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História Perfume (DL) - Ainda existe esperança


Escrita por: MyLittlePsycho

Notas do Autor


Oiii
Estamos chegando perto do fim.
Estou preparada pra isso? Provavelmente não, mas vamos encarar de todo jeito. Rsrsrs

Capítulo 15 - Ainda existe esperança


Fanfic / Fanfiction Perfume (DL) - Ainda existe esperança

Hoseok estava dirigindo com cuidado pela estrada molhada. A chuva estava forte, mas desta vez não o suficiente para impedir de prosseguir viagem. Eles tinham decidido voltar para a cidade e procurar alguma pista na casa de Hyuk e Hongbin.

Mantiveram algumas conversas aleatórias durante a viagem, Hoseok era o que mais falava principalmente por que odiava aquele silencio constrangedor. Depois de um tempo a conversa foi cessando e acabaram ficando cada um preso em seus próprios pensamentos e preocupações. 

Quando chegaram à casa a chuva já estava quase parando. Amber tinha as chaves reservas e eles entraram. Wonsik ficou esperando no carro com Hoseok que também não quis descer. O enfermeiro não estava entendendo nada da história, mas também não queria se intrometer demais afinal estava ali apenas para cuidar de Wonsik. 

Wonsik ficou olhando os outros entrarem na casa.

-Escuta... Agora que nós voltamos para a cidade você vai embora? –Wonsik perguntou pegando o enfermeiro de surpresa.

-Como assim ir embora?

-Você disse que foi contratado por que eu estava de cama não é? Então agora que eu acordei eu acho que já não preciso de um enfermeiro.

-Está mesmo me demitindo assim do nada?

-Eu... Não estou demitindo, só acho que você talvez não queira continuar ajudando alguém como eu...

-O que quer dizer? Como você é?

-Eu sou irritante, arrogante, estúpido e agora um completo inútil.

-Nem sabia que era possível uma pessoa reunir tantas qualidades assim. –Falou rindo.

-Isso não tem graça.

-Você tem realmente uma personalidade difícil, mas eu já entendi um pouco sobre você nesse tempo desde que acordou e se você não se importar eu quero continuar te auxiliando enquanto precisar de mim. Vai ser por pouco tempo. Vai ver que logo vai se acostumar e aprender a se virar sozinho muito bem.

-Como vou aprender a me virar se agora vou ter que ser carregado como um saco de batatas pra lá e pra cá?

-A primeira coisa que vamos precisar fazer é comprar uma cadeira de rodas pra você; Assim vai poder andar na maioria dos lugares sozinho e só vai precisar de ajuda para entrar no carro ou subir degraus. Eu posso ir com você e te ajudar a comprar uma se quiser.

-Na verdade eu não queria ter que usar uma cadeira... Parece que usar isso é o mesmo que mostrar pra todo mundo que sou um inválido.

-Wonsik não é vergonha nenhuma ter que usar uma cadeira de rodas. Vergonha é achar que alguém vale menos apenas por que tem mais dificuldades.

Wonsik ficou um temo sem falar nada olhando pela janela. Logo os outros estavam de volta.

Haskyeon se aproximou do carro e disse decidiu ficar na casa dos rapazes junto com Amber e Kris esperando. Talvez os alfas pudessem voltar e, além disso, todas as suas coisas ainda estavam lá.

Na verdade Hakyeon não queria ter que voltar para a sua antiga casa.

-Wonsik você não quer ficar aqui também? –Hakyeon perguntou.

-Não... Eu vou pra casa. Nem deve ter espaço nessa casa pra caber mais um.

-Mais dois, por que onde você decidir ficar vai ter que ter espaço pra mim também. –Hoseok o lembrou.

-Pior ainda. Podemos ir logo embora? 

-Claro. 

-Wonsik...  –Hakyeon o chamou antes de saírem com o carro. –Por favor, não se afaste de mim de novo.

O alfa não respondeu e pediu novamente ao enfermeiro para irem embora.

 

Quando tinham se afastado um pouco Hoseok o encarou pelo retrovisor.

