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História Phases - Chapter Three


Escrita por: Lu_Gabriela

Capítulo 3 - Chapter Three


Fanfic / Fanfiction Phases - Chapter Three

- Eu sou boa. Obviamente aquele garoto só sabe criticar, e ver problemas onde não têm! Quem ele pensa que é pra se achar no direito de dirigir o tom comigo? E ele nem é tão bom, é só mais um menino arrogante, filhinho de papai que teve tudo na vida. A arrogância dele chega a ser insuportável. Nossa! Como eu queria dar um soco naquela cara debochada dele!

Suspiro fundo e me jogo no sofá, que estava atrás de mim.

- Já acabou? 

Olho incrédula para Drake, que está sentado na poltrona ao lado do sofá. Ele me encara entediado com toda a cena que acabo de fazer, e me condena com os olhos, revirando-os. Respirando fundo, logo se levanta e cruza os braços com o corpo virado em minha direção.

- Posso falar agora?

Consinto com a cabeça. Repouso meu olhar sobre ele que, em uma postura cansada, exibia uma face com grandes olheiras. Esse cansaço vêm da sua carga horária exaustiva, já que pela manhã faz faculdade de administração, e a noite trabalha como barman. Sem contar que ele está em mês de prova, e provavelmente ele não gruda o olho à dias.

- Kazu pode ser arrogante e o caralho a quatro, mas ele é bom pra um cacete! E sim, você é boa, mas é uma grande verdade que você não toca mais com sinceridade! Qual é Janne?! Você tá parecendo uma criança birrenta que não aceita crítica, logo fica ressentida fazendo um escândalo!

Minha boca faz um perfeito “O” com aquela acusação. Eu me levanto rapidamente com a intenção de discutir com ele por aquela blasfêmia, porém o mesmo me interrompe colocando o indicador na minha boca.

- Não acabei ainda! Você têm todo o direito de ficar furiosa com ele, até porque Kazu não é o cara mais simpático do mundo! Mas, porra! Ele é o melhor! Essa é a chance dos sonhos para qualquer estudante de música. Ele é exigente? Para um caralho! Ele é chato? Meu amor! Entretanto, você vai ter a chance de fazer uma apresentação com ele! Vai ter a chance de aprender! Tenta ver por esse ângulo.

Drake, segura as minhas duas mãos e me dá um sorriso carinhoso, logo beijando minha testa. Me rendo as afirmações, e me convenço que talvez estar com Kazu pode não ser tão ruim. Me sento no sofá de novo, e ele faz o mesmo.

   - Eu só queria saber o por que de todo mundo acha ele tão “bom”. Pra mim, ele sabe tocar, mas não é isso tudo.

Drake vai até a cozinha, que fica ao lado da sala no qual nos encontramos, abre o armário e tira duas taças e uma garrafa de vinho tinto suave. Deixo minha indignação com Kazu de lado e sorrio vendo aquele vinho vindo em minha direção. De fato, eu adoro vinho. Qualquer tipo. Suave, tinto, seco, rosé... qualquer um me atrai. E por sorte, meu melhor amigo é barman, e ganha 5 garrafas de qualquer bebida do bar todo mês.

- Interesseira do caralho! E respondendo a sua pergunta, ele é bom! Já ouvi falar que ele apenas se apresenta com pessoas contadas a mão! Aquele garoto é um prodígio!

Ele enche as taças e em seguida me entrega uma. Dou um gole, saboreando cada gota daquele vinho. Solto o ar de satisfação assim que termino a ação.

- Estou bem melhor agora! Mas vamos parar de falar dessa pra… situação indesejada!

Relaxo no sofá, enquanto o vejo vir em minha direção. Ele deita no sofá e apoia sua cabeça em meu colo. Começo a fazer cafuné em seu longo cabelo liso, no qual as pontas estão pintadas de vermelho. Parece oleoso, mais um sinal que ele não está se cuidando muito bem nos últimos tempos.

- Você não dorme há quanto tempo?

