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História Peregrinos - 018


Escrita por: mylaah

Notas do Autor


Oi turma, então finalmente chegou o dia, isso é engraçado, porque parecia que eu nunca iria terminar de escrever a fic. Pois é, e por incrível que pareça, não tem nada que eu devo dizer a não ser um obrigada sincero e verdadeiro. Obrigada por acompanharem a jornada dos nossos peregrinos errantes até aqui.

E, para a sua surpresa, esta narração será inteira da Temari. Como é um último capítulo, achei que as protagonistas mereciam ter seu próprio espaço. Ou seja, mais emoções os aguardam amanhã.

Mais uma vez obrigada e tenha uma boa leitura :)

Ah e antes que eu me esqueça, sinto muito por não responder os comentários do capítulo anterior, choveu forte aqui e minha internet caiu, assim que ela voltou, entrei aqui ;)

Capítulo 18 - 018


Fanfic / Fanfiction Peregrinos - 018

CAPITULO DEZOITO

TEMARI

Acordei com o buzinar dos carros e o cantar de alguns pássaros do lado de fora da janela. Encolhi as pernas e me enrolei no cobertor, aquela cama era tão macia e quentinha. Apertei os olhos com o filete de Sol que passava pelas frestas da cortina e formava um fraco risco amarelo sobre a cama de solteiro.

Estava na Suíça há três dias.

Tudo na cidade era tão harmonioso, as pessoas, as ruas, as construções, os carros e os semáforos... bom, menos o clima, estava muito mais frio do que no Japão. Na minha primeira noite havia geado. Mas eu até que tinha gostado, apesar da tristeza interior, não deixei que as noites frias me deixassem estremecer e cair para o lado emocional triste e sádico.

Na segunda noite, me levaram para uma festa em uma casa noturna que não ficava muito longe do campus. Aliás, havia uma padaria na esquina da frente, uma farmácia do outro lado da rua, uma parque de esculturas duas ruas a frente, a casa noturna que ficava há uns dois quarteirões e uma biblioteca na rua de trás. Me perguntei se o campus havia sido construído antes ou depois de todos esses estabelecimentos/lugares de lazer. Na minha visão de entrada encontrei um gigantesco prédio de sete andares que lembrava muito uma academia escolar alemã, com leves toques de arquitetura gótica. Já o prédio dos dormitórios, onde eu me encontrava, possuía quatro andares a menos e era mais atual, com exceção das janelas que eram de madeira entalhada a mão e pintadas com um tipo de azul claro.

A localização do prédio era maravilhosa.

Hanz Von Ferdinand, o velho extravagante e excêntrico que ficara interessado na minha pintura vendida para Yamato e que tivera a ideia de me trazer para cá, se tornou a minha assombração particular. Não deixei de notar, quando chegamos, que ele era um senhor muito ocupado e chamado por seus subordinados e alunos, mas deu uma espécie de gelo em todos e tratou de me fazer sentir muito esperada e amada.

- Eu poderia chamar Helga ou Alyssa para lhe mostrar as principais bases e ensinos da nossa instituição – ele dizia enquanto levantava um dedo gordo para um rapaz de óculos, que vendo o sinal, assentiu e se virou de costas. – Mas simplesmente estou apaixonado por sua essência e sei o quanto o choque está sendo grande para você, por isso na primeira semana, estarei junto de você, te mostrando como a rotina funciona aqui. Nada de aulas, apenas conhecimento casual vindo de mim.

Virei o rosto contra o travesseiro e enfiei o nariz no mesmo. As paredes azuis do meu quarto junto com os raios leitosos do Sol só aumentavam minha preguiça. Eu não estava acostumada com um amanhecer tão calmo e lerdo, não, não em Shibuya. As vezes tinha que dizer em voz alta à mim mesma que eu não estava mais no Japão.

Era domingo, e eu nem fazia questão do olhar para o relógio sobre a cabeceira da cama. Hanz dissera que me deixaria livre no domingo, com exceção da noite, me levaria para um jantar com seus antigos alunos que hoje eram artistas influenciáveis que viajam pelo mundo, divulgando seu trabalho.

Mais cantar de pássaros soando ao fundo. Bocejei e lentamente, me sentei apoiando uma mão sobre o colchão, o cobertor escorregou dos meus ombros e caiu sobre a cintura. Pisquei lentamente três vezes e mordi o lábio inferior, ainda estava sonolenta. Acorde sua preguiçosa!, o dia que nascia dizia para mim. Aparentava que ia ser um dia preguiçoso, não era justo.

Me enrolei no cobertor, calcei as pantufas e caminhei sem pressa até o banheiro, que ficava no quarto – banheiro com chuveiro. Assim que voltei para o quarto, sentei na beirada da cama e fitei o tapete do chão. Não estava com a mínima vontade de sair para fora, poderia muito bem ficar deitada naquela cama até anoitecer e o horário do jantar chegar.

Mas essa seria uma atitude covarde demais, justamente porque eu só queria ficar sozinha para poder pensar mais nele.

