu.

- Não mais do que você me idolatra.- e depois dizem que minha mãe não é uma mulher poderosa.

- Agora você me pegou!- ele riu e se voltou para mim.- Os outros já me deram o relatório da missão. Você não parece contente com nada dela.

- Você me conhece bem.- sorri e o olhei. Seu terno preto reluzia e seus olhos escuros cheios de estrelas estavam divertidos.- Sabe o que voltar lá está fazendo comigo.

- Percy, não deveria ficar assim.- ele falou contente.- Eu entreguei essa missão à vocês porque eu sei que são capazes de não fazer uma idiotice, se não eu mesmo teria dado um jeito. E mais, já está mais do que na hora de vocês encararem o passado e finalmente fechar essas portas que por acaso ficaram abertas. 

- Acontece que já fechei elas, tá legal?!- levantei e parei à sua frente.- E não quero ter que reabri-las.

- Devia escutar sua mãe.- ele olhou rapidamente para ela.- Sabe que ela tem razão, vai te fazer bem. Não só você ficará melhor, como seus amigos. Hora de se entenderem com os fantasmas que os assombram. O que me lembra que eu não vim aqui para falar com você, Perseu.

O olhei atônito. Como assim não veio falar comigo? Ah, sim! Ele deve ter vindo falar com a minha mãe. Ele gosta muito dela, está sempre fazendo de tudo por ela e toda vez que ela sorri ele também sorri. Aposto que se não fosse pela minha mãe e por mim, ele já teria tomado o lugar do Paul há muito tempo. Ri com o pensamento e ele me olhou com raiva.

- Não pense essas coisas, garoto.- levantei as mãos e eu ri ainda mais.- Enfim, vim convida-los para um almoço no palácio mais tarde.

- Claro!- mamãe respondeu entusiasmada e olhou para Paul.- O que acha?

- Se você está feliz, eu também estou.- e beijou sua testa. Olhou para Caos e sorriu.- Pode nos esperar para o almoço.

- Eu quero falar com você, Caos.- falei para ele, que estava de braços cruzados observando a cena e tinha um olhar indecifrável. Fui até minha mãe e dei-lhe uma beijo na testa e um aperto de mão ao Paul.- Nos vemos no almoço.- e sai andando com o primordial ao meu lado. Quando já estávamos longe dos dois, comecei.- Tem que parar com isso, sabe que a mamãe só tem olhos para o Paul.

Ele riu e cruzou os braços.

- Vamos ver.- respondeu esperançoso.- Eu só preciso de mais tempo. Logo ela nem vai se lembrar dele. E eu não te convidei para o almoço.

- Eu espero que você não esteja planejando sumir com ele e apagar a memória dela.- cruzei o braços também, com um sorriso divertido.- Ela não gostaria nada disso e te daria uma bronca daquelas.

- Eu não ia sumir com ele, Percy, por favor! Acha que sou tão infantil assim?! Eu deixaria ele por aqui para ver que ela prefere a mim.- sorriu convencido.

- Fala sério! Todos gostam do Paul.- comecei a rir.- Você não tem chance contra ele!

- Isso é o que vamos ver.- ele riu também.

Eu sabia que ele não faria nada desse tipo, até porque ele também era fã do meu padrasto, mesmo que não admitisse. E se minha mãe descobrisse algo assim Caos seria só mais um fugitivo no universo. E então eu ficaria no comando de tudo.

- Já estou até planejando usurpar seu trono.- falei e lhe mandei um olhar diabólico.- E vou usar minha mãe para isso.

Ele leu minha mente e riu junto a mim.

- É bom estar aqui.- falei olhando o sol subir no céu. Aqui ele era bem maior, assim como a lua e todas as estrelas. Tudo aqui era mais intenso.

- Você devia procurá-la.- disse ele de repente e o olhei confuso.- Annabeth. Deveria encontrá-la.

- Você sabe que eu nunca vou fazer isso, não é?

- Nunca diga nunca, amigo. Vai descobrir que o futuro pode te pegar de jeito.

- O futuro à Deus pertence e, bem, você é Caos.- respondi.- Tecnicamente, ele te pertence.

- Na verdade, ele pertence à uma de minhas...

- Você entendeu.

- Claro.- ele riu.- Mas eu realmente acho que seria uma boa ideia. Você sabe que tudo o que ela disse é culpa de Zeus. Não pode ficar zangado com ela.

- Ah, não posso, não?! Eu me senti solitário durante dois anos porque ela me deixou.- falei sem encara-lo.- Se foi Zeus ou não, eu não ligo!

