[Onze dia após as primeiras infecções]
O cenário pós-apocalíptico era óbvio. Havia destruição nas construções, como janelas e vitrines quebradas e até mesmo incêndio. Havia também diversos carros largados na estrada. Uns apenas abertos, outros com amassados e em chamas. Havia também jornais espalhados pelas ruas da cidade, todos com a matéria da mais nova epidemia na capa. Mas o que mais havia nas ruas eram corpos devorados e sangue.
E mesmo em meio tudo aquilo, Alicia caminhava tediosamente pelas ruas da cidade. Enquanto mascava seu chiclete e batia um sino, ela ignorava as dezenas de zumbis que a seguia. Eles eram mais lentos do que um ser humano caminhando normalmente, então, ela nem se preocupava.
Tudo aquilo fazia parte de um plano. Seu amigo de infância Roberto, queria diminuir a quantidade de zumbis nas ruas para que a busca por recursos de seu grupo pudesse ser mais segura. E com a falta de preocupação que Alicia tinha, ela era perfeita para executar parte do plano. Alicia achava aquilo um saco, considerava trabalhar com outras pessoas a pior das experiências sociais. Mesmo assim, por respeito a um amigo, ela topou.
E ela continuou a caminhar enquanto balançava aquele sino por mais alguns quarteirões. Logo depois disso, ela entrou em um beco entre algumas lojas e o atravessou. Os zumbis, que já a seguia por todo trajeto, entraram no mesmo beco.
- Agora! - gritou Roberto de cima do telhado de uma das lojas. -
Logo em seguida, dois homem arrastaram duas enormes paredes feitas de aço soldado, elas se chocaram e, assim, fecharam a saída do beco. O mesmo aconteceu na entrada. O resultado foi centenas de zumbis presos em um beco e fora das ruas. Com seus braços cruzados e ainda mascando seu chiclete, Alicia esperava Roberto descer do telhado.
- Valeu pela ajuda, sei que você odeia isso - disse Roberto enquanto se aproximava dela. -
- Se é só isso, eu vou indo - ela deu as costas sem prestar muita atenção e começou a caminhar até seu carro. -
- Para onde você vai? - Ele perguntou. -
- Pro litoral - ela abriu a porta de seu carro e o ligou. - Preciso pegar um Sol - ela começou a dirigir sem compromisso. -
Na cabeça dela, toda aquela epidemia não passava de uma ressaca. Para ela, aquilo se resolveria sem que ela precisasse mover um dedo. Mesmo que todos os outros achassem sua atitude ridícula, ela queria mais é festejar. Sempre achou o mundo um saco, aquela era a melhor oportunidade de melhorar as coisas.
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