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História Pilares de Areia - Youre the broken one but Im the only one who needed saving


Escrita por: MilkWriter

Notas do Autor


Título: “você é quem está em ruínas mas eu era a única que precisava ser salva” - Stay - Rihanna (feat. Mikky Ekko)
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Oi genty! Era para o capítulo ter saído antes, mas eu esperei a minha beta betar os outros para o poder atualizar mais um no sábado que vem!
Isso mesmo, sábado que vem tem mais!
Estou de férias e já to terminando o capítulo 24 e pretendo terminar toda a fic esse mês. Terminar de escrever, eu digo. Aí o plano é ter capítulos semanais. Comentei com vocês anteriormente... Vamos ver se rola! hahaha
Boa leitura!
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Betado por Alice Alamo! <3

Capítulo 22 - Youre the broken one but Im the only one who needed saving


Fanfic / Fanfiction Pilares de Areia - Youre the broken one but Im the only one who needed saving

Durante toda aquela manhã, eu pensei somente na rosa e no café da manhã que Sasuke deixara para mim. Talvez pelos próximos dias somente esse gesto batalharia por espaço em minha mente juntamente ao projeto do hospital.  Se a intensão de Sasuke era amolecer o meu orgulho e me deixar com cara de boba, o gesto foi bem-sucedido. Contudo, o que era uma rosa perto de todos os espinhos que segurei durante os últimos anos? Não melhorava nada, mas, ainda assim, era alguma coisa. Era o primeiro passo para eu acreditar que pudesse existir algum sentimento no coração dele.

Quando Ino chegou, eu logo mostrei-lhe o resultado do meu trabalho na madrugada insone. Eram tantas folhas que o balcão não comportava todas abertas, tive que espalhá-las pelo chão e explicar uma a uma.

Eu havia feito a planta completa do que seria o hospital a princípio; anexo em folhas separadas, a planta de cada ala e cômodos, já com os equipamentos no desenho. As medidas poderiam variar, mas a disposição estava feita. Havia estimado o espaço que teríamos que arranjar para a construção, quantos construtores e em quanto tempo tudo ficaria pronto com uma alta margem de erro para variantes. O que faríamos nesse meio tempo e como selecionaríamos os outros colaboradores? Também havia pensado nisso. Elaborei um cronograma e fluxograma completo a partir daquele dia até dali dois anos. Se seguido à risca, poderíamos ter o hospital inaugurado antes do tempo estimado.

O cálculo do dinheiro necessário para todo o projeto não dava para fazer nem uma média, afinal. Eu não sabia o valor dos equipamentos, dos materiais de construção, mão de obra e, principalmente, do terreno que deveríamos comprar. Eu não sabia se Ino iria desembolsar algo e, contando que não, eu mesma investiria todo o meu dinheiro, embora já imaginasse que mal fosse suficiente para comprar os tijolos do hospital.

Selecionei, a princípio, os kages e os senhores feudais mais próximo do País do Fogo para patentear o projeto. Eles eram as figuras mais influentes ou com capacidade de arrecadamento de dinheiro que eu conhecia. Havia também os grandes empresários e líderes de clãs, mas eu recorreria a eles em último caso.

Também não poderia ficar parada só com esse projeto em mente, deveria voltar a trabalhar e, já que o hospital não era uma opção, pensei em aceitar a proposta de lecionar jovens Iryon-nin e de fazer missões também. O dinheiro que eu receberia seria suficiente para a minha sobrevivência e para o investimento no hospital.

Havia um monte de outras coisas detalhadas no papel que precisariam de uma conversa mais prolongada com Ino, porém eu pulei essa etapa somente para saber o que ela pensara de tudo aquilo. Depois de uns minutos, ela cruzou os braços e perguntou, sem olhar nos meus olhos, quantas horas eu havia dormido.

— Poucas — respondi. — Sasuke me tirou o sono.

— Esse projeto que tirou o seu sono — Ino falou pela primeira vez olhando para mim. — Entendo que esteja entusiasmada com a ideia, confesso que eu estou bem mais empolgada do que estava ontem, porém isso é loucura. — Apontou para os papéis distribuídos no chão.

— Minha mente estava explodindo, e a madrugada é só uma fração inútil do dia que eu não estava utilizando porque meu corpo se recusava a dormir, então tornei horas deprimentes de introspecção em rascunhos do nosso projeto. Que loucura há nisso? — indaguei em um folego só.

— Tem mais de trinta páginas aí, Sakura. Algumas desenhadas. — Ino pegou uma das plantas do hospital no chão para me mostrar. — Estamos só no primeiro dia. Vamos com calma. — Gesticulou com as mãos. — E não se esqueça de que eu também estou nessa, não faça tudo sozinha. — Deu a volta no balcão para começar a se organizar para abrir a charmosa floricultura.

— Não irei fazer tudo sozinha. Isso foi só um surto criativo para afastar pensamentos ruins — justifiquei-me enquanto, agachada no canto da loja, eu recolhia os papéis por ordem de relevância.

— Isso é para mim, Testuda? — Ino perguntou com os olhos brilhantes segurando o embrulho e a rosa que eu havia deixado em cima do balcão.

