1. Spirit Fanfics >
  2. Perdição >
  3. Capítulo 01

História Perdição - Capítulo 01


Escrita por: vauseman_damie

Notas do Autor


Boa noite! Como prometido aqui está a fic nova. Espero que gostem dessa nova trama. A fic é Vauseman, claro, mas tentarei dar atenção a Nichorello também, como vcs veram. quero agradecer por estarem sempre acompanhando minhas fics e continuarem e aos comentários. Vocês são demais!

Capítulo 1 - Capítulo 01


CAPÍTULO UM

 

Encaro-me em frente ao espelho, e tudo que vejo é uma jovem que não é capaz de prosseguir com os sonhos dos pais. Sou Piper Elisabeth Chapman, tenho 22 anos de idade, e perdi meus pais há quatro anos, desde então tento manter de pé o legado deles. E qual era esse legado? Meus pais eram pessoas de enorme coração, que tinham uma escolinha de esportes variados e aprendizado escolar, mas o foco mesmo, era não deixar as crianças carentes nas ruas e passando fome, ir para o mal caminho, e ter um futuro digno, e eu e minha melhor amiga, Nicole, sempre os ajudamos, mas depois que eles morreram as coisas não foram fácil para mim.  Fui despedida de um emprego que havia arrumado aos meus 17 anos, e desde então não conseguia arrumar algo fixo, e mesmo quando conseguia, não era algo que me ajudava com o projeto com as crianças, no momento estava trabalhando de garçonete em uma lanchonete no centro, trabalhava quase 12 horas por dia, e ganhava muito pouco, e as gorjetas? Quase não tinham. Fazia questão de trabalhar principalmente no turno da madrugada, para ganhar mais, só que mesmo assim as dividas estavam aumentando, não era fácil manter algo desta magnitude, sem ajuda governamental, ou de empresas. Nicky me ajudava em tudo, mas o trabalho dela também não lhe proporcionava um bom salario, ela era professora de King Boxing, mas a academia que ela dá aula, não paga muito. Enfim, são momento difíceis, mas ainda não acabou aí. Estava cursando uma faculdade que tinha tudo haver com o projeto que era: psicologia e iria me especializar em psicologia infantil, mas devido a perda de meus pais tive que faltar uns dias, dormir mal, comer pior ainda, e então acabei ficando em algumas matérias e perdendo a bolsa, e perdendo a bolsa, não teve como eu continuar com a faculdade, devido a falta de dinheiro.

Era mais um dia de trabalho na ONG, coloco uma roupa simples: uma calça jeans surrada, blusa regata e uma camiseta xadrez azul por cima e all star vermelhos. Meus cabelos deixo em um coque mal arrumado. Nesse horário Nicole está na cafetaria, pois ela trabalha de madrugada, assim como eu, porém noite passada foi minha folga.

As crianças devem chegar somente depois do almoço, que é quando elas chegam da escola, então abro o galpão velho e vou diretamente para o escritório improvisado, que é também a cozinha do lugar.  Devo mexer com a contabilidade, para ver como está minha situação – que eu sei muito bem que não está nada, nada boa.

Depois de vários e vários minutos analisando, fazendo contas e anotando tudo, percebo então que minha situação é mais pior do que eu imaginava aqui na ONG, fora minha vida pessoal, que estava um horror total. Tudo no vermelho. Afundei meu rosto entre minhas mãos suspirando fortemente. O desespero estava me pegando. Não tinha para onde fugir.

- Pelos Deuses! – Nicole entrou no escritório, ela trajava a roupa esportiva que usava no serviço, seus cabelos estrava desgrenhados como sempre ela os usava e os lápis em seus olhos. – O dono desse prédio velho quase me arrancou o coro agora, quando eu estava chegando. – Desabou na cadeira de frente a mesa imersa de papeis.

Esfreguei minha testa. – O que foi agora? 

Eu sabia que só podia ser problemas e mais problemas.

Nicky suspirou e deixou um papel sobre a mesa, a qual peguei. – Aviso de despejo. O aluguei está muito atrasado, P! – Encarou-me com pesar com seus olhos cor de mel.

