1. Spirit Fanfics >
  2. Peter Pan e Hook >
  3. Piratas tem sentimentos?

História Peter Pan e Hook - Piratas tem sentimentos?


Escrita por: EishBurn

Capítulo 2 - Piratas tem sentimentos?


Fanfic / Fanfiction Peter Pan e Hook - Piratas tem sentimentos?

Terra do Nunca

~ Dia Seguinte

Levanto cedo de manhã.

Meu queixo estava extremamente dolorido.

Aquele pirata acha que pode ir enfiando aquela droga de gancho enferrujado em qualquer um. 

Vou até o poço, pego um pouco de água com um balde e lavo meu rosto, limpando o que havia sobrado do sangue. 

A noite toda fez frio. Assim que cheguei ontem os garotos já estavam dormindo por causa da minha demora. Lavei o tecido para a Sininho e entreguei a ela também. 

- Pan, o que vamos fazer hoje? - Os gêmeos perguntam.

- Podemos fazer nossa roda de música, que tal?

- Sim! Estávamos torcendo para isso! Vou pedir para que Deleve traga os instrumentos.

Os dois saem dando pulos de alegria. 

Mesmo fazendo tudo que gosto na Terra do Nunca, é muito chato ficar aqui sem sair. 

Desde que Wendy voltou para casa, não fomos mais visitá-la em Londres. Ela já deve ter crescido bastante, talvez nem lembre de nós. 

Escuto as flautas dos garotos. Já devem ter começado a treinar a música. 

Coloco uma roupa mais quente e vou até lá fora. O vento ainda estava fresco, mas conseguimos arranjar roupas mais quentes. 

Enquanto voava para chegar aos meninos, olho para o mar em busca do navio do Gancho. Não estava mais ali. 

- Devem ter ido arranjar mais moedas. - Penso, lembrando da noite passada em que Gancho limpava meu machucado com uma delicadeza que eu nunca vi.

Por que ele foi bom para mim? Talvez queira algo em troca?

Bem, só vou saber quando ele voltar. 

Passo a manhã cantando, tocando e comendo com os garotos perdidos, até escutar o Jolly Roger atracar novamente. 

As crianças se cansaram e se dispersaram, indo fazer o que cada um gostava. 

Antes de ir até o navio de novo, dou uma olhada em cada um deles. 

O sol ainda não tinha se posto, então eu ainda tinha tempo sobrando. 

Sininho estava bem melhor e se recuperando depois de eu ter dado o pano para ela. Era o mais quente que teve na vida. 

Hoje seria o segundo dia de frio, mas nós já estávamos preparados.

Vou até Deleve, que estava esculpindo uma flauta de madeira.

- Vou averiguar a ilha, você fica no comando até eu voltar está bem? - Digo, fazendo-o me olhar assustado.

- E-Eu? No comando? Tem certeza Peter? Porque eu não sou muito bom nisso...

- Tenho sim, você consegue, não é tão difícil. - Falo, dando um soquinho em seu ombro.

- Se você diz, tudo bem! Só volta logo.

Ele sorri e logo volta a esculpir.

Decido ir andando até o navio, já que o vento já tinha começado.

Sons de espada me chamam a atenção, mas na parte de cima do barco não havia ninguém. Estranho.

Subo no barco e os sons de luta aumentam, e percebo que vem lá de baixo do navio.

- O que será que estão fazendo?

Desço as escadas velhas devagar, escutando Sr. Smee gritar.

Antes que pudesse ver alguma coisa, alguém me puxa para o canto, tapando minha boca com a mão.

Me debato e tento me soltar até ver que era o Gancho. Ele pede para que eu fizesse silêncio.

- O que é que você está fazendo aqui garoto? Não viu que é uma péssima hora? - Ele pergunta, cochichando.

- Eu não sabia! No que você se meteu dessa vez? - Pergunto, vendo dois piratas robustos e altos subirem as escadas.

- Não é da sua conta. Só sei que preciso do meu navio de volta.

- Mas sabe, eles parecem muito grandes para você Gancho, não acho que você consegue... Não sozinho.

Ele me olha, sorrindo falso de lado.

- Haha, engraçado, muito engraçado. Não sei se você viu mas eu tenho uma tropa pronta para proteger o Jolly Roger.

- Aquela tropa ali?

Assim que ele termina de falar, vários piratas do Gancho aparecem sendo escoltados e presos nas celas do navio pelos inimigos.

- Ah, que ótimo! - Ele bufa, sentando e pensando em algo.

- É sério. Você precisa da minha ajuda, é só pedir e eu... Penso no seu caso. - Digo, rindo.

- Tá legal, tá. Mas não vou ficar te devendo uma nem nada disso, que fique bem claro.

- Sim senhor "Capitão" Gancho. - Falo, debochando de sua raiva.

Estendo minha mão para ajudá-lo a levantar, e com isso começamos a bolar um plano.

- Você tem algum tipo de armadilha para peixes por aqui? - Pergunto, pedindo para que ele me seguisse.

- Sim, por ali. - Ele aponta uma porta, e nós dois entramos sem ser vistos.

- Presta atenção. Eu vou pegar essa armadilha aqui e vou armar ela no canto mais alto do teto tá? E vou ficar lá para jogá-la em cima deles. Você vai ter que chamar a atenção de todos aqui para baixo. Consegue?

Ele ri, como se fosse óbvio.

- Mas é claro, quem é o pirata aqui hm?

Nesse momento, um ladrão forte entra no cômodo, e Gancho me puxa para o canto.

Ele apenas olha ao redor, procurando alguma coisa.