— Não — exclamei, levantando-me de supetão. A expressão de Ino desfez-se na hora. — Na verdade, é um café da manhã e podemos dividir, porém quem trouxe foi o Sasuke. Ele... também devolveu a rosa que roubou ontem — expliquei com vergonha.

— Esse bilhetinho também é dele? Porque eu acho que não é e estou doida para desmascarar essa mentira sua.

— Pior que sim. É a caligrafia dele. — Aproximei-me para indicar as características da escrita do Sasuke.

— Nossa, agora acredito mesmo que ele está ficando louco por sua causa. — Ino entregou-me de volta o bilhete e continuou falando em tom de indignação. — Uma hora ele vem aqui, faz o escarcéu querendo que você dê satisfações a ele, depois ele prepara café da manhã, dá rosa (uma rosa que roubou de mim!) e deixa bilhetinho? Quem ele pensa que é? Tá mais duas caras que o Zetsu. Parece que são pessoas totalmente diferentes de ontem para hoje, mas é o mesmo cara.

— Ino, se acalme — pedi, dando a volta no balcão. — Eu entendi isso como um pedido de desculpas por ontem.

— Pare de ser ingênua! Ele está usando isso para te ter de volta, e é golpe baixo usar esse combo de “café da manhã na cama”, flores e elogios singelos. Que mulher não amolece o coração com isso?

— O meu amoleceu um pouco, confesso — disse rindo.

— Deleta essa cara de bobo agora! Era essa a intenção dele, parabéns ao Sasuke por ter conseguido, porém temos outro foco aqui.

— Eu não posso fechar os olhos para esses tipos de coisa, Ino. Meu problema com o Sasuke é algo que eu quero resolver um dia, não posso ignorar coisas assim. Veja, ele está tentando. — Peguei a rosa e lhe mostrei. — Não me lembro do Sasuke ter me dado flores antes ou me trazendo café da manhã com um bilhete carinhoso. Ele está tentando me ganhar, isso significa que eu sou importante para ele, que ele sente algo por mim e está se esforçando para mostrar.

— Lindo isso, contudo, não resolve muita coisa. Talvez essa ideia nem tenha partido dele.

— Também acho que não, entretanto, isso não diminui o que ele fez, pelo menos Sasuke pediu conselho a alguém ou aceitou uma dica, ele fez algo com as próprias mãos.

— O café da manhã também? — Ino perguntou desconfiada abrindo o embrulho e levantando o lacre da tampa do recipiente que estava repleto de sashimi e legumes cozidos fresquinhos. — Não acha suspeito?

— Nenhum pouco. — Puxei o potinho para mim e experimentei um dos legumes e um dos sashimi. — O Sasuke costuma cozinhar os legumes sem nenhum tempero — disse enquanto colocava um dos pedaços de batata na boca. — Eu adoro comida bem temperada, ele deve ter se lembrado disso quando preparou porque está bem picante — comentei entre risos. Ino me encarava reprovadora. — Quer? — Negou com convicção, dando-me as costas para abrir as portas da floricultura.

— Queria saber como é estar perdidamente apaixonada por alguém para poder alegrar-me com algo bobo como isto, mesmo depois de tudo o que vocês passaram.

— E eu queria alegrar-me por mais motivos além de algo bobo feito por ele. Encarar um agrado como um simples agrado e uma mentira como uma grave mentira.

— Não vou mais te julgar. Talvez esse agrado seja mesmo bem significativo, e a mentira, apenas uma mentira. Talvez estejam no caminho certo para fazer tudo ficar bem de novo.

— Talvez...

No horário de almoço da Ino, saímos para ver pousadas pela vila com preço acessível e que aceitasse visitantes. O número de pousadas em Konoha era grande, mas, com esses requisitos, só algumas. Uma delas, por coincidência ou ironia do destino, era a pousada em que o Ren e a tal Takahaghi estavam hospedados.

Quando entrei no estabelecimento, uma sensação de medo tomou conta de mim, mas fiz o possível para reprimi-la. O local estava exatamente igual ao que estava há meses. Ino, que tinha mais desenvoltura para negócios, ficou conversando com a velha, passou o caminho todo garantindo que conseguiria preços ótimos para mim se pechinchasse. Eu realmente contava com isso. Enquanto ela cuidava dessa parte, fiquei passeando pelo hall de entrada, observando os quadros, as poltronas, as plantas... Eu não sabia se gostaria de ficar ali...

— Sakura! Fechado! Vem cá ver por quanto ficou tudo...

... Mas eu não tinha mais tempo de negar nem Ino tinha como vagar mais tempo comigo pela vila.

O desconto realmente tinha sido ótimo, porém eu teria que ficar dois meses ali e pagar tudo de uma vez. Mais tarde, no mesmo dia, levei meus pertences, que, no dia anterior, tinham sido levados para a floricultura da Ino, para o meu quarto na hospedaria. Acreditava que até as minhas coisas estavam cansadas de tantas mudanças num espaço tão curto de tempo.

