Capítulo 19
Pavão
“Aquele que se importa com os sentimentos dos outros não é um tolo.”
Provérbio Chinês
Gusu Lan.
Mesmo relutante com o método pouco ortodoxo do talismã de proteção confeccionado por Wei, Lan Zhan continuava ao vosso lado, arriscando-se a ser punido pelo mestre e jurando sempre estar ao vosso lado.
Ele nunca esqueceria aquelas palavras, aquele juramento.
-Agora veremos se funciona. – comenta, voltando-se para Lan Zhan, que acena positivamente.
O olhar de Lan Zhan estava em vossa face, ele conseguia identificar dúvidas em vossa face, dúvidas que Wei faria questão de esclarecer.
-Hum. – sussurra, acenando positivamente.
-Eu pensei em adicionar a rede espiritual, mas eu já testei este talismã. – comenta, sussurrando e Lan Zhan concorda com a cabeça. – Comecei a me interessar em talismãs por causa da minha mãe... Não me lembro dela, a única lembrança vivida dos meus pais eis quando estávamos viajando, eu estava montando em um burro e eles riam de uma piada que a minha mãe tinha contado, mas meu tio... Ele me contou que ela gostava de lidar com talismãs, que era a melhor discípula nesta área de Baoshan Sanren. – revela, suspirando. –Então, eu com o tempo notei que era bom nisso... E... Comecei a desenhar por pura brincadeira... Eis por isso os testes, a ideia és ter várias camadas de proteção... Não seria facilmente acessado uma vez que foi ativado! – afirma, sorrindo.
Lan Zhan acena com a cabeça e Wei sente o impulso de aproximar-se dele, sentir a textura da vossa pele, mas ele não ousava aproximar-se dele assim.
-Vamos. – chama, afastando-se um pouco de Wei, que o segue.
Os dois caminhavam lado a lado e, mesmo não sendo bom em impedir os vossos impulsos, Wei se impede de aproximar a vossa mão da dele, de senti-lo mais próximo.
-Não há como se encantar pela jovem mestra Jiang... Ela és... Inegavelmente sem graça e sem a compostura de uma dama. – diz, arrancando risos de deboche dos integrantes da vossa comitiva, mas tudo o que arrancou de Wei foi um rosnado. –Tenho que ter com o meu pai e quebrar este disparate de compromisso! – garante, debochado.
Wei sentiu Lan Zhan voltar-se em vossa direção, tentando pará-lo, porém não foi rápido o suficiente... Num segundo ele estava rosnando, no outro Wei pulava em cima do noivo de vossa irmã jurada, batendo nele repetidas vezes, sendo separado por Lan Zhan, que coloca-se a frente do noivo.
-Wei Ying! – recrimina, atraindo o olhar de Wei, que debate-se em vossos braços.
Os braços de Lan Zhan à vossa volta, deixavam-no mole em vossos braços, mas ele continuava focado em honra a honra de vossa irmã jurada!
-Deixe-me acabar com ele... Deixe-me arrancar as penas do pavão! – pede, debatendo-se, observando Jin Zixuan limpar o filete de sangue que escorria dos vossos lábios, enquanto a vossa irmã jurada corria em vossa direção.
-A-Xian! – chama, parando-o com as vossas delicadas mãos em vossos ombros. –A-Xian, pare! – pede, nervosamente.
-O jovem mestre Wei estava defendendo a honra da vossa irmã... O jovem mestre Jin estava debochando da vossa noiva, comentando até que queria quebrar o compromisso. – comenta um dos jovens mestres, fazendo com que Yanli, alisasse os cabelos de Wei, colocando uma postura mais rígida.
Yanli desvia o vosso olhar para Lan Zhan, que solta o noivo, deixando a pele da vossa barriga formigando pela falta do contato.
-A-Xian... Vamos! – chama, entrelaçando os vossos dedos no irmão jurado, puxando-o para em direção ao Recanto das Nuvens, sendo seguidos por toda a comitiva da seita YunmengJiang.
Yanli o direciona para o dormitório da seita YunmengJiang, sentando-o numa das mesas e começando a tratar os ferimentos de vossa mão.
-Eu sinto tanto. – sussurra, arrancando um suspiro de Yanli. –Eu sinto tanto que ele seja... Quem és e por gostar tanto dele. – murmura, atraindo o olhar da irmã jurada.
Yanli tinha uma expressão angustiada na face, lágrimas escorrem pelas vossas bochechas, fazendo-o acariciá-las, puxando-a para um abraço e afagando as vossas costas.
Os ofegos de Yanli tornam-se mais altos, tão altos, que Wei fecha os olhos com força, prendendo as próprias lágrimas por ver a vossa amada irmã sofrer.
-Eu também sinto... Quando criamos a nossa lanterna juntos hoje... Eu pensei, que... Pensei que ele queria uma aproximação. – confessa, ofegante. –Mas tudo o que ele queria... Ele queria zombar de mim! – afirma, enterrando a vossa face no vosso peito.
Wei alisa os cabelos da irmã, aninhando-a em vossos braços, tentando acalmá-la, mas tudo o que consegue são ofegos cada vez mais altos. Wei observa o vosso irmão jurado aproximar-se dele.
Jiang Cheng tinha um olhar culpado, ele nunca se compromete com nada mais do que ele poderia, ou melhor, ele nunca compromete-se com nada, nunca demonstrava o vosso ponto de vista, ele nunca havia se arriscado, arriscado a vossa posição, por absolutamente ninguém... Nem por ele próprio.
Wei não o culpava, era de vossa personalidade ser assim, como falar coisas maldosas quando estava se sentindo ferido.
Ele mantinha-se afastado, sentando-se e encarando as próprias mãos, enquanto Wei, acariciava as costas da irmã, sentindo-a parar de chorar aos poucos.
-Estou aqui. – sussurra, carinhoso.
Yanli levanta o olhar, enquanto uma solitária lágrima escorre da vossa bochecha e um ofego baixo escapa dos vossos lábios, havia um sentimento esmagadoramente cortante em vosso olhar.
-Eu sei... Eu sei que está aqui, eu sei que posso contar convosco... Mas... Não meta-se em problemas por mim, poderá sofrer consequências que podem tirar a vossa felicidade de vos. – sussurra, ofegante.
Wei seca a bochecha alheia, beijando a vossa testa demoradamente, ouvindo-a ofegar mais uma vez.
-Se a minha amada irmã estiver triste... Como posso estar completamente feliz? – questiona, contra a testa da irmã, no segundo que dois juniores da seita Lan aproxima-se dele.
Wei solta um longo suspiro, imaginando o quanto o vosso noivo estava decepcionado com ele, o quanto ele deveria estar apoiando o tio no vosso castigo e possivelmente havia sido ele próprio a denunciá-lo.
E Wei não o culparia por isso!
-Jovens mestres! – chama um deles, fazendo-o engolir em seco. –O mestre quer vê-lo, jovem mestre Wei. – diz, arrancando um suspiro.
-O mestre não irá esperar para aplicar a minha punição. – comenta, afastando-se da irmã e levantando-se, mas ela entrelaça os vossos dedos, demonstrando que ele não seguirá sem ela.
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