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História Pérolas e Safiras - O Passar Lento do Relógio


Escrita por: thereddiamond

Notas do Autor


Huh, como havia dito capítulo passado, aqui está o novo capítulo! Tendo meu trabalho concluído por hoje, me despeço, deixando a promessa de postar amanhã o próximo capítulo HAUHAUHAUHAUAHUAHUAH.
Então boa leitura! Bjus XD

Capítulo 12 - O Passar Lento do Relógio


“Uma situação está tomando conta de mim, você pode ver? Estou encrencada. A paixão cega me pegou, um pouco de ciúme. Não sou eu mesma, nem um pouco. Oh, estou arrodeada por confusão. Oh, estou perdida nessa ilusão.” – Kylie Minogue, Illusion.

 

A lua estava prestes a ceder seu glorioso espaço no céu, para que o majestoso sol banhasse a terra com seus raios quentes e vívidos.

Em Konoha, muitos de seus habitantes ainda repousavam em suas camas, cedo demais para almejar escapar do conforto de suas camas. Os que não tinham tal direito, já pensavam em trabalho, montando a rotina do dia. E, quem fazia parte do grupo que se mantinha acordado, era Uzumaki Naruto.

Deitado em seu sofá, tentava descansar ao máximo o seu corpo. O lençol cobria apenas boa parte do seu tronco, o suficiente para se manter aquecido naquela manhã fria. Não lembrava mais quando havia sido a última vez em que tivera uma boa noite de sono em sua cama. Desde que Hinata ou seu corpo – ele não gostava de pensar dessa maneira. – havia ido embora, suas noites de sono eram substituídas por pesadelos e movimentação constante entre os lençóis. Tinha de admitir que nem sempre eram pesadelos todas as noites, mas se tornavam seu martírio, os sonhos doces sobre a noite em que a levaria para aquele prometido encontro, onde imaginava tê-la como namorada, alguém constante em sua vida... Certamente sonhar aquilo era pior do que realmente ter sonhos ruins.

Sonhar algo que nunca teve era desumano!

Depois de bocejar e aceitar que não poderia mais dormir, se levantou e foi preparar um desajeitado café da manhã composto por cereais. Enquanto esperava o café ficar pronto, colocou a mão esquerda no bolso da calça de moletom e encontrou o suave tecido que arrancou da blusa da morena naquela noite.

Tirou o objeto do seu esconderijo e ficou um bom tempo olhando para ele. Era como se tivesse dentro de sua casa um pedaço dela.

Cinco meses... Cinco meses e nada de você aparecer. – pensou tristonho e novamente aquela dor em seu coração apareceu, dando a sensação de que se tornara um tipo de parceira para lembra-lo da solidão que dominava sua casa. – Tanta coisa aconteceu, tanta coisa para te contar...

E foi com esse pensamento que teve a primeira ideia em meses. Não seria o mesmo que olhar nos olhos perolados, mas se pensasse nela, talvez algo a chamaria de volta para ele. Sendo assim, decidiu que contaria tudo o que se passou nos cinco meses em que Hinata esteve fora da vila.

*

Depois de ter escutado a história e a negação de Tsunade, Naruto voltou para casa, ignorando os protestos das ninjas médicas, que pediam para que ficasse na casa da loura e continuasse o tratamento.

Ele não queria continuar ali, iria arranjar uma maneira de sair em busca da morena. Quando chegou em casa, caiu diretamente na cama e adormeceu por quase três dias.

Acordou renovado e pronto para sair à procura da Hyuuga perdida, mas quando entrou no escritório da Hokage teve sua primeira decepção.

A Senju já havia mandado uma equipe de busca e ele estava terminantemente proibido de sair sem sua permissão. Irado por ter tido sua vontade novamente negada, saiu do escritório pronto para escapar de Konoha. Era um dia chuvoso e combinava com o humor do rapaz, o ressoar dos trovões parecia aflorar a raiva que tentava controlar. Foi ai que algo o impediu. No caminho até casa deu de cara com um furioso Sasuke. Naruto tentou conversar com o amigo, mas este o ignorou e continuou seu caminho. Enquanto permanecia parado na chuva, confuso com aquele comportamento estranho do Uchiha escutou um choro feminino muito próximo.

Ele seguiu o som e encontrou Sakura se debulhando em lágrimas, toda ensopada, sentada no batente da porta de entrada da sua casa. O rapaz prontamente foi ajudar a amiga que ao vê-lo, se levantou e lhe deu um abraço sufocante e desesperado.