Passei meus olhos pelo documento solicitando que pagássemos logo os meses atrasados, ou seriamos despejadas em trinta dias, então meu mundo caiu. Céus, o que seria de mim? O que seria destas crianças?  Muitas pessoas inocentes dependem de mim.

- O que vamos fazer, Nicky? – Encarei minha amiga com lágrimas nos olhos.

- Sinceramente não sei. Seus pais eram uns gênios, que sabiam conduzir isso daqui com perfeição. – Suspirou angustiada. – Estamos na lama, P, e não sei o que fazer, sabe? – Esfregou o rosto. – Nossos empregos não estão sendo suficientes para isso daqui. – Olhou ao redor. – Além do que, o prédio está acabado, precisa de uma boa reforma, mas não podemos pedir nada para esse velho, não com alugueis atrasados.

- Eu tenho que continuar procurando outros empregos. Não posso deixar essas crianças desemparadas. – Organizei os papeis em minha mesa.

- Bom, - Ela se colocou de pé em um suspiro. – Eu vou lá em casa tomar um banho, tirar o cheiro de café do corpo, trocar essa roupa que me aperta para poder dar aula para as crianças.

Assenti. – Tudo bem. Vá, que eu vou pegar o jornal de hoje e ver os classificados.

- Tudo bem. Só não surta, que se isso acontecer, só vai piorar tudo.

Dei-lhe um fraco sorriso. – Vou tentar, mas não prometo nada.

Nicole se foi, então suspirei fortemente olhando ao redor. O que eu ia fazer da minha vida? Faculdade não estava mais em meus planos, um sonho que teve que ser cancelado. E agora aqui? Isso não poderia acontecer. A ONG tinha que continuar de pé.

Peguei o jornal The New York Times, e nos classificados várias e várias vagas. Amanhã mesmo na eu iria atrás dessas vagas, como seria a folga de Nicky, ela poderia tomar conta de tudo por aqui.

 

//

 

Assim que a noite cai, eu, Nicky e a equipe lavamos o local de cima em baixo e organizamos tudo. Nossa equipe é composta por: Red, uma Russa carismática e amorosa, que cuida da comida que alias é uma delícia, ela conta com a ajuda de Glória, uma latina que faz uma comida incrível também, as duas são um time imbatível. Maritza e Flaca, são duas latinas também, elas cuidam da limpeza diária e organização do prédio, Nicky dá aulas de king boxing, Bennet dá aulas de futebol, baseball, entre vários outros esportes, e eu ensino tudo que posso, ler, escrever, matemática e aulas de balé, Suzane é a psicóloga infantil que era minha professora na Universidade, que quando soube de meu projeto, quis me ajudar, é simplesmente ótima. Todos são voluntários, os que podem me ajudar financeiramente, ajudam, mas minha divida é enorme e não está sendo o suficiente.

- Nossa, não aguento mais ver rodos ou esfregões em minha frente! – Nicky suspirou limpando o suor que escorria por sua testa.

Sorri. – Nem me fale. Minhas costas estão me matando. 

- Vamos embora? Estou morrendo de fome. Já sabe que eu meu estomago há um animal enorme em busca de nutrientes! 

Ri alto.

Só a Nicky mesmo para me fazer rir.

- Tudo bem, mas temos que ser rápidas na comida. Tenho que ir trabalhar logo, logo.

- Vamos lá!

 

//

 

O trabalho no Pub estava agitado, minha chefe era uma boa chefe, seu nome era Taytee, ela era engraçada, tratava os funcionários como amigos. Era isso que eu mais gostava nela. Era fim de expediente, as quatro da manhã, e eu estava limpando as mesas. 

- Como está a sua ONG, menina? – Perguntou-me.

- Em maus lençóis, Taytee. – Suspirei.

- Você é uma boa funcionaria, por isso mesmo que falo: você merece coisa melhor que isso aqui. Você não tem experiência de assistente?

- Sim, amanhã mesmo vou em umas empresas.

- Ficou sabendo que as empresa Vause está contratando? 

Franzi o cenho. – A nossa fornecedora de Uísque?

- Sim, essa empresa mesma. – Pausou. – Estão precisando de uma secretária lá.

