Os estalos incessantes do chicote obrigaram alguns dos encarcerados em celas a desviarem seus olhos para o lado, em completo silêncio, enquanto três marinheiros usavam da tortura para conseguirem informações de um pirata que, aos olhos dos homens de uniforme, recusava-se a cooperar com o interrogatório por insolência.
O prisioneiro que possuía seu corpo suspenso por correntes envolvidas em seus pulsos encontrava-se praticamente desacordado. Era visível o quão debilitado e exausto estava, sem lucidez para responder às perguntas que lhe eram direcionadas. O fremir de seu corpo não vinha apenas do frio que sentia por ter seu torso despido, mas também da dor, das feridas profundas e expostas em toda a extensão de suas costas.
Diante dos muitos que não faziam questão de assistirem à cena, com receio de serem os próximos a serem castigados por qualquer movimento que fizessem, um par de olhos específico assistia às chicotadas que eram desferidas a cada silêncio que era recebido como resposta. Com o maxilar contraído e as unhas curtas cravadas nas palmas das mãos, o indivíduo se manteve imóvel e em silêncio para não desobedecer às ordens de seu capitão, o mesmo a quem seus olhos agora fitavam com agonia e pesar, sem poder fazer nada para ajudá-lo.
“É a mim que eles querem. Eu sou o filho. Não faça nada para irritá-los ou será pior para nós dois. Entendeu, Jongdae?”
Era a quinta vez que Kim Jongdae observava seu grande amigo ser arrastado para fora da cela para ser interrogado desde que foram capturados, e a cada dia as torturas pioravam bem como o seu estado de saúde. Na noite anterior o pirata havia dado indícios de febre e os maus tratos, a má alimentação e a péssima higiene onde estavam sendo mantidos não ajudavam em nada na sua recuperação.
Jongdae gritava mentalmente todos os dias, como se a força dos seus pensamentos pudessem de fato ajudar em alguma coisa, como se pudesse convencer os marinheiros a cessarem as torturas na justificativa de que se matassem seu capitão, eles jamais teriam a resposta que queriam. E todos os dias Jongdae pensava em milhões de maneiras para conseguir tirá-lo de lá, de salvar Byun Baekhyun. Entretanto, estando em um navio da Marinha Britânica, seria exigido dele mais do que um simples plano de fuga.
– Onde está o Barba Negra? – a pergunta a qual todos os encarcerados já haviam ouvido repetidas vezes foi lançada novamente a Baekhyun. E como esperado, o pirata não respondeu, sem forças sequer para se manter de olhos abertos. – Tsc! – frustrado diante do silêncio, o marinheiro não hesitou ao lançar o chicote com força triplicada nas costas alheias. Sentiu-se ainda mais frustrado quando não houve nenhuma reação por parte do jovem que permaneceu completamente imóvel.
Logo, outro oficial segurou o pulso do companheiro, obrigando-o a abaixar o chicote e interromper as torturas.
– O capitão disse que caso ele não nos diga nada, devemos esperar até chegarmos à Inglaterra. Precisamos dele vivo se quisermos usá-lo como refém, afinal. – percorreu os olhos pelo corpo à sua frente com desgosto.
Jongdae observou com ira quando os homens abriram sua cela e simplesmente empurraram Baekhyun que, discretamente, foi segurado por ele pelos ombros. Esperou que os três homens deixassem o local para então se virar ao companheiro, expressando apreensão e temor no rosto diante do estado do amigo.
– Baekhyun? – balançou-o levemente pelos ombros, mas seu capitão sequer reagiu. – Você não pode morrer, está me ouvindo? – retirando a própria camisa branca surrada e a vestindo no ruivo, cobriu-lhe os ferimentos das costas. Deitou-o de bruços ao chão e suspirou fundo, tentando se manter calmo e racional para que não cometesse alguma atrocidade impensadamente. Ainda assim, não deixou de prometer a si mesmo que quando tivesse a oportunidade iria se certificar de fazer cada um deles sufocar no próprio sangue com um corte profundo na garganta.