Enviei uma mensagem de agradecimento e desculpas à Tsunade por todo o incômodo, anexo o meu novo endereço, e repliquei o recado para Naruto e Sasuke também. Logo os outros também saberia, mesmo que não precisassem.

O quarto era pequeno e impessoal, aconchegante. Abri mão de um armário de roupas por uma escrivaninha para trabalho. Eu não possuía muitas peças, não havia problemas de mantê-las na mala, importante mesmo era manter meu projeto em ordem e eu deveria transformar aquele local em um estúdio de trabalho.

As mudanças — as poucas que eram permitidas — no local foram feitas conforme os resultados iam surgindo. Ao final daquela semana, Ino e eu já havíamos consultado especialistas em contabilidade, arquitetura, engenharia... Depois da guerra e no governo do Naruto, surgiu muitas pessoas interessadas em estudo para desenvolvimento da aldeia. Com menos de uma década, as mudanças eram visíveis e até mesmo assustadoras. A Konoha da minha infância parecia um sonho de um passado longínquo.

Tendo opiniões e números de profissionais nas mãos, pude fazer os cálculos certos, e o que antes era rascunho estava próximo de ser o projeto inteiro. Ino e eu precisávamos ter esse projeto pronto antes de apresentarmos a ideia aos Hokages e aos Senhores Feudais, precisávamos de algo tangível, números e imagens, do contrário, seria apenas uma ideia.

Nem Tsunade, nem Naruto, nem Sasuke vieram me visitar. Em partes, eu agradecia pelo espaço que tanto queria, em outras, eu me preocupava. Antes, eles se preocupavam tanto comigo, agora eles apenas me ignoravam? O maior “porém” de não vir ninguém era por causa do meu filho. Fazia mais de uma semana que eu não o via, e isso estava muito errado. Sasuke sabia que eu não iria ao Distrito Uchiha, então, ele quem deveria ter trazido meu filho para mim. Será que Ichiou não perguntava pela mãe? Não se importava? Não pedia para me ver?

Diariamente, Ino e eu adquirimos o hábito de gastar o tempo do almoço dela no Mōfu Kōhī para discutir o projeto e a vida. A cada dia, ela estava mesmo mais interessada e colaborava mais. Ela quem ia atrás das pessoas especializadas no projeto e marcava reuniões, ela quem comprava os materiais para eu trabalhar e administrava tudo até para mim.

— Faz quase dez dias que enviamos as mensagens e ninguém foi me visitar, Ino. Acha que eu fiz algo errado em ir para aquela pousada?

— Não — disse dando os ombros, tomando o seu milk-shake. — Você está bem sozinha, está com a mente ocupada, está produzindo! — exclamou segurando minhas mãos em cima da mesa. — Não posso afirmar que esteja feliz, contudo, certamente, está muito melhor do que estava há duas semanas.

— Eu realmente me sinto bem melhor, em todos os sentidos.

— Confesso que o banho de beleza tem uma grande responsabilidade por essa mudança positiva, mas o seu espirito parece estar melhor, seu olhar, sua áurea. — Gesticulava círculos no ar. — Você até sorri e conversa mais sobre coisas legais. Você tá muito bem, não liga para eles.

— O problema é o Ichiou, Ino. Eu dependo deles para ver o meu filho. Te expliquei que não o deixaram comigo porque estou “mentalmente instável”. — Reviramos os olhos juntas a respeito daquela palhaçada. — Agora é até conveniente o Sasuke ficar com ele em tempo integral para que eu possa me dedicar mais ao projeto, com o Ichiou para cuidar seria mais difícil, contudo, eu preciso ver o meu filho, eu o via diariamente depois do último acordo, agora faz mais de uma semana. Ele quer que eu vá atrás?

Ino parou para pensar por um tempo e me respondeu com cara de desgosto:

— Pensando bem, eu acho que sim. Não que eu ache legal a ideia de você bater na porta do tenebroso Uchiha, mas tudo indica que é para você fazer isso. Eles devem ter feito um teste: “Vamos ver se a Sakura se importa mesmo com o filho dela”. Acho que você deve ir lá o mais rápido possível e fazer um escândalo básico por terem te ignorado e afastado seu filho de você, visto que esse não era o combinado.

— Tem razão, Ino. Irei lá agora mesmo. — Bati na mesa com determinação.

 

.o0o.

 

O Distrito Uchiha, depois de um pouco mais de três meses, parecia ter envelhecido uma década. O museu trágico trazia-me lembranças misturadas, de dias de felicidade ao trágico cenário, de dias de angústia em que as ruínas pareciam fazer parte de tudo. Eu havia vivido ali, mas parecia ter sido há tanto tempo...

Cheguei na porta da antiga casa do patriarca do Clã Uchiha, Fugaku Uchiha. Eu mantinha a varanda limpa, com flores e plantas que eu cultivava, e reparei estar tudo vazio. Somente folhas secas e poeira forrava a madeira do piso e do cercado.