-Por que você não respondeu nada ao Hakyeon? Ele ficou claramente chateado com a sua atitude.

-Eu não me importo. Não me importo com ele e nem com ninguém. Só quero poder sumir.

-Mas as pessoas que te amam com certeza não querem que você suma.

-Que pessoas?

-Sua família, seus amigos...

-Eu não tenho amigos e minha família é apenas o Hakyeon agora... Eu não tenho mais ninguém.

-Então você deveria dar mais valor a ele... Se você afastar as pessoas que o amam vai acabar sozinho.

-É isso que eu quero. Quanto menos pessoas se importarem comigo melhor...

 

****

Hyuk acordou se sentindo tonto e confuso. Tentou se levantar e então percebeu que seus pulsos estavam presos.

Olhou ao redor um pouco assustado e viu Jaehwan sentado no chão próximo da parede.

-Que bom que acordou Hyuk. Eu estava ficando preocupado com você.

-Jaehwan... O que está acontecendo? O que está fazendo aqui?

-Eu estou aqui apenas para cuidar de você Hyuk. Está com sede?

-Você tem a chave desse cadeado? –Perguntou erguendo os pulsos. –Me solte.

-Eu não tenho a chave. Infelizmente não posso soltar você.

-Por que? O que quer comigo?

-Você está aqui para ser usado em algumas experiências. Vou precisar coletar o seu aroma e preciso que você se comporte.

-Coletar meu aroma? Pra que?

-Eu não posso dar maiores informações apenas peço que facilite as coisas e colabore comigo.

-Por que eu iria colaborar? Acha que eu tenho medo de você?

-Você e o Hongbin se parecem demais. Chega até a ser engraçado.

-Você fez algo com ele?

-Ainda não, mas vou fazer se você ficar me dando muito trabalho.

-Eu preciso ver o Hongbin. Preciso ver se ele está bem.

-Ele está aqui na sala ao lado e está muito bem. 

-Eu quero vê-lo.

-Você não confia na minha palavra?

-Nem um pouco.

-Que pena. Se você for obediente eu te deixarei vê-lo. Caso contrário vocês dois terão sérios problemas.

-Você está fazendo isso por que seu pai mandou ou por vontade própria? 

-Eu acho que isso não vai fazer diferença pra você.

-Você é tão repugnante quanto ele.

-Você está errado Hyuk.

 

***

 

Hakyeon andou pela casa se sentindo sozinho e vazio. 

Amber o chamou para conversar e contou mais sobre o passado, mas o excesso de informações começou a fazer sua cabeça doer.

A alfa entendeu que teria que contar as coisas pouco a pouco ou a mente do ômega entraria em colapso.

O dia passou sem que tivessem qualquer avanço. Não descobriram nada na casa que pudesse servir como pista. A sensação de impotência diante da situação era frustrante.

Hakyeon caminhava pela casa sem conseguir controlar a ansiedade e acabou indo até a garagem sem se importar com a serpente que habitava o terrário no local.

Apesar do medo se aproximou do vidro ao perceber que o animal o encarava. Era estranho... Começou a se lembrar de várias coisas mesmo tempo. Uma lembrança de quando era bem pequeno e uma serpente repousava sobre seus ombros. A sensação era de segurança e conforto como se estivesse com seu animal de estimação.

Isso era muito estranho já que na vida adulta morria de medo de cobras.

Outra lembrança tomou sua mente de quando era um pré adolescente e foi colocado em uma sala com várias serpentes. Ele estava preso e os animais não eram amistosos como os que se lembrava ter visto na infância. Levou várias picadas nas pernas e apesar daqueles animais não serem venenosos aquilo era extremamente dolorido e assustador.

Foi depois desse dia que passou a ter pavor desses animais.

Ele foi “ensinado” a ter medo de tudo que podia fazê-lo se lembrar do passado de alguma forma.

Cada lembrança sua era transformada em dor e trauma para então ser varrida da mente por seu próprio medo. Era errado se lembrar. Lembranças apenas traziam sofrimento e dor.