Assustado, ele a arrastou para dentro da casa e assim que a rosada se acalmou pediu explicações. E mesmo que a Haruno demonstrasse temor em falar, acabou por admitir seu relacionamento com o moreno. Dai veio à surpresa quando o louro disse já saber disso. Sakura pediu infinitas desculpas, o que acabou irritando-o.

O Uzumaki chocou a médica ao dizer que aquilo não era da conta dele e que se os dois se gostavam não tinham de esconder o relacionamento, não importando quem vá machucar. Apenas vivessem o momento, podendo aproveitar a presença do outro, antes que alguém o tire de você. A sabedoria das palavras do louro causou mais um ataque de choro da rosada, que conseguiu deixar de lado, mesmo que por curtos instantes, sua preocupação com o amado para pensar no amigo. Suas palavras tinham um parecer tão forte, que não havia dúvidas de que apenas transmitia sentimentos, dos quais desejava manter com Hinata. Quando finalmente o choro terminou, ela explicou o motivo de sua visita.

Sakura estava grávida.

Ela havia descoberto não fazia nem dois dias e chocada com a noticia, veio pedir conselhos ao louro. Foi nessa caminhada que se encontrou com o moreno. Ele estava irritado por tê-lo evitado nesses dias, mostrando-se claramente enciumado, pois não fazia duas semanas que tinha reclamado de um enfermeiro, acreditando que estava a encarando de maneira maliciosa. O Uchiha alegou estar sendo abandonado e que se a Haruno quisesse terminar o relacionamento, que fizesse isso da maneira mais dolorosa e cruel possível. Tudo o que menos queria era ser traído por ela.

- Estou com medo de contar a ele... – Ela admitiu com a voz chorosa. – Eu não quero que pense que estou tentando enganá-lo, que rejeite a criança...

- O Sasuke não é assim e você sabe. – Naruto a interrompeu com dureza e súbita paciência cobrindo o olhar. Sakura o encarou esperançosa de que aquelas palavras acalentassem seu coração. – Conte a ele... Se o teme te ama... Vai morrer de felicidade com a notícia.

- Você acha? – Perguntou meio desconfiada.

- Tenho certeza.

E foi assim que a conversa se encerrou. Sakura agradeceu o apoio do seu amigo e tomou um chá para se acalmar. Na hora em que iria embora, Naruto a impediu alegando que não tinha nenhum guarda-chuva e, em nenhuma hipótese, queria que adoecesse. Devido a isso, pediu para que trocasse aquela roupa molhada e esperasse a chuva acabar.

Justo no momento em que Sakura voltou para sala do louro, vestida com uma de suas calças e camisetas velhas, a campainha de sua casa toca e ao abri-la, dá de cara com Sasuke.

O moreno ficou atônito em ver sua rosada daquela maneira na casa do Naruto. A raiva borbulhou em sua cabeça. O Uchiha iria mata-lo, mas, com o coração ferido, decidiu dar meia volta e repensar melhor no que estava fazendo. A Haruno entrou em profundo desespero, estando pronta para seguir o moreno quando o Uzumaki a impediu, indo atrás do amigo.

Quando chegou próximo dele, irado, Sasuke agarrou a blusa molhada do amigo e o jogou com força contra a parede. O moreno estava cego pelo ciúme, não dava bola para nenhuma das tentativas de conversação do amigo. Ele apenas tentava bater e bater. Naruto se permitiu a desviar de seus golpes, até que chegaram a um ponto em que ninguém mais tinha força para continuar aquela briga sem sentido. Pela primeira vez – pelo que ele se lembra. – viu o amigo chorar.

O Uchiha encostou-se a uma parede mais próxima e permaneceu chorando até que finalmente as palavras do Uzumaki entraram em seus ouvidos.

As palavras que saíram de sua boca o deixaram estático, completamente sem qualquer tipo de reação. As desconfianças foram dissipadas como o vento carrega a poeira. Naruto não queria ter de estragar a surpresa, mas era para o bem de seus amigos. Contou a verdadeira situação. Situação que fez o jovem ANBU se arrepender amargamente de ter se deixado levar pelo ciúme. Quem era ele para negar que amava Sakura? Por que não conseguia dizer isso a ela?

Com essas perguntas em sua cabeça, pediu perdão ao louro e seguiu diretamente para a casa do amigo concertar as coisas.