Bati na porta mais de uma vez até o Sasuke atender. Quando ele destrancou, pude observá-lo de uma maneira que poucas vezes tive o infortúnio de ver: ele estava acabado. O cabelo desgrenhado e a ausência de roupas eram os menores indícios do seu desleixo; Sasuke estava magro, talvez eu não tivesse reparado antes por conta do volume das roupas, mas ele tinha emagrecido consideravelmente; com olheiras, lábios secos e um cheiro atípico, para não dizer desagradável. Antes que eu pudesse perguntar qualquer coisa sobre o seu estado, Ichiou, que estava em pé no topo da escada, avistou-me e chamou-me com a voz rouca e chorosa. Pedi licença e entrei em um rompante na casa para pegá-lo, ao mesmo tempo Ichiou descia as escadas, degrau por degrau, deslizando os dedos pelo corrimão e arrastando um bichinho de pelúcia ao seu lado.

— Oi, meu anjo — exclamei preocupada com seu semblante triste, agachando-me e agarrando-o, trazendo-o para o meu colo.

Ele me abraçou e deitou a cabeça no meu ombro, gemendo o que poderia ser considerado uma tentativa de choro; sua pele estava quente e o corpinho todo mole.

— Sasuke, ele está doente — exclamei, virando-me para ele que permanecia com a mão na maçaneta da porta ainda aberta, como se esperasse que alguém mais entrasse. Olhava lá para fora e não me respondia. — Sasuke — chamei mais uma vez.

— Eu estava tentando cuidar dele...

Reparando melhor no Ichiou, ele realmente estava bem agasalhado e não aparentava ter perdido o peso que havia ganhado nos últimos meses, apenas a temperatura do seu corpo e o nariz vermelho que acusavam a gripe.

— Eu sei, Sasuke. — Caminhei até ele e fechei a porta. Sasuke nem se moveu.

— Ele piorou de ontem para hoje — disse com o rosto baixo.

— Você sabe que ele tem problemas respiratórios e que a imunidade dele é baixa, Ichiou fica muito frágil nessas viradas de estação, mas isso não é culpa sua — tentei acalmá-lo, visto que Sasuke parecia estar envergonhado, até mesmo nervoso.

Logo chegaria o outono, porém o frio já dominava as tardes e as noites, mesmo que de maneira mais branda, e isso afetava Ichiou, ele sempre pegava um resfriado, mas era visível que o que ele tinha ali não era grave.

— Por isso não respondeu minha mensagem? — indaguei, e ele novamente não me respondeu. — Por isso não me levou o Ichiou?

— Você ia achar que eu o deixei doente, que não soube cuidar dele — explodiu com outro tom de voz.

— O quê?

— Só ia confirmar sua teoria de que ele fica melhor com você.

— Não é uma teoria, é um fato. Toda criança precisa da mãe por perto. — Acariciei a cabeça do Ichiou no meu ombro, sentindo-me mal por não ter vindo antes e por Sasuke pensar que eu iria culpá-lo pela gripe do menino. Sasuke pôde ter sido um companheiro cheio de falhas, mas, como pai, ele era inquestionável. — Eu entendo que o combinado seja outro, entretanto...

— Eu sei o que vai propor. Leve-o. Ele ficará bem com você. — Abriu novamente a porta, indicando o caminho para eu sair.

Fiquei encarando-o ali por alguns segundos enquanto ele me evitava, olhando lá para fora, o pomo-de-Adão subindo e descendo, o desconforto estampado na cara. Sasuke estava quebrado. Eu pensei que o ver tão vulnerável me daria prazer, porém estava me dando pena.

— Não posso sair assim. Vou dar um banho nele e preparar sua mala — anunciei, dando as costas à porta e subindo as escadas rumo ao quarto do meu filho. Sasuke não me seguiu.

Chegando ao quarto, surpreendi-me ao ver um colchão de solteiro no chão, Sasuke devia passar o tempo todo ali com ele. Estava um pouco desorganizado, mas, ainda assim, limpo. Um frasco de xarope, toalhinhas de algodão usadas, potes de sopa comidos pela metade...

Ichiou não queria me largar, de modo que tive que organizar tudo com ele agarrado a mim. Fiz uma mala com uma boa quantidade de trocas de roupas e sapatos e pedi para ele escolher um ou dois brinquedos para levar. Em seguida, com a banheira já cheia, mergulhei-o na água morna e lhe dei um banho demorado para abaixar a febre. Fiz uma massagem nas costas para ajudar o catarro a soltar as paredes pulmonares e a sair com mais facilidade por meio da tosse, lavei bem os seus cabelos castanhos que estavam bem oleosos, cortei suas pequenas unhas e, depois de secá-lo, vesti roupas limpas.

Quando cheguei lá embaixo, Sasuke me esperava na sala, sentado com uma espécie de marmita nas mãos. Antes que eu perguntasse, ele disse que era a única coisa que Ichiou estava aceitando comer. Agradeci e fui em direção à porta. Sasuke pegou Ichiou do meu colo, abraçou-o e beijou-o todo o rosto e cabeça, disse algo em seu ouvido e me entregou a criança de volta com uma expressão horrível.