Tocou o vidro suavemente com a mão e a serpente se aproximou. Ela ficou da altura de seus olhos e o encarou por um longo tempo. A sua mente ficou em branco, completamente livre de lembranças e então algo diferente começou a surgir em seus pensamentos. Podia ver imagens que sabia não se tratarem de lembranças. Elas passavam em sua mente como se estivesse assistindo a um filme.

Viu um laboratório parecido com o que havia em sua antiga casa, mas nesse não havia um piano e muitos frascos de vidro estavam cheios de um líquido vermelho que não sabia dizer o que era.

Viu ali o vulto de duas pessoas, mas não conseguia identificar o rosto.

Começou a sentir tontura e baixou a cabeça quebrando o contato visual com a serpente e então todas as imagens sumiram de sua mente.

O animal voltou a repousar no galho onde estava enrolada e parecia descansar sem voltar a encará-lo.

-O que foi isso que você me mostrou? Aqueles dois eram o Hyuk e o Hongbin?

Perguntou mais para si mesmo. Era óbvio que a serpente não iria lhe responder.

-Hakyeon você está bem? –Amber perguntou se aproximando e tocando seu ombro.

-Eu só fiquei um pouco tonto... Eu acho que tive uma visão... Ou melhor a Hebi me fez ter uma visão.

-Então você se lembra que pode se comunicar com os répteis?

-Eu posso?

-Sim. Isso é algo que apenas as pessoas da sua família conseguem fazer. Porém não são todos que herdam essa característica. A sua avó tinha o poder de se aproximar tranquilamente dos répteis e os fazer amistosos conosco, porém não conseguia se comunicar diretamente, apenas sentia uma empatia por eles. A sua mãe não herdou esse dom, mas já você desde muito jovem sempre teve uma grande fascinação pelas serpentes. Elas se aproximavam e o protegiam. Todos acreditavam que você seria capaz de se comunicar com elas quando fosse mais velho e pelo jeito estavam certos. Há várias gerações que não nascia ninguém capaz de desenvolver essa telepatia.

-E o que eu devo fazer para entender o que ela me mostrou?

-Provavelmente ela te mostrou a resposta daquilo que você mais precisa. 

-Então... Ali é onde o Hyuk e Hongbin estão?

-Talvez... Como era o local que você viu?

-Um tipo de laboratório. Era parecido com o que meu pai tem no subsolo na nossa antiga casa.

-Você pode nos levar até esse laboratório da sua casa? Talvez exista alguma passagem secreta para outra sala escondida. Ou talvez possamos encontrar alguma pista.

-Certo vamos pra lá.


 

****

 

Hoseok levou Wonsik para casa. O alfa lhe explicou onde estava guardado o cartão do banco do seu pai e depois do enfermeiro ser informado da senha o mesmo saiu para comprar a cadeira de rodas.

Wonsik não achou que o mesmo iria voltar. Qualquer pessoa que recebesse de mão beijada o cartão e senha de um milionário provavelmente sumiria do mapa. No fundo o alfa torcia para que Hoseok não voltasse.

Mas para a surpresa do alfa cerca de uma hora depois o enfermeiro retornou trazendo uma cadeira de rodas motorizada e fez questão de lhe entregar a nota fiscal e devolver o cartão.

Wonsik nem teve tempo de dizer nada e já estava sendo segurando nos braços do rapaz que o colocou sentado na cadeira e fez todos os ajustes necessários de acordo com a sua altura para que ficasse o mais confortável possível.

Hoseok lhe explicava animado sobre como a cadeira funcionava e como Wonsik conseguiria se locomover por quase todos os lugares sem precisar de ajuda. 

-Isso quer dizer que com esse troço eu não vou precisar mais de você? Não entendo por que você está feliz se vai perder o emprego.

-Estou feliz por que você vai conseguir ter sua independência, mesmo que isso signifique você não vai mais precisar de mim.

-Bem... Mas eu ainda preciso me adaptar a usar esse troço. Então por alguns dias você ainda vai ter que me aturar.

