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História Perigo : amor eminente - Laços interligados


Escrita por: Mickey-bla

Capítulo 2 - Laços interligados


Fanfic / Fanfiction Perigo : amor eminente - Laços interligados

"Ela morreu sozinha em uma noite como essa, mesmo implorando por ajuda, ninguém a ouvia e eu...eu a matei como minha rendição..."

 

Um cheiro horrível passava por minhas narinas naquela manhã, meus olhos não se abriam e meu corpo agora parecia pesar tanto quanto minha mente. Me mexia de um lado para o outro tentando achar uma posição que me era agradável… em vão

 

- Acorde - Parecia que uma voz me chamava, devo ter bebido a ponto de estar imaginando coisas agora

 

- Levanta agora - Uma ordem vindo de alguém… um garoto, por quê tem um garoto na minha casa? Eu trouxe alguém ontem? Aí não, tanto tempo sem sexo deve ter feito eu pegar qualquer um, não quero ver quem foi, só imagino a merda que fiz 

 

- É só sair pela porta da sala, agora me deixe em paz moleque - Digo como uma súplica para o mesmo ir embora e me deixar em paz, seja lá o que eu fiz eu terei tempo para me arrepender mais tarde

 

- Irei te dar cinco segundos ou você pode acordar de uma forma melhor, só não morre afogada no meu sofá - Eu estou sonhando, acho que é um daqueles sonhos onde você não consegue abrir os olhos ou se mover, tem que ser

 

- Um - Meus olhos estão pesados e não consigo ver nem a silhueta do homem que está falando, devo agradecer por isso? 

 

- Dois - Tem alguém me enchendo até agora, estou tão na seca que agora sonho com homens no meu pé, sim, só pode ser um sonho 

 

- Três - Três não é um bom número, não gosto nem de ouvir o som desse ser numérico, isso tá mais para um pesadelo

 

- Quatro - Cadê minha arma? Quando eu preciso não está aqui

 

- Cinco - . . .

 

Noto um frio percorrer meu corpo em milésimos e posso sentir todo o estofado pesar abaixo de mim, a água escorria por toda minha extensão até que eu me levanto às pressas, em busca de ar para o meu pulmão, que agora se afogava 

 

- O que foi isso? - Digo com a voz mais alterada assim que toda água que entrou pelo meu nariz é posto para fora a tosses

 

- Finalmente - Um garoto estava à minha frente com um sorriso estampado em seu rosto, como se fosse um bom dia, e um balde em sua mão, que agora parecia leve para si, após ter jogado toda a água em mim, voltei a academia de polícia e não estou sabendo? Digo isto porque lá foi o pior lugar o qual já fiquei em Toda a minha vida, éramos tratados como animais e ainda diziam que era para podermos ser fortes

 

- Quem… - Olho ao meu redor não reconhecendo o lugar onde estou - Onde… - Me levanto às pressas reparando em meu corpo… estou vestida

 

- Vamos ao café da manhã e depois você vai embora - O rapaz volta a se pronunciar já dando passos para outro cômodo, o qual aparentava ser a cozinha pelos eletrodomésticos ali presentes 

 

- Quem é você? Onde eu estou? Por quê eu estou aqui? O que aconteceu ontem? Qual o seu problema? - Havia tantas perguntas, que eu não sabia nem por onde começar a perguntar, apenas me levantei e fui perguntando o que vinha a minha mente naquele momento 

 

- Eu sou alguém que você não precisa saber o nome, você está em um lugar qualquer da Coréia, aconteceu que você nao sabe beber e ficou bêbada, o que por coincidência me deu vários problemas, dito isto, eu diria que meu problema neste momento... e desde ontem, é você - Ver sua forma tão calma e tranquila, era contraditório com suas palavras, que pareciam ser um ataque a mim, onde eu conheci esse cara? Foi um dos quais eu dormir? Não, com certeza não, jamais iria para a cama com um cara tão mesquinho, mesmo estando bêbada... eu espero que não 

 

- Eu sou uma agente criminal, posso te prender por desacato a autoridade se não responder minhas perguntas corretamente, acha oque seu palhaço? Que pode simplesmente fazer piadas com os outros como se fosse engraçado? - Digo cruzando meus braços e batendo o pé direito no chão demonstrando meu descontentamento, não só com a situação em que estou, mas também com a pessoa que falava comigo 