Seus pensamentos foram interrompidos quando uma movimentação vinda do convés superior do navio chamou sua atenção. Comandos e gritos foram ouvidos de cima assim como passos firmes e apressados contra o soalho de madeira. Os encarcerados olharam curiosos uns para os outros, inquietos dentro das próprias celas. Não houve tempo para quaisquer perguntas, pois o disparo dos primeiros canhões e o balançar agitado do navio se sucederam no momento seguinte.
O navio estava sob ataque.
Tudo aconteceu muito rápido. Bolas de canhões atravessando o navio e destruindo tudo que estivesse em seu caminho, fogos e explosões assustando aqueles indefesos dentro de suas celas, jatos de água do mar invadindo o convés inferior com vigor.
A primeira coisa que Jongdae se colocou a fazer foi proteger Baekhyun e se certificar de que nada aconteceria a ele, entretanto, não contava que a próxima explosão fosse vir bem ao lado de sua cela. O clarão imediatamente cegou os olhos de Jongdae e tudo o que ele sentiu em seguida foi uma pancada forte ao lado esquerdo do seu corpo e a água gelada lhe envolver por completo, logo mais invadindo e queimando seus pulmões.
☩
O vasto céu estava estrelado naquela noite, sem nenhuma nuvem que pudesse esconder as estrelas que se exibiam ao alto na companhia da lua cheia. Apenas um par de olhos grandes apreciava a tão bela vista, completamente absorto, em meio às risadas e conversas que o cercavam. E esses olhos pertenciam a ninguém menos que Park Chanyeol, capitão da tripulação Pérola Negra, conhecida como famosos caçadores de recompensa que se divertiam em alto mar, perseguindo homens dos mais perigosos e procurados da história dos piratas.
Para alguns eram vistos apenas como cães do Governo que visavam nada mais que o dinheiro. Homens gananciosos que se divertiam em caçar piratas – assim como eles próprios – que o Governo colocava na lista dos procurados, valendo uma boa quantia de ouro.
“Temos que manter nosso convés cheio de barris de rum e comida o suficiente para toda tripulação, afinal.” era o que Chanyeol dizia.
Fosse chamado de cão do Governo ou não, o que realmente importava a ele no momento era manter seu navio abastecido e seus homens confortáveis durante as longas viagens nas quais se aventuravam. E se isso significava caçar piratas, era isso que ele faria. Além disso, ser um cão do Governo possuía algumas vantagens como a de ter liberdade para fazer o que bem quisesse em alto mar sem precisar dar justificações à Marinha ou a ninguém do Governo, contando que capturasse e entregasse piratas que estivessem na lista dos procurados.
Com uma caneca de rum em mãos, Chanyeol olhou para os seus homens do castelo da popa do navio, limitando-se a sorrir diante da alegria que circundava sua tripulação. Em conjunto, todos cantavam alto, brindando por qualquer motivo quando um deles levantava a caneca acima de suas cabeças e ria à toa.
Não havia outra coisa que Chanyeol mais gostasse em sua vida do que aquilo desde que se tornou capitão do navio e fez daqueles homens sua família.
– Cap! O que está fazendo aí sozinho? – um de seus homens acenou ao alto. Agora não somente ele, mas toda a tripulação olhava em sua direção, chamando por seu nome.
Chanyeol meneou a cabeça com um sorriso e desceu os degraus da escada lateral para se juntar aos seus homens no convés principal. Entretanto, parou no meio do caminho quando pontos de luz alaranjados, bem distante ao horizonte do mar, chamou sua atenção. Logo, retirou sua luneta telescópica do bolso do colete de veludo e a mirou na direção de onde vinham – o que ele concluiu ser através de sua lente – as chamas.
– O que foi? – Wu Kris parou ao seu lado no início da escada, olhando com curiosidade para o amigo. Chanyeol não respondeu, apenas entregou sua luneta para o homem de cabeleira loira e voltou para o castelo da popa, girando a roda do leme na direção desejada. – Aquilo é um navio da Marinha?
– O que será que houve? – um rapaz de estatura baixa apoiou os cotovelos no parapeito do navio enquanto olhava para a mesma direção que Kris. Seus olhos grandes e negros estreitaram para conseguir enxergar melhor na escuridão enquanto se aproximavam do local.