— Na mensagem, havia o endereço da hospedaria onde estou. Pode ir lá quando quiser, apenas me avise antes. — Sasuke assentiu, ainda olhando Ichiou. — Eu vou te mandando mensagens sobre a saúde dele, mas garanto que é só uma gripe, logo ele estará melhor.

— Ok.

— Até mais. — Desci os degraus da varanda. — E... obrigada pela rosa. Por tudo.

Novamente, fiquei sem resposta, contudo, considerando a situação do Sasuke, eu nem me importava com a falta de educação ou afeto por ter me ignorado, ele estava oficialmente sozinho.

Depois de algum tempo que eu já estava na hospedaria com Ichiou e ele já estava dormindo na minha cama, dei atenção à sacola em cima da escrivaninha. Segurando o isopor retangular, notei ainda estar morno o jantar do Ichiou. Eu havia esquecido completamente e não poderia mais acordá-lo só para comer, estava tarde. Abri a embalagem e constatei que havia dois potes separados, ambos com o emblema Uchiha na tampa, o que me fez rir por conta do capricho do Sasuke. Duas marmitas também era exagero, Ichiou não comia aquela quantidade de comida nem em condições normais.

Dentro de uma havia uma sopa de legumes; na outra, uma porção de umeboshi¹. Tive que sorrir sozinha com aquilo também. Ambos os potes continham comidas que o Ichiou poderia ingerir (eu costumava dar umeboshi a Ichiou para ajudar a curar os resfriados), contudo, também eram minhas favoritas. Sasuke havia preparado a sopa, o umeboshi deveria ser comprado, ainda assim, achei muito atencioso da parte dele lembrar-se do que eu costumava cozinhar quando Ichiou ficava doente. Sendo ou não também para mim aquela “janta”, aquele cuidado me deixou encantada. Sasuke estava realmente cuidando do Ichiou. De forma indireta, cuidando de mim também. Cuidando de nós.

Logo Ichiou melhorou. Tratei-o com chás, sopas e xaropes; em duas noites, ele estava completamente revigorado. O umeboshi também fora de grande ajuda. Obviamente isso era ótimo, contudo, para o meu projeto, tornou-se um atraso. As pilhas de papéis na escrivaninha não tiveram muita alteração desde que Ichiou viera comigo da casa do Sasuke.

Ele não era mais um bebê, era um garotinho cheio de energia prestes a completar seus cinco anos. Ele não parava de falar e correr nenhum minuto, tornava meu trabalho quase impossível. Eu não estava aborrecida por isso, apenas preocupada. O quanto antes esse projeto deveria ser apresentado ao Naruto para que ele desse o alvará de permissão, e Ino e eu pudéssemos partir para a próxima etapa do projeto: arrecadação.

Como faltava pouco, decidi tirar Ichiou daquela hospedaria que ele já havia explorado completamente, fomos dar uma volta no centro e, de lá, iríamos para a Floricultura Yamanaka falar com a Ino. Lá ela poderia distraí-lo enquanto eu avançava o projeto.

Ichiou corria e rodopiava ao meu lado, falando sobre como adorava passear. Devia fazer muito tempo que ele de fato não saía da casa do Sasuke e depois da hospedaria. Parte por estar doente, parte pela minha negligência e a do Sasuke em tirar um tempo para levar Ichiou para se divertir. Como eu disse, ele não era mais um bebezinho que ficava sentadinho quietinho em um canto de qualquer lugar. Ele estava cheio de energia e alegria. O que mais me entristecia era sua distância de crianças de toda e qualquer idade. Ele era um menino sozinho, vivendo praticamente somente com adultos. Meus pensamentos antes centrados no projeto agora estavam dirigidos à melhoria do bem-estar do meu filho, e o primeiro passo poderia ser uma creche.

— Olá. — Senti um corpo trombar em mim e distrair-me daqueles pensamentos. Quando olhei para a dona do “olá” prolongado, vi que era a Temari.

— Oi, Temari. Desculpe-me por isso, eu estava distraída. — Segurei a mão do Ichiou para que ele não sumisse no meio da multidão do centro.

—Tudo bem. Faz tempo que não nos vemos.

— Sim.

— Eu também estive bem afastada do programa de treinamento. Sei que não é uma boa postura como emissária, contudo, o Kazekage é meu irmão, e eu acredito que posso dobrá-lo caso atrase um pouquinho os relatórios — disse sem jeito.

— Ah, quanto a isso, fique tranquila. A Shizune deve estar cuidando de tudo agora.

O sorriso simpático que Temari exibiu foi gradualmente transformando-se em uma expressão um tanto cautelosa.

— Não sei se você soube, mas o programa inicial teve algumas alterações por...

— Por sua causa — Temari completou me interrompendo. — Eu sei. Não estou por dentro das burocracias, porém não consigo fugir dos boatos.

A minha expressão deve ter sugerido que não gostei nada do comentário porque Temari logo diminuiu simpatia em seu tom de voz e estufou o peito, impondo uma postura mais firme.

— Foi um acaso termos nos trombado aqui, mas já que aqui estamos, poderíamos ver como ficará isso — ela disse.

— Talvez uma outra hora, tenho que me encontrar com outra pessoa.