- Você liga sim. E até mais do que devia.- Ele colocou a mão em meu ombro.- Vá atrás dela e descubra a verdade. Procure saber o que aconteceu de verdade com a Ally e vá ficar com seus amigos. Verá como sua mãe estava certa e você se sentirá muito melhor. A amizade é uma das únicas coisas que realmente devemos valorizar.

E sumiu. Simples assim.

Sabe, ele é mestre em falar o que quer e desaparecer.

Ainda fiquei ali por um tempo, pensando nas palavras dele e da mamãe, e depois sai dali.

Ao chegar no Grande Salão, sentei-me no meu trono e esperei os outros chegarem.

Poucos segundos depois eles estavam ali, cada um em seu trono, vestindo suas capas de diferentes cores e usando suas máscaras. Estavam achando que era uma reunião sobre a missão. E na verdade era mesmo. Porém eu não estava no clima para vestir aquelas coisas. Meu humor melhorara bastante desde que falei com Sally.

- Sobre o que falaremos?- perguntou Alpha, tirando sua máscara e vendo os outros fazerem o mesmo.- Preciso saber para poder dar início.

Ela estava feliz, mas se continha. Aliás, todos ali estavam contendo sua felicidade ou qualquer outra emoção ou sentimento. Deviam achar que eu estava em um mau dia. Até porque eu permaneci sério quando eles surgiram do nada. Ninguém brincava com o Ômega. Luke e Jacob já aprenderam a lição, já que uma vez eu cortei suas cabeças quando fizeram uma brincadeira. Não me julguem! Eu estava de mau humor no dia.

- É sobre a missão, quero falar sobre os avisos que daremos em pouco mais de duas horas.- olhei nos olhos de cada um.- Mas não será um reunião formal, então não se preocupe, Mel. Eu quero saber a opinião de vocês.

Eles me olharam estranho, provavelmente se perguntando se eu enlouqueci ou bati a cabeça em algum lugar.

- Ah, não, o universo deve estar acabando, porque você nunca deixa a gente se envolver emocionalmente nos casos.- Jacob levou as mãos à boca.- Ou eu fiz outra brincadeira e ele me matou e isso é um pós vida onde ele é legal?

- Você é tão dramático, cara!- eu ri e todos me acompanharam.- Estive conversando com Caos sobre a missão. E aceitei alguns conselhos da minha mãe.- todos balançaram a cabeça concordando.

- Agora eu entendi.- começou Luke.- Tem o dedo da dona Sally aí, só podia! Geralmente é ela quem te traz à razão.

- Vou ter que concordar com ele.- disse Silena com um sorriso.

- Ou ele realmente ficou louco!- brincou Melanie.- Não podemos ter um líder louco, então acho que eu terei que assumir a terrível responsabilidade de lidera-los. Esse é um risco que eu terei que correr pelo bem de toda a humanidade. 

Todos se entreolharam e começaram a comentar as falhas no plano dela.

- Poxa, vocês são extremamente e incondicionalmente "broxantes"!- riu ela fingindo estar indignada.

Bom, no fim decidimos que revelaríamos nossa identidade nos avisos de mais tarde e eu decidi que iria atrás da Annabeth (Luke aprovou bastante isso) e eu também descobriria o que aconteceu de verdade com a Ally.

 

 

 

 

 

 


Bati na porta quando cheguei e os dois se viraram para mim.

O susto que Frank levou foi preocupante. Sério, eu pensei que ele ia ter um ataque cardíaco. Ficou completamente pálido e com os olhos arregalados. 

Já Hazel apenas abriu um sorriso bem grande. Mamãe já tinha falado para ela que eu estava aqui, então ela já esperava.

Frank se levantou da cadeira ao lado da maca de Hazel e correu ao meu encontro. Nos abraçamos e eu só conseguia pensar que eu tinha meus amigos novamente. Que mesmo depois de dez anos, eles ainda gostavam de mim. 

Ele se afastou e me olhou nos olhos segurando meus ombros. Seu rosto estava molhado pelas lágrimas e ele sorria orgulhoso. Sorri abertamente e fui em direção à Levesque, que começou a chorar descontroladamente. Sentei ao seu lado na maca e fiquei abraçado à ela por algum tempo.

Eu achei melhor vir aqui depois da reunião com os outros para ver se eles estavam bem. Estava com muita saudade deles e acho que eles também.

Conversamos bastante e sobre tudo. Eu contei o que houve comigo e minha família e ela me contou o que aconteceu depois do meu sumiço. Eu falei dos meus treinos e do pessoal da Ordem e eles me contaram sobre seus filhos e os nossos amigos.

