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História Pink Cadillac - Início


Escrita por: rflowers_black

Notas do Autor


Peço já perdão caso houver algum tipo de erro, irei concertar logo.





Muito obrigada por estar lendo ;)

Capítulo 1 - Início


Fanfic / Fanfiction Pink Cadillac - Início

As ruas da Califórnia nunca foram tão animadas durante a noite, parecia que os jovens, e alguns adultos presos na aura de continuar vivendo sem um tipo de pausa, ou aqueles que buscavam fugir da normalidade e rotina. Estavam sempre procurando uma diversão, algo para fugir de tudo ou determinar que a vida seria aquele. De alguma forma todos tinham algo em comum; fugir do que era determinado como vida. Existiam casos mais preocupantes, como viciados e prostitutas, mas todos procuravam uma forma de mudança, nem sempre das melhores formas.

Por outro lado, existiam aqueles que nasceram com suas vocações e vivem perfeitamente, já que há anos foram treinados para isso, então o sistema já se acostumou a ser uma máquina dos sonhos alheios. Sim, existiam casos de pessoas que realmente se sentem conectadas com suas devidas expectativas, mas são tão raras que podemos dizer como impossíveis. Aqueles advogados que só continuam sendo advogados porque o pai também foi, colocou o dinheiro como um centro específico de poder e que só iria conseguir tudo se tivesse milhões na conta. Geralmente eram esses certinhos que iriam passar algumas noites de loucuras e só terem isso para contar pelo resto de suas vidas, até que outro dia vão se entregar novamente à alguma perdição no mundo real.

O que é bem nítido é que pessoas desses dois tipos não são muito bem compatíveis, são como Squares e Drapes. A única vez que você pode vê-los juntos é no tribunal, uns acusando, já outros defendendo. 

O mundo não gira de uma única forma e pessoas têm uma total liberdade de serem o que quiser, contanto que não afete negativamente a vida alheia, ninguém é obrigado a aguentar um babaca fingindo ser um rebelde. Rebeldia nem sempre tem haver com ignorância.

O centro mais cobiçado entre os loucos por aventuras de uma noite ou os verdadeiros insanos das aventuras eternas, era no the lover's. O lugar ideal para os amantes de loucuras, bebidas, dança e sexo. Foi fundado um pouco mais para o final do ano de 89 e início dos 90, palco central de todas as possíveis gangues ou falsas delas, apenas alguns jovens que compravam jaquetas de couro baratas e furavam o rosto para parecerem bem mais perigosos. Mas também foi o lugar onde vários laços foram formados, mudados e rompidos. Sempre seria um lugar que carrega uma energia insana e intensa, não no lado ruim, havia adrenalina ali, apenas em colocar os pés poderia sentir o arrepio na espinha.

As ruas eram sempre movimentadas e barulhentas, algumas garrafas eram quebradas e alguns becos perigosos, mas nada muito fora do normal. Por isso Amalie resolveu que seria uma noite comum para jogar o lixo fora, a proprietária do grande bar estava bem estabelecida e parecia que cada dia estava melhorando, sentia que grandes estrelas poderiam crescer por lá.Enquanto estava abrindo a tampa e xingando alguns ratos imundos, pode ouvir um choro baixo, acompanhado de murmúrios que pareciam mais lamentos a si. Curiosidade matou o gato, mas não o leão, ela pensou. Cativada pela adrenalina entrou no beco escuro e sujo e pode ver a silhueta abaixada, estava agarrada com um grande pano e chorava, parecia uma grande dor para o momento.

- Hey...- Ela falou enquanto se aproximava, a silhueta em questão deu um leve sobressalto pela voz repentina e foi rápido para longe, tentando fugir do que distinguia ser uma mulher

.A iluminação era terrível, e por conta das várias luzes ao redor, exatamente atrás da mulher, escutava uma música alta e barulhenta, como algo se arranhando, gritos e garrafas se quebrando. Suas pernas fracas e sem rumo não sabiam como haviam chegado ali, apenas sentiu o peso quando se abaixou no chão, tentando não sentir medo.

- O que faz nesse beco? É perigoso demais aqui.- A voz tentou novamente, Amalie sabia que poderia estar entrando em maus bocados, mas tinha um canivete dentro de suas botas e um pequeno spray de pimenta no sutiã, aquilo a deixava mais confiante e segura. A silhueta continuou calada, mas com um pingo de coragem apareceu mais de perto para a voz, rezando na mente para que fosse emboscada ou algo do tipo

.Uma mulher de porte magro e baixo saiu da escuridão profunda do beco, se aproximando lentamente de Amalie. Ela tinha os cabelos soltos e negros, bastantes cheios e ondulados, usava um suéter verde escuro e uma calça larga, não tinha vestígios de maquiagem ou super acessórios, brincos de pérolas e um olhar amedrontado. Aquela mulher não parece ser daqui, Amalie pensou. Mas dando um voto de confiança a visão vulnerável daquela mulher, ela sorriu e ofereceu a mão.

