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História Pet Sematary - Livro I: Gênesis - Prólogo


Escrita por: maluhza

Notas do Autor


Oi? Tem alguém aqui? Todos bem? Quanto tempo!

Nossa, eu tô triste. Que dia triste. Que ano triste. Aí pensei: pq não juntar o inútil ao desagradável e lançar essa fic?

> Inspirada no meu vasto conhecimento de vampiros (Crepúsculo);
> Inspirada na música Pet Sematary dos Ramones (link da música e da playlist da fic nas notas finais).

Quero agradecer ao @kakasakuproject que me deu a oportunidade de conhecer várias pessoas incríveis, entre elas a @Agatha_Lis, que ressignificou a palavra Beta pra mim. Mulher, vou te exaltar d++++ sempre que eu tiver a chance, pq você aturou meus surtos com essa fic e betou lindamente cada detalhezinho.

Obrigada a todas as pessoas que aguentaram meus outros surtos (que começaram lá em outubro), entre elas a @XxAfrodite, que fez essa capa incrível, e a @EvilHope, que aguentou mais surtos ainda. A @K1R4K1 que me deu dicas muito preciosas pro andamento de tudo, aff, perfeita! Olha... se a gente for falar sobre todos eles, vai dar um capítulo. ENFIM, VEJO VCS NAS NOTAS FINAIS PRA FALAR MAL DO BOLSONARO, tava com saudade já.

Capítulo 1 - Livro I: Gênesis - Prólogo


Fanfic / Fanfiction Pet Sematary - Livro I: Gênesis - Prólogo

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Dedicatória:

Ao verme que deveria ter roído as frias carnes do meu cadáver dedico todo o meu rancor. Esse livro poderia ser uma memória póstuma, se ao menos eu tivesse tido a honra — ou a sorte — de morrer.

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Inspirada na genialidade de

Machado de Assis e sua obra 'Memórias Póstumas de Brás Cubas'.

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A noite era fria. Gelada. Os mal-aventurados que por ali passassem, se deparariam com muito além de uma gripe — ou uma pneumonia —; se deparariam também com um ser horrendo, que à morte pertencia e não deveria vagar sobre a terra novamente, voltando à vida.

Se é que podíamos chamar aquilo de vida.

Caro leitor, já se perguntou o por que da fascinação do ser humano com a imortalidade? Qual o fascínio em viver para sempre e observar todos ao seu redor morrerem? Ora, não que não corramos esse risco mesmo enquanto mortais; seja por um acidente ou por uma doença. Mas, ao menos, você sabe que um dia poderá se juntar a seus amados na vida-pós-morte-não-terrena; quando você sobe ao céu…

… ou desce ao inferno.

Então observe bem, leitor. Observe Haruno Sakura — ou o que, certamente, um dia foi Haruno Sakura — emergir da terra. A terra que a engolira e, se fossemos pensar no ciclo normal da vida, essa mesma terra se encarregaria de decompô-la e então essa pobre jovem teria o descanso eterno.

Pfft! Balela.

Nossa protagonista, meus amados leitores, nem sabe o que a atingiu. As memórias humanas todas perdidas depois de horas agonizando em uma transformação. Ah… eu, como uma narradora jovem e sonhadora, gosto de pensar que transformações vêm para trazer coisas boas; novas e melhores que as anteriores. No entanto, essa transformação em específico, passada por Haruno Sakura, não trará coisas tão boas assim.

A mulher de cabelos róseos não precisa respirar — nenhum vampiro precisa de oxigênio para sobreviver — mas ela não sabe disso… ainda. Então, em um desespero por achar que foi enterrada viva, sufocando em terra, ela cava com suas mãos. Ela se debate, sem saber da sua nova força, e procura sair daquele lugar fechado. Um lugar que continha terra ao seu redor; terra arranhando seus globos oculares, terra entrando em suas narinas e terra entrando em sua boca enquanto ela soltava grunhidos exasperados, clamando por salvação.

Ah, que péssima imagem é essa! Se um mortal estivesse em um cemitério qualquer às três da manhã, provavelmente estaria sofrendo uma parada cardíaca agora. Ainda bem que seu Cubas — o velho vigilante do grande cemitério municipal, que jurava de pés juntos que não tinha medo de assombração, mas era só ouvir um ruído diferente que se prostrava na pequena cabana de ferramentas, e não havia quem o tirasse de lá antes do sol nascer — estava ocupado, cochilando e roncando, encostado no velho banco próximo a velha e decadente capela daquele lugar; com um rádio velho, ultrapassado, que tocava uma música alta não tão velha quanto o próprio senhor e o próprio rádio, mas que certamente tinha um significado curioso para esse exato momento.

