1. Spirit Fanfics >
  2. Peregrinos >
  3. 008

História Peregrinos - 008


Escrita por: mylaah

Notas do Autor


Oláá *acena*

Galera que acompanha a fic, peço desculpas de imediato caso a mesma não venha a estar com um bom enredo ou narração, estou passando por uma pequena crise que está vindo a afetar minha criatividade como escritora. Mas prometo estar aqui todos dias para postar os capítulos e prometo me esforçar ao máximo para escrever uma boa história pra vocês, uma vez que estou quase chegando nos capítulos finais.Obrigada pela atenção ^^

Capítulo 8 - 008


CAPITULO OITO

TEMARI

O cheiro forte das tintas que eu usava nas minhas telas me despertou de um sono que mais parecia uma hibernação.

Estava em casa.

Arrastei minhas pernas para fora da cama e cambaleei até o minúsculo banheiro. Pressionei a mão contra a cabeça na tentativa de reprimir uma forte dor de cabeça que estava prestes a começar. E levei um susto ao dar de cara com os meus cabelos emaranhados num nó acima da cabeça e a saliva seca que se acumulara em um fio fino entre o canto da boca e o queixo.

Lavei o rosto e estava prestes a entrar numa batalha vital contra meu cabelo e meu pente, quando um apito fraco ressoou da cozinha e no mesmo instante reconheci o som da minha maquina de arroz elétrica. Saí do banheiro e contornei a cama, pulei sobre o sofá pra chegar mais rápido na cozinha, mas acabei pisando em falso um uma coisa dura com a superfície macia. Só tive tempo de cobrir o rosto com os braços enquanto ia de encontro ao chão.

- Ai, quanto barulho – ouvi alguém resmungar acima de mim.

Ignorando a dor na minha testa, me virei e encontrei Shikamaru sentado no meu sofá, ele coçava a cabeça e me olhava com uma cara amassada e carrancuda.

- Desculpe se te... Ei, o que você tá fazendo aqui, cara?

- Você podia ser menos escandalosa? Obrigado – ele sentou ereto no sofá e me olhou, as pálpebras pesadas e a boca num bico infantil. – Você devia estar dormindo.

Alguns fragmentos da noite passada começaram a cair em minha mente: exposição de arte, hotel, Yamato, vinho.

- Como cheguei em casa? E o que você faz aqui?

- Olha, eu não quero ser impertinente, mas acho melhor você comer. Comemos e eu te explico tudo.

Shikamaru e eu nos acomodamos na minha minúscula mesinha dobrável da cozinha, ele havia feito arroz com alecrim e uns camarões cozidos que estavam há um bom tempo esquecidos no fundo do meu congelador. Ele até que cozinhava bem, para um preguiçoso que fazia tudo pela metade e achava tudo um saco.

- Pode começar – incentivei, num tom um pouco agressivo.

- Ontem, quando disse que eu te irritava, senti uma baita vontade de socar a sua cara... Não me olhe assim, foi a primeira e única vez em que senti vontade de bater numa mulher. Enfim – ele soltou um suspiro e girou seus hashis no dedo. – No mesmo momento em que saí da loja, queria ter voltado e me desculpado com você. Mas contei com a ideia de que você não fazia questão de me ver e esperei o expediente acabar.

Àquela altura, eu já não comia e apenas o olhava. E ele olhava para baixo.

- Mas quando apareci, você já tinha saído – ele continuou. – Pensei em voltar para casa, mas queria muito falar com você. Encontrei Matsuri e ela disse que podia me mostrar onde você morava. Chegamos aqui e nada. Resolvemos esperar, esperamos por um bom tempo até que um velhote apareceu te carregando. Matsuri e eu nos passamos por seus colegas de apartamento e deixamos que ele nos deixasse cuidar de você.

Agora eu lembrava. Eu havia bebido um pouco mais da conta na exposição e acabei atacando Yamato. Ele com certeza descobrira meu endereço e me trouxe para casa, bêbada e inconsciente. Que constrangedor.