- Lá seria um emprego ótimo.

- Seria, sim. Por que não deixa seu currículo lá também amanhã? – Sugeriu.

Sorri. – Obrigada. Você é mesmo uma ótima chefe.

Ela sorriu de volta. – Mais do que sua chefe, sou sua amiga, e se eu pudesse te dava um aumento, mas sabe que não posso.

Concordei. – Tudo bem, sei sim.

Assim que meu expediente terminou, peguei um ônibus para ir para casa. Cheguei em meu apartamento no Brooklyn exatamente as seis da manhã, e encontrei Nicky já de pé, comendo seu cereal matinal.

- Bom dia!

Deixei minha bolsa sobre o sofá. – Bom dia. Você saindo e eu chegando.

- Que horas vai sair? Sabe que antes tem que dormir pelo menos umas três horas, não é?

- Sim, eu sei. Não se preocupe, Nicky.

- Ah, eu me preocupo sim. Ou acha que não me dou conta das vezes que não come direito ou não dorme? Eu sei, Piper. – Disse séria.

Assenti, minha cabeça estava zonza de sono. – Tudo bem. Eu vou dormir logo, para poder ir em procura de emprego.

- Vai lá.

 

//

 

Meu dia foi agitado fui em várias empresas e lugares mais simples para deixar meu currículo. Deixei o ultimo lugar para ser nas empresas Vause. O prédio era enorme, moderno e luxuoso. Logo no hall havia uma recepcionista, que sorriu para mim, assim que me aproximei, mas seu sorriso era meio arrogante. Certamente porque ela usava um terninho fino cinza, e eu um vestido azul básico floral e sapatilhas. Eu não tinha roupas como esta, não tinha nem sequer dinheiro para adquirir tal vestimenta.

- Boa tarde... Eu gostaria de deixar um currículo para a vaga de secretaria. – Falei meio vacilante, ela era uma mulher tão poderosa, somente com um olhar.

- Bom, irei anuncia-la primeiramente. – Disse olhando-me de cima em baixo e pegando o telefone fixo. – Srta Morello, há uma moça querendo deixar um currículo para a vaga de secretária, ainda está aberta? Ah, sim. Ok. – Colocou o telefone no gancho e encarou-me. – Pode subir. Ultimo andar.

Assenti. – Obrigada.

Com os pés vacilantes caminhei em direção ao elevador, chamando-o. ele não demorou em chegar, as portas se abriram , havia dois homens vestidos com ternos finos e maletas em mãos. Dei um sorriso sem jeito me juntando a eles, e apontando para o ultimo andar. Os homens ficaram no meio do caminho, em andares diferentes, e logo o meu chegou. O local era limpo, fino e organizado. Um luxo só. Havia uma mulher atrás de uma mesa e várias cadeiras de recepção no mesmo hall e uma enorme porta de madeira. Me encaminhei em direção a mulher na mesa, ela tinha cabelos negros, lábios extremamente vermelhos de batom e um sorriso que cativava qualquer um.

- Olá, eu vim por causa da vaga. – Dei um sorriso sem graça.

Ela sorriu largamente. – Olá, sou a secretária da sra. Vause, pode deixar comigo, sim?

Assenti e peguei o currículo, lhe entregando em seguida. – Eu tenho experiência no ramo.

- Ok. – Ela olhou por alguns segundos. - Bom, a seleção já começou hoje, mas termina somente no final da semana. Você pode vir aqui amanhã às oito? A vaga seria para uma pessoa trabalhar comigo e fazer as mesmas coisas que eu. Como a sra. Vause é muito ocupada, ela precisa de mais uma secretária.

- Entendo. Sim, claro amanhã estarei aqui.

- Ótimo!

Esse emprego tinha que dar certo!

 

//

 

- Amanhã tenho uma entrevista de emprego. – Falei de boca cheia de sanduiche natural que havia preparado.

Nicky estava com o uniforme de seu trabalho. – Sério? Que horas? Eu te levo, tenho que resolver uns assuntos.

- As oito.

- Melhor ainda, assim não atrapalha as aulas amanhã. – Sorriu. – Está bem animada com essa vaga.

