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História Perdoe minha inocência - Saukerl


Escrita por: noitepensante

Notas do Autor


Hey. Não tenho palavras. Só leiam.

A imagem deste capítulo é a linda Sieglinde quando ainda tinha 11 anos. Na atual história, como estamos em 1892, ela já tem 15 anos.

Capítulo 5 - Saukerl


Fanfic / Fanfiction Perdoe minha inocência - Saukerl

SEBASTIAN


Após ver a Lady Sullivan, fiz o máximo para esconder a minha expressão surpresa e a convidei para entrar imediatamente. Levei-a para a sala de convidados, tomando o cuidado de caminhar devagar para suas muletas me acompanharem. Ofereci-a uma xícara de chá, que a dama elegantemente recusou, perguntando sobre o paradeiro do Jovem Mestre. Quando o chamei em seu escritório ele quase não conseguiu acreditar quem era nossa outra visitante. Desceu os degraus correndo e antes de abrir a porta que levava à sala, parou e respirou fundo, acalmando-se.

A dama estava em pé - apoiada nas muletas, naturalmente -, admirando um quadro de flores brancas, belas margaridas. Isso era presente de natal de Undertaker. Não soubemos o exato motivo pelo qual o funerário se incomodou em mandar tal quadro para a Mansão, porém o Jovem Mestre não quis fazer desfeito e o mandou pregar na parede da sala de convidados, criando um ar mais agradável ao ambiente. Enviamos a sua funerária um lindo relógio vermelho como agradecimento, escolhido pessoalmente pelo Conde Phamtohive

- Ciel. - Ela sorriu. A ponta dos cabelos negros tocava o busto, então ela realmente havia deixado o cabelo crescer como mencionara nas cartas que trocava com o Jovem Mestre. O seu vestido era simples, listrado verticalmente, preto e branco, sem maior decote.

Imagino que a Lady não se interessa muito por roupas, pela humildade de seu traje embora seja extremamente rica com suas descobertas. Hodiernamente o nome Sieglinde Sullivan é conhecido por todos os polos como uma renomada cientista, mesmo assim ainda havia muitos que murmuravam contra, pelo mero fato dela ser uma jovem de apenas 15 anos. Era isso o que muitos diziam, mas todos sabiam que no fundo era preconceito pela dama ser uma mulher.

- Imagino que Sebastian já deva ter oferecido-a uma xícara de chá - comenta, se aproximando até parar à sua frente. - Quantos anos não nos vemos, não é? - Observo-o segurar sua mão e a beijar cortês. Com o passar do tempo, Jovem Mestre havia aprendido como agir de modo galante perto de mulheres, entretanto a Lady Victoria aparentava ser uma exceção.

- Sabes exatamente quanto tempo - retruca, com um sorriso provocativo nos lábios, do modo que somente ela poderia fazer.

- Dois anos e meio - responde. - Estás maravilhosamente bela, Sullivan. Os anos te fizeram muito bem. E em pensar que a última vez que nos encontramos, tu ainda brincavas comigo a respeito de coisas vulgares.

- Falas de fornicar? - É, Lady Sullivan só mudou mesmo na aparência. - Não fiques tão presunçoso pensando que desisti da ideia, guardo-a sempre em minha cabeça para sua alegria, óbvio.

- E dizes que eu sou o presunçoso.

Os dois riem. Obrigo-me também a sorrir falsamente. Aparentemente esta conversa não ia terminar tão cedo, o que era plenamente compreensível, pois embora ambos trocassem cartas, conversar pessoalmente deveria ser muito mais divertido e proveitoso. O Jovem Mestre, como um perfeito cavalheiro indica o assento no sofá carmesim e somente larga sua mão quando a Lady se acomoda; ele senta na poltrona ao lado.

E então desvia seu olhar um segundo e o dirige para mim.

- Sebastian, por favor, deixe-nos a sós. Chamarei se precisar.

Não deixo de notar que o mestre usou "se" em vez de "quando", uma pequena mudança nas palavras deixa a entender que ele já não pensava mais na Dra. Sullivan como uma presença impertinente e sim como alguém aprazível. Como uma amiga. Tive certeza de que o Jovem Mestre faria de tudo para meus feitos não serem necessários agora. O sorriso que ele dava a ela era gracioso; estava feliz.