 

- Você se dizendo agente e eu que sou o palhaço? Digamos que, em uma hipótese, você, por ironia do destino seja agente criminal - Um sorriso irônico permanecia em sua face - Pelo que eu saiba agentes são pagos para tirar os problemas da sociedade, não para ser o problema em si, o que será que seu chefe irá pensar disso? - O garoto bebe um gole de sua bebida que ao olhar me parecia ser suco - Garota insolente, devia aprender a beber, ao invés de xingar as pessoas que lhe ajudam - Diz de maneira arrogante após terminar de beber, o mesmo anda alguns passos até a geladeira para procurar algo e eu apenas penso no que acabei de escutar 

 

- Vamos, ao contrário de uma "agente" eu não tenho todo tempo do mundo, coma logo, para poder sair da minha casa o quanto antes - Esse garoto está achando que é quem pra falar assim comigo? Primeiro me acorda com um balde de água e agora isso de fazer aspas com o dedo no agente

 

- Como se eu fosse ficar por mais algum segundo com esse babaca sem a menor educação - Cuspo as palavras da maneira mais arrogante possível, olho a minha volta a procura de meus sapatos, em vão, eles não pareciam estar ali, o que mais eu perdi ontem além da minha dignidade e do meu orgulho? Há sim, meu sapato 

 

Que se dane, só preciso ir até o estacionamento da balada de ontem e pegar meu carro, depois por meus pensamentos em ordem e tentar lembrar de minhas burradas da noite passada… ou talvez fique no esquecimento mesmo, acho que até melhor não lembrar 

 

- Quantas horas? - Olho para o patife que parecia tranquilo, para alguém que é tão mal educado, me falar as horas seria o mínimo a se fazer 

 

- Duas e vinte da tarde, você dormiu mesmo, me perguntava quando iria acordar se não fosse por mim - Diz após olhar o relógio em seu pulso, antes que terminasse de falar eu já andava em direção a porta que deveria levar a saída da casa

 

Com as roupas sujas e molhadas, um cheiro horrível e descalça, essa era eu nesse momento trágico, os olhares sobre mim eram ainda mais constrangedores, realmente eu deveria estar com uma imagem digna de pena.

Olho para a casa o qual acabo de sair e esse cara era a definição de enjoado, a cada canto pode-se notar que era muito bem pensado na organização e limpeza, tudo em seu devido lugar, regularmente medida, com estátuas e até um lago com um jardim, acho que eu acabei de sair da casa do presidente, só espero não ter quebrado nada nessa merda ontem a noite.

Vamos repensar, acabo de sair, com toda certeza, da casa de um cara rico e pelo o que posso ver nas ruas a minha volta, estou em Gangnam, isso significa… problemas, óbvio, bem, pelo menos sei onde estou agora e caso eu precise pedir ajuda, vou saber ao menos me localizar.

Tento me lembrar do que ocorreu ontem… nada, tudo está um breu em minha cabeça, desisto, só começo a andar até chegar a qualquer lugar, não posso ficar perdida pra sempre, se bem que sou sou, meu senso de direção não poderia ser melhor, chego a ser tão boa quanto o Zoro de "Onde piece".

 

- Onde estamos indo? - Pergunta o ser desnaturado que me seguia nesse momento, se eu não estivesse desarmada, nada disso estaria acontecendo

 

- Eu estou indo para o estacionamento, preciso pegar meu carro lá - Começo a andar pelas ruas tentando chegar a um local que eu conheça, qualquer rua ou estabelecimento 

 

- É pelo outro lado - Como apenas a voz desse garoto me irritava, dou alguns passos mais para frente e o vejo fazer o mesmo, me viro e o encaro, não, melhor não, vou apenas ignorar e seguir para a merda do outro lado 

 

- Agora está me ignorando, ontem não estava assim - O que esse idiota quer com isso? Ou melhor, comigo? O que nós fizemos ontem? Eu não faria isso, apesar de sua boa aparência... o que eu estou pensando, que merda

 