- Mas, por que se dera esse trabalho por mim? Sou eu quem devia me desculpar com você. E isso sem falar que já estou te devendo dois favores.

- Não sei bem – ele deu de ombros. – Não quis ficar num clima ruim com você. Acho que me importo com o que você pensa sobre mim.

Tentei ignorar o suor frio nas mãos e a súbita falta de ar que acabara de sentir. O que esse cara estava querendo dizer?

- Obrigada, mas não precisava de tudo isso, posso me virar muito bem sozinha – desdenhei.

- Será mesmo? – Ele riu pelo nariz, mas logo ficou sério. – E essa passarela de quadros pela casa?

- Minhas pinturas – sorri, olhando para as dezenas de telas espalhadas e exprimidas umas com as outras, algumas estavam completas, outras pela metade. – Minha fuga da realidade.

- São muito bons – ele disse sem rodeios. – Não acha que poderia transforma-los no seu sustento?

- Nunca parei para pensar. Pinto quadros porque gosto, nunca pensei neles dessa maneira.

Terminamos de comer e Shikamaru me ajudou com a louça. Nossos dedos se tocaram num certo momento enquanto ele me passava um prato, e uma pequena onda de choque faiscou embaixo das minha unhas. Revirei os olhos e continuei a secar os pratos. Eu estava estritamente proibida de me apaixonar por um cara dois anos mais novo do que eu.

- Está a fim de conhecer uns amigos meus, amanhã? – Ele perguntou, quebrando o silêncio e meus pensamentos.

- Não. Tenho que trabalhar.

- Boa tentativa, mas já estou sabendo das suas folgas extras. Amanhã cedo passo aqui te pegar.

Maldição.

HINATA

- Vocês dois podem parar de discutir, parecem até um casal de velhos – ouvi uma voz feminina retrucar.

Pouco a pouco, meus sentidos estavam voltando. Eu não conseguia pensar muito bem, o que não ajudava a tentar recuperar os acontecimentos anteriores. Abri as mão e as fechei e repeti o movimento. Inspirei lentamente o ar frio.

- Só acho que você não precisava sair carregando ela daquele jeito, Kiba – sem demoras reconheci a voz de Naruto.

Mas não tinha sido apenas um sonho? Eu encontrei o Naruto-kun no campus e senti como se estivesse sendo sugada para o olho de um furacão. Eu não conseguia respirar e nem falar. Creio que não tenha sido um sonho.

- Olha Naruto, a Hinata sempre agiu assim perto de você e você nunca notou – esse era Kiba. – Poderia fazer o favor de nos dar licença, é até provável que ela passe mal de novo se te ver aqui.

- M-Mas... Estou preocupado com ela – a voz de Naruto parecia ter murchado.

- Acho que dessa vez o Kiba tem razão, Naruto – Ino entrou na discussão. – Vá para sua reunião de calouros. Ela vai ficar bem, não se preocupe.

Acreditei que já era a hora de abrir os olhos.

- Olá, pessoal – dei um fraco cumprimento tentando me sentar na maca.

- Hinata, como está se sentindo? – Naruto foi o primeiro a chegar até mim. Suas sobrancelhas unidas em preocupação.

- E-Estou bem... – sussurrei, corando.

- A enfermeira disse que foi apenas um mal estar – informou Ino, sorrindo para mim. – E que já está livre para assistir as aulas.

- Ahn, certo – balbuciei e arrastei minhas pernas pelo colchão. Tentei ficar de pé mas perdi o equilíbrio ao dar um passo fraco e caí sobre dois braços fortes que me agarraram de forma protetora.

- Por favor Hinata, prometa pra mim que vai se cuidar ou não poderei sair de perto de você – Naruto sussurrou contra meu ouvido e uma onda quente deslizou pela minha espinha. Ele estava tão perto... Perto demais...

Não consegui pensar, muito menos formular alguma frase em minha cabeça. Não consegui falar. Apenas assenti rapidamente, olhando-o. Hipnotizada por aqueles olhos azuis. Naruto me colou de pé e segurou as minhas mãos, ele me olhava com uma preocupação descontraída e eu sorria tímida, para ele. Meu interior gritava por ajuda, Naruto estava perto demais, me olhando tão intensamente, me dando tanta atenção. O que estava acontecendo?