Posso dizer que naquele momento eu me senti incompleto. Estava ouvindo atentamente o que eles diziam e só conseguia sentir que eu não estava lá com eles. Claro que eu já sabia tudo o que eles falavam. Eu nunca deixei realmente a Terra. Eu observava todos os planetas sob meu comando, mas a Terra ganhava de lavada dos outros. E eu sempre olhava os mesmos lugares: os dois acampamentos e o mar.

Aqui nós tínhamos mares e oceanos também, porém não era a mesma coisa para mim. Era mais bonito, no entanto eu gostava mais dos poluídos da Terra, os domínios do meu pai.

- E teve uma vez que eu deixei o Sam com o Frank para ir na padaria e quando eu voltei tinha dois cachorros correndo por toda a casa.- Hazel ria ao contar e eu ria pela animação dela.- Sabe, Percy, muitas coisas mudaram nos últimos dez anos. Mas você já sabe disso.

Olhei-a confuso.

- Como você sabe?- perguntei.

- Sua mãe.- respondeu com um sorriso.- Quando Sally esteve aqui, conversamos sobre tantas coisas! E ela me disse que já pegou você nos observando várias vezes. Ela disse que mesmo em outro planeta, você nunca parou de nos proteger.- seus olhos marejaram. 

- Acho que Sam e Emilly adorariam conhecer Aureum.- falei tentando mudar de assunto. O semblante dos dois se iluminou ao escutar os nomes de seus filhos.

- Pode trazê-los?- Frank perguntou.

- Eu acho que sim.- sorri e duas crianças apareceram ao lado de Frank.

Depois de mais abraços, fui apresentado aos dois, que logo pularam em cima de mim.

Foi bom conhecê-los de verdade.

Então fomos dar um passeio. É claro que o cara que toma conta da enfermaria não deixou Hazel se levantar, pois ainda estava muito fraca. Eu cheguei perto dela e peguei sua mão, automaticamente ela se levantou e o cara me reconheceu. Pediu desculpa pela sua conduta e nós saímos dali. Acho que ele estava acostumado a me ver com a roupa do Ômega.

As crianças corriam de um lado para outro brincando e sorrindo. Hazel caminhava de braços dados comigo e Frank estava do meu lado oposto ao dela.

Conversamos muito, brincamos muito, zoamos uns aos outros. Até que Jacob veio correndo até nós.

- Finalmente te encontrei!- disse ele arfando.- Lembra que você pediu para os líderes virem ao nosso encontro antes de todos? Pois é, está quase na hora e eles não fazem a menor ideia de onde nos encontrar.

- Eu sei, estou acompanhando eles desde que saímos de lá, pode ficar tranquilo.- eu ri e ele sorriu. Frank se mexeu inquieto ao meu lado. Ele também percebera o olhar do Jake para a Hazel. Ela ainda não tinha percebido e eu achava melhor que nem percebesse. Eu não podia julgar o bom e velho Aleph, afinal, Hazel é uma mulher muito bonita e bastante encantadora. Jake olhou para meu braço entrelaçado ao dela e levantou uma sobrancelha para mim.- Então, Jake, como esta sua namorada? Ouvi dizer que os dois vão almoçar juntos mais tarde.- eu não deveria, mas provocar ele era uma coisa tão legal de se fazer!- Ah, gente, este é Jacob, ele é um membro da Ordem de Caos. E tem uma namorada maravilhosa, não é mesmo, Jake?

Ele me fuzilou com os olhos e eu sorri o desafiando a me contradizer.

- É um prazer conhecê-los.- disse cordialmente fazendo uma mesura (aquela coisa que as pessoas educadas faziam antigamente).- E sim, ela é maravilhosa. Inclusive estive com ela assistindo o nascer do sol. Ela sempre diz que não há homem mais romântico e adorável do que eu.- ele riu levemente, fazendo Hazel sorrir admirada. Ele se virou para mim e a mensagem em seus olhos era a seguinte: "eu sempre ganho, cara".

- Que ótimo.- respondeu Hazel.

Não era possível que ela ainda não tivesse percebido! Gente! Eu não sou o único lerdo daqui agora.

- Sua namorada é uma garota muito educada.- disse uma bela voz feminina atrás de nós.- Inclusive, ela está à sua espera no saguão. E, como um bom e agradável homem educado, não pode fazer a bela dama esperar.

Ele sorriu para a recém-chegada.

- Tem razão, May.- respondeu se aproximando de Hazel e pegando sua mão livre.- Foi um prazer, senhorita.- e depositou um beijo ali, olhando em seus olhos. Depois se dirigiu à mãe de Luke e deu-lhe um beijo na testa. E sumiu, simples assim. Ele adorava se exibir.

May riu e nos viramos para ela.