- Eu cochilei hoje mais cedo na faculdade na hora do intervalo, porém tirando isso, eu não durmo direito há dias! Estou bastante cansado Janne! E eu preciso terminar de arrumar a casa e …

Apenas o respondo com uma onomatopeia, pedindo silêncio, e o mesmo logo se cala relaxando um pouco mais sobre o sofá. Tiro ele do meu colo, e me levanto para fazer uma massagem em suas costas. 

- Tu ta muito tenso vei, puta que pariu! 

Demorei de fazê-lo relaxar, e assim que consegui, se encontrava dormindo. Antes de sair para arrumar a casa dele, olhei para ele uma última vez. 

-  Uma nova tatuagem? 

Passo minha mão suavemente em suas costas onde se encontrava a tatuagem. “Uma nova marca, um novo motivo”, é o que ele sempre diz, porém nunca chegou a comentar sobre os misteriosos motivos. Entretanto, eu nunca o perguntei sobre eles, já que se ele quiser falar, ele sabe que pode contar comigo, e sei que quando estiver pronto, ele contará.

Me viro e ando vagarosamente em direção ao depósito, onde se encontra o material de limpeza. Pra minha sorte, a casa de Drake é bastante arrumada. E uma coisa que eu aprendi com ele é deixar minhas coisas organizadas. Por algum motivo, ele tem uma fissura por arrumação. A casa dele não é muito grande. Diria que é uma casa de tamanho médio, então não seria tão trabalhoso arrumá-la. Após passar o aspirador de pó na sala, cozinha e nos quartos, passo o pano nas coisas empoeiradas da casa. Assim que acabo, vou até a cozinha e retiro um filé de frango que havia na geladeira, deixando descongelar enquanto vou tomar um banho.

Vou até o “meu quarto”. Pego uma muda de roupa que havia deixado a um tempo, e vou direto pra uma banho. Passo em torno de dez minutos parada embaixo do chuveiro, deixando apenas a água cair sobre meu corpo, e em apenas três minutos passo so sabão e me lavo. Coloco uma roupa confortável, ou seja, uma blusa que eu roubei de Drake e um short moletom. Convenhamos, camisas masculinas são muito confortáveis. O mesmo vale pro moletom. Vou para frente do espelho e desamarro o coque que havia formado para não molhar meu cabelo, já que o tempo está aparentemente frio. Os fios de cabelos vão se desenrolando um dos outros enquanto eu passo a escova suavemente sobre eles.

Respiro fundo, apreciando o meu cabelo que se encontra leve e limpo. Sem nenhum sinal de rebeldia ou de frizz. Estendo a toalha e saio do banheiro. Em passos calmos vou em direção a cozinha, me deparando com Drake fazendo nossa janta.

- Você devia estar dormindo!

- Você devia estar na sua casa! Eai minha filha? Choraste?!

Reviro os olhos e, com uma enorme vontade de jogar uma cadeira sobre o idiota que está na minha frente, vou em sua direção para pelo menos o ajudar a colocar a mesa. Assim que estava tudo pronto, nos sentamos para jantar

- Migo, você pretende continuar tocando bateria?

- Me dê um motivo pra eu não tocar mais?

- Simples, faculdade, trabalho…

- O pilar que me sustenta pra fazer essas duas obrigações é a bateria. Se eu parar de tocar, com certeza eu perco minha vida. A bateria é meu porto seguro, é meu desabafo, é a minha salvação… entende?

- Completamente Migo… Completamente.

Passamos o jantar conversando sobre nosso passado, coisas que ambos gostávamos, comentando sobre a faculdade ou até reclamando sobre ela. A conversa chegava a ser nostálgica, quando conversamos sobre a escola, e lembrávamos das diversas situações que nos colocavamos, nos perdendo entre risadas e lembranças. Escutar a risada gostosa de Drake sempre foi um dos meus passatempos favoritos, já que, mesmo estando cansado, sempre tira um tempo pra mim, e eu faço de tudo pra retribuir. Assim que terminamos de jantar, arrumamos toda a bagunça que fizemos na cozinha. Passamos tantas horas conversando que nem me dei conta que já eram 21:30. Saio da cozinha e vou pegando minhas coisas que estavam espalhadas na casa.