— Não se preocupe, serei breve. — Sem escolha, fiquei para ouvi-la. — De todas as pessoas de Konoha, as que o Gaara mais confia são o Naruto e você, por ter salvo Kankurou uma vez — explicou quando notou minha expressão de confusão pela revelação. — Ele ficou muito contente em saber que você tinha sido agregada ao programa de treinamento dos médicos de Suna. Você é a melhor médica atualmente, e os relatórios que enviei apresentaram uma grande evolução nos cinco! Suna não tem a mesma infraestrutura de Konoha, Gaara precisa de bons profissionais para que nossa vila possa prosperar e ter pessoas treinadas pelos melhores na área.

— Os alunos estão sendo treinados pela Shizune que é tão capaz quanto eu, era ela quem tocava tudo sozinha, então...

— Gaara e eu gostamos de você. Os alunos gostam de você e dos seus métodos. O problema é o salário? Se quiser fazer-nos uma oferta...

— Temari, eu fui expulsa do hospital — falei de uma vez. — Não sei se você conseguiu fugir desses boatos, contudo, eu não faço mais parte do corpo de profissionais do Hospital de Konoha.

— Bom, confesso que os boatos não me trouxeram isso, porém não encaro como um problema — respondeu depois de um curto silêncio.

— Não quer nem saber o porquê? — indaguei desconfiada.

— Você continua sendo médica, certo?

— Certo.

— Isso é o suficiente. — Sorriu com a sua simpatia de volta. Eu ainda estava desconfiada e na defensiva. Eu pensava em dar aulas novamente, mas não para os alunos de Suna. — Se quiser pensar melhor, você sabe onde fica o Distrito do Clã Nara.... Procure-me e veremos o que fazer. Não é um favor, é um trabalho. Um trabalho que o kazekage admira muito.

            Retomando a caminhada sentido à floricultura, eu só consegui pensar em como eu não havia entendido muita coisa, principalmente a parte do “kazekage admirar muito o meu trabalho”. O que aconteceu há anos não foi nada de espetacular, eu fiz apenas o que deveria fazer, salvar a vida daquele homem. É o que os médicos fazem. A indiferença de Temari quanto ao fato de eu ter sido expulsa do hospital também me pareceu suspeito.

Chegando à floricultura, a primeira coisa que disse à Ino, antes mesmo de um “olá”, foi um pedido de ajuda para entender o que estava acontecendo.

“Socorro”.

— É muita coincidência, devo concordar — Ino opinou após eu ter contado tudo o que aconteceu com Temari há poucos minutos. — Independente, isso não é algo ruim. Estava nos seus planos voltar a trabalhar dando aulas e fazendo missões.

— Na ordem inversa, sim. Já pedi para o Naruto me escalar em missões de curto prazo.

— E ele aceitou?

— Não sei ainda. Não fiz o pedido pessoalmente. Mandei um recado pelo Shikamaru e acredito que ele tenha deixado nas mãos do Naruto.

— Bom, estamos realmente ocupadas e apertadas com o nosso prazo surreal de apresentar o projeto, porém você poderia ter tirado uma hora do dia para falar com ele pessoalmente sobre isso visto que é do seu interesse. Além do mais, está chegando a data limite naquele seu calendário maluco para você encontrar “uma fonte de renda que não seja a poupança”.

— Naruto e eu não estamos muito bem um com o outro — falei, torcendo para ela não me perguntar o porquê.

— Por quê? — Não deu certo.

— Reservemos essa história para o Mōfu Kōhī — adiei o assunto. — Voltando para Temari... — retomei o ponto inicial da conversa. — Ela pediu para eu ir ao Clã Nara para discutir isso, contudo, eu não estou muito certa sobre o que fazer.

— Pela forma que ela te engrandeceu aos olhos do Gaara, alguém já devia ter te encoberto de elogios para ela anteriormente. Temari não é muito dada para essas coisas, vai por mim. Eu te achava pouco feminina até conhecer melhor a Temari depois que ela se casou com o Shikamaru. Fala sério, ela é um homem de saias. Delicada como um touro.

— Poxa, ela te fez algo para você a caracterizar assim?

— Só sugeri uma manicure para ela, foi o suficiente para reduzir nossas conversas a falar exclusivamente sobre como homens são imbecis e como devemos domá-los desde o início de uma relação.

Esse comentário me fez pensar o tanto de dores de cabeça que eu poderia ter evitado com o Sasuke se eu tivesse uma amiga como Temari por perto para me ensinar esse tipo de coisa. Ainda com esse gênio forte e superconfiante, acredito que ela se impressionaria com o Sasuke. Domar um Nara não deve ser mais difícil do que domar um Uchiha.

— Você não consegue imaginar quem poderia ter pintado o seu quadro a óleo para ela?

Ah, sim. Eu conseguia imaginar alguém próximo a ela que poderia ter feito algo assim. Só poderia ser ele. Nem meus amigos mais íntimos tinham coisas fabulosas para dizer sobre mim... Somente ele poderia ter persuadido Temari a fisgar-me de volta para o projeto de estágio. E esse alguém era Ren.

.o0o.