-Eu já disse que enquanto precisar de mim eu estarei aqui. Só irei embora no dia que me dispensar.


 

Ouviram a campainha da casa tocar e o segurança avisou que Hakyeon estava ali com mais duas pessoa.

Wonsik pediu que os deixasse entrar.

Hakyeon ficou um pouco triste por ver Wonsik em uma cadeira de rodas novamente, mas era algo que deveria aceitar e ser grato pelo irmão estar vivo apesar das dificuldades que iria enfrentar para se adaptar a sua nova condição. Sabia o quanto o alfa era orgulhoso e como deveria ser difícil aceitar depender da ajuda de outras pessoas.

Wonsik se sentiu extremamente desconfortável quando percebeu o olhar de pena do irmão.

-Toda vez que você me ver vai ficar me olhando desse jeito?

-Desculpe Wonsik... Eu...

-O que você veio fazer aqui? Não vai ficar na casa dos seus amiguinhos?

-Nós precisamos descobrir onde Hongbin e Hyuk estão. Eu estou com medo de que algo muito ruim tenha acontecido com eles. Talvez eu encontre alguma pista no laboratório do nosso pai.

-Por que teria alguma pista ali? Acha que ele seria idiota o bastante pra deixar alguma informação dando sopa por aí?

-Eu tive uma visão com um laboratório parecido com o que tem aqui... Talvez tenha alguma sala escondida aqui... Ou talvez exista alguma informação. Eu sei que pode ser apenas uma esperança idiota, mas eu preciso de alguma esperança ou então vou acabar enlouquecendo.

-Enlouquecendo mais ainda? Você por acaso é vidente pra começar a ter visões aleatórias?

-Não, mas... É a única pista que temos.

-Bom faça o que quiser. Eu não me importo com esses dois, então tanto faz você encontra-los ou não.

-Mas pra mim eles são importantes, então vou fazer tudo o que estiver ao me alcance.

-Só posso te desejar boa sorte. 

Hakyeon ficou pensando se deveria conversar com Wonsik e lhe contar que Hyuk também era irmão dos dois, mas achou que ainda não era o momento. Talvez não encontrassem o rapaz e caso isso acontecesse talvez fosse melhor o mais novo nem mesmo saber daquele fato.

-Wonsik... Me desculpe por não estar sendo o apoio que você precisa nesse momento difícil... Eu queria poder te ajudar de alguma forma?

-Me ajudar? Acha que só por que eu estou numa cadeira de rodas eu me tornei um completo inútil? O que não está funcionando são as minhas pernas, mas eu continuo tendo o meu cérebro em perfeito estado portanto posso me virar muito bem sem você. Eu não preciso de você pra nada Hakyeon, nunca precisei.

-Por que está me tratando desse jeito?

-Por que eu estou assim por sua culpa. Eu me lembrei do dia do acidente. Eu saí de carro pra ir atrás de você. 

Hakyeon sentiu seu mundo desabar mais um pouco. Não sabia nem o que dizer. 

Wonsik não falou mais nada e saiu dali virando as costas para o mais velho. Não que ele realmente culpasse Hakyeon por nada, mas no momento estava com tanta raiva da própria situação que precisava descontar em alguém sua frustração.

-Talvez fosse melhor que eu tivesse simplesmente morrido naquele acidente. –Falou consigo mesmo quando chegou ao quintal.

Ouviu passos atrás de si e pensou que era Hakyeon.

-O que você quer?

Virou a cadeira e viu que na verdade se tratava de Hoseok.

-Sabe... Desde que vim trabalhar nessa casa ainda não tive tempo de olhar o quintal direito...  Vocês tem um belo jardim. Poderia me mostrar?

-Você esta vendo ele não está? É só dar uma volta e então terá visto o jardim.

-Eu quero que você me mostre com o seu ponto de vista. Mostre as flores que você mais gosta, o lugar que acha mais agradável e onde seria um local bom para pegar sol ou sentir o vento...

-Eu odeio flores e não gosto de pegar sol.

-Tinha algum lugar onde você gostava de brincar quando era criança?