- Vai me seguir até que ponto? Sinceramente não o conheço, mas já o julgo como sendo irritante, mesquinho, intolerável e por último, mas não menos importante, alguém o qual eu quero evitar, então é melhor voltar e ir para o seu cantinho seguro, ao lado do papai e da mamãe, antes que eu pegue minha arma em meu carro e o faço passar duas noites na prisão - Digo ao me virar novamente para si e o encarar até terminar de dizer cada palavra, aproximando cada vez mais de seu físico indefeso, tentando o fazer voltar para trás com seus passos, mas o cara não parecia acreditar em mim, e sinceramente, nem eu sei se acreditaria em alguém com uma aparência tão deplorável como a minha, em uma situação como está 

 

- Entendi, agora se afaste, que está fazendo eu sentir ânsia de vômito, que cheiro horrível - Pessoa educada esse moleque, nem me passou pela cabeça agarrar seu pescoço e o jogar naquela avenida pouco movimentada

 

- Eu não estaria assim se alguém não tivesse jogado um balde de água em mim - O respondo a altura, afinal era sua culpa mesmo, tenho certeza que fui sequestrada ontem, vamos logo em achar esse estacionamento que eu não tenho tempo para crianças no meu pé 

 

- Eu a acordei de forma carinhosa, ajudei a tirar um pouco desse cheiro insuportável, deveria ser gentil comigo… afinal foi com o "palhaço" aqui que passou toda a noite - Ele acaba de rir de mim? Tenho certeza que vi um riso no canto desses malditos lábios

 

- Isso não é uma forma carinhosa de acordar, ninguém acorda assim… tenho certeza que não fizemos nada a noite, nem completamente drogada eu transaria com você - Cuspo minhas palavras para fora tão arrogante quanto ele havia sido mais cedo, ser arrogante não é meu forte mas essa manhã eu diria que estou me saindo muito bem nesse quesito 

 

- Os porcos são acordados assim e eu sinto muito por você ter pensado isso, mas… - Que hora esse garoto fazia para falar as coisas - ...alguém como você não faz meu tipo - Essas palavras… não era à primeira vez que eu ouvia isso… minha cabeça doía tanto 

 

Flashback on

 

- Ei moleque, eu quero ir em um lugar que há um laço - Falava manhosa a sua frente tentando ser uma garota fofa, como as outras eram, eu posso ser fofa também, quando quero 

 

- Aish, que garota… - Suas mãos iam ao rosto, seus passos eram pesados como se estivesse com raiva, talvez por estar descalço, devo oferecer meus sapatos?

 

- Olha, você pode calçar isso, mas não pode contar a ninguém… ou podem pensar que você... é um pervertido - Sussurro as últimas falas como se fosse um segredo entre nós

 

Tento tirar meus sapatos mas em pé era impossível, o chão não ficava parado, me sento e então os tiro mas o que está havendo? Achei que era no Japão que acontecia tantos terremotos assim

 

- Ei, idiota, me põe de pé, o chão não está me deixando levantar, acho que está tendo muitos terremotos essa noite - Digo levantando as mãos para que me ajudasse… nada veio de sua parte 

 

- Está sim, é você, você está sendo o meu terremoto essa noite, não tem amigos? Parentes? Alguém que se importa? Qualquer pessoa que possa a tirar de perto de mim? - Ele está com raiva de mim? Eu tentando o ajudar e esse cretino me trata assim? Isso só pode significar uma coisa, eu devia ter desconfiado antes... ele gosta de mim

Ponho as mãos no rosto dando sorrisos enquanto balança a cabeça ao pensar em momentos pervertidos entre nós, era isso que ele planejava ao me tirar do bar, esses doramas de hoje em dia, só sabem ensinar os jovens a tratar mal quem eles gostam, idiota, não precisava disso 


- Não faça essa cara, por favor, pare com isso, o que está passando por essa cabeça idiota para fazer tais feições? - Ele dizia em desespero, estava tão apaixonado por mim assim? 

