História Phoenix - Head nurse

Jared conseguiu convencer Dwayne que ele poderia voltar para casa dele e deixar que outros policiais vigiassem o quarto. 

Ele mal falou comigo depois disso. Hoje fazem dois dias que Johnson não vem aqui, e também faziam dois dias que Jared não abria a boca, nenhuma palavra sequer. Isso me assustava mais a cada segundo que se passava. 

Ele conseguiu que liberassem para ele o acesso à internet depois de muita insistência dele. Ele passava o dia e as vezes grande parte da noite naquele notebook, ele mal comia e dormia. E isso me preocupava muito. O fato dele não estar falando comigo como se eu nem estivesse ali. Ele as vezes tirava os olhos do computador por alguns segundos, mas não olhava para mim.

- Hm você parece ocupado ... - Eu disse tentando ganhar a atenção dele, ele parou de digitar. - Eu posso te ajudar em algo? - Eu perguntei e isso fez com que ele me olhasse. 

- Só se preocupe em ficar melhor. - Ele disse baixo. - Depois poderá me ajuda com outras coisas assim que você melhorar. - Ele disse e logo voltou a desviar o olhar para o computador. Eu apenas assenti com a cabeça enquanto me ajeitava na cama. - Eles eram em quantos? - Ele perguntou repentinamente fazendo um arrepio passar pela minha espinha.

- Quatro. - Eu respondi e ele fez que sim com a cabeça enquanto digitava no computador. 

- Ainda tem a roupa que você estava usando? - Ele perguntou friamente me fazendo engolir seco.

- Fi-ficou com a policia. - Eu respondi com um pouco de medo.

- É claro. - Ele respondeu enquanto digitava algo novamente no notebook. - Ok Louis não fale mais comigo. - Ele disse repentinamente. - Você me distrai ok? Sem perguntas. - Ele terminou a sua fala sem nem ao menos olhar no meu rosto. Eu apenas assenti com a cabeça e voltei a deixá-lo em paz. 

Se passaram alguns dias até sermos liberados do Hospital. E esse dia finalmente chegou, Jared permanecia com a sua mesma rotina desde que fora liberado o seu acesso a internet. Ele estava grande parte do tempo acordado, quase nunca falava, nem comia. Das 5 refeições diárias, ele só comia duas quando estavamos com sorte, porque tinha dias que nem comer ele comia. Ele sempre foi muito regrado em tudo que ele fazia, sempre com muita calma, sempre nos mesmos horários corretos, mas algo muito serio aconteceu com ele porque isso mudou, ele não liga mais para horário nenhum e mal tem dormido por conta dos pesadelos. 

 JARED! -  Eu ouvia meu pai gritando o meu nome enquanto eu corria para a floresta. Olhei rapidamente para trás para ver à distância em que ele estava de mim e tomei um susto quando notei o quão perto de mim ele estava. Eu tentei apressar o passo, mas as minhas pernas mal me obedeciam, eu sentia elas bambas e o sangue escorria pelas minhas coxas enquanto eu corria. Meus tornozelos tremiam e eu mal conseguia me manter de pé. 

- JARED VOLTA AQUI AGORA! - Meu pai gritava ferozmente enquanto corria na minha direção. Eu tenho certeza que se ele me pegar ele me mata. 

- ME DEIXA EM PAZ POR FAVOR! - Eu gritei para ele em desespero enquanto eu forçava cada vez mais o meu corpo para não desistir. Eu sentia cada corte ardendo por conta do esforço, sentia cada pancada latejar a cada passo em que eu dava, sentia meu sangue escorrer pelas minhas costas inteiras. Eu nunca havia sentido tanta dor em toda a minha vida, era como se cada músculo meu estivesse pegando fogo, eu só queria que aquilo acabasse.

PORQUE NINGUEM ME OUVE???

-  SOCORROOO - Eu gritava para um barulho de carro que eu comecei a ouvir vindo da Highway ali perto. Mudei minha rota para ir em direção a estrada, mas meu pai conseguiu me pegar antes que eu pudesse correr. Eu comecei a espernear tentando me soltar a todo custo dos seus braços, mas sem sucesso. Eu gritava o mais alto que eu conseguia e ninguém me ouvia, ninguém nunca ouve. 

- Sr. Padalecki? - Ouvi a enfermeira chamar meu nome e pelo seu tom de voz não parecia ser a primeira vez.