Wonsik moveu a cadeira em direção aos fundos da casa e o enfermeiro o seguiu.

-Ali, entre aquelas árvores, nós costumávamos brincar muito de pega-pega. –Wonsik começou a se lembrar das vezes em que brincaram ali. Mesmo com todos os problemas na infância aquelas eram lembranças felizes. -Apesar de o Hakyeon ser mais rápido eu quase sempre conseguia alcança-lo. Pensando agora acho que ele sempre me deixava ganhar de propósito.

-O seu irmão se importa muito com você Wonsik...

O alfa apenas continuou olhando o quintal com o pensamento perdido em lembranças. Apesar de tudo Hakyeon sempre foi seu único porto seguro...

-Eu sei...

 

*****

 

Hakyeon, Amber e Kris reviraram aquele laboratório sem encontrar qualquer coisa que pudesse ser útil. Ali só haviam essências e materiais usados na fabricação dos perfumes.

Chegaram a arrombar a porta dos armários que estavam fechadas com chave e mesmo assim não encontraram nada que fosse relevante. Apenas documentos relacionados com a empresa de perfumes.

Kris estava verificando as gavetas mais uma vez e então percebeu que a primeira delas possuía um fundo falso. Seu coração disparou, certamente ali devia ter algo importante. Retirou o fundo falso com cuidado e encontrou ali duas pastas. Viu que se tratavam de testamentos do Jung.

O primeiro deles possuía poucas páginas e apenas descrevia a divisão de bens do alfa entre Wonsik e Jaehwan. Era estranho que Hakyeon não estivesse entre os herdeiros.

Começou a ler o outro, mas parou quando percebeu que aquilo não era apenas um testamento. Era uma confissão. Ele mostrou o papel para Amber que começou a ler e sentia seu sangue ferver de ódio a cada palavra.

Naquelas páginas Taekwoon confessava todos os seus crimes, desde a época em que encontrara a mãe de Hakeyon a primeira vez na floresta. A forma como matou cada uma das treze ômegas para extrair as essências e tudo o que fez com Hakyeon desde a infância.

A alfa sentia seu estômago revirar ao ler tudo aquilo descrito detalhadamente com tamanha frieza como se aquilo sequer fosse uma confissão de crimes tão abomináveis.

Ao final estava escrito que ele apenas contou aquilo tudo por que sabia que iria morrer em breve e quando a confissão fosse encontrada provavelmente ele já estaria morto.

Porém em momento algum existia arrependimento em suas palavras. Com certeza se o encontrasse vivo Amber seria capaz de mata-lo com suas próprias mãos. Sua irmã mais velha foi uma das primeiras ômegas a ser morta pelo alfa e facilmente identificou a descrição de como havia sido o assassinato. Era mais doloroso ainda saber que ela morreu por estar no lugar errado, na hora errada. Se ela não estivesse sozinha naquele momento Taekwoon teria facilmente escolhido qualquer outra ômega. Ele estava sempre espreitando a espera da melhor oportunidade.

Como um único homem foi capaz de destruir tantas vidas? Todos se conheciam na aldeia, quando as primeiras ômegas começaram a desaparecer foi uma grande comoção e desespero para tentar entender o que estava acontecendo e proteger o restante das pessoas.

Não sabiam como resolver aquilo e acabaram criando uma guerra interna entre os próprios moradores acabando por culpar alfas que nada tinham a ver com aquilo. O pai de Hongbin chegou a ser morto por ordem da avó de Hakyeon apenas para tentar acalmar os ânimos e manter a população sobre controle. A líder acreditava que se não encontrasse em quer jogar a culpa as pessoas passariam a desconfiar umas das outras e todos acabariam se matando em uma guerra sem fim. 

Porém foi uma escolha precipitada e a ômega entendeu o seu erro tarde demais. Taekwoon não fez nenhum relato em relação ao incêndio em sua confissão então aquilo poderia ter sido acidental ou provocado pelos próprios moradores. O comportamento das pessoas que moravam ali já estava fora de controle desde que os desaparecimentos começaram então não seria difícil que alguém tenha iniciado o fogo em um ato desesperado ou em meio a uma briga.

