1. Spirit Fanfics >
  2. Pero me acuerdo de ti >
  3. Amor multiplicado

História Pero me acuerdo de ti - Amor multiplicado


Escrita por: biafb1903

Notas do Autor


Oi pessoas! Que bom voltar a estar aqui. :)
Espero que gostem do capítulo e perdoem por não ter aparecido antes.

- Aryana

Capítulo 23 - Amor multiplicado


LETÍCIA

    Permaneci nos braços dele e por um momento não tive preocupação alguma. Esqueci que tinha uma loja para administrar, que meu namorado corria perigo em todo o momento, esqueci que existia um mundo fora daquelas paredes.

    Enquanto ele me fazia um cafuné suave em forma de carícia delicada, eu olhava para um lugar sem reação alguma, apenas pensando como era bom estar com ele. Porém isso desencadeou vários pensamentos. E se Márcia não conseguisse provas a tempo para prender aquela gangue? E se descobrissem sobre mim? E se matassem Fernando na minha frente? Tudo isso me fez derramar uma lágrima solitária, que Fer logo percebeu.

    - Amor, o que foi? Aconteceu algo?

    - Pensamentos, apenas. – Enxuguei a lágrima, Fernando me abraçou.

    - Não gosto que se martirize com essas coisas, me fere. – Me olhou no fundo dos olhos – Vai dar tudo certo, ouviu? “Pro que der e vier”, lembra?

    - Lembro, amor, lembro. – Me aninhei em seus braços.

    - Não chore, gosto de te ver sorrindo. Aquele sorriso lindo que dá cor ao meu mundo.

   O olhei com os olhos molhados.

    - O mundo está desabando sobre nós. – Funguei. – Está sendo forte para me consolar ou por você?

    - Por nós dois. – Me beijou. – Principalmente por você. Independente das circunstâncias quero ser seu obro amigo, que está com você na luta e na vitória.

    - Mesmo quando estou sofrendo por algo seu?

    - Até nisso. – Brincou com meu nariz. – Agora sorria tudo bem? Ah! E hoje você janta comigo, exijo isso. – Fez beicinho, gargalhei.

    - Vai me sequestrar para algum lugar?

    - Não, hoje vamos jantar aqui, porque eu vou cozinhar.

    Fernando na cozinha era sinônimo de comida boa, eu já sabia disso. Nosso último jantar foi preparado por ele e o gosto estava simplesmente divino, os anos morando só o fizeram aprender muito mais que ser um “desgarrado”.

    Passei uma hora olhando cada movimento seu dentro daquela cozinha, sua concentração e sua descontração quando percebia que eu estava fixa nele. Admirei sua destreza com os ingrediente, que logo foram para a panela e que deram lugar à um cheirinho incrível, e insuportavelmente nauseante.

    - Você gosta mais apimentando... Lety?

    Eu não estava muito bem e isso era bem perceptível, fazia caretas por apenas sentir o cheirinho bom da comida! O que estava acontecendo comigo?

    - Lety... – Se ajoelhou na minha frente. – O que você tem?

    - Enjoo. – Fiz mais uma careta – Deve ser o calor abafado da cozinha que está me fazendo mal.

    - Me espere na sala, sim? Quando terminar aqui lhe faço companhia. – Beijou minha testa.

    - Tudo bem. – Me levantei.

    - E se sentir mais alguma coisa me chame imediatamente.

    - Eu vou ficar bem. – Saí caminhando lentamente.

   Alguns poucos minutos depois Fernando veio me ver, queria saber como eu estava mas continuava na mesma, o enjoo não passara e agora minha cabeça girava.

    - Estou ficando preocupado.

    - E eu estou ficando bem. – Menti. – Eu só não estou acostumada à estar em lugares tão quentes.

    - Claro! Acostumada à boutique, que é mais fria que o Alasca! – Rimos.

    - Não sabe como sofri quando o ar-condicionado de lá quebrou. – Aumentei a mentira.

    - Imagino. – Sorriu. – Vou ver nosso jantar, não demoro. E me diga se senti algo, okay?

    - Okay amor. – Sorri.

     Ele voltou para a cozinha e eu decidi ligar a televisão, talvez se desviasse o pensamento começasse a melhorar de fato, e parece que havia encontrado uma tática eficiente! Aquele incômodo começara a diminuir e eu já me sentia bem melhor.

