Quase dois meses depois do ocorrido, Naruto já estava se sentindo bem melhor, apesar da luva e da dor ele sentia que estava tendo alguma melhora. Nesse período, Mebuki pintou os cabelos de ruivo para mudar a aparência e tomou várias medidas para que ninguém identificasse nem a ela e nem ao enteado. A dona dos olhos verdes sabia que não estava sendo procurada já que ela e Naruto foram dados como mortos após as autoridades encontrarem o corpo de Danzou, mas mesmo assim ela não queria dar a chance para ninguém os reconhecerem. Assim, enquanto assistia o noticiário no quarto do hospital ela decidiu o que fazer. “Eu vou para o interior da minha família. Lá é tão distante que não chega notícia de nada e nem de ninguém.”
Então, dessa forma, em pouco tempo, o mar estava distraído olhando a paisagem montanhosa após uma longa viagem de carro, quando a voz de Mebuki o chama para a realidade.
-Estamos quase chegando na casa da minha mãe. - A mulher fala olhando o loiro.
-Tudo bem. - O menino falou e esboçou um sorriso.
-Ela não conhece você, então se comporta. - Mebuki falou e ele arregalou os olhos.
-Ela não me conhece? - Naruto perguntou confuso. “Isso é estranho. Como a vovó não sabe quem eu sou?”
-Não, eu saí de casa da minha mãe com menos de 12 anos para morar com a família do meu pai. - Mebuki fala não querendo explicar seu passado para o menino que ela odiava. “Eu queria apagar esse lugar fedido para sempre da minha vida.”
-Por que a senhora nunca voltou? - Ele pergunta intrigado.
-A família do meu pai era bem tradicional e cheia de posses no início. Quando eles me aceitaram, eles não queriam que eu tivesse contato com a família da minha mãe que era muito pobre. - A agora ruiva falou e viu o menino morder levemente o lábio inferior.
-Hum. E a senhora aceitou isso? - “Não é certo separar pais e filhos.”
-Sim. -Mebuki falou e Naruto a encarou. - O que foi?
-Acho que a senhora errou. Isso é meio triste, não é? - Ele fala e logo se arrepende ao receber o olhar pulverizante da mulher que ele achava ser sua mãe.
-Que desrespeito é esse? Menma. - Mebuki falou quase gritando e o menino se encolheu.
-Desculpa. - Ele falou e ficou calado.
-Vamos fazer essa viagem sem conversar. Eu já estou com dor de cabeça.
-Hum. - Ele assentiu.
E assim, calados, eles foram até o final da longa viagem. À medida que eles saiam da rodovia, Naruto observava mais a região. A estradinha em que eles estavam agora não tinha asfalto, não tinham postes, não tinha pessoas por perto.
-Ela mora bem longe, em? - O menino fala impressionado. “Pelo jeito não teremos vizinhos.”
-Sim. - Mebuki fala com desgosto. “Eu nunca mais queria ter que voltar para essa roça. O que eu fui fazer da minha vida?”
Estacionado o carro na frente ao portão de um sítio, ao anoitecer, Mebuki olha para o loirinho e respira fundo.
-Chegamos. - Ela fala e Naruto olha para o terreno que tinha uma casa ao longe no final da estradinha. - Eu entro primeiro depois eu venho te buscar.
-Ok. - Ele fala olhando a mulher. “Ela parece nervosa. A mamãe não deve se dar muito bem com a vovó.” - Mamãe. - O menino fala ao ver ela sair do carro.
-O que foi? - Mebuki perguntou sem paciência.
-Tenta não demorar. Está meio frio. - Naruto fala e a mulher lança um olhar de desagrado.
-Para de ser fresco, Na... Menma. - Mebuki corrigiu com raiva. - Nem está tão frio assim. Já é primavera.
-Tudo bem.
-O carro tem aquecedor. - A mulher falou ligando o aquecedor do veículo. - Agora para de reclamar. - Ela falou e ele assentiu olhando para a paisagem montanhosa do sítio.
-... - “Aqui até que é bem bonito. Acho que eu vou gostar daqui.” Ele pensa animado ao ver as roseiras e outras plantas repletas de flores.
Assim Mebuki juntou toda a coragem que tinha e enfrentou o passado que ela queria enterrar. “Odeio esse fim de mundo. Aqui não tem nada além de pobreza e bichos fedorentos.”
