1. Spirit Fanfics >
  2. Perna Torta >
  3. Machucado

História Perna Torta - Machucado


Escrita por: Lalahcupcake

Capítulo 11 - Machucado


Pata Torta via tudo embaçado. Sentia que seu olho estava envolto de algo, mas estava confuso e cansado demais para pensar o que era. Sentia-se frio, e pensou se estivesse morto e que fosse uma alma. Assustado, abriu mais os olhos. 

Conseguia ver mais claramente. Manto de Lince tinha a cabeça baixa, voltado para ele. Pata Torta tentou falar, mas falhou, sentindo uma dor intensa nas costas. Manto de Lince percebeu o gato acordado e deu um miado de alegria.

- Está vivo! Clã das estrelas, finalmente você acordou. - N-não.... e-estou m-morto. - Guaguejou o aprendiz, sarcástico pela dor. Manto de Lince deu uma lambida na cabeça do jovem, alegre. Ela sibilou:

- Você perdeu muito sangue. Tenho de trocar seu curativo agora.

Ela saiu rapidamente dali, e, tempos depois, voltou com a boca cheia de ervas diferentes e coma pata cheia de teias-de-aranha. A gata começou a colocá-las na ferida aberta, hesitando sempre que o aprendiz gemia de dor. Ela colocou camadas de teias-de-aranha, formando um bolo de teia nas costas de Pata Torta. Ela continuou, colocando mais ervas que ele não conhecia. A cada vez que a curandeira inseria a pata ali, ele gemia de dor. A gata, quando terminou, colocou o focinho em sua cabeça, sussurrando:

- Se está sentindo muita dor, me diga. Posso te dar sementes de papoula, e você vai dormir em paz.

- C-claro.. essa dor perto do ombro está me matando.

Manto de Lince, rapidamente, sacudiu a papoula, deixando cair as preciosas sementes na frente de Pata Torta. O aprendiz lambeu as sementes, esperando que a dor passasse. 

 

******

 

Ele acordara pelo som de vozes. Sentia o corpo relaxado, porém com vontade de correr. Sua ferida nas costas latejava, mas não doía como antes. Olhou para o lado, avistou Manto de Lince falando com sua mãe, a velha  Flor Macia. A cada palavra que a curandeira soltava, a rainha arregalava mais os olhos de preocupação. Manto de Lince, em seguida, agarrou mais um chumaço de teia e veio em direção a Pata Torta. Flor Macia correu até seu filhote, lambendo a cabeça do jovem rapidamente. Ela perguntou, assustada:

- Você está bem? Está com fome? O machucado dói muito? Oh clã das estrelas, a culpa é minha! 

O aprendiz levantou a cabeça, lambendo o queixo da mãe - Estou bem, mãe. A ferida está cicatrizando. 

A rainha se sentou, relaxando o pêlo. Manto de Lince trocava os curativos, e o aprendiz não reclamava; o cheiro da mãe o embalou. Viu uma sombra na entrada da toca, e sibilou: - Pata Destemida!

O aprendiz parecia tímido no início, mas logo correu até o irmão e trocou toques de nariz com o jovem. - Que bom que está bem, Pata Torta. Vim aqui mais cedo, com Nuvem Fria... 

Pata Torta não estava mais prestando atenção. Viu a bela pelagem cor-de-creme de Pata Gélida se aproximando. Sua mentora, Nuvem de Lama, de pêlo marrom com manchas bege, miava palavras que a ajudavam a conseguir chegar a Pata Torta sem bater em nada. A aprendiz sentou-se ali perto, os olhos nublados olhando para o nada. Pata Torta sentia seu cheiro doce; ele ronronou num  ''olá''. A aprendiz cega respondeu:

- Olá, Pata Torta! Como está se recuperando?

- Estou bem. Sinto dor, mas acho que é normal. 

Pata Destemida observava os dois conversarem, os olhos divertidos. Pata Gélida olhou para as próprias patas, tímida. Manto de Lince e Flor Macia foram embora; tinham coisas a fazer. Pata Destemida se sentou, pronto para pôr o papo em dia.

- Eu ainda não aprendi a caçar. O-o Estrela de Falcão só me e-ensina a lutar.

Pata Gélida olhou para as próprias patas novamente, parecendo assustada pela menção do líder.

 - E-eu.. Nuvem De Lama soube que sou cega. Ela prometeu que não contará ao líder. Ela é uma ótima mentora..

Pata Destemida, chocado, uivou:

- Você é cega?!

Pata Torta deu uma patada de leve na orelha do irmão:

- Abaixe o tom de voz! ela é sim.

- M-mas... por que ninguém sabe? Como ela é uma aprendiz? Não deveria estar na toca dos anciãos?!

- Quieto! É necessário esconder, pois tenho medo do que Estrela de Falcão possa fazer com ela.

 Pata Destemida olhou para Pata Gélida, compreendendo. Voltou a olhar para Pata Torta.

- Ah, sim. Entendi..

Pata Destemida retornou a olhar para a bela aprendiz de olhos azulados. Fitou-a por alguns segundos, e miou:

- A-ãm... hey! Como que conseguiu esconder isso, P-pata Gélida?

A aprendiz, tímida por falar com um gato quase desconhecido, sussurrou:

- N-nuvem de Lama me mantém meio próxima do acampamento, ela me ensina a me guiar, e está tentando me ensinar movimentos de luta. Aqui, olha!

Pata Gélida dá um pulinho, pedindo para Pata Torta lutar de brincadeira com ele. Ele se levanta com dificuldade pelo machucado e pela perna fraca.  Pata Gélida fica quieta, com as orelhas empinadas, mas pulando de um lado para o outro. Pata Torta, confuso, tenta pular nela, mas ela fica se movimentando muito, e Pata Torta logo caiu no chão, sentindo a ferida doer, mas ignorou. Pulou em Pata Gélida, e os dois rolaram na toca. Pata Gélida pulou, rindo:

- Você é bom! Tenho que treinar mais... minha cegueira me deixa em desvantagem... hm? 

Pata Torta sentia-se fraco, apesar de terem apenas brincado. Sua ferida doía bastante. 

Manto de Lince notou, e, correndo, o agarrou e o colocou de volta na cama. Em seguida, fitou Pata Gélida, num rosnado:

- Nunca mais faça algo assim com um gato ferido! Cocô de raposa, agora a ferida se abriu novamente. 

- De... desculpe, Manto de Lince.

A aprendiz, se deitou, se sentindo culpada e assustada. Seus olhos vidrados olhavam para o nada.

- Não fique tão triste, Pata Gélida. Mas nunca mais faça isso, tudo bem? A ferida do gato pode infeccionar ou se abrir. Já volto, vou pegar algumas teias de aranha.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...