Mas independente de ter iniciado o incêndio ou não, Taekwoon era o único culpado pela desgraça nas suas vidas. 

Depois que terminou de ler Amber ficou refletindo se deveria ou não mostrar aquele papel a Hakyeon. É claro que ele tinha o direito de saber de tudo, mas será que ele já estava bem o bastante para receber mais aquele golpe? Ele estava se sentindo triste e sozinho sem Hyuk e Hongbin e ainda estava sendo tratado da pior maneira por Wonsik. Saber de tudo aquilo só aumentaria seu sofrimento e não ajudaria a resolver o problema.

A alfa decidiu guardar o papel e não mostrar ao ômega por enquanto. De qualquer jeito Taekwoon estava desaparecido então aquilo não adiantaria de muita coisa.

Porém Kris a incentivou a levar a papelada para a polícia por que aquilo poderia sim ajudar nas investigações para procurar Taekwoon e principalmente poderiam usar aquilo para explicar de onde vieram e por que Hongbin e Hyuk não tinham documentos, mas estavam desaparecidos.

Amber acabou concordando.

Hakyeon decidiu ficar um pouco na casa. Talvez quisesse tentar se aproximar novamente de Wonsik. Amber e Kris disseram que iam sair um pouco e logo voltariam para a casa de Hongbin e Hyuk. O ômega não fez nenhuma pergunta sobre onde iriam.

Amber tirou uma cópia daquela confissão e levou até a delegacia explicando toda a situação. No começo não foi levada a sério, mas após o documento original ser verificado foi provado que a assinatura era realmente de Taekwoon. Foi possível entender que o caso era muito mais sério do que imaginavam e a polícia se comprometeu a dobrar os esforços para encontram Taekwoon e iniciar a busca pelos irmãos desaparecidos.

A alfa não tinha muita esperança de que a polícia pudesse realmente fazer alguma coisa, mas todo apoio que tivessem seria bem vindo.

Quando voltaram para casa já estava escurecendo. Hakyeon ligou avisando que passaria a noite na casa dos Jung para ficar mais tempo próximo de Wonsik.

Kris preparou o jantar e os dois comeram em silêncio. Quando se deitaram a alfa ainda ficou rolando na cama sem conseguir dormir.

-Você precisa descansar um pouco. Ficar acordada não vai ajudar a encontrar seus irmãos mais depressa. Temos que ter paciência.

-Eu não aguento ficar simplesmente parada esperando notícias.

-Existe alguma coisa que possamos fazer?

-Bem... Agora que a polícia sabe que Taekwoon é um criminoso a gente pode conseguir um mandato pra revistar todas as propriedades dele. Se ele ainda não tiver matado os dois deve os ter escondido em algum lugar. Vou pedir a Hakyeon o endereço de todas as casas no nome do Jung. 

-Ele é esperto. Se fosse esconder os seus irmãos ele não os manteria em algum lugar óbvio.

-Ele é esperto, mas ele não confiava em quase ninguém. Eu tenho certeza que ele jamais deixaria algo tão comprometedor nas mãos de outra pessoa. Ele deve ter os escondido em algum lugar que apenas ele mesmo tenha acesso.

-Você já tem um lugar em mente...

-A casa de praia... Hyuk o seguiu até lá e disse que iria invadir o local. Logo em seguida Taekwoon fugiu no barco com Hakyeon e a polícia verificou o local sem encontrar nada...

-Talvez ele tenha mandado Hyuk ser levado a algum outro lugar.

-Talvez... E talvez Hyuk e Hongbin já estejam mortos... Mas eu ainda tenho esperança. Eu sinto que eles estão precisando de ajuda...

-O que faremos então?

-Vamos voltar ao litoral e pedir para entrar naquela casa. Se não nos deixarem entrar pediremos que a polícia emita um mandato e então serão obrigados a abrir.