Acato sua ordem com uma leve reverência.

- Yes, my Lord.

E fecho sutilmente as portas, retirando-me da sala. Não consigo evitar de pensar que o Jovem Mestre não fica assim tão confortável com uma garota dessa forma desde a última vez que se encontrou com sua noiva. Rio em pensar que sua atitude para com nossa primeira visitante, a Princesa, é totalmente diferente.

O Jovem Mestre tem aversão daquela bela senhorita desvairada e desagradável.


X-X


CIEL


A tarde correu como se estivesse competindo. As horas com Sullivan pareceram minutos. Ouvia suas histórias e experiências nos laboratórios e viagens para outros países, a fim de receber condecorações por seus feitos. Antes a própria que tinha de bancar suas pesquisas, fazendo-as em um quarto específico de sua casa; agora um certo duque milionário se ofereceu para custeá-la e Sullivan não sabia ao certo o que fazer com o dinheiro.

Não era tão minimalista ao ponto de morar em um lugar pequeno, tinha sua própria casa, mas esta não era uma mansão - embora tivesse condições mais do que suficientes para tal -, como a mesma gostava de chamar, era uma casa agradável, com dois andares e com alguns empregados, sendo Wolf seu principal.

Quando mencionou seu nome, lembrei-me de sua existência, até então perdida em minha mente. Perguntei sobre ele.

- Disse-lhe que não precisava me acompanhar. Sei me cuidar. - Ela enfatizou a última frase como se suspeitasse que eu duvidasse disso. Eu não duvido. - Tenho de dar uma palestra a um grupo de pesquisadores em Londres, então pensei que deveria fazer uma visita a um velho amigo.

- Fico bastante satisfeito em saber que tiveste a gentileza em se lembrar de mim.

- Sentia falta de atormentá-lo um pouco. - A sinceridade era quase tangível em sua fala e olhos negros. Tornou-se pensativa quando disse: - Não há muito rapazes que me deixam brincar como quero, acham terrivelmente rude de minha parte - e com uma leve arrogância, acrescenta: - São todos obtusos.

- Então devo presumir que ainda não tenhas um noivo, estou certo? - Eu não suspeitava que não tivesse, senão sairia uma notícia sobre o noivado em algum jornal de alta circulação ou ela mesma tivesse me contado por carta. Só gostaria de ter certeza.

Sullivan revirou os olhos antes de afirmar. Parecia que já tinha sido inquirida com essa história de casamento várias vezes. Definitivamente era uma dama atraente, não obstante, nem todos os homens conseguiam viver em harmonia com ela.

- Nenhum que parecesse interessante cruzou meu caminho - comentou asperamente. - Como está Elizabeth?

Por algum motivo demorei a responder a pergunta. Veio-me à cabeça uma reminiscência de Lizzy fazendo um de seus usuais sorrisos, com os olhos verdes cintilando para mim. A sua paixão por mim é tão intensa que sinto dó em imaginar seu futuro quando nos unirmos oficialmente em um matrimônio. Por mais que gostasse de Lizzy, nunca cheguei a me apaixonar por ela. Nem por nenhuma outra senhorita. Também me vêm a lembrança de Charles Gray e como caía de amores por Daisy. É uma meta de amor que desejo alcançar algum dia.

- Ótima.

A doutora arregalou os olhos, nada convencida. Não fez nenhum comentário a respeito da singularidade de minha resposta e da demora, o que agradeci internamente. Em consuma percebeu que havia algo de errado, mas guardou para si, como sempre.

- E a companhia? Soube que vós expandis para todos os continentes.

- De fato. Temos uma fábrica nas maiores potências. Inclusive a que mais está dando sucesso é uma instalada nos Estados Unidos, é um mercado bastante promissor.

- É um país bastante promissor. - Concordo com um leve aceno de cabeça. - E como administra tudo isso?

- Pus um supervisor geral em cada uma, eles enviam telegramas com relatórios semanalmente. Minha única regra é não fazer nada que prejudique a empresa. Pouco me importa o que fazem naquelas fábricas, contanto que os lucros daquele determinado lugar não diminuam.

- É uma visão muito profissional - comentou, mas pelo tom de voz notei que não tinha ficado contente com isso. - Até agora não teve baixas?

