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Mas antes que acontecesse alguma coisa de novo, Jimin feriu o pé outra vez e teve que falar três semanas seguidas. Quando voltou para a escola, além de ter que andar mancando, ainda sofreu a humilhação de ser chamado por um novo apelido:
── Aí, Manquinho.
── Corre, Manquitola!
Não bastasse isso, os menores e os maiores aproveitando-se de que não podia correr, davam-lhe tapas e cusparadas por detrás. Como qualquer esforço lhe causasse dor, desistia de persegui-los, sentava-se num canto e, reprimindo as lágrimas, remoía seu ódio contra aquela gente que lhe faziam mal assim à toa. Ah, se pudesse alcança-los! Especialmente os da sua altura e os menores que ele.
Quando deu o sinal, esperou que todos entrassem para não ser empurrado, atropelado. Mas, ao se lembrar de que, entrando atrasado na sala, certamente caçoariam dele, apressou-se. Apesar de todo o seu esforço, acabou chegando quando a aula já havia começado. Por isso mesmo, hesitou um pouco antes de entrar. Depois de alguns minutos, reunindo, enfim, toda a coragem, empurrou timidamente a porta e disse:
── Licença, fessora...
Para a surpresa dele, os colegas, apesar de terem levantado a cabeça com sua entrada, logo a abaixaram e continuaram a anotar um exercício que a professora Alessa passava na louça. Quanto a ela, ao vê-lo, abriu um largo sorriso e disse:
── Jimin! Que bom ver você de novo!
Ela voltou-se para a classe e disse:
── Gente! Uma salva de palmas de boas vindas ao Jimin.
Todo envergonhado, ele sentou-se. Despeitado, o Yugyeom deu-lhe um cutucão nas costas e sussurrou:
── Salva de palmas é? Você devia levar umas porradas.
A professora voltou a dar a aula. Parecia toda entusiasmada, explicando cuidadosamente cada problema que aparecia. E a classe em silêncio, ouvindo-a ou fazendo-lhe perguntas. Mesmo a turma do fundo ── o Chanyeol, o Yugyeom, o Baehkyun, a Jennie ── estava quieta, prestando atenção na aula.
"Perdi a aposta", pensou o Jimin. E se a professora cobrasse o beijo na frente de todos? Por isso, ele passou o resto da aula angustiado, querendo que o chão se abrisse a seus pés.
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