- Venha, não vou lhe machucar.- Ela disse tentando passar o máximo de calmaria possível, e vendo a hesitação daquela mulher, ela respirou fundo e continuou com sua mão erguida para a jovem moça. Aquilo demorou apenas alguns minutos, então a jovem segurou. 

Naquele momento Amalie pode reparar a forma protetora que ela segurava os grandes panos, que estavam amarrados em seu ombro esquerdo, como uma bolsa, onde provavelmente estavam suas roupas. Ela poderia ser uma jovem expulsa de casa ou uma fugitiva, qualquer coisa assim.

Amalie guiou a jovem para a porta dos fundos do bar\boate, entrando naquele ambiente barulhento, ela foi mais fundo no lugar entrando em uma espécie de corredor onde saia para outra porta preta, alí tinha uma extensa escada, onde ela cuidadosamente levou a jovem, que a todo segundo estava implorando a Deus que aquilo não fosse emboscada. A jovem parou quando viu a mulher abrindo uma porta marrom, e a guiando para dentro, as mãos estavam juntas o tempo inteiro dando um sentimento de conexão e suporte, tudo o que a jovem precisava. Foi então que ela notou ser uma sala de estar simples, em tom caramelo e tinha uma decoração preta bastante bonita, a mulher lhe deu um incentivo a sentar em uma das poltronas e saiu para algum lugar, voltando minutos depois com um copo de leite e um pote de biscoitos.

- Coma, vai te fazer bem.- Amalie disse sorrindo, enquanto cruzava as pernas e apoiou um braço na sua coxa e a mão no queixo, estava totalmente curiosa e intrigada. Seus cabelos loiros eram enormes e tinha várias ondas que estavam espalhados pelo seu corpo, dando um visual mais jovem para si, mas tão tinha uma diferença gritante de idade com a mulher na sua frente.

Totalmente recuada a jovem aceitou de bom grado, mas antes de conseguir  tocar no copo de leite um choro foi escutado, alto, estridente e infantil. Amalie se assustou com essa interrupção tão inesperada e então notou o rosto da mulher ficar vermelho, ela rapidamente olhou para o pano em seu corpo e retirou de lá um pequeno bebê, pelo que as roupas identificaram, era uma garota. A jovem estava tentando a todo custo fazer a pequena se calar, mas era um pouco em vão, o bebê apenas se calou quando ela a colocou perto de seu coração, e alisou suas costas bem levemente, até a ela cair no sono.

 

O clima de alguma forma pareceu mais frio que anteriormente, a jovem continuava em silêncio e Amalie estava tentando ter algum tipo de pensamento coerente ou sensato, mas tudo que passava na sua mente era o fato de não ter percebido ou associado que aquilo era um bebê antes, a bolsa de pano era perfeita para um, como não havia notado? Era estúpida mesmo.

 

- Me perdoe...Eu não quero abusar a senhora com meus problemas. Preciso ir.- A jovem disse cabisbaixa, se levantando com cuidado para não acordar o bebê. Amalie avaliando a situação soube exatamente que era uma péssima ideia a colocar essa mulher na rua, principalmente pelo bebê, mas sua vida também importava. Não parecia ter outras roupas, apenas um bebê e um pano fino para colocar por cima, caso ele ficasse com frio, provavelmente.

 

- Não... Não posso deixá-la ir, é perigoso. Não sei se já esteve aqui antes, mas é muito perigoso, essas ruas são de pura estratégia para pessoas como você caírem em garras perigosas. Me deixe ajudar, não pode ir nesse horário, além de que está com seu bebê, é mais perigoso. Amanhã poderá ir, mas hoje você fica.- Amalie tentou de todas as formas parecer mais calma do que realmente estava, mas por dentro existiam grandes preocupações, as principais envolvendo a identidade da mulher.

Poucos segundos foram para a jovem colocar todas as suas chances nessa oportunidade, não tinha casa mais, nem esperança, apenas queria que esse bebê não estivesse passando por essa situação. Os olhos castanhos brilharam e não pode conter as lágrimas, por ver alguém tão gentil e cauteloso com ela, nem parecia ser algo real. Talvez não fosse, ela pensou, mas era melhor do que passar a noite ao lado de um latão de lixo, chorando enquanto tentava acalmar a pequena garotinha.