Não, não e não. Eu estava na Suíça, não ia deixar que ele me perseguisse até ali... apesar de já ter deixado.

Bufei e arranquei o camisão que estava usando, segui até minha mala e tirei dali uma calça jeans e um suéter, calcei um par de botas pretas, me enfiei num sobretudo e peguei meu dicionário de alemão e francês. Iria passar meu dia o mais longe possível do meu quarto.   

 

Passei boa parte da manhã no parque de esculturas. Estava analisando os traços de uma estátua de cobre quando Yamato me ligara, ficamos minutos conversando. A voz dele causava uma buraco em mim, e me fazia lembrar de todos os meus conhecidos que deixei no Japão. Doía um pouco.

Durante o almoço comi alguma coisa na padaria, não pude deixar de notar o quão gentis e atenciosos eram as pessoas da cidade com um estrangeiro, era engraçado, me fez lembrar os cidadãos do meu país.

Resolvi voltar para o campus lá pelas duas da tarde, dar mais uma olhada no lugar onde eu iria passar os próximos quatro anos da minha vida. E meu coração gelou, achei que fosse despencar do meu peito. Meus pulmões murcharam, e o ar congelou minha garganta. Não, não podia ser... finalmente a insanidade havia tomado minha mente assim como minha visão.

O cabelo longo e escuro prendido num rabo de cavalo, a gola do colete levantada por baixo de um casaco preto. Estatura mediana.

O dicionário escorreu pelos meus dedos e caiu com um baque pesado no chão.

- Shikamaru... – mal consegui sussurrar.

Ele se virou para mim e me fitou, completamente sério. Nem parecia que estávamos dias sem nos ver. Em países distantes. Os olhos deles estavam cansados, não como a sua habitual expressão de tédio que sugeria cansaço, ele realmente parecia esgotado. 

Ele deu dois passos na minha direção e eu balbuciei para trás.

- Não ouse se aproximar – falei com o tom de voz recuperado, arregalando os olhos e erguendo um dedo na sua direção. – O que faz aqui... na Suíça?

- Vim me desculpar – ele sussurrou, sem tirar os olhos dos meus. Eu não gostava quando ele não desviava o olhar do meu, me fazia sentir tão impotente.

- E... e pra isso veio até a Suíça? – minha voz fraquejou de novo, assim como meu coração. – Podia ter ligado ou escrito uma carta, sei lá.

- Eu precisava te ver, já tinha dias que eu já não sonhava com você, tinha pesadelos .

Ele deu mais um passo e eu podia sentir meu queixo tremer, eu o queria, e ele estava li. Ele viera até mim, mas eu não queria perdoa-lo.

- Não quero ser o babaca que vai te deixar escapar, de novo. – Droga, por que ele me encarava tão profundamente? Ele não podia parar? Eu não estava conseguindo pensar.

Eu queria esquecer tudo. Eu só queria ele.

- Não vou te pedir para me perdoar, pois isso seria injusto com você – ele prosseguiu. – Eu não vou fazer o discurso de cara apaixonado até porque isso não é comigo, também não irei prometer te fazer feliz para sempre porque promessas são facilmente quebradas... só irei te dizer que farei o possível e impossível pra te ver feliz, porque você é o meu tudo e o meu nada, Temari. Sua cabeça dura.

Assim que ele pronunciou meu nome, fechei os olhos e quase chorei. Eu o amava. Simples assim, com todos os defeitos.

Caminhei até ele e permaneci segundos parada à sua frente, antes de dar um tapa na sua cara. 

- Você é que é um cabeça dura – sorri, com as lágrimas escorrendo sobre as bochechas, Shikamaru me olhava, sorrindo com uma mão sobre o rosto. – Sério, tinha de me fazer vir até a Suíça para se declarar? E não me chame mais de cabeça dura até por...

- Mas como ela é bocuda – ele me calou encaixando seus lábios nos meus e segurando meu rosto com delicadeza.

Me perdi naquele beijo. Descobri nos lábios de Shikamaru a minha mais nova droga.

Ele afastou o rosto e me olhou feito um menino arteiro. Me derreti toda com aquele olhar.

- Acho que não consigo mais viver sem você – ele sussurrou em meus lábios.

- Normal, amar é assim mesmo – sorri, ficando na ponta dos pés, puxando-o e saboreando seus lábios mais uma vez num beijo devagar e doce.


Notas Finais


Acabou. Shikamaru e Temari, depois de uma longa e tortuosa caminhada, encontraram seu destino, agora podem começar um novo caminho juntos (Camila modo filósofa barata on)

Não senti necessidade das palavras "eu te amo" para com esse casal. Eles são crescidos, maduros e sabem muito bem o que sentem pelo outro, adorei escrever o romance desses dois personagens que não irei esquecer facilmente.

O nome na capa do capítulo é da música ShikaTema, Kiss Me Slowly do grupo Parachute. Não irei encontrar outra música que defina esse casal nesta fanfic.

E aí, gostaram do fim/começo desses dois cabeças duras?


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