- Não - confirmo com orgulho. - Bem, pode haver se vazar uma história que tem possibilidade de causar uma certa impopularidade para a companhia.

- Qual seria?

- O supervisor de uma das filiais nos Estados Unidos relatou um caso que um dos funcionários, Garry, o vigia noturno, fez sexo com uma meretriz, uma ninfeta, como o próprio chamou, dentro da fábrica junto com outros vigias. - A expressão no rosto de Sullivan era indefinida. - Acontece que esse caso ocorreu sem a permissão da meretriz.

- Ciel... Isso é estupro - fala horrorizada. Continuo calado, fitando-a. - Tu fizeste algo a respeito disso, não é?

- E tenho? - Massageio minhas têmporas.Ah, como as pessoas são sensíveis. - Eu só decretei uma única regra e não a desobedeceram, então por que reclamar?

- Tu fazes ideia do que acabara de dizer? -Pergunta cautelosamente. - Tu mais do que ninguém deveria condenar práticas assim. Como podes ficar indiferente sobre um acontecimento desses? Ciel, o que aconteceu contigo?

- Nada. Sullivan, sabes que também já me fizeram muito mal quando era mais novo e nem por isso deixei que isso afetasse minha vida...

- Não deixou?! - Sullivan inclinou em minha direção e se jogou em mim, caindo sobre meu colo, agarrando o colarinho da camisa de seda. - Tu deixaste que tua vida inteira fosse vivida para a vingança ser concretizada! Não me venhas com histórias que não deixaste que isso afetasse você...

- O que estou querendo dizer é que eu não me matei por causa disso, então não vejo por que uma mera ninfeta iria...

- VENDESTE TUA ALMA AO DEMÔNIO!

A Lady começou a bater com os punhos fechados contra meu peitoral. Cansado de ser agredido sem maiores motivos, levantei-a e a empurrei contra o sofá mais uma vez. Mesmo assim, a minha amiga ainda continuou a tentar me acertar com as almofadas e, quando vi que seu próximo objeto seria um jarro, resolvi segurar seus pulsos. É em momentos como esse que agradeço por Sullivan não conseguir mover as pernas, preciso somente mobilizar seus braços acima da cabeça.

Sentei-me na borda do sofá e segurei seus pulsos somente com uma mão - desviando das tentativas de mordida -, enquanto a outra desatava o laço da minha gravata borboleta. Amarro suas mãos no braço de madeira do sofá, deixando-a deitada com as mãos estáticas. Suspiro cansado e sinto as dores pelo meu corpo.

A doutora tinha parado de reclamar e se concentrava em tentar se livrar do nó, porém em vão, fiz-o tão apertado que somente cortando para escapar.

- Golpe baixo, Ciel.

- Utilizar-se das fraquezas do inimigo não é exatamente um ato covarde, é de esperteza. - Ela resmunga algo ininteligível. - Se te preocupas tanto com àquela mulher, mandarei procurá-la e arcarei com as consequências.

O rancor de sua face se suavizou em surpresa, logo em seguida fez um sorriso satisfeita. Confirmou que era isso que queria e eu assenti, prometendo que assim o faria. Seus olhos mudaram de gentis para selvagens com uma malícia visível em seus lábios.

- Agora tu se aproveitarás do meu corpo indefeso para satisfazer seus desejos sexuais. Sejas gentil comigo, por favor.

Ela realmente não mudará nunca. Divirto-me em pensar isso.

Ouvimos três batidinhas à porta, em seguida a voz de Sebastian pedindo para entrar. Quando o autorizei, ele adentrou e deu uma boa olhada na situação - Sullivan deitada no sofá, amarrada, e eu com a camisa toda desajeitada e sem gravata -, sorrindo de deboche.

- É exatamente isso o que tu estás pensando - disse Sullivan. - Eu e o Ciel estávamos prestes a... - Tive de tapar sua boca antes que começasse a falar ainda mais mentiras.

- Desculpe a intromissão, porém vim avisar aos senhores que o jantar está prestes a ser servido.

- Estaremos lá - afirmo.

X-X

À mesa já tinha uma pessoa nos esperando, mexendo os talheres, com a cabeça nas nuvens. Vi que tinha escolhido sentar - certeza de que fizera de propósito - exatamente no canto extremo oposto a cadeira que ocupo, na outra ponta da mesa. Haviam seis cadeiras nas laterais, o que fazia o espaço que nos separava ser imenso. Os cabelos azuis tinham tornado ao coque elegante com tranças laterais. O vestido era de seda preto. Parecia não ter percebido nossa presença.