Sasuke não apareceu um dia sequer na hospedaria. Diferente dele, eu não o deixaria afastado tanto tempo do filho, e Ichiou também me cobrava, perguntava por que o “papai” não estava ali, quando o “papai” ia aparecer para levá-lo a tal lugar ou fazer tal coisa. “Papai” isso, “papai” aquilo, e o sujeito que ultimamente estava em terceiro e até quarto plano dos meus pensamentos começou a aparecer constantemente por causa do Ichiou.

De dois em dois dias, eu levava Ichiou ao Distrito Uchiha. Sasuke e eu conversávamos pouco, somente recados ou comentários sobre o nosso filho. Houve dias em que pensei estar o incomodando com a minha presença, embora, no fundo, soubesse que estar ali com o Ichiou fazia bem a ele, mesmo que ele não dissesse. Era nítido. Ainda assim, eu preferia deixá-lo sozinho com o Ichiou sem ter o peso do meu olhar em cima dele o tempo todo, mentalmente implorando para ele avançar em mim. Eu estava começando a me esquecer qual era a sensação do toque de um homem...

Contornando a antiga casa do patriarca Fugaku, avô de Ichiou, havia acesso ao quintal onde eu cultivava plantas e flores, muitas medicinais, e também uma pequena horta. Antes de partir, eu trabalhava em tomates; voltando ali meses depois, havia apenas as estacas. Quase tudo estava morto. As plantas mais resistentes, resistiram, mas até quando permaneceriam era um mistério. Eram plantas, em sua maioria, de primavera e verão, não resistiriam ao outono e ao inverno, por isso, morriam. Contudo, a culpa não era só da mudança de estação, com a estiagem de chuvas, era evidente que aquelas folhas opacas não conheciam mais o que era água. Sasuke abandonou a própria casa, e eu temia que estivesse abandonando a si mesmo.

Minha ausência ali não era desculpa para o desleixo. Sasuke crescera sozinho, sempre fora limpo, organizado, metódico, com um ciúme da casa que era racional, visto que fora o santuário de sua família por anos, do nascimento à morte. Ele costumava cuidar daquele local, mas agora a varanda e o quintal pareciam o cenário da decadência de um homem, protagonizado por ele, pelo Sasuke.

Aquela era a quinta ou sexta vez que eu levava Ichiou para passar algumas horas com ele e eu já não entrava mais. A higiene ainda era feita, porém gradualmente, superficial. Cada vez mais o lixo era preenchido com embalagens de comida instantânea ao invés de restos de legumes, frutas... Eu reparava porque me preocupava.

Essa preocupação era por ter quase total consciência de que eu fora o gatilho para aquilo e de que provavelmente eu seria a cura, mas eu não queria voltar para ele. Sentia-me mal vendo-o tão vulnerável, seu corpo másculo aos poucos exibindo menos carne, suas olheiras mais escuras, seu cabelo maior sem corte, sua amada casa refletindo sua alma... Doía-me porque eu ainda o amava. Eu amava Sasuke, eu só não tinha mais vontade de voltar para ele, para a casa, para a vida que tínhamos.

Esperei uma hora a mais do que costumo, não ia pedir para o Sasuke me devolver o Ichiou, não poderíamos tratar nosso menino como um brinquedo que passávamos de mão em mão. Eu deixei. Deixaria mais uma hora, mas Sasuke surgiu no quintal, sem precisar dizer nada, pois Ichiou falou tudo:

— Mamãe! — Pulou no meu colo. — O papai me ensinou jogar coisas e socar o ar — explicava tudo fazendo movimentos infantis.

Não precisei pensar muito para saber que Sasuke estava o treinando, confesso que Ichiou estava até atrasado. A lenda dizia que as crianças do clã Uchiha aprendiam a lançar kunais antes mesmo de equilibrarem-se nas duas pernas.

— Depois brincamos de bola e depois tomei banho e vesti uma blusa nova.

Reparando na roupa e no cheiro, não parecia exatamente nova. Antes que eu fizesse qualquer comentário, Sasuke falou:

— Era minha. Encontrei em um caixa. Tentei tirar o cheiro de mofo. — Seu olhar mirava os próprios pés, nunca diretamente a mim.

— Está perfeita. É o tamanho dele, muito obrigada — agradeci da forma mais cordial que pude.

Como sempre, antes de me entregar Ichiou banhado e alimentado, Sasuke entregava uma sacola com duas marmitas (que agora eu sabia ser uma para mim e uma para o Ichiou). Naquele dia, ele segurava duas sacolas.

Por breves segundos, achei uma benção Sasuke não estar forçando os limites que impus. Por breves instantes. Naquele momento, estávamos mais próximos do que estivemos nos últimos dias, e aquilo representava um braço de distância um do outro, muitas vezes eu quis diminuir esse espaço, tocá-lo, certificar-me de que seu corpo estava quente, sentir a tez da sua pele, uma última vez... Contudo, eu não podia, tinha que suprimir esse impulsos dentro de mim o máximo que eu pudesse.

— Duas sacolas? — perguntei, tentando mudar o rumo que minha mente tomava, tentando disfarçar a voz trêmula.

