História Perfect two (A.B.O) - 78

P.O.V. Kim Jongin

Acordei sem me lembrar ao certo o que tinha acontecido, sorri ao ver o omega dormindo em baixo de mim, mas assim que passei meus olhos pelo seu corpo me arrependi muito, até mesmo por ter sorrido, ele estava cheio de roxos pelo corpo e as roupas todas rasgadas no chão, me apoiei com a cabeça em seu peito sentindo as lágrimas descerem pelo meu rosto e pedi desculpas mesmo sabendo que ele não escutaria nada.

Vesti uma calça moletom que tinha dentro do carro para se caso eu fosse dormir fora e tivesse uma roupa, enrolei o omega da melhor forma que consegui com as roupas que estavam rasgadas, e subi pela escada rezando para que ninguém decidisse dar uma de fitness e as usasse, coloquei o omega na cama com todo cuidado e o ouvi me chamar baixinho, mais uma vez chorei, não consigo imaginar pelo que eu fiz ele passar, meu omma e minha nonna já me disseram algumas vezes que a primeira vez do primeiro cio era o mais difícil e brutal, e claro que eu fui instruído a passar com alguém que eu não gostasse, mas claro que eu não conseguia fazer, isso, e machuquei o meu omega, e ainda fiz questão de ser burro o suficiente para marcá-lo, não que eu não quisesse isso, mas o menor já disse algumas vezes para que esperássemos.

Enchi a banheira e voltei a pegar o omega que estava com o corpo molinho e machucado, o lavei passando a bucha pelo seu corpo com todo cuidado do mundo, não queria voltar a machucá-lo, o vesti com o maior moletom que tinha dentro do meu guarda-roupas, o deitei e o cobri até o pescoço como estava com o tempo querendo esfriar, me vesti e me deitei do seu lado, sem conseguir ficar muito tempo ali.

Peguei meu casaco e voltei para dentro do carro, me apoiei com as duas mãos no volante e bati a cabeça no mesmo, na intenção de me punir, ainda não estava acreditando que tinha feito aquilo, com a pessoa que eu mais amo no mundo.

Não sei por quanto tempo fiquei naquela posição e quando percebi estava incomodado com algo, me senti mais desesperado e triste do que antes e com certeza era por conta da marca.

-O que eu fiz? – Sussurrei mais para mim mesmo e voltei a chorar.

Senti duas mãozinhas em meu corpo e me assustei com a figura do Kyung no banco do carona acariciando minhas costas e meu cabelo, eu nem conseguia acreditar que ele tinha coragem de me tocar, eu fui horrível com ele, e pelos olhinhos vermelhos jugo que o fiz chorar também, e afastei sem conseguir aceitar contato nenhum do omega, eu estava com nojo de mim e medo, medo de tê-lo machucado mais do que imagino, e que ele nunca mais queira me ver na vida, medo de que ele odeie algo que não sou, medo de mim mesmo, chorei alto e ele me puxou para deitar a cabeça em seu colo.

-Porque, que você tá chorando? – Senti um carinho em meus cabelos e afundei meu rosto em suas coxas.

-Desculpa Soo... eu... eu te machuquei, eu não queria ter sido tão ruim com você, eu não queria te machucar, você sabe, não sabe meu amor? – Falei entre soluços.

-Eu sei Nini, apenas me assustei com tudo, não foi normal, e nada do jeito que você faz geralmente, mas eu entendo que seja só o seu alfa o seu lobo interior, a primeira vez do cio, é sempre muito brutal, eu já imaginava isso.

-Soo eu nunca mais vou passar um cio sequer sem estar dopado! – Disse acariciando e beijando um dos vários roxos que tinha deixado em sua coxa.

-Para de ser bobo Jongin, foi apenas a primeira vez, uma primeira vez pouco traumática, mas as próximas não serão assim, então não se preocupe, eu estarei com você.

-Eu não sinto como se isso fosse certo Soo, eu te machuquei tanto, e não quero te ver assim nunca mais, muito menos se for eu o culpado  por fazer isso tu...

-hey, calma... – Ele me calou me dando um selinho. – Olha pra mim Nini, eu sou forte, você sabe disso, e eu não quero que você ache que eu não aguento, eu te amo, e essa vai ser a primeira e única vez que você vai me machucar, eu acredito em você! – Eu amo esse apelido que ele me deu, e sempre que ele diz me deixa tão calmo, e ele sabe disso. – Esta vendo isso daqui? – Ele apontou para a marca em seu pescoço e eu concordei silenciosamente. – Sempre que você entrar no cio, eu vou sentir o fogo que você sentir, então se você se dopar eu vou me sentir, fraco e traído, então não nos prive disso, nem em pensamentos ok?

-Ok. – Concordei e tive meus lábios tomados pelo omega. – Mas Soo me diz uma coisa? Como você sabe disso de se sentir traído e fraco? – Perguntei depois de um tempo chorando e me recuperado.

-Suho e minha omma já me contaram sobre, eu sempre tive muita curiosidade sobre a marca... Esquece isso, vamos subir e comer alguma coisa, não duvido muito que daqui a pouco você vai ficar com a febre do cio de novo. – Ele disse saindo do carro e eu o acompanhei.