 

- Você não precisa mais esconder, eu entendo, pode me dizer agora - Por isso ele devia estar andando de um lado para o outro, tentando achar uma forma de se confessar - Pode declarar seu amor por mim agora - Digo tentando o fazer criar coragem

 

- A-a-amor? Há sim… eu tinha muito amor por aquele sapato, esse que você fez questão de vomitar em cima e agora eu tenho que ir para casa, ainda por cima descalço, mas você, novamente, está me dando problemas, eu já a ajudei a tirando do bar ,antes que alguém fizesse algo contigo e só quero que me deixe ir embora - O moreno se aproxima de mim me ajudando a levantar do chão com suas mãos nas minhas

 

- De você… eu tenho nojo - Seu corpo estava próximo ao meu e sentia minha respiração falhar pelo moreno ser tão belo - Alguém como você jamais faria meu tipo… - Suas palavras pareciam sumir em meio aquelas ruas movimentadas

 

Eu tentei soletrar cada letra para entender o que ele disse mas não dava, meus olhos marejaram a cada palavra que era formada, meu nariz já estava escorrendo e minhas bochechas ardiam em tons de rubro.

Quando suas mãos se afastaram junto a si eu senti as lágrimas molharem meu rosto, essas que desciam contornando minha face enquanto meus olhos admiravam as costas do culpado.


 

Flashback off


 

- A esquerda, a esquerda… garota tola - Sua mão toma a minha e me puxa para um outro caminho o qual eu ainda não reconhecia, acho que nem estava prestando atenção por onde eu andava, que lembranças foram essas?

 

- Qual o seu problema cara? Apaixonou foi? Saiba que alguém como você também não faz meu tipo - Puxo minha mão da sua e passo em sua frente, mas que merda esse garoto está fazendo?

 

- Quer saber, não vou mais fazer isso - O vejo passar a mão sobre seus cabelos como se estivesse tentando manter a calma - Sinceramente você é muito irritante, vomitou em mim duas vezes e ainda… eu tentei realmente te ajudar, que se dane - Com o canto dos olhos o observo dar a volta e ao que me parece, ir embora

 

Flashback on

 

- Ponpon dashite shimaeba ii no
Zenzen shinai no tsumaranai desho
Heddon kakete rizumu ni nosete
Wayway akete atashi no michi wo - Ele estava cantando uma música infantil, isso é ridículo, o que ele queria? Me fazer passar por situações ainda piores?

 

- O que está fazendo? Eu posso ter bebido um pouco mas não o suficiente para isso, é ridículo - Afirmo com a voz embargada, tentando secar minhas lágrimas que não paravam de descer por minhas bochechas

 

- Ponpon susumu iroiro na koto
Dondon kiteru? anata no kimochi
Poipoi suteru warui ko wa dare?
Sousou ii ko aa
You make me happy - Agora estava dançando, isso é constrangedor, quero enfiar minha cabeça em um buraco e não sair mais 

 

Tento sair do lugar e ir para outro mas o mesmo dança essa música ridícula a minha frente o tempo todo, estava atraindo a atenção de outras pessoas que passavam na mesma rua que nós.

Eu não queria… tento tapar meu rosto e suas mãos não deixam, me viro de costas e ele segue a minha frente… não quero... mas quando vejo, já estava caindo em gargalhadas da situação, era ridículo e vergonhoso estar ali com ele, contudo estava sendo engraçado

 

- Estava acalmando uma criança, da melhor maneira que um adulto consegue fazer - Diz após parar com todo aquele constrangimento

 

- Venha, já que não posso me livrar de você, irei aceitar meu destino cruel de ter que cuidar de uma desconhecida pelo menos irei cumprir com minha boa ação do ano - Sua mão cobre a minha quase que por inteiro, era quente e me passava segurança por ser um aperto firme 

 

- Meiko, é o meu nome, agora não sou mais uma desconhecida - Digo começando um bocejo, acho que já deu por hoje, estou exausta

 

- Se dormir vai ficar no chão mesmo, melhor se manter acordada - Quem é esse cara mesmo? O que ele ainda faz aqui?

 

- Você deveria se juntar ao meu chefe e os dois irem ao inferno dançar com o demônio, longe de mim - Um era um velho rabugento e o outro era um moleque que me fazia chorar

 

- Acho que eu já estou… você está bem? - Não sei porque mas suas palavras não estavam sendo processadas por mim… tem algo estranho

 

- Você não pode, de novo não, vira a boca para o outro lado - Sua voz estava estranha, tento chegar mais perto mas ele não parecia feliz com isso, talvez estivesse nervoso com minha...