- Sim, o salario certamente é bom, é uma empresa de prestigio. – Falei com esperanças.

- Vai dar tudo certo, P! – Sorriu me dando forças.

Assim eu esperava.

 

//

 

Cheguei em casa as seis, como todos os dias e Nicky já estava pronta para o seu trabalho, suas aulas na academia tomava somente o tempo da manhã, a tarde ela dava aulas na ONG. 

- Bom dia! – Falei deixando minha bolsa sobre o sofá.

- Bom dia! Durma um pouco para a entrevista.

- Estou bem assim! – Falei subindo as escadas para ir tomar meu banho.

Eu não teria tempo para dormir, tinha que arrumar algo descente para vestir. Tomei um banho rápido, e sai enrolada na toalha para ver o que eu iria vestir.

- NICKY! – Gritei do meu quarto, logo ela abriu a porta sobressaltada.

- Alguém morreu?  - Olhou-me atenta.

Ri negando. – O que eu vou vestir? Se você visse como os funcionários daquele lugar se veste... Meu Deus! Eu fiquei parecendo uma mendiga! – Disse apreensiva.

- Sem pânico! – Veio até meu guarda-roupa. – Pega um vestido básico, nunca é um erro.

Inclinei minha cabeça para o lado. – O que acha desse? – Mostrei um vermelho florido, que ia até a coxa. – Com uma sapatilha bege?

- Perfeito, P! Afinal você está em busca de emprego porque não tem dinheiro, então não te dinheiro para roupas finas. Eles não são burros para não entender isso. – Rolou os olhos. – O que importa é aqui. – Colocou a mão na cabeça. – Você é muito inteligente. – Sorriu gentil.

Eu esperava mesmo que ela estivesse certa.

Ela se foi e então vesti o vestido, coloquei as sapatilhas, mantive meus cabelos soltos e uma maquiagem de leve no rosto. Nada demais. Peguei minha bolsa e fui para a cozinha, peguei uma maçã para ir comendo no caminho.

Nicky parou o carro na porta do prédio – o carro não era nada luxuoso, era um carro comum e até velho, porem conservado -, e disse que dependendo do horário me buscaria aqui, e foi para o seu trabalho.  Fiz o mesmo processo de ontem e sentei-me em uma das várias cadeiras na recepção. A moça de ontem atendia ligações e mexia em seu computador de modo frenético.  A entrevista seria por ordem de chegada, e havia, muitas, muitas candidatas em minha frente.

Respirei fundo, tentando manter a positividade. Muitas pessoas dependiam de mim e dessa vaga de emprego.

 

//

 

O tempo ia passando, as entrevistas estavam levando mais de meia hora casa, e isso me deixava ainda mais nervosa, pois era sinal de que a tal sra. Vause era bem rígida. Minhas mãos estavam suando, meu coração acelerado. Eu estava muito mais do que nervosa, não tinha um nome para o que eu estava sentindo. Ansiosa e nervosa, estava prestes a ter um treco ali mesmo. Todas as vezes que as candidatas saiam, era com cara de poucas amigas. E isso me deixava ainda mais apreensiva.

- Piper Chapman? – A moça da recepção anunciou.

Me ergui. – Sim, eu mesma.

Ela sorriu. – Pode entrar, a sra. Vause está lhe esperando.

Assenti com o coração na mão e empurrei a enorme porta de madeira. Ela era bem pesada, quase cai quando meus pés se atrapalharam, mas graças aos deuses me mantive de pé. Respirando fundo, fechei a porta atrás de mim e então relevou uma mulher com o ar de imponência, ela estava sentada em uma enorme mesa com várias coisas diante de si: papéis, computador, e claro, mais papeis, porem apesar disso, sua mesa era bastante organizada.

- Se aproxime e sente-se, srta. Chapman. – Ordenou com sua voz rígida e firme, sem ao menos fitar-me. Certamente ela estava com meu currículo sobre a mesa.

Respirando fundo me aproximei da mesa, sentando-me na cadeira vaga. Ela era estofada e tão macia.

- Bom dia, srta. Chapman. – Seus olhos ser ergueram, eles eram verdes, um verde tão chamativo que chegou a me deixar sem ar.