— Uma para ele e uma para você. — Estendeu o braço, e eu peguei a sacola.

Ichiou, alheio a tudo, corria livremente pelo quintal, imitando posições ninjas de ataque. Sasuke o observava.

— Não precisa fazer isso todas as vezes. Você poderia fazer algo aqui, não sei, ou levar a gente para comer em algum lugar ou até mesmo para de ignorar meus chamados para ir à hospedaria — comentei, tentando parecer bem-humorada e também já dando umas dicas para os próximos “encontros”.

—Tudo bem.

Reparei o pomo-de-Adão de Sasuke subir e descer após dizer aquilo. Seus lábios queriam se abrir, falar, mas ele hesitava enquanto eu torcia para ele dizer onde e quando faria algo assim. Não era um passo muito grande migrar de marmitas para um jantar caseiro e íntimo.

— Preciso te dar um aviso — comecei assim que percebi que ele não diria mais nada. — Voltarei a trabalhar dando aulas para os mesmos alunos que eu tinha antes, embora não mais vinculada ao hospital. Terei uma rotina e um cronograma diferentes e não poderei mais trazer o Ichiou para vê-lo com a mesma frequência.

— Então decidiu fazer o que o Naruto sugeriu? Dar aulas? — indagou, colocando ambas as mãos nos bolsos da calça. Como já era costume, em casa, Sasuke ficava sem camiseta. Algo dentro de mim também dizia que ele ficava assim principalmente quando sabia que eu iria lá.

— Nessas últimas semanas, decidi sozinha fazer muitas coisas, dar aula é uma delas. Contudo, isso é assunto de jantar, não de marmita. — Sorri para ele, e, incrivelmente, Sasuke sorriu de volta. Um sorriso de Sasuke que quase não é um sorriso, uma esticada em um dos cantos dos lábios, um riso torto, quase zombeteiro, mas que só aumentava o charme e a cara de canalha. — Até mais, Sasuke.

— Até mais, Sakura.

Dei as costas e marchei de volta para casa. Depois de despedir-se do pai, logo ouvi os pequenos pezinhos de Ichiou correndo atrás de mim. Algo me fez olhar para trás depois de ter tomado certa distância da casa. Sasuke estava na varanda nos observando partir. Meu coração se aqueceu com aquilo. Sim, poderia se ruma bobagem, definitivamente eu estava me deixando levar, mas era inegável que aquele Sasuke de rosas, marmitas e meio sorrisos não era o mesmo de quatro meses atrás. Aos poucos, a brasa mórbida na qual meu coração estava começava a acender-se novamente.

 

.o0o.

 

— Bem-vinda, Sakura-senpai — os cinco estagiários de Suna me recepcionaram em frente ao Hospital de Konoha com uma grande reverência.

Shizune e Temari assistiam tudo piscando e batendo palminhas para mim. A plateia era constituída por outros como Ino, Shikamaru, Kakashi e Tsunade, porém as mais empolgadas com aquilo eram elas.

— Será um prazer poder dar continuidade às lições que tivemos durante meses. Senti falta de cada um. Não tive oportunidade antes, mas agradeço também pelo suporte que me deram nos últimos dias de vida da minha mãe. Claro que não foi somente uma “caridade” o que fizeram (até porque receberam). — Riram. — Foi um aprendizado para vocês que ainda não tinha lidado com a morte de um paciente e foi um aprendizado para mim em uma gama de outros aspectos. Peço desculpas por toda e qualquer falha que tenha cometido com vocês e prometo, diante de todos esse pessoal importante — Naruto, Ino, Shizune, Temari e Kakashi vibraram, Tsunade e Shikamaru reviraram os olhos. —, que darei o meu melhor. Assim como espero o melhor de vocês também! A parte prática, metodológica, exige muito mais de um médico do que os testes e pequenas participações que faziam dentro do hospital; com essa ampliação do projeto, procuramos desenvolver a autonomia em cada um diante de situações até mesmo extraordinárias. É esse o meu objetivo nessa nova etapa. Gaara, ou melhor, o excelentíssimo kazekage — corrigi ao receber um olhar torto de Temari. — enviará mais alunos periodicamente para aprender as mesmas coisas que vocês têm aprendido. A meta a médio prazo é que o país de Suna tenha uma equipe médica e também ninja-médica equiparável com a de Konoha. Para isso, conto com vocês: Hana, Emi, Nobu, Sachiko e Ren.

Sasuke escondia-se mal em cima de um telhado próximo ao local aberto em que estávamos. Ele queria ser visto por mim, porém não olhava para mim, olhava para ele, para o último aluno citado, aquele que, de alguma forma, representava uma ameaça para aquela que um dia havia sido dele, hoje, não mais. Não tão em breve.

 

 

 

Umeboshi¹: Um tipo de tsukemono composto por umê em conserva. Assemelha-se à ameixa. Tem um gosto ácido e salgado, ainda assim tem propriedades medicinais e serve de remédio caseiro para gripes e resfriados. É também uma das especiarias da culinária japonesa preferida da nossa queria Sakura.


Notas Finais


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