Seria o destino pregando uma peça na pequena não-mais-humana? Seria algum ser superior existente caçoando da cara da mais nova recém-criada-vampira? Eu, como a própria narradora dessa história, não sei dizer. Mas uma coisa é certa: enquanto Haruno Sakura alcançava a superfície e Joey Ramone cantava que não queria ser enterrado em um cemitério de animais, e que não queria viver sua vida outra vez, o destino foi traçado e o final era apenas um: desgraça, sangue e morte.

Quando a lua cheia foi vista pela mulher de olhos verdes, a sensação entorpecente de alívio inundou seu cérebro. Ela ficou de mãos e joelhos na terra úmida por minutos — talvez horas! — respirando forte, quase ofegante, com uma falsa sensação de pulmões cheios. Ah, que erro! Mesmo com o cheiro — e o gosto — de terra ainda impregnado em seus sentidos, o cheiro do sangue do senhor Cubas se sobrepôs e a atingiu em cheio. Com trapos em seu corpo e pés descalços, a mulher de baixa estatura e na casa dos seus vinte anos levantou lentamente; ela levantou como uma cobra naja encantada por um encantador de serpentes. Sua cabeça virando em direção ao homem que estava longe, do outro lado do grande campo onde corpos putrefatos se encontravam a sete palmos abaixo da terra. Se fosse eu ou você, leitor, no mesmo lugar que nossa protagonista se encontrava, nós nem saberíamos que havia outra pessoa ali. Mas, para os olhos de um vampiro — um vampiro em sua primeira sede de sangue, devo ressaltar — quilômetros não são nada! Poucos metros então… rá! Isso não é engraçado, eu sei, então os tranquilizo falando que estou rindo de nervoso, pois as cenas que narrarei, de nada bonitas serão:

O cheiro que a atingiu despertou a sede ardente em sua garganta. Devo arriscar dizer que seria o mesmo que passar horas no deserto, sem sombra e sem água; a necessidade biológica por esse líquido refrescante e necessário para sobrevivência humana seria tamanha que nos faria delirar antes da morte, finalmente, nos abraçar. 

Infelizmente para Haruno Sakura, a morte não a abraçaria — novamente. Na verdade, a morte ficaria ali, leitor, à espreita; a observando como um mero espectador, assim como eu, assim como você… observando-a se tornar irracional; se tornando uma selvagem sem controle sobre suas ações e perdendo sua mente para sempre.

Maldito seja seu criador! Quem apanharia uma jovem promissora e bonita, no auge de seus anos acadêmicos em uma faculdade referência de medicina, onde ela prometera salvar vidas, e então a transformaria em um ser tão repugnante? Entenda, digo repugnante pois ela irá contra todos os seus princípios; ela tirará todas as vidas que jurou salvar. Onde estaria seu criador, que bebeu de seu sangue e então deu seu sangue a ela, para que a transformação ocorresse e então a enterrou naquelas terras que cheiravam a morte? E agora, pobre mulher, pobre criança; se encontrava sozinha, bombardeada de informações, sensações e sentimentos novos. Ela faria coisas horríveis sem seu criador para guiá-la e protegê-la. Pobre Haruno Sakura.

Pobre senhor Cubas.

A queimação em sua garganta foi tamanha que parecia real; parecia fogo! Ela agarrou seu pescoço com suas duas mãos sujas de terra, tentando fazer parar a dor que se instalou e encarava ao seu redor confusa; os olhos verdes e arregalados que, infelizmente, não seriam verdes por muito mais tempo. A mulher ofegou, se curvando para frente e fechando os olhos com força, para então, em um rompante, se endireitar; ficando ereta e, seus olhos, agora, eram de um vermelho vivo… vermelho sangue.

Devo alertar que quem tem estômago fraco, deveria se retirar a partir de agora.