Sendo assim, Naruto viu os melhores amigos felizes. Depois de ter de esperar uma hora fora de sua própria casa, satisfeito, encontrou um par sorrisos enormes e aliviados nos rostos do senhor e - futura - senhora Uchiha.

Imagina Hinata... Eu vou ser o padrinho de casamento. Pelo menos foi o que me prometeram... – pensou enquanto repassava as memórias.

  Depois daquele pedido de casamento, se passou dois meses até que Naruto tivesse coragem em pedir uma chance para procurar Hinata.

Entretanto suas esperanças foram varridas ao receber a notícia, da própria Hokage, de que Hyuuga Hinata estava sendo considerada uma traidora. Ela agora era uma Nukenin da Aldeia da Folha e deveria ser capturada o mais rápido possível.

O ódio que o Uzumaki sentiu não foi comum. Ele acusou Tsunade de tudo que veio em sua cabeça. Eram palavras ferinas que machucaram o coração da velha Senju, que em nenhum momento as rebateu. Depois da retirada forçada do rapaz de sua sala, a loura chorou da dor intensa que aquela cena havia lhe causado. Ela não queria ter permitido que fizessem isso a Hinata, mas não pode evitar tal desfecho. Kaguya estava disseminando o medo e caos em alguns países influentes, fazendo com que Konoha se pronunciasse e tomasse suas devidas precauções. Se não colocasse um preço na cabeça da morena, ocorreria uma guerra.

 Naruto passou uma semana se remoendo de remorsos ao descobrir das lágrimas da loura, coisa que Shizune fizera questão em contar no dia seguinte. Ele se sentiu o pior dos homens e foi pedir desculpas a mulher. E assim eles tiveram uma séria conversa. Dessa maneira ficou sabendo da situação delicada que foi encurralada e teve de concordar com as atitudes tomadas pela Senju.

- Eu quero trazer a Hinata de volta, principalmente em nome da Himiko... – Disse para o rapaz que a olhou de maneira desolada. – Mas não podemos fazer nada, a equipe não tem pistas... Kaguya é esperta demais para ser pega de surpresa. – Admitiu e se levantou da cadeira, indo ficar na frente do rapaz. Tomou seus olhos nos deles, firmando o contato de maneira confiante e prolongada. – Você vai ter de ser forte. Continue sua vida por aqui... – Falou para ele e puxou um envelope pardo de sua mesa. – Aqui dentro tem a designação de um time para você. É o time que o Kakashi estava treinando, mas eu o quero na equipe de busca e como não podemos deixar um time sem um professor, ele me designou você para o trabalho.

Ela falou com muito orgulho e depositou com suavidade nas mãos do rapaz o envelope.

- Aceite essa responsabilidade e continue a busca de seus sonhos. Eu sei que Hinata diria a mesma coisa.

Utilizando este argumento, Tsunade viu o rapaz alavancar sua carreira ninja.

Na semana seguinte Naruto foi apresentado ao seu time. A primeira coisa que pensou foi que – como diz o Shikamaru – a equipe era problemática. Os dois meninos Gray e Dan eram gêmeos idênticos, o que causava certa confusão em sua cabeça na hora de repreendê-los. Sempre acabava por trocar seus nomes. Mio era muito esquentada. Os garotos sofriam na mão da garota, que, com certeza, não levava desaforo para casa. Fora este detalhe, com o tempo passando e a convivência rotineira, se acostumou com as crianças ao seu redor e por fim acabou por perceber o grande potencial que tinha em mãos. E mesmo que tivessem apenas dois meses de convivência e experiência, Naruto colocou sua equipe na prova chinin. Foram as duas semanas mais tensas que vivera em sua vida. Havia se apegado aos garotos e estava confiante de um bom resultado, mas sempre tremia quando via seus machucados.

Enquanto ocorria a segunda fase, o Uzumaki esbarrou com Hanabi nos corredores da prova. Ele estava à procura de sua equipe, que havia passado e a Hyuuga estava atrás de seu sensei, que era o Lee.

A morena tentou ignora-lo, não queria conversar com ele. Contudo a repentina promessa que jogou em sua cara, a fez olhá-lo com um olhar indecifrável.

- Não se preocupe com nada. – Ele falou para a garota que girou em seus calcanhares para olhá-lo. – Eu vou trazer a Hinata, isso é uma promessa e eu cumpro minhas promessas. Você tem minhas palavras.