- Esqueçam que ele existe.- seus olhos brilhavam.- Ele adora uma saída dramática.

- Gente, vocês se lembram das histórias sobre Luke Castellan, não é?- os dois assentiram.- Bem, essa é May Castellan, sua mãe.

Ela sorriu agradavelmente.

- Olá, queridos, como vão?

Essa é a hora em que vocês começam a surtar e se perguntar "como?!", mas é bem simples: Luke faz parte da Ordem de Caos, então ele pode fazer esse tipo de coisa. Ele a trouxe para cá assim que pôde e pediu a Caos que a trouxesse de volta ao normal e ele fez isso. Agora ela não era mais uma maluca que esperava o filho voltar para o almoço enquanto fazia sanduíches e queimava biscoitos. Ela e minha mãe são muito amigas e agora May também faz parte da família.

Não é preciso dizer que Hermes entrou em pânico quando ela sumiu, não é? Ele pensou o pior que poderia ter acontecido com ela e se fechou completamente de tudo e todos. Mas agora ele está melhor e já consegue viver bem.

Ela possuía cabelos loiros e olhos azuis, assim como Luke. Vamos frisar uma coisa: ela era muito mais bonita do que ele.

- Percy, eu encontrei com sua mãe e ela me contou sobre a missão.- disse ela sorrindo amigavelmente.- Espero que estejam gostando.

- É claro, May.- respondi. Já tinha parado de chamá-la de "dona May" e de "senhora Castellan" há muito tempo, porque ela detestava. Dizia que a fazia se sentir velha. E agora ela tinha toda a eternidade pela frente. Caos poderia ter ficado a fim dela, em vez da minha mãe. Até porque ela daria uma ótima esposa. E Luke piraria se os dois se casassem. Ele com certeza era muito ciumento.- Já encontrou com Luke?

- Ainda não.- ela me olhou nos olhos.- Estava procurando por ele quando vi vocês aqui. Sabe onde ele está?

- Creio que esteja com Melanie, parece que eles estão procurando pela senhora também. Aposto que estão atravessando os corredores da ala sul neste exato momento.- olhei para ela depois de fazer uma análise no castelo.

- Obrigada, querido.- ela veio até mim e me deu um beijo.- Foi um prazer conhecê-los.- ela acenou para os outros dois e saiu andando.

- Caramba!- Hazel suspirou.- Adorei ela. Me lembra sua mãe, Percy.

- Sim, até que elas são bem parecidas.- eu concordei. Olhei para Frank e ele observava Hazel. Acho que ele nunca mais ia tirar o olho dela.

- Enfim- comecei-, acho que tenho um encontro com os líderes dos acampamentos em alguns minutos. Vocês querem me acompanhar? Afinal, são realmente importantes na liderança de Nova Roma e essas coisas.- Mirei o chão e continuei a andar, puxando Hazel pelo braço e fazendo Frank me seguir. As crianças corriam no jardim. Tive uma leve sensação de que já vira algo assim antes. E vira mesmo. Quando Ally ainda estava comigo e tudo ainda era como antes.

- Você não quer se mostrar para eles, não é?- Frank perguntou.

- Bem, não está na minha lista das dez coisas que mais quero fazer. Ou das mil coisas... Mas temos que dar um jeito nessa situação. E se eles não confiarem em mim como Ômega, terei que fazer isso como Percy. Todavia isso seria uma bomba tão grande...

- Percy, acho que em tempos ruins como esses, o melhor é ver que mesmo depois de tantos anos ainda há esperança.- Hazel apertou meu braço, como se me transmitisse força. 

- Tem razão.- falei.- Ainda bem que eu tenho vocês para pará-los quando eles começarem a procurar pedras para me matar.- os dois se entreolharam.

- Acha mesmo que a gente conseguiria parar a Piper?!- zombou ele.- Ela vai se tornar um ser altamente sanguinário.

- Então o nosso conselho é: comece a correr na hora que ela aparecer.- Hazel brincou.

- Bom, a positividade de vocês é comovente.- eu ri.- Então vamos lá, temos que contar a verdade para alguns semideuses armados e poderosos. Que Caos me proteja.

Uma pequena folha de papel voou em nossa direção e eu a peguei.

"Não conte comigo, Jackson."

- Ah, como eu gosto do humor de vocês!


Notas Finais


E é isso amores ❤️ N faço ideia de qdo o próximo sai, n tenho nem mesmo uma estimativa
Mas... Vou tentar postar antes da semana q vem kkkkkkk então n me apedrejem

LEMBREM QUE TEM MAIS DE NOVE MIL PALAVRAS

Mds kkkkkkkkk

Até mais pessoal ❤️


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