– Não restou praticamente nada do navio... – o mais novo deles sibilou quando se aproximaram o suficiente, destroços do que restaram do navio da Marinha flutuando sobre as águas e madeiras ainda em chamas possivelmente ocasionadas por explosões durante o combate. Oh Sehun colocou-se de pé no parapeito do navio onde Do Kyungsoo se apoiava e equilibrou-se em uma corda presa a um dos mastros para ter uma melhor visão. – Há corpos flutuando.
A atenção da tripulação toda estava no cenário de destruição à frente deles, curiosos quanto ao que poderia ter acontecido ali.
O silêncio de repente foi quebrado por uma sequência de tosse que todos sabiam não ter vindo dos homens dentro do navio.
Chanyeol parou ao lado de Kyungsoo e, assim como os demais, olhou para as águas escuras. Com a ajuda da luz do luar e de lampiões que alguns de seus homens possuíam em mãos, seus olhos capturaram duas pessoas deitadas sobre um quebrado de madeira que flutuava sobre o balançar do mar, escondida e camuflada entre os destroços. Nenhum deles reagiu à chegada do navio e Chanyeol deduziu que não estivessem conscientes.
– Prepare o bote, Luhan. – pediu ao jovem próximo a ele. Este assentiu, obedecendo ao seu comando rapidamente. – Junmyeon, vem comigo. – apontou o indicador para que o amigo o seguisse.
– Pode não ser seguro. – Kris segurou Chanyeol pelo cotovelo, incerto. – Fique atento.
Chanyeol respondeu com um balançar de cabeça, soltando-se do loiro para montar no bote de madeira com Junmyeon e juntos descerem para o mar. Em questão de minutos, com a ajuda dos remos, alcançaram o local onde os dois corpos jaziam.
– É melhor voltarmos para o navio para que eu possa examinar melhor. – Junmyeon disse pouco depois de analisar brevemente o corpo trêmulo, próximo de si, e, com a ajuda de Chanyeol, colocando-o para dentro do bote. Então olhou para o segundo corpo imóvel, aproximando dois dígitos nas artérias do pescoço à procura de uma pulsação. Para a sua surpresa, ele sentiu a frequência cardíaca. – Este também está vivo.
– Ótimo. – Chanyeol respondeu e fez o mesmo com o outro desconhecido, depositando-o dentro do bote e enfim voltando para o Pérola Negra. Com a ajuda de Kris e Luhan, carregaram os corpos para dentro da cabine de Junmyeon a pedido do mesmo.
A iluminação vinda dos lampiões finalmente permitiu que os marujos vissem os rostos dos dois desconhecidos, agora postos respectivamente um na cama e o outro no estofado de cor escura.
– Ele não é–...? – Sehun arregalou os olhos, apontando para o homem de cabelos vermelhos. – Red, não é? O filho do Barba Negra?
Fez-se um breve silêncio.
– Ok, todos para fora agora. – Chanyeol bateu palmas para toda a sua tripulação que olhava curiosa para dentro da cabine por cima dos ombros dos companheiros. – Vamos! – empurrou Sehun que em sequência empurrou Kyungsoo e os demais homens, deixando apenas Chanyeol, Junmyeon e Kris no quarto.
– É realmente ele? – Junmyeon perguntou.
– Não há dúvidas. – Kris fitou Red, como era conhecido pelos mares. A cabeleira ruiva e os traços do rosto que ele e Chanyeol tanto viram nos cartazes de procurados indicavam de fato que era o capitão do Sol Nascente e também filho do Barba Negra. – Cure-o, Junmyeon. Ele vale milhões.
– E que milhões... – sibilou Chanyeol para si mesmo.
Junmyeon afirmou com a cabeça e rapidamente iniciou uma inspeção no corpo do filho do Barba Negra que tremia e ardia em febre. Checou toda a extensão do corpo e seu olhar se tornou mais preocupante quando viu o ferimento grave em sua perna direita. Após examinar em silêncio por algum tempo, virou-se para os dois amigos.
– Terei que amputar a perna dele.
– O quê? – Chanyeol inquiriu, levemente surpreso. – Tem certeza?
– Sim. E precisarei de ajuda.
Chanyeol arqueou o meio das sobrancelhas em descontentamento.