Entrando na casa, a dona dos olhos verdes ficou impressionada como nada parecia ter mudado ali. “É como se o tempo tivesse parado. Eu não credito que eu voltei para cá. Isso só pode ser um castigo.”
-Quem está aí? - Uma senhora por volta dos 70 anos perguntou e a mulher olhou para ela.
-Mãe. - Mebuki falou imponente e a mulher a analisou.
-Mebuki? O que você faz aqui? - A idosa pergunta confusa.
-Voltei para casa. - Ela fala sem saber muito o que dizer.
-Eu não reconheci você com esse cabelo ruivo.
-Eu resolvi mudar um pouco.- "Tem tanto tempo que a gente não se vê que até se eu fosse loira a senhora não me reconheceria." A mulher pensa tentando controlar a raiva.
-Você não tinha falado que ia esquecer o lado pobre da família? O que aconteceu com o seu pai? - Chiyo fala se sentando em uma cadeira de balanço velha.
-Ele faliu tem alguns anos. - Ela falou fazendo uma cara feia antes de se sentar no sofá antigo. “Tudo aqui é tão desconfortável.” A ruiva lamentou.
-Mas a pose parece que continua, não é? - A mulher falou vendo a expressão de nojo no rosto da filha.
-Ele morreu a muito tempo, mãe. - A agora ruiva fala e a mulher a olha surpresa. - Mas eu não vim aqui por causa dele.
-Por que veio então? - Chiyo perguntou curiosa. “Pelo rosto dela, não foi por sentir saudades.”
-Eu voltei por causa do meu filho. - Mebuki fala e a mulher a olha surpresa novamente. - Eu preciso de ajuda.
-Filho? Você nunca quis ter filhos. - “Eu tenho netos.” A idosa pensou não demonstrando a animação.
-Aconteceu. - Mebuki falou após suspirar.
-O que aconteceu para você vim para cá?
-Ele sofreu um acidente e eu não tenho mais nenhum centavo para nos manter na cidade. - A mulher mente. “Eu tenho dinheiro, mas eu tenho que esconder aquele pirralho.”
-Hum. E o pai dele?
-Ele era um imprestável. Morreu e me deixou na miséria.
-Você não mudou nada, Mebuki. Onde seu filho está? - “A Mebuki sempre valorizou muito dinheiro e sobrenome. Isso é tudo culpa dos Haruno. O menino deve ser igual a ela.” Chiyo lamentou.
-Lá fora. O nome dele é Menma. - Ela falou apontando para um carro que estava estacionado.
-Mande ele entrar. - A idosa falou e a filha.
Assim, em poucos instantes o mar olhava a idosa que vinha ao seu encontro.
-Menma. Essa é a sua avó Chiyo. - Mebuki falou e o dono dos olhos cor do mar abriu um sorriso.
-Oi vovó. Fico feliz em conhecer a senhora. - Naruto falou gentil ainda sorrindo.
Ainda encarando o neto, a idosa baixinha analisou o menino. “Ele é loirinho como a minha filha, mas não se parece muito com ela. Deve ter puxado ao pai.”
-Você é magrinho, não parece muito forte, mas vai conseguir me ajudar no sítio. - A mulher falou e o menino olhou para a mulher que ele pensava ser sua mãe. “Com certeza a Mebuki criou ele com os pensamentos da família prepotente do pai dela.”
-Ele vai sim. - Mebuki falou mais animada. “Ela vai aceitar ele aqui. Graças a Deus, um problema a menos.”
-Quantos anos ele tem?
-14. - A agora ruiva fala e a mulher respira decepcionada.
-Você demorou 14 anos para me mostrar o seu filho.
-Pois é.
-Se você não tivesse falido não nunca teria vindo aqui. Não é? - Chiyo fala olhando para a filha.
-Você vai nos ajudar ou não? - Mebuki pergunta querendo esclarecer tudo.
-É claro que eu vou. - A idosa falou e a ruiva respirou aliviada. - O que aconteceu com as mãos dele? Pra que essa luva, menino? - Ela pergunta agora direcionando a atenção ao loirinho.
-São luvas de compressão. Eu machuquei minhas mãos em um acidente. - Naruto resume olhando gentilmente para a avó.
-Hum. Foi uma queimadura bem feia. - “Esse acidente foi o que fez a Mebuki voltar. Ela deve se importar com ele para aceitar ficar aqui.”