Enquanto Joey Ramone terminava uma frase que dizia algo como: “sigo Victor até o lugar sagrado…”; Haruno Sakura, no distante canto ainda humano de sua mente, notava em choque que tinha se movido em segundos o que levaria minutos em uma caminhada normal. Com mais pavor ainda, Haruno Sakura registrou o grito de horror do velho senhor em sua mente, antes de cravar seus dentes afiados em sua pele um tanto enrugada. Ah! Ela mordeu bem em cima de sua jugular. Sangue espirrou para todo lado enquanto o grito ia perdendo frequência até ser só um arfar entre lábios já brancos, para então o silêncio da alma sugada prevalecer e, os sons restantes, serem apenas da mulher grunhindo como um animal; respirando erraticamente como se realmente precisasse, mas o prazer era tanto que ela não registrou que seus pulmões eram duros e sequer se moviam. O prazer do sangue viscoso descendo por sua garganta era tanto, que ela se contorcia como se estivesse no ápice de um prazer carnal e luxurioso. Eu chutaria, pela altura e peso do falecido homem, que ele tivesse talvez cinco litros de sangue em seu organismo, e, cada gota, agora estava presente no corpo de Haruno Sakura, que quando se satisfez, largou o corpo seco como se fosse a embalagem de um biscoito barato.

Ah! Como eu poderia julgar nossa protagonista? Sendo que o poder deslizou por suas veias repletas de veneno vampiresco, junto ao sangue humano que ela acabou de ingerir. Ela se sentia mais forte, se sentia bem; poderosa. A dor não a incomodava mais e ela olhou para o corpo em desgosto, antes de, em um cintilar de humanidade, arregalar os olhos vermelhos e soltar um grito de horror.

“Eu fiz isso? Não pode ser! Santo Cristo! Eu fiz isso?” — era o que ela pensava em horror; em repulsa dela mesma. 

Olhando para o próprio corpo e, principalmente, para as próprias mãos banhadas em sangue, ela se perguntava como isso aconteceu. Ela se perguntava quem era ela. Tudo o que havia em sua mente, era um vazio. Um branco. Ela só tinha conhecimento do pavor de estar enterrada viva e então atingir a superfície; para um cheiro delicioso de sangue pronto para a degustação a atingir e, do momento que ela estava ajoelhada na terra até agora, em que se encontrava de pé, em frente a um corpo sem vida, tudo foi um branco também; como se ela estivesse agindo por instinto.

Eu juro, leitor, que não estou tentando ser má. Mas, o que acabou de acontecer, aconteceria novamente. E muito em breve.

Agora, querendo chorar lágrimas que não viriam, pois não havia mais glândulas lacrimais em funcionamento como em um corpo humano comum, ela se perguntava o que seria dali para frente; se perguntava se era um sonho, ou melhor — quer dizer, pior! — se não seria um pesadelo.

Mas, como se fosse para continuar zombando de sua cara, o destino ou ser superior existente enviou mais uma mensagem a partir da voz de Joey Ramone: isto não é um sonho, não posso escapar. Molares e presas, o estalar dos ossos; espíritos gemem entre as tumbas e na noite, enquanto a lua brilha, alguém chora. Algo não está certo.


Notas Finais


NOSSA MAS EU TÔ UM POUCO NERVOSA, pq eu NUNCA escrevi algo do tipo, então apenas quero saber a reação de vcs.

Quando digo que é baseado em Memórias Póstumas, não é que tem muitos elementos do livro & do estilo Machadiano (quem dera eu tivesse tamanha capacidade), mas sim pq eu li o livro em outubro e a fic simplesmente brotou na minha mente. Então o livro me deu o gás necessário pra escrever algo.

Acreditem, essa narradora promete!

Na real, tantaaa coisa aconteceu por aqui desde o epílogo de TBAH até aqui. Então vou reforçar algumas coisas:

Defendo NaruSaku. Pode deixar de seguir e bloquear se tiver problemas com isso (não estou falando isso pq essa fic vai ter esse casal, não vai, é só pq tem gente sem noção que anda atacando autoras e leitoras desse shipp); Bolsonaro é um lixo (aliás, NaruSaku hater e cria do bolsonaro são a mesma coisa); FIQUEM EM CASA SE POSSÍVEL, USEM MÁSCARA, USEM ALQUINGEL, FAÇAM DISTANCIAMENTO, ENCORAGEM A VACINA, DEFENDAM O SUS, UFA!!! APENAS O BÁSICO DO BOM SENSO, NÉ?!

VOLTO EM BREVE!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! e tô no instagram: instagram.com/mldpmm

Playlists: https://youtube.com/playlist?list=PL1nqzaOswKLH8Qx2hX-sg-lilzD6tEuvP / https://open.spotify.com/playlist/3fXh6qjiYB6RUSfkrAJKl2?si=c6t1ZhLCSr6JEfgMfuYl5g


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