- Como pode ver, a Alteza já estava os esperando.

- Alteza? - indagou Sullivan. - Ciel o que...

- A Princesa Victoria II está fazendo uma visita à mansão também.

E então a Princesa levantou os olhos, desviando de mim para a minha amiga. Seus lábios se abriram em um sorriso. Endireitou a coluna, tirou os cotovelos da mesa e guardou as mãos no colo, como uma perfeita dama.

- Como vais, Dra. Sullivan?

Sullivan respondeu rápido em alemão. Estava nervosa, percebi isso pelo modo como seus dedos se moviam. Não tinham qualquer motivo para isso. Notando o que havia feito, riu nervosa e disse mais alguma coisa na sua língua natal. Entendi somente a palavra "desculpa". Olhei para ver como a primogênita da Rainha reagiria a isso.

- Es ist okay. Ich kann auch selbst in deutscher Sprache auszudrücken. Bleiben Sie ruhig¹. - Notei que olhou para mim e sorriu de deboche. Aparentava que havia descoberto que não sou fluente em alemão. - Und dann das letzte, was ich hörte, war, dass Sie ein Projekt in der Kolonie von Portugal dominiert getan haben. Ich würde mich freuen, wenn Sie mir darüber sagen könnte².

- Es wäre ein Vergnügen sein!³ - Sullivan disse, sua expressão era bastante alegre.

A Princesa Daisy indicou com um gesto elegante a cadeira mais próxima de si. Sullivan a ocupou de imediato, fazendo seu equipamento ir veloz. Sentei-me no lugar usual, na outra ponta da mesa. Mais uma vez, a Alteza havia feito isso de propósito. Sei disso pelo sorriso arrogante que dirigiu a mim quando ajeitei o guardanapo no colo.

Tentando disfarçar meu desgosto, os aperitivos chegaram.

Sullivan começou a falar um monte de coisas em alemão que nem me esforcei para tentar compreender. Somente quanto o prato principal foi servido, lembrou-se de quem era o anfitrião.

- Ciel. - Ela virou o rosto para mim. - Perdão pelos meus modos.

- Não é necessário. Óbvio que alguém da realeza é muito mais importante que um mero conde. Aliás parecia estar se divertindo.

- Não é mais importante que um amigo - ouvi-a murmurar. - Então por que não chamas Elizabeth e fazemos uma festa? Há duas garotas aqui.

- Estás brincando, certo?

- Claro, seu saukerl.

Isso parecia ter despertado a curiosidade de minha hóspede mais antiga.

- Elizabeth tua noiva? - Daisy perguntou. A bruxa verde confirma com a cabeça. - Seria adorável conhecê-la.

- Lizzy anda muito ocupada, Princesa. Creio que não tem tempo para vir aqui.

- Não tem tempo para conhecer a filha da Rainha? - Sullivan ironizou. - Não sejas tão pedante. Aposto que Elizabeth adoraria. Quem não adoraria conhecer a Princesa?

Eu.

- Talvez em breve - digo, dando um fim ao assunto. A doutora iria acrescentar mais alguma coisa, porém a interrompi: - Princesa, não adoraria conhecer o noivo de Sullivan?

A minha amiga me lançou um garfo. Sebastian deu uma cambalhota por cima da mesa, pegando-o e pousando do outro lado. Eu a tinha irritado. A pontaria estava certeira. Certeira em meu olho visível. Talvez devesse ter medo da senhorita alemã.

- Noivo? - repetiu Daisy, surpresa. - Não sabia que tu tinhas um noivo. Quem és?

- Não tenho - diz entre dentes. - Isto é história de Ciel.

- Os homens de hoje são muito simplórios, Dra. Sullivan. Não conseguem aceitar mudanças. Não a culpo por não querer noivado com nenhum.

Mais uma vez, ela fez isso de propósito.

- Estás completamente certa, Princesa Victoria. Eu...

- Daisy. - Corrigi-a involuntariamente. Sullivan me olhou em dúvida. - A Princesa gosta que a chamem de Daisy.

- Princesa Daisy, perdoes-me, eu não tinha ideia.