 

- YAH MEIKO - Ops...

 

Flashback off

 

- Quando essas lembranças irão acabar? Que vergonha - Digo bagunçando meus cabelos de nervoso e seguindo meu caminho de volta, seria melhor não lembrar de nada 

 

Meu dia foi horrível, passei quase três horas dando voltas até achar finalmente um policial que me levou até o estacionamento e pude pegar meu carro, em seguida tive que pagar ao dono do bar por ter esquecido meu carro ali e ainda fui banida por três meses, porque, de acordo com o barman, eu sou uma pessoa que tem causado problemas aos visitantes do lugar.

 

.

.

.

 

- Soo, me diga que o chefe ainda não chegou e que o crime de ontem foi um pesadelo e nada é real - Me sento no meu lugar e espero por boas notícias, tive que passar em casa para tomar uma banho e me livrar daquela roupa suja de vômito, por isso atrasei ainda mais

 

- Ele não chegou, sua esposa ligou e avisou que o mesmo está no hospital, de qualquer forma eu tenho um caso, não posso lhe acompanhar com sua ressaca de 17:45, melhor você passar a noite aqui e estudar sobre deveres e responsabilidade de uma agente - Sua forma de dizer era rude apesar de ser sempre um garoto gentil, talvez esteja realmente ocupado com seu caso, ou com raiva por eu ter chegado a essa hora, qual é, estou no meu primeiro mês após ser transferida, deveria me dar um desconto 

 

Não perdi muito tempo curtindo minha ressaca da noite passada, ao qual meu amigo fez questão de expor. Já fui para as investigações do caso, ao qual estou responsável, vejamos o que tenho até agora e como iremos andar com isso 

 

- Nome, Sun Hee, idade, treze anos, causa da morte, enforcamento…  isso é estranho - Digo ao relembrar do corpo e voltar alguns papéis para ver as fotos, não batiam 

 

O corpo estava maltratado, as unhas dos pés e das mãos haviam sido arrancadas, os dentes foram todos forçados para dentro da gengiva, costelas fraturas, órgão esmagados, cortes por todo o corpo e por último um laço costurado em suas costas.

De início, quando vi a vítima pela primeira vez também pensei que a causa da morte era enforcamento, mas ao reparar seu corpo desnudo nas fotos, não poderia ser isso, a não ser que ela tenha sido morta antes.

 

- Ela não teria aguentado tudo isso, ele a matou antes, mas por quê torturar um corpo já morto? Torturar… - Penso mais sobre a palavra em si e a situação do caso, eu estava esquecendo algo

 

Volto ao local do crime apesar de estar anoitecendo, não iria aguentar ter que esperar até o dia seguinte, precisava entender mais sobre o lugar.

Reparo em cada canto, não era muito afastado de um ponto de ônibus, alguém teria escutado ou visto, não, estava tarde da noite, a quantidade de pessoas que passam por aqui não são muitas, e mesmo que alguém ouvisse, ninguém em sã consciência iria atrás de gritos em meio ao mato, alguém comum iria fugir e ficaria com medo de ligar para a polícia.

A garota poderia estar passando quando foi surpreendida e sua boca tampada, ela deveria ter pego um ônibus, mas foi pega antes, não, ainda não é isso.

 

- O que uma garota de treze anos fazia a essa hora na rua? - Repenso todos os passos que ela poderia ter feito ali e nada batia


As unhas da vítima haviam sido encontradas espalhadas em vários cantos, como se o suspeito as tivesse espalhado de propósito, não havia restos de linhas ou agulhas de costura, as roupas estavam imundas, não como se ela tivesse se debatido no chão de terra, mas como se o suspeito as tivesse esfregado no chão, de propósito.

Talvez queria recriar a cena, de forma que apagasse seus rastros, ainda não bate com o estado do corpo, ele precisaria de luz para fazer tudo o que fez, o que não seria possível aqui, pois nem a claridade que a lua proporcionava era o suficiente para enxergar os próprios pés, quem dirá para torturar alguém.