Ela era tão linda. Cabelos negros soltos, roupa social fina de linho, nariz levemente arrebitado, boca sensual. Ok, eu não gosto de mulher, alias, não sou nada boa com essa coisa de relacionamentos. Nunca tive muito tempo para isso, mas sei admitir quando uma pessoa é extremamente atraente, e essa tal de Vause, era sim, muito atraente.

- Bom dia, sra. Vause. – Consegui dizer de uma maneira firme, minhas mãos estavam suando.

Uma de suas sobrancelhas se ergueu. Meu coração bateu forte, ela era bem intimidadora, e exalava um poder, que eu não sabia como explicar. Sua boca estava em um linha reta, sua expressão era impassível.

- Sou Alex Pearl Vause. – Informou. -  Então, Piper Elisabeth Chapman, você é muito jovem para essa vaga, tem experiência no ramo, mas há pessoas que são bem mais experientes que você e ainda são formadas no ramo. Por que devo lhe dar essa vaga?

Abri minha boca, não emiti nenhum som.

O que eu iria dizer? A verdade? Não se pode expor suas coisas pessoas em uma entrevista, mas o que mais iria dizer? A velha e clichê resposta: porque preciso dessa vaga? Todos que estão aqui precisa, assim como eu, mas qual seria meu diferencial?

Alex continuava a me encara, parecia me desafiar com seu olhar sobre mim. Seus dedos batiam contra a mesa. Estaria ela impaciente?

- Porque eu preciso da vaga. – Me remexo na cadeira, desconfortável com a tensão do clima. Ela me deixava sem jeito. – Preciso mesmo. Eu... – Hesitei, ela continuava a me encarar. – Eu cuido de uma ONG, e preciso de um bom trabalho para suprir com as necessidades dela.

- Uma ONG? – Inclinou a cabeça para o lado. – Que tipo de ONG?

- Crianças carentes ficam por lá na parte da tarde, lá eles comem, aprendem... Coisas que a maioria não tem.

- Com apenas 22 anos de idade e já se preocupando assim, srta. Chapman?

- É a herança dos meus pais.

- Entendo. – Em sua mão havia uma caneta que valeria certamente o carro de Nicky, ou muito mais. – E você estuda?

- Não.

- Hm... – Coçou o queixo. – E tem quanto tempo livre já que cuida da ONG?

- Tenho voluntários comigo, quando não posso, eles cuidam de tudo para mim. – Explico de imediato.

- Me fale porque eu deveria lhe contratar, além da necessidade que todos têm.

Umedeço meus lábios. – Bom, eu sou uma pessoa que tem facilidade de aprender e muita força de vontade. Tento sempre fazer as coisas da melhor maneira possível, dou sempre meu melhor.

Ela riu e maneou a cabeça em negativa.

Merda!

Resposta pronta, Piper.

Mandou feio.

- Olha, srta. Chapman. Agradeço por ter vindo. – Se colocou de pé e ergueu a mão. – Minha secretária, a srta. Morello, entrará em contato.

Me ergui e apertei sua mão macia. – Tudo bem, sra. Vause. Eu é quem agradeço. – Sorri sem jeito e insegura.

Essa entrevista tinha sido rápida demais. Não era bom sinal.

 

Piper Off

 

Nicole finalizou sua aula de king boxing na academia e tomou um banho, vestindo então uma roupa limpa. Com seu estimo despojado de sempre pegou seu carro indo ate as empresas Vause, onde pegaria Piper. O trajeto não demorou muito, subiu os andares no elevador e não viu a amiga. Pegou seu celular. Nenhuma mensagem.

Olhou ao redor, havia ainda duas candidatas a serem entrevistadas. E então viu a doce figura de trás de uma mesa, estava concentrada em uns papeis. A moça de cabelos negros e lábios extremamente vermelhos pelo batom, chamou a atenção de Nichols. 

Era o tipo que ela gostava, era o tipo de se apaixonar.

Com um sorriso bobo nos lábios se aproximou da mesa. – Boa tarde, senhorita. – Lorna a fitou e sorriu gentil. – Minha amiga veio fazer uma entrevista.