– Kris pode ajudar nisso. Me avisem quando terminarem. – foi o que disse antes de deixar a cabine, recusando-se a ser o assistente neste procedimento. Assistir e ajudar na amputação de uma perna era algo que Chanyeol preferia não lidar, embora ferir seus inimigos com sua espada ou pistola, causando ferimentos extremamente graves e horrendos, nunca tivesse sido problema para ele.
Em silêncio, passou pela sua tripulação que havia voltado a beber e a cantar alto, e entrou na sua própria cabine, acomodando-se na poltrona e encarando de forma reflexiva a desorganização que deixou sobre sua mesa.
Red, capitão da tripulação Sol Nascente e filho do Barba Negra, o pirata o qual sempre ouviu falar nas suas aventuras ao mar, fosse em jornais ou pelos rumores que circulavam nas diversas tavernas que visitava pelos arredores do mundo. A quantidade de ouro que receberia pela cabeça do ruivo, Chanyeol não poderia sequer imaginar. Contudo, algo também o preocupava. Não era qualquer prisioneiro que ele mantinha em seu navio, mas sim um dos mais procurados pelo Governo e dos mais perigosos também. Filho do pirata que tantos temiam, jamais capturado pela Marinha, conhecido pelas suas matanças impiedosas, roubos e invasões bem articuladas nas cidades costeiras, um pirata o qual muitos prefeririam nunca cruzar o caminho.
Com esses pensamentos, Chanyeol acabou adormecendo em sua cadeira e só se deu conta de que caiu no sono quando Kris o acordou, chamando-o pela porta entreaberta. O sol já se mostrava do lado de fora no céu limpo e Chanyeol teve de cerrar os olhos diante da claridade ao sair da cabine.
– O outro pirata acordou. – informou-lhe Kris.
E logo estavam na cabine de Junmyeon, com o médico examinando Red ainda adormecido. Os olhos de Chanyeol rapidamente procuraram a perna do pirata, agora amputada, e viu-se lamentando inconscientemente. Não havia mais nada abaixo do joelho alheio.
– Como est–? – não concluiu a frase quando percebeu um par de olhos sobre si, do outro lado da cabine. O moreno, cujos olhos encaravam Chanyeol friamente, estava sentado no estofado, a testa envolvida por uma faixa e feridas recém-cuidadas em sua face e em toda a extensão de seus braços.
– Ele ainda está ardendo em febre. – Junmyeon respondeu Chanyeol antes mesmo do capitão dirigir a palavra ao pirata, e levantou os olhos para o amigo com uma expressão preocupante. – Tem algo que precisa ver. – segurou Red pelos ombros e o deitou de bruços, levantando a camisa e expondo os diversos cortes profundos em toda a extensão de suas costas.
– Mas que diabos? – Chanyeol questionou, perplexo.
– Ele deve ter sido torturado. – deduziu Junmyeon, já que o outro pirata se recusou a falar e contar o que aconteceu e o que eram aquelas marcas profundas nas costas de Red. – Tudo correu bem com a perna dele, mas ele está muito mal, Chanyeol. E está tendo convulsões. Eu não sei se...
– Você... – o moreno, que até então se manteve em silêncio, disse de repente, chamando a atenção dos três homens. Seus olhos estavam vidrados especificamente em uma só pessoa. – Você irá salvá-lo porque deixar o filho do Barba Negra morrer seria uma perda muito valiosa. Você sabe disso, não sabe, Park Chanyeol?
– Por que eu sinto que devemos deixá-lo morrer após essas palavras? – perguntou Kris, rispidamente. O rapaz não havia dito uma palavra sequer até então e quando resolveu se pronunciar foi para lhe tirar a paciência. – Acha mesmo que o dinheiro é tudo para nós? – deu um passo à frente, entretanto, sendo segurado por Chanyeol no mesmo instante. – Eu não me importaria nem um pouco em cortar a garganta desse homem agora mesmo, se você quer realmente saber.
– Kris. – Chanyeol colocou-se à sua frente, repreendendo-o com o olhar. Então se virou para o moreno. – Essa é a sua maneira de pedir para que salvemos a vida do seu capitão, Chen?