Hanabi parecia raivosa, mas seu coração se incendiou de esperanças. Sua casa não era mais a mesma sema irmã e se para tê-la de volta significava confiar no Uzumaki, então o faria, com todo o coração. Sorrindo para a moreninha, Naruto bagunçou os cabelos da Hyuuga e em troca daquela ação carinhosa, recebeu uma joelhada no meio de suas pernas.

- Jamais. Toque. No. Meu. Cabelo. – Ameaçou pausadamente e voltou a andar ao receber os acenos frenéticos do louro, que se contorcia de dor.

Ele ficou no corredor por um bom tempo tentando recuperar os sentidos. A garota tinha ótimos reflexos e uma força admirável.

Novamente os dias se passaram muito lentamente, quase se arrastando, e uma semana antes de completar cinco meses de seu desaparecimento, ocorreu um encontro bem peculiar.

Naruto treinava com seus alunos no campo de treinamento, durante a tarde de início do outono. Ele observava risonho o time tentar a todo custo montar armadilhas e estratégias mirabolantes para capturar assassinos do Bingo Book. Gray e Dan tentavam irritar Mio utilizando a Técnica Sensual, ensinado dois dias antes pelo sensei. A cena era hilária e o Uzumaki se esforçava para não gargalhar.

Até que sua atenção é desviada por alguém que pediu sua atenção ao tocar seu ombro. Olhando para o lado encontrou o Hyuuga do sorriso. O rapaz que sempre insistia em aparecer nos momentos importunos quando estava com Hinata.

Ko pediu educadamente um minuto de sua atenção para conversar. Intrigado com o estranho pedido, ele aceitou a oferta e depois de dispensar o grupo para almoçar, esperou que o ansioso Hyuuga começasse a falar.

- Você não pode desistir da Hinata-sama. – Foi à primeira coisa dita por ele.

Naruto ficou surpreso com aquele pedido fervoroso e sério. E por muitos minutos escutou os apelos rápidos e meio exaltados do rapaz. Ko alegava que não deveria desistir da morena, pois se fosse o contrário ela nunca desistiria dele. Exaltou do amor que sua senhora sentia e que devido a isso a obrigação do garoto era de salvá-la.

Depois de muitos pedidos, o Uzumaki pediu calma e fez uma pergunta que veio de imediato em sua cabeça. Mesmo não sendo tão necessária, ele a fez.

- Você ama a Hinata? – Ele questionou com o semblante carrancudo e uma amargura na voz.

E surpreendendo-o, o Hyuuga começou a gargalhar e não parou mais. Quando isso começava a irritá-lo, Ko explicou suas motivações.

- Eu nunca pensaria na Hinata-sama dessa maneira. – Disse com convicção que, de alguma maneira, aliviou um peso no coração do Uzumaki. – Além disso, eu sou casado e amo minha esposa.

*

- Sabe Hinata, - ele falou para o pano, retornando seus pensamentos para o presente, pulando da cadeira para desligar a chaleira que apitava no fogão. – até que eu gosto do Ko-san.

Admitiu rindo de si por estar falando com um pano. Quando escutou o som de que seu café iria passar do tempo, guardou o pedaço de tecido com pressa e voltou sua atenção para o que fazia. Soltou um gemido frustrado ao escutar o poderoso ressoar de um trovão cortando o céu, sendo seguido pelo forte som da chuva. Agora teria de alterar seus planos, já que a chuva o impediria de levar seus alunos em um passeio, como um presente por terem conseguido se graduar como chunin.

Ele tomou o café da manhã e se preparou para ir ao quarto tomar um banho e trocar de roupa. Um barulho alto ressoou em sua casa, o assustando, interrompendo sua caminhada. Prontamente foi ver o que fizera aquele barulho e seguiu para o cômodo onde o som havia sido originado.

Ao abrir a porta do seu quarto, encontrou a janela de madeira batendo contra a parede, fortemente aberta pelo vento. Porém, ao entrar no cômodo, viu que não havia sido o violento vento da chuva que abriu a janela. Seu coração deu um salto errático em seu peito ao ver quem estava parado próximo à janela, ensopada pela chuva e tremendo devido ao vento frio que adentrava todo o quarto.

- Hinata...

Naruto suspirou ainda imóvel perto da porta, sem saber como reagir aquele inesperado reencontro.


Notas Finais


HEUHEUHEUHEUEHUEHUEHEUH sou tão ruim que vou deixar vocês na curiosidade desse reencontro! Comentários? Até a próxima! ^^


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