- Boa tarde. Qual o nome dela?

- Piper Chapman. – Respondeu correndo os olhos pelas mãos da mulher, infelizmente viu uma aliança grossa em seu dedo anelar.

- Oh, sim. Ela está na entrevista nesse momento. – Respondeu.

- Bom... Então terei que esperar por ela. – Suspirou. – E seu nome?

Lorna franziu o cenho. – Desculpe, mas para que quer saber moça?

A ruiva riu. – Porque você é linda demais, e quero te conhecer. Não posso? – Sabia que uma aliança não era sinônimo de amor, muitas vezes era sinônimo de tristezas. 

O queixo da morena caiu. – Nossa! Você é bem direta, não? – Ajeitou seu cabelo, sem jeito e corando. – Mas enfim, não pode saber meu nome e peço para que pare com isso, ou serei obrigada a mandar os seguranças lhe retirar daqui. – Pigarrou.

- Porra! Não faça isso, mulher. Quanto mais me negam, mas eu quero. – Viu o nome em seu crachá. – Morello seu sobrenome, é? – Sorriu de canto se apoiando na mesa. – Sério, fala seu nome, por favor.

Lorna comprimiu os olhos.

Nunca havia sido cantada por uma mulher antes, e essa em especial, era diferente. Lhe transmitia algo que ela não sabia explicar. Algo bom, ainda mais diante da merda que era sua vida e do martilho que vivia.

- Não vai mesmo dizer? – A expressão de Nichols murchou.

- Estou trabalhando, caso não tenha percebido. – Deu atenção aos papeis.

- Ora, se esse for o problema: que horas você sai? Posso te buscar, pagar um drinque, ou até mesmo um jantar. – Sugeriu animada.

- Por favor, pare com isso. Não estou brincando.

- Tudo bem. – Suspirou forte. – Bom, meu nome é Nicole Nichols, mas todos me chamam de Nicky. – Deixou um papel com seu numero anotado em mãos. – Meu numero. Se precisar me liga. Não hesite e seja para qualquer coisa. – Deu uma piscadela e se sentou na cadeira para esperar a amiga.

Lorna suspirou pegando o papel.

Percebia-se a léguas, que Nicole Nichols era especial, mas ela tinha tanta coisa em mente, tantos problemas, não precisava de mais um.

Seu celular anunciou a chegada de uma mensagem, era de seu marido Vicent.

 

“Hoje chegarei um pouco tarde do trabalho.

Espero que quando chegar em casa tenha uma comida descente pronta.”

 

Essa era a sua dura realidade.  Um marido abusivo. Não tinha espaço para uma mulher extrovertida, de bem com a vida, que era feliz, atraente e carinhosa. Lorna Morello não fazia bem para ninguém, não puxaria outra pessoa para a merda que era sua vida.

 

 

 

Pov Piper

 

Nicky fora me buscar. Adentramos seu carro e afivelei o cinto. Minha mente estava longe, pensando em o que eu fiz de errado para a entrevista ter sido tão rápida como foi. Nem mesmo meia hora levou.

Céus!

- Não me falou como foi à entrevista. – Comentou ela um tempo depois do carro estar em movimento.

Suspirei. – Não estou muito esperançosa. A entrevista foi rápida demais. – Respondi enquanto olhava pela janela, a chuva caia com força.

- Ah, P! Relaxa, isso não quer dizer nada. Certamente viram que você é boa demais para uma entrevista como aquela, e não quiseram fazer você perder o tempo. Certamente a vaga é só, mas tinham que entrevistas as outras, e por isso não dera o veredito.

Sorri e encarei-a. Nicky me deixava tão para cima. – Obrigada por sempre estar ao meu lado.

Ela sorriu e colocou a mão sobre minha perna. – Não esquenta. Quem tem que agradecer sou eu. – Pausou. – Ah, mudando um pouco de assunto: conheci a mulher dos meus sonhos, ela é para casar! – Comentou animada, parecia uma criança.

Estreitei o olhar. – Sério?

- Sério!

- Onde? – Estranhei, Nicky era do tipo que pegava todas, mas não se apegava, e ouvi-la dizer algo assim era muito estranho e inusitado, até.