- Oi. - Eu limpei a garganta antes de responde-la, senti minha boca seca. 

- Está tudo bem? - Merda essa pergunta nunca é coisa boa. Eu posso ter gritado, espero que eu não tenha gritado. 

-  Sim claro, porque? Algum problema? - Perguntei calmamente a ela. 

- Não nenhum. - Ela fez uma pausa. - É que o senhor apertou o botão de ajuda varias vezes. 

- Oh eu peço perdão. - Eu respondi fazendo parecer que eu estava envergonhado, mas na verdade eu estava aliviado. Nada pode atrapalhar a nossa saída hoje. Eu trabalhei muito por esse dia nada pode dar errado. - Eu devo ter tido um sonho um pouco agitado. 

- Ok. Se esta tudo bem mesmo então eu posso ir? - Ela disse e eu concordei, logo ela saiu do quarto. 

Olhei em volta e não achei Louis. Meu Deus como eu não percebi, onde esta ele? 

- Louis? Louis?! - Eu gritei pelo quarto e quando eu estava me direcionando para ir para a porta eu ouvi ele responder que estava no banheiro. Eu tenho me desesperado muito rápido quando se trata do Louis. Ele tem sido a minha maior preocupação desde que eu consegui colocá-lo aqui comigo. Aqui eu consigo manter ele em segurança, e posso ganhar tempo para concluir o meu objetivo. Eu passei duas semanas aqui planejando cada detalhe, cada passo, cada movimento, precisa ser perfeito, eu não posso ter margem para erro nenhum. O primeiro passo é sair daqui.

Vai ser um pouco complicado, nesse primeiro momento não irei poder fazer nada. Preciso de um álibi primeiro e o meu será as visitas de colegas de profissão preocupados me dizendo que irão pegar o filho da puta que fez isso comigo, melhor dizendo fez isso "com a gente". Depois de conseguir um álibi perfeito também terá outros dois grandes problemas e um deles é o Johnson, eu tenho certeza que ele ficará no meu pé e o outro problema serão os policiais que irão me manter em segurança. Isso vai me atrapalhar um pouco, bom, nem tanto assim. O Dwayne é o mais fácil entre os dois, ele é facilmente manipulado por pessoas com quem ele trabalha, isso faz com que ele ignore coisas que as vezes estão bem debaixo do seu nariz. Mas isso não é culpa dele, todos nós fazemos isso com pessoas que gostamos, acabamos "fazendo vista grossa" pra coisas que estão bem ali, assim como a Johannah fez comigo, eu sei que ela sabia que tinha algo de errado comigo, mas por me amar ela acabou deixando isso passar despercebido, ou ela só resolveu não tocar no assunto, bom eu nunca vou saber ao certo. 

Depois de lidar com ele e vou ter que lidar com os policiais. Antes de sair do hospital eu fiz questão de fazer parecer que eu ainda sentia muitas dores para que me passassem uma receita para eu ter o remédio em casa. O difícil foi conseguir que o medico prescrevesse o certo para que eu pudesse, com a quantidade certa, dopar os policias. Eu quase não consegui, eu poderia ate dizer que foi pura sorte, mas eu não acredito em sorte, eu acredito em planejamento e eu também sabia que o medico do turno das 4 da manha ate as 4 da tarde, tinha um caso com a enfermeira Maria da ala de traumas, então meio que ele nunca me questionou muito sobre a minha continua mudança de medicação. 

Depois disso eu tenho que lidar com os quatro e eu conheço o lugar perfeito para levar eles. Mas eu vou ter que pegar um de cada vez assim que o Louis me contar quem são eles eu planejo o resto. 

- Bom dia meninos. - Disse a Dra. Lopez assim que entrou no quarto. 

- Bom dia. - Eu e Jared respondemos ao mesmo tempo. 

- Está tudo certo para a sua alta Sr. Tomlinson, mas tivemos um problema com a sua Sr. Padalecki, se sente bem o suficiente para me acompanhar? - Ela disse, eu apenas assenti com a cabeça e a segui para fora do quarto. 

Merda, merda, merda!

- Pode entrar o diretor esta te esperando. - Ela disse assim que paramos de frente para uma porta.

Quando ela abriu a porta liberando a imagem de um homem parado do outro lado da porta. Meu corpo gelou assim que reconheci ele. Minha visão começou a ficar turva, droga essa é a segunda hoje, droga, eu estou perto de uma crise.