- Não quer que eu te leve em casa? Ta tarde…

- Ta de boa jovem!

O abraço, deixando sua casa e indo em direção a minha. Sem muita pressa em chegar, desacelero o passo para olhar em volta. A rua não está tão cheia, tampouco vazia. É possível ver alguns jovens conversando e caminhando. A noite está completamente limpa, a mercê do céu completamente estrelado nos iluminando. A brisa gélida bate sobre minha face, dando indício que uma grande nevasca estar por vir. Visto meu casaco, que estava amarrado em minha cintura e continuo a andar olhando para o alto observando o céu que prendia minha atenção. Sem prestar muita atenção para onde estava indo, me esbarro em alguém e, como consequência da minha falta de atenção, acabamos caindo sobre aquele chão duro e gélido.

- Ai!

Com olhos totalmente presos ao chão, observo que a pessoa se esbarrou em mim deixou cair várias folhas no chão, porém quando pego o papel que estava próximo de mim, vejo que o conteúdo são… partituras? 

- Será que ninguém dessa cidade presta atenção no que faz não?! Por acaso você é cega? Se eu perder alguma folha do meu repertório perfeito eu juro que vou fazer você querer não ter nascido sua…

Finalmente levanto minha cabeça para olhar para o ser humano que parece estar extremamente estressado com isso. Porém, eu reconheço essa voz! Assim que me deparo com face do rapaz, percebo que não é ninguém mais, ninguém menos que Kazu. Como eu não reconheci essa linguagem ácida? Suspiro fundo, e tento o encarar com seriedade. Contudo acabo me perdendo em risadas, enquanto ele me encara confuso.

- Quando você caiu você bateu a cabeça por acaso, ou você é realmente estranha?

Ele pega as folhas que haviam se espalhado no chão e me ajuda a levantar. Respiro fundo para conseguir parar rir em meio aquela situação desastrosa.

- Isso seria mesmo uma ironia do destino? Achar logo você! 

Ele revira os olhos, e termina de ajeitar as folhas em uma pasta que ele carregava em seu braço esquerdo.

- Eu atirei pedra na cruz, essa é a única explicação pra isso!

- Para de graça, é uma dádiva estar em minha presença.

- A dádiva da desgraça, só pode!

- Você é sempre tão chato?

- Depende da pessoa que me perturba.

Volto meu olhar ao céu, pedindo a alguma divindade paciência para suportar a criança mimada, pois se me der força eu quebro os dedos dele. Volto o meu olhar sobre ele, porém pra minha surpresa, o mesmo já me olhava, e foi aí que nossos olhares se cruzaram. Aquelas duas orbes castanhas me encaravam com algum tipo de serenidade. Por algum motivo, aquele olhar sobre mim fez minha cara pegar fogo, e pra minha infelicidade, coro. Ele desvia o olhar e dá uma risada, como fez da ultima vez que nos encontramos.

- Posso te propor um café...? Já que lhe causei essa situação chata...Conheço uma cafeteria próxima e…

- Você está propondo outra situação chata para substituir por essa situação chata? 

- Ei! tô tentando ser legal com você!

- Não preciso da sua mediocridade e sua carência por atenção.

- Eu o                                                                                                                          que?!

- Se não têm nada para falar, eu tenho livros pra ler! Tchau.

Ele se afasta e desaparece sobre as ruas, me deixando com um olhar incrédulo com a resposta sem noção que ele me largou. Olho para o caminho que o mesmo seguiu e começo a rir, duvidando da minha própria sanidade. Ele me deixou sem palavras da mesma forma que antes, porém, claro, por motivos diferentes. Sem dúvida esse menino tem algum problema, ou é um completo babaca que nasceu com um dom.

Encaro o céu, mais uma vez antes de ir em direção a minha casa.

- É Deus, que situação que você me meteu! Deu um talento desse para logo ele?!

Acabo sorrindo enquanto negava com a cabeça minha afirmação, e com as mão no bolso ando vagarosamente. Parece que será um longo inverno.
 



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