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História Personal Soldier - Isso fica mais confuso a cada dia.


Escrita por: klangdon

Notas do Autor


Obrigada a quem favoritou a fanfic. Me deixa muito feliz.
Boa leitura!

Capítulo 3 - Isso fica mais confuso a cada dia.


POV MARIE

O abraço de Logan foi inesperado e confortante, mas o fato dele ter me afastado de repente me deixou confusa. Desde quando o conheci notei que ele era diferente. O jeito durão e forte sempre me intrigaram e essas sensações só aumentaram depois que eu absorvi o poder de cura dele. Foi como se eu conseguisse entende-lo por completo. Sentir tudo que ele sentia. É praticamente impossível descrever algo dessa magnitude.

– Vou embora... – Peguei minha mochila do chão e coloquei nas costas. Logan mantinha uma expressão vazia. – Te vejo no almoço?

– Não sei. – Ele respondeu pensativo, em dúvida. – Não estou com fome.

– Ah... Tudo bem... Até outra hora então. – Saí do quarto praticamente correndo. Estava difícil até mesmo para eu entender Logan. Porque voltar justo agora? Com que objetivo? E porque me abraçar de repente e me soltar mais de repente ainda? Quando penso que o jeito sério está o deixando, ele volta a ser o mesmo de sempre. Estava tão envolvida em pensamentos que só saí deles quando senti meu corpo batendo com tudo em algo e indo ao chão.

– Marie. Você se machucou? – Uma voz conhecida perguntou. Levantei minha cabeça e tirei meus cabelos da frente dos meus olhos. Só aí vi Warren na minha frente com a mão estendida e uma cara de preocupação. – Me desculpe.

– Tudo bem. – Sorri. Aceitei a ajuda para me levantar e ajeitei minha mochila no ombro. – Eu que ando distraída.

Warren retribuiu meu sorriso. Meus olhos atrevidos percorreram a barriga definida dele exposta pela falta de camiseta. Me lembrei de Logan que tinha me recebido no quarto e nos braços, apenas com uma toalha enrolada na cintura. Qual é o problema desses homens??! Alergia às roupas??! Forcei meus olhos a se fixarem nos dele. Agora ele sorria de canto. Provavelmente havia percebido minha dificuldade de encarar troncos desnudos e extremamente malhados com naturalidade.

– Pra onde ia com tanta pressa? – Questionou curioso.

– Refeitório. – Soltei. – Não! – Me corrigi. – Meu quarto. – Me atrapalhei toda. – Meu quarto e depois o refeitório.

– Posso te acompanhar no almoço? – Ele arqueou as sobrancelhas em sugestão.

– Claro. – Sorri novamente. – Desça e eu te encontro lá daqui a pouco.

– Tudo bem.

Saí da frente do Anjo tão rápido quanto saí do quarto de Logan. Cheguei ao meu quarto um pouco sem fôlego e levemente suada. Talvez fosse por ter andado depressa ou pelas visões de corpos perfeitos. Deitei na cama e senti vontade de ficar nela até quando fosse possível, mas não podia deixar Warren me esperando. Me forcei a levantar e caminhei lentamente dessa vez até chegar ao grande refeitório.

Muitos ainda estavam comendo. Avistei Warren numa mesa mais afastada de todos e quando me viu ele sorriu espontaneamente. Peguei minha refeição e me sentei ao lado dele. Só nós dois na comprida mesa.

– Você está bem? – Ele puxou conversa, mas senti um tom preocupado além do casual.

– Sim e você? – Ignorei o motivo por trás da pergunta.

– Também...

Começamos a comer e ficamos calados por um tempo, porém o silêncio que fazia bem para mim parecia incomodar Warren.

– Você e o Logan são bem próximos, não é? – Ele falou repentinamente me fazendo engasgar com meu refrigerante.

– Porque a pergunta? – Devolvi com outra pergunta depois de me recuperar.

– O jeito que você o abraçou. Que vocês se abraçaram... – O que tinha de diferente no nosso abraço?!

– Nós chegamos juntos aqui... Ele me deu abrigo quando precisei e salvou minha vida algumas vezes... Somos amigos. Eu devo muito a ele.

– É estranho que alguém como ele tenha você como amiga. – Ele riu pelo nariz tentando esconder a acidez e ironia de sua frase.

– O que tem demais? O que você quis dizer com isso? – O encarei um pouco brava. Só porque Logan tinha um jeito fechado não podia ter amigos??! Ele se afastava das pessoas, entretanto eu ainda conseguia ultrapassar suas defesas. Nossa ligação sempre foi forte.

– Eu não falei por mal. Só acho que...