O pirata levantou as sobrancelhas discretamente, surpreso ao ouvir o seu apelido vindo da boca de Chanyeol. Embora fizesse parte da tão conhecida tripulação de Red, não esperava que soubessem de sua identidade, visto que seu rosto sempre esteve escondido atrás de máscara e chapéu até mesmo nos cartazes de procurados. Era assim que ele era útil para a tripulação Sol Nascente, trabalhando nas sombras.
– Chen, o braço direito de Red. – continuou Chanyeol, aproximando-se do rapaz. A princípio, não tinha certeza de quem era, mas agora que estavam sob a claridade do dia e mais próximos, Chanyeol pôde reconhecer aqueles olhos avelãs e a cicatriz horizontal abaixo da sobrancelha esquerda, a única região que Chen sempre exibiu desde que seu nome ficou conhecido. – Você quer que eu o salve? Então peça. – disse-lhe, mas Jongdae não respondeu, pousando seus olhos sobre o corpo imóvel de Baekhyun. Chanyeol voltou para o lado de Kris e desembainhou a espada pendurada na cintura do amigo. – Sem os tratamentos de Junmyeon ele irá morrer de qualquer jeito, então vamos apenas adiantar isso. – direcionou a ponta afiada da espada ao pescoço de Red.
– Esp–...! – Jongdae saltou do sofá em que estava sentado, caindo de joelhos ao chão no momento seguinte, com dores fortes e fraco demais para se manter de pé. O capitão parou com o movimento, esperando que o outro continuasse. – Salve-o, por favor. – contraiu o maxilar, reprimindo o próprio orgulho estando ajoelhado e de cabeça baixa diante de piratas que ele desprezava.
– Nós vamos. – foi Junmyeon quem respondeu.
Jongdae esteve à beira de perder as esperanças – de serem resgatados ou até mesmo de sobreviverem – depois daquele confronto em que foram jogados para o mar, com frio, fome e com um Baekhyun quase sem vida. Foi como se um milagre tivesse caído dos céus sobre a sua cabeça quando acordou e viu que estava dentro de um navio e com seu capitão ao seu lado. Vivo.
O médico estava dormindo, a cabeça descansando sobre a mesa, quando Jongdae notou sua presença após despertar do seu sono e olhar ao redor da cabine. Devagar, para não fazer barulho e com dificuldade para andar por causa das dores no corpo, o moreno se levantou do sofá e colocou a cabeça para fora da porta. Viu que o sol ainda nascia fracamente no horizonte e não havia uma alma sequer para apreciar a vista. Então seus olhos foram atraídos para a bandeira içada ao topo do mastro.
Pérola Negra.
Estavam no navio dos tão conhecidos cães do Governo. Parecia até uma ironia do destino. Haviam conseguido, de certa forma, escapar das mãos dos marinheiros para então cair nas mãos dos – praticamente – mesmos. Jongdae sabia que aqueles homens não hesitariam em levá-los direto para a Inglaterra, assim como pretendido pela Marinha, visto que para o Governo, Red valia milhões.
– Deveríamos trancá-lo em uma das celas. – mencionou Kris, fazendo Chen encará-lo friamente. – Eu não confio nele.
– Ele está fraco demais para tentar qualquer coisa. – Junmyeon disse, observando Chen pelos cantos dos olhos antes de encarar Chanyeol que assentiu em silêncio. – Quanto ao Red, só o tempo nos dirá.
Chanyeol balançou a cabeça em concordância mais uma vez e seus olhos pousaram sobre Red, percorrendo-os curiosamente por seu rosto. Não se lembrava, nos cartazes de procurados, de que o pirata possuía um rosto com traços sutis e graciosos. Mechas ruivas caíam sobre seus olhos fechados – os quais, por um momento, Chanyeol desejou vê-los –, proporcionando-lhe uma aparência mais jovial do que sua verdadeira idade constatava.
Red. Esse nome parecia lhe servir muito bem. Nunca havia visto uma cor de cabelo como aquela, em um tom de vermelho vinho, semelhante a sangue. Uma cor forte, de muitos significados.
Estranhamente Chanyeol se viu curioso para saber além do que dizia aquele rosto e o cabelo ruivo tão conhecido no mundo dos piratas.
O que poderia estar escondido por trás do tão famoso nome Red, afinal?
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