- Vem Hina, acho que ainda dá tempo de pegarmos o segundo tempo – Ino apareceu, puxando meu pulso para a saída. Eu estava salva.

Kiba estava parado em frente à porta, parecia frustrado. Mas não deixou de sorrir para mim enquanto me passava minha bolsa e meus livros.

- Menina, o que foi aquilo? Você quase entrou em combustão na frente do Naruto. Hinata, você nem consegue ficar parada ao lado dele sem quase desmaiar.

Permaneci calada, andando rapidamente do seu lado. A respiração vacilante.

- Amiga – Ino suspirou e segurou meus ombros, me fazendo olhar para ela. – Se você o ama, lute por esse amor. A julgar pela maneira que ele e Kiba discutiam, ele parecia muito preocupado com você.

- Naruto-kun ama a Sakura-chan. Não há espaço para mim no coração dele – falei num fio de voz, lembrando da noite passada com uma dor sufocante no peito. – Eu ficarei feliz se ele ficar feliz.

- Você é boa demais para ele, Hina – a voz de Ino era dura assim como seu olhar. – Isso se encaixa em qualquer sentido.

 

- Mamãe, quando  você descobriu que o papai te amava? –  Perguntei depois de passar minutos pensando se a pergunta era apropriada ou não. Tentei soar o mais descontraída que pude.

Eu estava na copa-cozinha junto com mamãe e Nissan, estava concentrada  na minha tese sobre o mito dos quarenta e sete ronins enquanto as duas estavam concentradas em preparar berinjelas recheadas para o jantar, um dos favoritos de papai.

Mamãe parou de mexer a panela e colou a mão na cintura lentamente, me olhando do mesmo modo que ela olhava para Hanabi, quando a mesma aprontava uma. O vapor que saia da panela deixava suas bochechas lustrosas.

- Existe um motivo em especial para esta repentina pergunta? – Ela tentou soar inocente.

- N-Não, não, não. É apenas uma curiosidade de filha – olhei para o meu caderno e mordi a ponta da caneta. – Não precisa responder se não quiser.

- Bom – ela soltou um longo suspiro de colegial apaixonada e escorou o corpo sobre a bancada. – Faz tanto tempo que é um pouco difícil lembrar. Seu pai e eu nos conhecíamos desde pequenos e confesso que eu tinha uma paixão platônica pelo melhor amigo dele. Mas o tempo passou e nós crescemos, e só voltei a vê-lo na formatura dele, quando ajudei na decoração. Ao fim da cerimônia, notei que ele me esperava, ele me levou pra casa e me roubou um beijo. No dia seguinte, perguntou se podia namorar comigo.

- E o que mais?

- Nós namoramos por dois anos e nos casamos.

- Só isso? Sério? Tão fácil assim?

- Nós éramos apaixonados, Hinata. Apenas levamos certo tempo para descobrir nossos sentimentos um pelo outro – ela retornou à sua posição anterior e voltou a mexer na panela. – Quando duas pessoas se amam verdadeiramente, pode ter certeza de que a vida dará seu jeito de uni-las.

Parecia assunto de livro de romance do século passado. Por mais que eu tentasse, não conseguia imaginar Naruto se declarando para mim. Isso só acontecia quando eu sonhava, quando não tinha domínio sobre minha mente.

- É aquele rapaz loiro do cabelo espetado que veio aqui outro dia, não é?

Pulei na cadeira e abaixei a cabeça, as bochechas queimando. Fechei meu caderno e deixei a cozinha murmurando “mães” enquanto minha mãe ria alto atrás de mim.


Notas Finais


Isso é tudo por hoje, e amanhã estou de volta, lembrando que não sei exatamente se estarei postando mais cedo ou mais tarde. Música do capitulo vai ficar à cargo de Coldplay de novo com The Scientist ^^

Até a próxima *sorri e acena*


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...