- Muito obrigada, senhora.- Ela disse em meio ao choro silencioso. Amalie não aguentou e praticamente correu em sua direção lhe dando um abraço lateral, como um tipo de apoio, tudo o que ambas precisavam.

- Não precisa me chamar de senhora, devemos ter pouca diferença de idade.- Amalie riu com isso, arrancando um riso baixo da jovem. Ela secou as lágrimas, e a olhou no fundo dos olhos, naquela imensidão cor âmbar, que escorrem gentileza.

- Tudo bem...Me chamo Darina, e essa aqui- Inclinou um pouco com o braço esquerdo, só para dar uma visão melhor do bebê- Essa é Camila, minha sobrinha.- Ela disse sorrindo com um imenso orgulho.

Amalie esperou muita coisa, mas algo simples como uma sobrinha realmente a pegou de surpresa. Ela riu baixo com todas as suas teorias loucas e estúpidas, era realmente mais simples do que parecia, pelo menos até onde demonstrou entender, com toda certeza existiam mais coisas naquela história, mas não queria ter que arrancar de Darina ainda, iria esperar o tempo certo e lhe dar o apoio que merecia. Ela se contentou a se apresentar a Darina, a explicando ser dona do estabelecimento, que por sinal estava bem agitado e era apenas duas da manhã. 

- Vou procurar alguma roupa mais confortável minha para você, então por enquanto você pode ir comendo, irei mandar alguém comprar algo para o bebê, não se preocupe.- Amalie disse sumindo ao entrar mais para dentro de sua casa.

Tudo estava passando muito rápido para Darina, em um mês havia acontecido mais coisas do que em seus vite e sete anos de vida. Deixou tudo o que mais amava para trás, trazendo pouca coisa no bolso, além de uma rasa esperança. Está totalmente grata por ter conhecido a mulher loira, até o momento ela parecia ser tudo o que precisava. Precisava de emprego e de sumir desse lugar, não poderia se escorar no bom humor da mulher, poderia acontecer algo que a fizesse para em algum beco sujo chorando novamente. Existiam recursos mais rápidos para se ganhar dinheiro, mas o corpo inteiro se recusa a usar esses meios para ganhar dinheiro. Enquanto as milhares de propostas passavam por sua mente, ela balançava camila levemente dentro dos planos, acima de tudo existe a segurança dessa criança e Darina nunca deixaria que nada acontecesse de ruim.

Amalie voltou com roupas, mas logo teve de descer e resolver o assunto para o bebê, chegou em seu funcionário mais sóbrio- também o favorito- e fez o pedido totalmente emergente, o que fez a feição do homem transformar em algo totalmente confuso, resultou com Amalie o empurrando para ir e que logo iria explicar aquela situação toda. O homem foi praticamente correndo para os fundos, deixando Amalie atrás do balcão tomando o controle de lá, o que a fez observar mais aquele ambiente por aqueles longos minutos até o homem chegar. Ela pode olhar mais aos fundos, tinha homens com seus grandes braços se exibindo em sinuca, como também novatos de gangues, dava para ver na expressão do jovem e no modo que segurava um simples canivete que estava ali apenas para fingir ser o típico bad boy de filmes dos anos cinquenta. O lugar era extremamente animado, existiam gritos, música alta e totalmente do agrado, todo tipo de pessoas dançando e se divertindo. Amalie acendeu um cigarro ali mesmo para pensar melhor, a nicotina a fazia pensar melhor ou pelo menos era isso que ela tentava se enganar. Estava tudo perfeitamente calmo, até que no final de seu cigarro a porta se abriu de forma brutal, fazendo todo mundo olhar para trás, incluindo Amalie, alguns tinham a expressão de medo, outros confusos, mas tudo que existia na feição da dona do bar era de raiva, nascida rapidamente e queimava como o inferno. Mesmo com a luz transitando sua cor, ela pode ver o tom de loiro amarelado que um dos homens tinha, além do preto evidente do principal, as botas de guerra pesadas e as mãos enfaixadas de gases, com detalhes de sangue seco. Havia chegado a pior de todas, os miseráveis daquele lugar, pagavam de incríveis, mas nem eram isso tudo, eram tudo menos pessoas. A gangue do troglodita mais estúpido que os olhos da loira puderam entrar em contato, a gangue dos Leopards. Eram os estúpidos que despejavam o mal onde quisessem, mas a dona  nunca os proibiu de entrar em seu estabelecimento, afinal de contas eles nunca quiseram entrar lá, diziam por todas as bandas daquele lugar que era uma ambiente sujo, com cheiro de vagabunda loira morta, mas isso nunca deixou a loira intimidada, muito pelo contrário, lhe dava ousadia e poder.