Gancho e eu estávamos agachados, e eu estava ao seu lado, ombro com ombro. Sua respiração era acelerada, mas por mais estranho que pareça ele não tentava esconder que estava com medo.

Mesmo que seus olhos não estivessem prestando atenção em mim, sua mão pairava sobre meu peito, como se ele estivesse me protegendo ou me impedindo de fazer algo estúpido com aquele cara.

- Bones! Não tem nada aqui! - Ele gritou saindo e batendo a porta com força, fazendo Gancho e eu nos assustarmos.

Gancho se vira para mim, e nossos rostos quase se encontram sem querer. Quando ele percebe onde estava sua mão, rapidamente a tira de lá, pigarreando.

- Desculpe... Pronto, seguimos o plano agora, sim? - Ele diz, se levantando.

- Claro.

Me levanto atrás dele, pegando a armadilha e levando-a ao lado de fora. Antes que eu saísse, Gancho segura meu braço.

- Me desculpe pelo... Você sabe, seu queixo. Não quis fazer isso. - Ele fala, parecendo arrependido de verdade.

- Não tem problema.

Saio de lá e me posiciono no teto, segurando firme a armadilha com espinhos.

Depois de alguns minutos, escuto um estrondo vindo da sala onde estávamos. Gancho realmente conseguiu chamar bastante atenção.

Quando os ladrões descem as escadas, jogo a armadilha por cima deles. Quanto mais se mexiam, mais suas peles eram cortadas pelos espinhos.

Gancho sai da sala, lutando com os que haviam sobrado. Faço o mesmo.

Em certo momento, escuto o capitão gritar de dor, mas não consegui vê-lo.

Assim que todos foram contidos, Gancho solta sua tripulação das celas, e então eles me agradecem.

- Peter Pan, quem diria! Nunca pensei que você e Gancho fizessem uma bela dupla assim! - Fala Smee, ofegante e alegre. - Apareça mais vezes está bem? Prometo fazer um belo ensopado.

- Com certeza Smee, mas só se fizer para as crianças perdidas também.

- Claro Peter, como um agradecimento! Jurei que nosso navio estaria perdido, mas você nos ajudou muito. - Ele diz, sorrindo e indo até a margem da ilha.

Assim que ele se distancia, Gancho aparece, coçando a nuca.

- É... Eu queria te agradecer Pan, sua ajuda foi... Muito necessária. - Ele fala, meio sem jeito. - Assim como Sr. Smee disse, você e as crianças podem vir ao navio pela noite para jantar, por nossa conta. E também gostaria de te dar outro presente, se puder me acompanhar.

Ele caminha a passos incertos até sua sala, e eu o sigo. Ele fecha a porta atrás de nós.

- Eu já estava para te dar isso, sei que você precisa dele sempre.

Ele abre uma gaveta e tira de lá meu arco e flecha, que ele mesmo tinha pego alguns dias atrás.

Ele o segura em mãos e então me devolve. Não consigo conter minha alegria ao ver meu arco intacto. Eu tinha certeza de que ele tinha o quebrado!

- Eu não acredito! Você guardou! Ah, obrigado!

Quase que imediatamente o abraço, para que ele soubesse o quanto aquilo me deixou feliz.

Ele geme de dor baixinho assim que meus braços o apertam de leve, me fazendo suspeitar que estava machucado.

- Você está ferido? - Pergunto, o olhando diretamente.

- Não, não. É só um arranhão, vai melhorar até amanhã.

- Por que você precisa esconder? Está machucado sim, deixa eu ver isso, talvez eu possa fazer um curativo.

- Não Pan, é sério, eu tô legal.

- Não está, deixa eu ver isso agora! - Digo, mais rígido, e abrindo seu sobretudo de couro eu mesmo. - Pirata teimoso... Olha isso!

Assim que abro as roupas, sua blusa branca estava manchada de sangue ao lado da barriga.

- Vamos, deita ali. - Puxo seu braço com calma para que ele se deitasse na cama. - Imagina o que iria acontecer se você deixasse isso sangrando até amanhã! Qual é o seu problema hm?

- Tá, sem sermão... Eu não iria deixar sangrando até amanhã, eu ia estancar o sangue.

- Sei. Seu cabeça oca.

Ele aponta para baixo da cama, onde estava uma pequena caixa de curativos.

Pego alguns panos brancos e limpo o excesso de sangue, deixando apenas o ferimento exposto. Pelo menos não era fundo, assim não precisaria de pontos.

- Ai! Vai devagar... - Ele diz, gemendo de dor.

Passo os panos em volta de sua cintura, tentando com a maior calma do mundo fazer um curativo completo.

- Pronto, tenta não se mexer muito se não o curativo sai do lugar.

- Não te prometo nada. - Ele diz, sorrindo. - Obrigado.

- Por nada, capitão.

Ele se senta na cama, um pouco incomodado com a ferida.

- Sabe Pan, nunca pensei que eu iria confiar desse jeito em você.

Meu coração acelera na hora.

- E-Eu agradeço Gancho, eu também nunca pensei que isso seria possível. Sinto muito pela sua mão, e pelos anos em que eu preguei peças ou te roubei. Você sabe que não é por mal nem nada, é só que... Digamos que você consegue ser muito irritante as vezes hahah!

- Eu né... Peste.

Gancho sorri, mostrando um dente de ouro em seu sorriso.

- Preciso ir agora, as crianças devem estar me procurando. Descanse um pouco até a noite, sim?

Ele fica em silêncio, pensando em algo.

- Só mais uma coisa, você alguma vez já sentiu algo... Por alguém? 


Notas Finais


Desculpem a demora nhaaa eu demoro mt pra ter ideias kkkkk


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...