Não aconteceu nesse lugar, era apenas o local da desova do corpo, esse talvez seja o motivo de ter feito cortes e esparramado o sangue, para parecer o local crime e nos manter ocupado nesta área, posso estar equivocada ao tirar essa conclusão, não, como agente é meu dever considerar todo o tipo de teoria para ter uma conclusão correta.

 

- Ele armou isso, primeiro arrastou o corpo da garota, provavelmente de algum automóvel, até aqui, espalhou o sangue, pegou as unhas que já haviam sido arrancadas e as jogou pela extensão envolta ao corpo, pegou as roupas, as passou sobre a terra e as colocou pelo caminho, como se tivesse as arrancado da vítima, enquanto ela se debatia naquele lugar - Ainda sim é como se eu não estivesse vendo algo, uma coisa que está na minha frente e eu não consigo ver

 

.

.

.

 

A família diz que a menina havia ido passar a noite na casa de uma amiga, essa amiga diz que estava acobertando a vítima para ela sair com o namorado, o namorado diz que eles brigaram e a mesma foi embora, as câmeras mostram ela indo ao ponto de ônibus, onde ela foi pega? Em qual momento? Por quê ela?

 

- Meiko, está me ouvindo? Meiko? - Meu transe acaba assim que Soo se aproxima, com uma face nada boa, mais problemas…

 

- Como foi o seu caso? - Pergunto não estando tão interessada mas ainda sim curiosa

 

- Você conhece uma garota loira com um sotaque russo? Já pegou algum caso com ela envolvida? Ou ouviu falar dela? - De novo não, por favor, isso não, ele só poderia estar se referindo a uma pessoa, alguém que eu conhecia bem

 

- Nunca ouvi falar, quem é?- Afirmo com minha melhor cara de ânimo

 

- Uma criminosa, essas foram as características situadas pela vítima a qual ela roubou - Isso não é bom, pela cara de Soo, eu acho que isso não vai acabar bem, o que eu faço?

 

- Eu descobri algo interessante no meu caso, o crime não ocorreu no lugar onde o corpo foi encontrado… - Conto em detalhes o que descobri esperando que ele esquecesse de seu caso e talvez me ajudasse… em vão

 

- Desculpe Meiko, tenho uma criminosa para colocar atrás das grades, não posso lhe ajudar agora, tenta ver as câmeras das ruas mais próximas e olha se ela entrou em algum carro ou se já estava dentro de um - Foram suas últimas falas dirigidas a mim, antes de se isolar na sua mesa

 

No jantar continuei com o mesmo pensamento no restaurante, revendo as fotos para ver se o corpo poderia ter algum rastro do lugar onde foi mantido por cerca de quatro a seis horas...nada

 

- O que achou de seu novo caso sobre uma linda garota russa? - Uma voz feminina chega aos meus ouvidos quando ia me retirar do lugar

 

- A pessoa que pegou, na verdade está lisonjeado - Digo com um sorriso em meus lábios, sabendo em quais problemas a garota se meteu ao ter seu caso nas mãos de Park Soo

 

[ POV off ]

 

Uma garota trilhando um caminho com um assassino o qual se é impossível ver o final

Um garoto que aos poucos se cega com o trabalho

Um estranho que mesmo contra sua vontade cuidou de alguém que não devia

Uma ladra egoísta que não consegue enterrar seu passado

 

O que esperar de quatro jovens com seus destinos interligados uns aos outros de tal forma?

 


Notas Finais


O que acharam? Esses quatro vão pra frente ou irão se dar mal?

Música infantil cantada pelo estranho que cuidou da Meiko : https://m.letras.mus.br/kyary-pamyu-pamyu/1933413/

Quer saber um pouco mais sobre os personagens da fanfic?

Meiko : https://andrezafany.tumblr.com/post/163320850953/nome-kim-meiko-kim-é-uma-garota-extrovertida

Aelin : https://andrezafany.tumblr.com/post/163320856773/nome-aelin-alekseev-aelin-é-uma-garota

Park Soo : https://andrezafany.tumblr.com/post/163321201233/nome-park-soo-park-cresceu-em-uma-família

Hoseok : quero que o descubram aos poucos, desculpa, mas Hoseok é uma caixinha de surpresas


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