– Não somos diferentes, Warren. – O interrompi. – Já reparou que não tenho muitos amigos?! E parece que os poucos que tenho não me entendem... Fica difícil.

Me levantei da mesa o deixando com uma cara de idiota. Eu não devia ter ficado tão brava, mas quando o assunto era Logan eu fazia questão de defendê-lo. Alguém que sempre esteve ao meu lado e me protegeu merecia isso. Mesmo quando Logan deixava o instituto eu sabia que ele voltaria. Mesmo que eu morresse de saudade, sabia que ele voltaria. Por mim, ele sempre voltaria. Mesmo que ele não dissesse isso, eu sabia. Meu coração o conhecia o bastante para confiar nas suas promessas silenciosas.

Cheguei ao meu quarto com uma dor de cabeça dando sinais. Joguei-me na cama afundando o rosto no travesseiro. Eu realmente não devia ter saído dela. Não devia ter ido ao refeitório. Eu teria evitado aborrecimentos. Tantos pensamentos, tanta coisa ao mesmo tempo... Porque Logan tinha que mexer tanto comigo??! Desde que terminei com Bob só consigo pensar nele, não que antes não pesasse, porque ele sempre esteve na minha cabeça, mas agora é diferente. Eu sinto que só ele nunca me abandonaria, do mesmo jeito que eu nunca o deixaria.

POV LOGAN

Bloqueei todo e qualquer pensamento em relação à Marie e o que tinha sentido ao abraçá-la. Aquilo devia ser esquecido. Me troquei e fui à sala de Tempestade. Bati na porta e ela me deu permissão para entrar.

– Oi Logan. – Ela me cumprimentou simpática. – Algum problema? Precisa de ajuda?

– Não... Na verdade vim ver se você precisa de mim pra alguma coisa.

– Está tudo bem... – Ororo sorriu.

– Algum problema financeiro?

– Não. O Xavier nos deixou com um ótimo patrimônio, alguns alunos contribuem e também contamos com uma ajuda do governo providenciada pelo Fera. Estamos bem.

– Ok, então. Se precisar de algo, me chame. – Me virei para sair da sala, mas Ororo fez um barulho como se lembrasse de algo.

– Na verdade tem uma coisa. – Voltei a olhá-la já arrependido de ter oferecido ajuda. – Preciso que você dê a aula de defesa pessoal hoje, já que Colossus viajou por motivos pessoais.

– Como assim viajou? Ele estava aqui quando cheguei.

– É, mas logo depois disso ele partiu. Parece que sabia que você o substituiria perfeitamente.

– Ororo, você planejou isso? – Desconfiei.

– Mais ou menos, talvez. – Ela fez uma careta e depois sorriu.

– Quando é a aula? – Perguntei totalmente contrariado e vencido.

– Esteja na área de atividades daqui a meia hora, por favor.

– Você sabe que vou descontar minha raiva neles, não sabe? – Caminhei até a saída.

– Eu sei. – Ororo respondeu antes que eu fechasse a porta. – Estou contando com isso.

Dei uma volta no Instituto até que chegasse a hora da bendita aula. Maldito Colossus que aproveitou minha chegada pra viajar. Fui em direção ao pátio, que fica mais afastado da casa e para minha surpresa Marie estava lá junto com os outros alunos sentados em um grande círculo na grama, esperando pelo professor. Me aproximei e quase todos fizeram uma expressão assustada, estranhando minha presença ali, poucos ficaram indiferentes e Marie totalmente oposta parecia feliz.

– Boa tarde. – Tentei usar a pouca educação que tinha. Ninguém respondeu nada. Eu assusto as pessoas tanto assim?! – Colossus viajou, então vou substituí-lo. O que ele ensina para vocês?

– Defesa pessoal? Afinal, é o nome dessa disciplina. – Um garoto que não tem medo da morte respondeu com um ar irônico e outros idiotas riram.

– Ah, é mesmo?! Eu nem tinha reparado! Então venha aqui garoto. Vamos ver se você consegue se defender de mim.

– Mas o Colossus apenas nos dá lições sobre corpo humano e treinamos sempre contra outros alunos.

– Você está vendo Colossus aqui? Não. Então quem manda aqui hoje sou eu. Quero ver se você aprendeu alguma coisa além de tentar aparecer.

O olhar do menino se transformou. Ele se levantou e aproximou lentamente de mim. Dava pra sentir o cheiro do medo vindo dele.

– Qual o seu poder, garoto?

– Sou rápido. Muito rápido.

– Bom...

– Consigo me esquivar de qualquer ataque e ainda surpreender o inimigo. – Ele falou numa tentativa muito falha de se impor e me intimidar.

– Entendo... Vamos ao que interessa, então. Se defenda de mim.

