FERNANDO
Márcia franziu o cenho.
– Como iria interessar a mim?
– Acho que explicando fica melhor de entender... Fernando. – Lety me olhou diretamente, assim como Márcia, esperando que começasse.
Engoli em seco, como iria falar uma coisa tão delicada para uma pessoa que foi tão ruim com a Lety? Até porque não é nada fácil falar o que fiz e o que teria que fazer. Respirei fundo e criei coragem para começar minha narrativa. Ao longo desta, Márcia apenas me ouvia e fazia cara de surpresa.
– Então o tal Aldo me fez uma proposta...
– Sim, sim, mas não vejo o que eu tenho haver com isso.
– É exatamente o que eu ia dizer.
– Hmm. – me olhou ainda mais atenta.
– Nessa proposta ele exige que eu mate... – dei uma pausa, com medo da reação de Márcia.
– Mate?
– ArielVilarroel. – falei baixo e rapidamente.
– Quem?
– Ariel Vilarroel! – falei, nervoso.
Márcia ficou mais pálida que o normal, mas logo ficou vermelha de tanta raiva.
– Como esse idiota ousa mandar alguém fazer um trabalho como esse?
– Bom, ele tem os seus motivos, até porque aquele loirinho risonho não é nada santo.
– Eu sei o quanto você o odiava no colégio, tá?
– Ele é a versão masculina sua, querida. – deixei escapar.
– Escuta aqui, você quer que eu te ajude ou não? – perguntou com ainda mais raiva, Lety me repreendeu com o olhar.
– Tudo bem... Desculpe. Quanto você cobra por esse caso? – perguntei, já sendo direto.
– Bom, como esse caso também interessa a mim... Será de graça.
Eu e Lety a olhamos incrédulos, aquela é Márcia Vilarroel?!
– Ahn, tudo bem e como isso vai funcionar? – perguntei já ansioso por sua resposta.
– Calma lá, preciso analisar bem a situação e ter provas concretas, além de achar os causadores de tudo isso.
– E isso demoraria?..
– De uma semana a um mês. – sabia que tinha algo por traz.
– Mas é muito tempo, Márcia!
– É pegar ou largar.
Lety me olhou de modo significativo. Essa seria a única solução para esse problema que eu mesmo me meti. Apertei a mão de Lety.
– Tudo bem, eu aceito seus termos.
– Então nos vemos daqui uma semana ou mais. – se levantou.
– Então até logo. – Apertei sua mão.
– Até.
– Márcia. – Lety acenou a cabeça.
– Letícia. – Márcia também acenou.
Logo saímos daquele lugar e resolvi levar Lety para um lugar mais calmo. Logo chegamos em meu apartamento e cumprimentei o porteiro. Seguimos nosso caminho até meu quarto. Ao chegarmos Lety começou a rir.
– Do que está rindo? – perguntei, curioso.
– O que você disse pra Márcia foi muito hilário, viu como ela ficou vermelha de tanta raiva?
Comecei a rir também. – Vi e acredite o Ariel foi igual a Márcia com você na época do colegial. Ou até pior.
– Ninguém ultrapassa Márcia Vilarroel e suas maldades.
– Isso porque você nunca conheceu aquele loirinho risonho. Ele fez tanta maldade que foi expulso antes mesmo de você entrar no colégio.
– Pode ser, mas Márcia escondia e muito bem suas maldades, o que a torna pior que o Ariel.
– Talvez tenha razão.
– Eu sempre tenho razão. – sorriu convencida.
– Tudo bem senhora razão, mas não esqueça de que sou seu namorado.
– E..?
– E não ganhei um beijo o dia todo.
– Pois você merece por ficar remexendo no passado.
– A culpa é daqueles idiotas que quase me tiraram de você. Você sabe que faço isso somente por nós, não é?
– Por nós?
– Sim! Imagina quando eu estiver livre de tudo isso? Estaria me casando com você.
– Mal posso esperar para que isso acabe logo.
– Isso foi um sim? – a olhei divertido.
– Só vai receber a minha resposta com um pedido decente.
– E um beijo?
– Só vai conseguir se me pegar. – saiu correndo e rindo, enquanto eu quase a alcançava, até que ela cansou e eu consegui pegá-la e dar um beijo demostrando toda a saudade que senti sem beijar seus doces lábios por tanto tempo.
– Letícia, Letícia, devia saber que corro muito mais rápido que você.
– Até parece, eu fiquei correndo muito, sabia? Bem que eu suspeitei que estava velho. – ela riu e eu a olhei feio.
– Não se pode falar isso para um homem, Letícia. Seria a mesma coisa de dizer pra você que está gor...
– Nem termine senhor Mendiola!
– Tudo bem, mas isso me ofendeu.
– Eu estava só brincando seu bobo. É claro que você pode ter ficado mais velho desde o colegial, mas ficou muito mais bonito e esses músculos fazem qualquer mulher enlouquecer.
– Que bom, mas não preciso de qualquer mulher para enlouquecer, já tenho uma.
– Tem, é? Quem é essa sortuda para eu arrancar os cabelos e quebrar a perna?
– É claro que é você Lety, quem mais seria?
– Não sei, mas tenho muitos ciúmes de você.
– E você acha que eu não tenho? Tenho medo até que o Luigi se apaixone por você. – rimos.
– Até parece, é mais fácil o Luigi se apaixonar por você do que se apaixonar por mim.
– Mas você tem todas as qualidades que qualquer um prezaria.
– Fala do meu corpo? – riu.
– Não só do seu corpo, mas também da sua inteligência, da sua coragem, da sua paciência que têm comigo, de tudo que tem de bom e até ruim em você.
– Isso foi... Lindo.
– Você merece.
– E você merece um beijo. – me deu, novamente, um beijo, mas mais apaixonado e ardente. Paramos o beijo com selinhos. Ela sorriu pra mim. Sentamos no sofá e Lety ficou em cima do meu peitoral.
– Eu sei o quanto tudo isso deve estar sendo difícil pra você. – disse acariciando-a.
– Pra você é que está sendo difícil. Mas não se preocupe Fê, sempre estarei aqui com você.
– Pro que der e vier?
– Pro que der e vier.
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