- Não há problema. Se quiserdes, podes me chamar somente de Daisy, eu amaria isso. - A princesa sorriu. - Escute uma coisa, doutora. - A outra interrompeu a princesa para avisar que gostaria de ser chamada pelo primeiro nome também. - O parceiro de Earl, Phillip, será congratulado com 27 anos, então festejará. É um homem interessante, penso que tu poderás se interessar por ele algum dia.

- Ele já irá fazer 27 anos e não é casado? - Interrompo com a minha surpresa.

- A sua noiva faleceu uns dois anos atrás - respondeu a princesa, ignorando minha indelicadeza. - A caravela naufragou. Ele vai todo domingo ao cemitério onde puseram sua lápide e deposita um buquê de lírios. Desde então, Phipps não se interessou mais por nenhuma outra senhorita - olhou para a menina, que parecia encantada. - Mas sempre quando estou em sua companhia e ouvíamos uma notícia sobre a doutora Sullivan, ele comentava que um dia gostaria de conhecê-la. Então por que não em sua festa?

- Eu não sei...

- Tens algo a perder, Sieglinde? - A menção ao seu nome a fez ganhar total confiança de Sullivan, que logo se pôs a balançar a cabeça em positiva. - Escreverei então uma carta à Phipps exigindo seu convite. Conde, será que eu poderia usar papel e tinta de sua casa?

- À vontade.

Por um momento as duas começaram a falar sobre Charles Phipps, a Princesa contava tudo o que tinha conhecimento sobre ele. Como o secretário da rainha realmente não me interessa, fiz questão de manter silêncio durante o falatório que não parecia ter fim.

Comecei a mexer na comida sem a menor vontade de pôr na boca. Olhei de esguelha para Sebastian e percebi que o mesmo parecia se divertir com a situação. Isso me irritou. As hóspedes em minha casa não se importavam sem um pouco com quem as hospedou. Após notar que tinha perdido a fome, levantei-me e pedi licença às senhoritas, alegando que estaria no escritório caso precisassem.

Com uma imensa insatisfação com o jantar, subi as escadas e bati a porta com raiva ao entrar na sala.

X-X

O resto da semana se arrastou e já estava quase convicto que as damas nunca mais se separariam pelo tanto de tempo que passavam juntas ao longo do dia. As vezes me juntava a elas, outras vezes as deixava aproveitarem a companhia sozinhas. Não me desprezavam, porém faziam pouco caso de minha presença. Isso me incomodava um pouco, entretanto como um bom anfitrião, deixei-as à vontade para agirem como melhor desejarem.

A palestra de Sullivan havia sido cancelada, recebeu uma carta informando-a sobre isso. Mesmo assim abri mão de minha paz e lhe perguntei se não queria ficar mais um pouco para simplesmente passarmos mais tempo juntos.

Nunca convivi muito entre mulheres, então não podia afirmar isto, mas agora eu posso: falam demais. Já estava acostumado ao fato de ambas conversarem o dia inteiro, contudo quando me disseram que se deitavam na mesma cama e dormiam tarde porque ficavam falando já era demais.

A primeira coisa que me passou a cabeça foi a conversa que tive com a nobre Daisy sobre o pecado do homoerotismo. Olhei de Sullivan à Princesa analisando se estava acontecendo algo a mais pela noite.

- Por que nos encaras tão suspeito? - A doutora perguntou. - Que pensamentos sórdidos lhe passam pela cabeça?

- Não o perturbe, Sie - pediu Daisy. - Deixe-o imaginar o ato. Não podemos lhe tirar essa pequena diversão, não é? - O modo com no sorriu e me olhou foi tão comprometedor que quase não me sobram dúvidas.

Essa cachorra. Odeio-a.

Nesse momento percebi o quanto me seria agradável a cena de ler uma notícia com uma manchete como:  Princesa Victoria é assassinada brutalmente. Gostaria tanto de poder deixar marcas vermelhas em sua pele branco. De arrancar suas asas de anjo.


















Notas Finais


¹Está tudo bem. Também posso me expressar na língua alemã. Fiques calma.

²E então a última coisa que ouvi foi que tu fizeste um projeto na colônia dominada por Portugal. Ficaria feliz se tu pudesses me falar sobre isso.

³Seria um prazer!


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