-Sim. - Naruto apenas concordou olhando nos olhos negros da avó.
-Você parece nunca ter trabalhado na vida. - Chiyo fala olhando para o neto que mesmo com roupas mais simples parecia muito bem arrumado. “Parece um principezinho. Eu sabia que se a Mebuki tivesse um filho ela o arrumaria assim.”
-Mas ele ainda pode ajudar no sítio. Ele adora animais. - Mebuki falou ficando apreensiva. “Espero que a mamãe não desista de nos aceitar aqui.”
-Não sendo tão preguiçoso com a sua mãe, já ajuda. Porque eu não vou alimentar mais uma boca de graça, não. - A idosa falou olhando para o loiro que mal se movia.
-Certo. - Naruto falou se sentindo desapontado. “Não era essa recepção que eu esperava. Quando a mamãe falou em avó, por algum motivo eu esperei algo mais caloroso... Era quase como se eu conseguisse me lembrar da sensação de estar com a vovó... Mas isso não é possível eu acabei de conhecê-la, meu cérebro deve confuso com tanta informação.”
-Você tem que ser obediente. Eu não vou ter pena em te castigar, garoto. - A mulher falou para o menino que parecia confuso. “Ele devia estar esperando uma avó elegante como a mãe dele.”
-Ok. - O loirinho falou olhando para Mebuki que lançava olhares para o menino olhar para a avó. “A vovó não gosta de mim.”
-Que maravilhoso. Onde vamos ficar? - Mebuki fala chamando atenção da mãe. “O Naruto parece apavorado com a mamãe. Espero que ele não arranje confusão com ela.”
-Vocês dois vão ficar no seu antigo quarto. Só tem dois quartos nessa casa e um é meu. - A mulher fala e a loira respira fundo.
-Menma. Me ajuda a pegar nossas coisas. - A mulher fala enojada. “É claro que a desgraça não vem sozinha, tem que vim acompanhada de mais. Agora eu vou ter que dividir o quarto com o nojentinho. Se fosse pelo menos com a Sakura.”
-Ok. - Naruto falou indo ao carro.
Algumas horas depois, próximo a hora da janta, Mebuki explicou a mãe as coisas que o menino podia comer e a idosa olhou para o menino que olhava os livros em uma estante. “Pelo jeito meu neto não tem uma saúde muito boa. Por isso a Mebuki está sem dinheiro.”
-Eu não tenho como comprar comida especial para ele. - A mulher mais velha fala ainda olhando para o menino.
-Não precisa ser especial. É só prestar atenção nos temperos das comidas. Eu vou comprar temperos novos amanhã. - Mebuki fala olhando o que tem em casa.
-Você não disse que estava falida? - Chiyo pergunta desconfiada.
-E eu estou. - A ruiva fala pensando em uma desculpa. - O Menma tem que fazer fisioterapia e tudo mais. Eu não tenho como pagar tudo isso e manter um estilo de vida na cidade em que morávamos.
-Você está gastando tudo com ele? - A velha perguntou serrando os olhos.
-Sim, mas amanhã eu vou para cidadezinha próxima e arranjo um emprego para não sermos um peso aqui. - Mebuki falou chateada. “Ela nunca me quer aqui. Eu vou alugar uma casa decente para mim e fico lá o dia inteiro. Eu quero no máximo passar a noite nesse chiqueiro.”
-Eu não falei isso, Mebuki. - “Vocês não são um peso. Eu sempre quis conhecer a sua família.” A idosa pensou olhando com ternura para o menino que folheava um livro.
Assim, adaptando o que tinha eles jantaram e em pouco tempo todos estavam prontos para dormir.
-Amanhã, eu vou sair de dia e só volto a noite, Menma. - A ruiva falou ao ver o loirinho se deitar em uma cama improvisada.
-Para onde a senhora vai?
-Trabalhar. Alguém precisa pagar esse tratamento das suas mãos. Você sabe o preço dessas luvas? São bem caras. Sem contar a fisioterapia. - A mulher mentiu e o menino suspirou olhando para o teto.
-Eu sei, mamãe.
-Você vai ficar bem. - A mulher falou ao ver o menino morder levemente o lábio inferior.
-Eu sei. - O menino falou gentil. - Não precisa se preocupar, mamãe.
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