-Soo você me perdoou por tudo? – Perguntei segurando sua cintura e dando um beijinho em sua marca, ainda com algumas lágrimas caindo.

-É claro que perdoei, eu sei que você não fez por querer.

-Eu te amo, tipo muito, muito muito mesmo Soo.

-Eu te amo também, mas temos um problema!

P.O.V. Do Kyungsoo

Pensei bem com minhas palavras e decidi não falar agora, até porque são apenas preocupações minhas.

-Que tipo de problema Soo? – Ele perguntava pela milésima vez já dentro do elevador, e eu me amaldiçoava pela milésima vez também por ter falado algo assim sem pensar.

-Que, você já esta ficando com o cheiro forte, e nem mesmo estamos entre quatro paredes. – Uma meia verdade, não mata ninguém certo?

Observei o alfa concordar, e abrir a porta para que eu entrasse, e assim que fiz, ele pareceu, ficar mais tranquilo, foi até a cozinha e comeu alguns dos potes de comida, que eu havia deixado preparado para as jantas do alfa, já que quase não ficamos juntos de noite, aproveitei para comer também, e quando dei por mim, Jongin já estava me apertando e me puxando para me beijar, e senti algo queimar, era minha marca, me remexi de leve tentando me ajeitar de modo que não doesse tanto, fui ajeitado pelo alfa de modo que ficasse em seu colo entre ele e a bancada, senti sua pele ficando mais quente e rezei internamente, para que ele não ficasse igual ficou no carro, ele desceu os beijos até minha marca e eu gemi arrastando quando senti ele passando a língua e logo depois selando, tirei o moletom do meu corpo antes de perder mais uma peça de roupa. Dessa vez ele ao menos, me preparou antes de me jogar na bancada, e me foder sem dó, mas também sem violência, alí mesmo na cozinha, com toda comida em volta da gente.

Os dias do cio dele são mais curtos, então três dias se passaram assim, Jongin estava de certa forma mais violento, então ele se arrependia sempre que via um novo roxo em mim, e acabava por chorar baixinho.

Dois dias depois do cio do moreno, começou o meu, como estava pela primeira vez passando um cio, ligado a um alfa graças à marca, meu lobo interior ficou louco, e sedento por sexo, os intervalos estavam bem mais curtos, e eu quase não me lembro de nada.

E agora estou aqui com uns três quilos a menos e uma preocupação enorme pesando minha consciência, enquanto Jongin se aventurava na cozinha, já que estou literalmente sem conseguir ficar em pé.

Jongin entrou no quarto, com duas tigelas cheias de alguma coisa que eu julgo ser um miojo aguado, ou algum tipo de vida não identificada, aquilo não era comida, era com certeza algo indecifrável, mas eu não perguntaria o que era, não deixaria o alfa chateado, ele deve ter se esforçado para fazer.

-É só sopa Soo- Ele disse como se lesse meus pensamentos. - precisamos repor as energias! – Ele colocou o prato em meu colo, com um travesseiro por baixo, para que eu não me queimasse, e eu juro que vi a gosma se mexer.

Olhei para o moreno que comia de boa a ‘coisa’ e me arrisquei a comer também, é claro que eu tentei não fazer careta, só tentei mesmo, mas eu tenho certeza que ela saiu de um modo absurdamente feio, porque o alfa me encarou e riu muito da minha cara.

-Eu sei que tá horrível, mas foi o máximo que eu consegui, com as dicas que meu omma falava enquanto ele matava um dos meus irmãos.

-Que isso, nem ta assim tão ruim, é só que... doeu quando eu me ajeitei na cama. – ele me olhou com aquela cara de “ahan tá bem, vou acreditar nisso” e me mantive calado.

O alfa também estava bem mais magro, o Jongin sempre comeu bastante e sempre perdeu peso fácil, então passar esses dias comendo quase nada, e fazendo mais exercício físico que o normal, acabou com ele, bem... com nós dois.

Comi mais umas quatro colheres daquilo que Jongin dizia ser sopa, e todo o meu interior se revirou, mesmo com as dores na perna, e um desconforto desgraçado lá em baixo, eu corri até o banheiro e coloquei toda a pouca comida que tinha no meu estomago para fora, e claro assustei o moreno de forma absurda, quando percebi já estava sendo carregado pelo maior depois que escovei os dentes.

-Onde que você tá me levando?

-Para o hospital claro! – Ele disse e na hora eu me assustei, eu imaginei que isso poderia acontecer.

-Não Jongin, eu não preciso ir pro hospital, me põe no chão, agora! – Disse um pouco grosso do jeito normal de ser, e assim que coloquei os pés no chão senti tudo rodar e as dores voltando. – Mudei de ideia me deixa na cama? – falei com uma voz meiga e estiquei meus braços para que ele me pegasse novamente, o que fez o alfa rir alto.

-Você é um bebê indeciso sabia? – ele disse antes de me levantar e me levar de volta para a cama, onde fui mimado até dormir no quentinho do corpo do meu alfa, e claro ganhei comida pronta.