- Na recepção da empresa.

- Aquela moça “Morello”?

- Essa mesma. Sabe o primeiro nome dela? – Neguei. – Porra, ela deu uma de difícil, mas como você vai trabalhar lá, eu ainda consigo sair com ela, só preciso de uma saída, para conquista-la.

Ri. – Nicky, você é doida.

Ela riu. – Eu sei, mas ué, temos que fazer o que desejamos. Não sou de perder tempo. – Encolhe os ombros.

- Não mesmo.

- Bom, você sabe o que eu acho, né? – Fitou-me brevemente.

Bufei. – Vamos entrar naquele assunto de novo? – A encarei com tédio.

- Por Deus, P! Você tem 22 anos de idade, e nunca nem sequer beijou alguém. Tem que sair mais, se divertir.

Cruzei meus braços. – Não tenho tempo para isso. – Fiz bico.

- E precisa de tempo? Eu também trabalho e cuido da ONG, mas  não deixo de dar uns pega por aí.

Rolei os olhos.

- Não faça isso, não role os olhos! Sabe que estou certa!

Meu bico cresceu e nada falei.

- Qual, é! Só quero o seu bem, sabe?

A fitei. – Eu sei, mas não gosto que se metam em minha vida pessoal assim, além do mais, eu gosto da maneira como estou. Sem ninguém, somente cuidando da ONG.

- Como pode não sentir vontade de beijar? – Indagou incrédula. – Você é um extraterrestre.

Soltei um riso. – Não sou.

Nicky e suas conversas melhoravam meus dias.

 

//

 

O Pub estava movimentado hoje. Era ainda onze da noite, e minha pernas já denunciavam cansaço. Estava limpando o balcão, quando Taytee disse: - Piper, vá atender aquela mesa. – Indicou com a cabeça.

Olhei na direção que ela disse e me surpreendi. Era a empresária Alex Vause de mais cedo. O que diabos uma mulher como ela fazia nesse Pub? Ele não era um dos melhores, era arrumado e bem decorado, mas existia outros que eram do seu nível.

Vacilante caminhei em sua direção com uma prancheta em mãos para anotar seus pedidos. Seus olhos estavam cravados em mim.

- Ora, que coincidência, srta. Chapman. – Ergueu sua sobrancelhas.

Ela usava a mesma roupa de mais cedo.

Engoli em seco. – Muita.

- Vou querer meu próprio Uisque. Sempre é bom fazer uma degustação.

- C-claro. – Merda! Porque eu tenho que gaguejar? – Mais alguma coisa?

- Por enquanto é só.

Assenti e sai de lá para entrega seu pedido ao barman.  O tempo foi passado, ela pediu várias doses de Uísque. Parecia estranho, mas enquanto eu fazia meu trabalho, sentia seu olhar queimar sobre mim, e quando olhava em sua direção, ela estava mesmo me encarando. Nem fazia questão de disfarçar.

O que diabos estava acontecendo?

Quando ela ergueu a mão, fui ao seu encontro. – Sim?

- Quero a conta, por favor.

- Claro! – Lhe entreguei a comanda.

Ela então pegou umas notas e entregou-me. – Então é aqui que trabalha?

Guardei as notas em meu avental. – Sim.

- E se conseguir a vaga comigo pensa em manter os dois empregos?

- Não. Este emprego me consome demais. Fico exausta.

- Entendo. – Ela me olhou de cima em baixo e umedeceu os lábios. E m seguida se colocou de pé. – Vá amanhã ao meu escritório.

- Ah... – Hesitei. – Que horas?

- A hora que puder. Não tem problema. – Ela era tão alta. – Nos vemos, srta. Chapman. – Nem pude responde-la, pois quando me dei conta, ela já tinha saído do Pub, ao pegar as notas que ela me dera percebi que era mais do que sua conta dizia. Quanta gorjeta eu havia ganho... Céus!


Notas Finais


Quem postou esse capítulo foi uma amiga minha, pois estou somente com a internet do meu celular, e ela acabou, pois é limitada, então arrumei uma maneira de atualizar as fics, mas ler nao tem como por enquanto... Até a proxima ❤


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...