...

    Quando nosso jantar ficou pronto, quase meia hora depois, Fernando me surpreendeu trazendo nosso pratos para a sala, disse que não deixaria que eu voltasse para aquela atmosfera quente, já que me causara todo aquele desconforto. Eu, particularmente, sorri com o paparico que recebia, aquela preocupação fofa... Era sem igual tudo o que ele fazia para mim.

    Saboreei de meu atum. Adorava frutos do mar e aquele estava inigualável de tão bom. *Já sei quem vai cozinha na nossa casa, no futuro* Dei outra garfada com gana, mas hoje definitivamente não era meu dia. Sabe o enjoo? Voltara. E dessa vez com força total.

    Levantei rápido e corri para o banheiro, destampei o vaso sanitário e coloquei para fora toda a delícia que a pouco tinha ingerido. Lamentei ao ver tudo indo para o ralo, porém não havia mais resquícios de mal-estar, eu estava bem novamente.

    Me levantei para enfim sair e vi Fernando na porta, me olhando atentamente.

    - Vamos ao hospital. Agora. – Saiu do meu campo de visão.

    - Fernando, espera! – O segui.

    - Você não está bem, precisamos ir. – Pegou o celular.

    - Fernando é só um mal-estar, fica tranquilo.

    - Tranquilo eu vou ficar quando um especialista me disser que você está de fato bem. – Colocou o celular em chamada. – Boa noite. (...) Avenida Redenção. (...) Isso. (...) O mais rápido possível por favor, é uma urgência. (...) Obrigada. Igualmente.

    - O que está fazendo?

    - Chamando um táxi? – Rebateu como se eu tivesse feito uma pergunta idiota. – Não adianta tentar me convencer, até que ouvir do médico que você está bem eu sossego.

    - Fernando... Vai ver só foi uma indigestão...

    - Se for isso mesmo ele vai lhe receitar um remédio para melhorar. Não se fica enjoada por nada. Não se vomita por nada. – A essa altura ele já andava em círculos, nervoso.

    - Ao menos se acalma. – Sentei.

    - Sabe o que preciso para me acalmar.

    O interfone tocou. Fernando correu para atendê-lo.

     - Sim? (...) Que bom, obrigado. – Desligou. – O táxi está aí embaixo.

***

    Eu juro que tentei não ir, mas Fernando me pegou nos braços e não se importou em descer comigo assim até o térreo.

   Agora, estamos na sala de espera do hospital central. Minha ficha já foi feita, já ganhei uma pulseirinha com a cor equivalente à intensidade de meu problema, e estou esperando ser chamada de novo. Estamos. Fernando não saiu do meu lado um só segundo. (E quando digo “um só segundo” é “um só segundo” mesmo)

     - Letícia Padilha...

    - Aqui! – Fernando se levantou rapidamente. – Amor, é você. Vem.

    Já tinha aferido minha pressão e esses primeiros cuidados, como estava bem nesse quesito, fiz um exame de sangue e iria ao encontro do médico para saber o resultado.

     - Consultório 2. – A atendente respondeu e saiu caminhando com sua pasta em mãos.

    Numa sala mais gélida que todo aquele ambiente, uma senhora de certa idade, que pelo jaleco identifiquei como “Doutora Elisângela Martins” me esperava.

    - Letícia Padilha Solís. – Sorriu simpática colocando abaixo sua expressão de “bruxa”. – Sentem-se por favor.

    - Doutora, perdão a euforia, mas fiquei preocupada com minha namorada. Ela nunca ficou assim, tão enjoada e... Bom, a senhora sabe dos sintomas. O que ela tem?

     - Já analisei os resultados de sua parceira senhor...

    - Fernando Mendiola, desculpe.

    - Senhor Fernando. – Se corrigiu rindo. – Ela não está doente, pode ficar tranquilo, na verdade, pode ficar feliz.

    Ai não. Minha mente parece que entendeu o que a doutra quis dizer. Mas como era possível? Fazia tão pouco tempo...

    Respirei fundo e soltei a mão de Fernando. O conhecia bem, se a doutora confirmasse o que pensava, ele iria pular em felicidade como um louco. E eu? Bom, eu seria ainda mais “a mulher mais feliz do mundo”



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...