-Mas o Jaehjwan ainda está naquela casa, não está? Se houvesse algo lá ele não teria encontrado?

-E você acha que ele nos contaria caso encontre algo? Eu não consigo confiar nesse beta. Ele está escondendo alguma coisa também.

-Será que você não está exagerando começando a desconfiar de todo mundo?

-Exagero ou não, eu ainda prefiro confiar na minha intuição. Ela me ajudou a sobreviver até hoje. Vamos? –Amber se levantou da cama e começou a se trocar.

-Mas agora? Não é melhor você dormir um pouco?

-Eu não vou conseguir dormir. Cada minuto pode fazer a diferença Kris. Se você estiver muito cansado pode ir depois, mas eu não vou perder mais tempo.

Kris também se levantou e pegou o casaco.

 

*****

 

Após Hyuk ter se alimentado Jaehwan o ajudou a ir ao banheiro e depois o levou até a sala onde Hongbin estava.

Os dois alfas se encararam, mas não trocaram nenhuma palavra. Jaehwan prendeu Hyuk na outra coluna de concreto que havia no cômodo e soltou Hongbin o fazendo caminhar consigo para fora. O alfa caminhava com dificuldade. Quase não tinha forças e estava preso a muito tempo na mesma posição fazendo com que suas pernas ficassem dormentes.

Foi aos trancos e barrancos sendo levado até o laboratório e seus braços foram presos novamente, desta vez sendo amarrado a uma cadeira de madeira.

-Pronto para começarmos os testes Hongbin? 

Jaehwan se aproximou do alfa e cheirou seu pescoço. O alfa estava com raiva, podia sentir isso pelo aroma forte e cítrico que exalava naquele momento.

Jaehwan também limpou o corpo do alfa como tinha feito com Hyuk, porém como Hongbin estava acordado ele não reagia nada bem aos seus toques e cada vez mais podia sentir a irritação do mais velho. O cheiro do alfa dominava praticamente a sala toda.

-Isso vai ser mais interessante do que eu pensei... 

O beta cheirou cuidadosamente cada parte do corpo do alfa e colocou a cera apenas nos locais em que percebeu que o aroma estava mais intenso. 

Hongbin ainda tentou se soltar algumas vezes, mas Jaehwan o lembrou que Hyuk estava preso na sala ao lado e que qualquer comportamento inadequado seria descontado no alfa mais novo.

Jaehwan passou mais de duas horas com o alfa e procurava provoca-lo de todas as formas apenas para irritar ainda mais Hongbin. 

Quando o beta notava que algum assunto era capaz de desencadear mais raiva no mais velho tratava de falar ainda mais sobre isso e até mesmo começar a inventar histórias apenas para provocar.

Percebeu que um dos assuntos que mais irritava o alfa era saber sobre como Hakyeon foi tratado a vida inteira por Taekwoon como se fosse um brinquedo. Um objeto que existia apenas para satisfazer os desejos do alfa mais velho.

Ficou satisfeito com o efeito que suas provocações tinham sobre o alfa.

Coletou cera e ficou impressionado com o resultado. Realmente fazer hongbin sentir raiva fez seu aroma se intensificar muito e como resultado obteve muito mais do óleo essencial do que quando fizera a coleta de Hyuk, mesmo que Hongbin tenha ficado apenas duas horas com a cera em contato com sua pele.

Decidiu que deveria tentar novamente com Hyuk. Não podia ter certeza se o resultado impressionante na coleta de Hongbin se devia ao fato do alfa estar acordado, estar com raiva, se eram os produtos químicos que tinha mistura na cera ou se a quantidade de aroma também podia mudar conforme a pessoa.

 

Trocou novamente os irmãos de lugar levando Hongbin até a sala vazia e trazendo Hyuk consigo para o laboratório.

Amarrou o alfa mais novo na mesma cadeira em que antes estava Hongbin. 

-Os testes vão começar Hyuk. Mal posso esperar para ver qual o seu limite.


Notas Finais


Espero voltar em breve.
Obrigada a todos que estão acompanhando.
Bjs ❤💜💙💚💛


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