- Jared está se sentindo mais calmo? - O enfermeiro perguntou, eu assenti com a cabeça. Minha respiração estava ofegante por conta do que acabou de acontecer. Eu arrumei outra confusão com um doido qualquer daqui e acabamos entrando em uma briga e eu abri a sobrancelha dele em dois. E isso me trouxe novamente para a sala do diretor. Ele vai passar horas conversando sobre o meu comportamento e dizendo que eu deveria me arrepender dos meus atos e blá blá blá. 

Mas quando a porta se abriu não era o diretor que estava do outro lado e sim um o enfermeiro chefe, Chase. Ele nunca gostou muito de mim, ele sempre me disse que o meu lugar sempre foi no reformatório, não aqui. Ele pediu que eu entrasse e me sentasse na cadeira de frente para a cadeira dele que agora se encontrava vazia. Eu senti ele passando uma corda pela frente do meu dorso e antes que eu pudesse fazer algo contra eu senti ela se apertando envolta de mim e um pano sendo colocado na minha cabeça. Eu comecei a grita, mas mal consegui concluir o primeiro grito porque eu fui interrompido por um soco no meu estomago o que fez que eu ficasse sem ar por alguns segundos. 

- Você vai ficar quietinho Jared. Eu paguei muito caro por isso. - Ele disse enquanto passava a mão pela minha coxa o que fez que eu fechasse rapidamente minhas pernas, mas ele as abriu com violência se colocando em meio a elas me impedindo de volta novamente. Eu automaticamente comecei a chorar e tentar me soltar a qualquer custo. 

Eu sentia sua mão amarrando minhas pernas às pernas da cadeira, e por mais que eu tentasse me soltar, mas ele é claramente mais forte do que eu. Eu estava desesperado e o quarto completamente silencioso deixava tudo pior. Eu só conseguia ouvir os seus passos, sua respiração pesada e o meu choro culposo que ecoava por toda a sala. 

- Seu pai me garantiu que você e um bom menino em casa, então quando eu contei para ele o que voce anda fazendo por aqui eu sei que você já pode imaginar como ele ficou... - Ele falava bem perto do meu ouvido, eu podia sentir a sua respiração contra o meu rosto. Ele fez uma pausa. - Muito chateado. - Ele disse estalando a lingua como sinal de desaprovação. - Mas pelo menos eu ganhei um desconto. - Ele terminou, começando a rir.

- P-por f-fa-favor não. - Eu implorava para ele em prantos. Ele segurou meu rosto pelo queixo e logo depois tirou o pano que estava bloqueando a minha visão. Eu demorei alguns segundos para voltar a enxergar por conta das lagrimas e da claridade repentina.

Assim que minha visão focou eu pude vê-lo somente de cueca parado de frente para mim. Eu senti meu corpo inteiro gelar. Eu sabia que não havia nada que eu pudesse fazer a partir desse momento, por mais que eu lutasse contra, não dará em nada, ele já deixo bem claro ser mais forte do que eu e com a experiência com o meu pai eu sei que lutar só deixa ele com mais raiva. Então assim que eu encarei aquilo meus braços pararam de tentar se soltar, eu só soltei minha cabeça fazendo ela cair para trás e voltei a chorar. Meu choro era alto e eu não conseguia parar de chorar, nem ao menos conseguia controlar. Sentia sua mão passear pelo meu corpo inteiro enquanto eu chorava cada vez mais. Ele pegou um pequeno controle e apontou ele para algo que estava atrás de mim, ligando uma musica clássica, bem alta. Eu fechei meus olhos com força,

- Vai ser os 100 euros mais bem gastos da minha vida.  - Sua mão passava pelo meu corpo enquanto a outra ele apalpava seu membro.

Eu só quero que isso acabe logo.

- Sr. Padalecki? - Ele disse me fazendo voltar para ali. Assim que abri os olhos pude ver ele com a mão estendida na minha direção, com um sorriso simpático pintado no seu rosto, como se nunca tivesse me encontrado antes. 

- Oh olá Diretor. - Eu disse apertando sua mão, engoli a seco antes de a falar. - Prazer em conhece-lo. - Eu disse tentando parecer o mais convincente possível, para ele q concordou com a cabeça.  

Eu só preciso manter a calma, respira Jared. 

- Entre e sentisse Sr. Padalecki. - Ele disse apontando para a cadeira de frente para a sua. Senti um arrepio na coluna.