Comecei a investir socos e golpes contra o garoto e observar para onde ele se esquivava. Um sorriso quase apareceu no rosto dele depois que meus golpes foram em vão. Coitado, mal sabia que isso fazia parte do meu plano. Eu estava o estudando. Num movimento rápido, tirei minhas garras da mão direita para fora e antecipando o movimento dele, o agarrei pelo pescoço com a outra mão. Coloquei minhas garras afiadas bem perto do pescoço dele, que agora me olhava com mais medo do que antes.

– Você pode ser rápido garoto, mas não tem minha experiência. Se eu fosse um inimigo, você estaria morto.

O soltei e ele colocou a mão no pescoço instintivamente. Eu nem tinha apertado muito. Ou tinha?

– Treine mais. Fui claro?

– Sim, senhor. – O menino colocou o rabo entre as pernas e voltou para o lugar dele na roda. Alguns riam e o zoavam, enquanto outros estavam ainda mais amedrontados com minha pessoa. Marie se mantinha alheia às opiniões coletivas, como sempre, com uma expressão leve. Parecia... admirada.

Após ensinar algumas coisas aos pirralhos os liberei mais cedo. Eu não agüentaria nem mais 15 minutos com aqueles pestinhas insolentes.

Caminhei até uma árvore próxima do local da aula e me sentei num banco. Observei Marie conversando com algumas meninas rapidamente e depois caminhar em minha direção. Ela sentou ao meu lado e ficou encarando a paisagem. Uma visão ampla da lateral do Instituto.

– Como você passou esse tempo todo? – Marie quebrou o cômodo silêncio justamente com a pergunta que eu temia.

– Eu me virei.

– Como fez pra conseguir dinheiro? – Ela me encarou de lado estudando minha expressão. Curiosa era um adjetivo que sempre cabia bem em Marie.

– Não importa. Veio aqui para perguntar isso? – Me desviei do assunto como tinha determinado antes, porém soando um pouco rude ao fazer isso.

– É. Não. Quer dizer, não sei. – Ela se atrapalhou toda e voltou o olhar para as mãos. Olhei para ela e vi as bochechas brancas como porcelana ficarem rosadas com a vergonha. Nunca havia reparado antes como ela tinha uma pele tão delicada e o formato do rosto bem desenhado. Nunca tinha reparado que Marie é realmente muito bonita. Só um idiota como o Bobby a trocaria por outra. Não que Kitty fosse tão ruim, mas não tinha um pingo do encanto natural de Marie.

– Desculpe. – Meus lábios foram mais rápidos que eu. Eu devia me desculpar?! Sempre a tratei assim. Trato Marie até melhor do que as outras pessoas. Porque me senti obrigado a pedir desculpas assim?! Estranho.

– Tudo bem, Logan. Estou acostumada. – Ela respondeu conformada com a voz baixa.

– Está acostumada com o que?

– Seu jeito, às vezes, rude. – Riu pelo nariz mesmo que isso não fosse engraçado para ela. Meu jeito a ofendia, mas ela sempre aguentou. Isso não era bom. Não respondi nada. Não havia o que responder. – Eu não me importo... Isso faz de você, quem você é.

– Quem eu sou? – A pergunta me escapou. Marie me encarou surpresa com minha repentina curiosidade e interesse na conversa. Agora ela procurava algo bom pra dizer. Pensou um pouco e deu uma risada leve. – Porque a risada? – Senti vontade de rir também, porém mantive apenas um sorriso.

– Eu pensei em te definir como um velho ranzinza. Um velho que não parece ser velho pelo rosto e corpo, mas no jeito sim. – Marie riu novamente. – Você tem essa pose de galã maduro, porém o mau humor é de um idoso de 90 anos. – Ela se segurou para não gargalhar.

– Não vou discordar de você. – Virei meu olhar para frente. Eu não podia discordar mesmo.

– Mas eu tenho uma segunda definição.

– Qual?

– Um homem que esconde os sentimentos atrás do jeito rude. Um grande amigo pra mim... Alguém que nunca vai me abandonar.

Encarei a doce menina novamente e ela me olhava confiante. Marie realmente acreditava que eu nunca a deixaria, e estava completamente certa. Eu não poderia deixá-la sozinha. Por mais que eu me ausentasse por um tempo, sempre voltaria por ela. Era mais que uma obrigação voltar, era um desejo. Aquela garota deixava minha vida mais leve e fácil.

– Não posso discordar dessa definição também. – Respondi enfim e ela deu aquele sorriso que podia iluminar tudo. Um sorriso que eu gostava de ver. Eu precisava ver.


Notas Finais


Espero que tenham gostado. Comentem ok?
Beijos.


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