Aos poucos todos iam voltando ao seu "normal", bebendo e se divertindo, esquecendo por alguns segundo uma das piores gangues havia entrado ali, confiando no poder da dona e escondendo o medo. O olhar do líder foi totalmente recíproco com o de Amalie, estavam a mesmo nível de combate, nunca um menor que o outro, por mais que o Líder discordasse a toda custa disso. Ele foi caminhando lento com seus bichinhos atrás, sem quebrar os olhares intensos com a loira, que a todo custo tentava não aparentar qualquer sinal de fraqueza. Tinha um pedaço de madeira atrás do balcão, ela poderia usar ele caso algo acontecesse, mas existiam outros funcionários, uns que poderiam lhe dar um real suporte. Ela sentia o olhar preocupado de Andrea perto de si, ao mesmo tempo era totalmente desconfiado, tinham uma ligação forte.

- Não pensei que viria tão cedo aqui.- Amalie tentou ocultar o tom debochado em sua voz, mas falhou um pouco e fez o homem a olhar com mais raiva, se é que aquilo poderia ser possível.

- É, aqui era o único bar que eu não tinha feito minha...presença, mas vejo que não perdi muita coisa, é bem sujo né.- Cada palavra fazia a loira rebelde desejar pegar a madeira e acabar com aquele diálogo em segundos. Ele passou o dedo indicador e machucado pelo balcão e logo o olhando indicando sujeira. Aquilo fez Amalie revirar os olhos e rir alto.

O homem era a definição de podridão, mas seu físico era totalmente diferente, não poderia negar que era um homem atraente, mas poderia lhe colocar em maus bocados, ela já havia sentido a experiência, não sentia a vontade novamente. Ele observou o local e acabou encontrando algo para se divertir, ou alguém, então saiu como uma brasa quente, deixando os seus animais livres, mas apenas um ficou. O homem de cabelos tão claros, que poderiam ser considerados brancos, ele se sentou em um dos bancos e ficou entretido com a madeira escura, esperando até que nenhum dos bichos estivessem por perto.

- Ele está ficando cada vez mais irritante, mas pelo menos está falando de você com menos frequência.- Ele disse sorrindo para a mesma, que olhou para o líder irritante que no momento estava soltando alguma cantada barata a uma garota no canto da boate, ela riu com essa visão e se virou para pegar uma cerveja.

- Ele não muda.- Amalie se contentou fazer esse pequeno comentário sobre o homem, mas respirou fundo antes começar a falar novamente-Então, como vai o processo para tentar sair? Eles continuam colocando problemas no meio?- Perguntou a mulher olhando o relógio ao topo em formato de coração preto.

- Bom, eles dizem que sou um ingrato por querer sair do que eu deveria considerar minha casa, mas eu já ganhei dinheiro e experiência demais nisso... meu momento de garotinho mau já passou. Só quero uma casa de verdade.- Ele disse antes de colocar a garrafa de cerveja na boca e sorrir de maneira triste, o que fez Amalie sentir uma certa pena, mas sabia que aquele homem era forte o suficiente para sair e iria conseguir.

- Tem meu apoio, você sabe, quando sair vamos fazer uma comemoração grande.- Ela disse rindo alto e fazendo uma dança ridícula para deixar o homem mais alegre, por mais que por dentro se questionasse sobre a demora das compras.

- Sabe que não gosto disso.- Disse o platinado natural, que olhava para o redor questionando se algum membro estava o olhando naquela conversa.- Tenho que ir pros caras agora, podem desconfiar de nossa aproximação. A gente se vê depois.- Ele disse trocando um olhar intenso e amoroso com Amalie.

Como se Deus estivesse lhe ouvindo, Rico chegou com as compras rapidamente, ele parecia bastante confuso e assustado ao ver o líder dos leopards alí, então caminhou rápido na direção de Amalie, que viu o tanto de coisa que o homem havia comprado, aquilo realmente havia tirado suas dúvidas sobre a demora. A loira chamou Andrea e a colocou como liderança por enquanto e se alguém dos leopards tentasse algo, ela para imediatamente lhe chamar. Os dois caminharam rapidamente para dentro, enquanto ela pedia por tudo nessa vida que a Darina e Camila estivessem bem juntas. Enquanto Rico fazia perguntas que eram completamente ignoradas, nada poderia ser descoberto por enquanto e esperava fielmente que Darina estivesse acordada, que a demora não prejudicasse a pobre Camila.

Amalie foi abrindo a porta com uma calma muito surpreendente, sua mente funcionava de forma rápida e sem formas, mas seu corpo estava agindo com certa lentidão. Abrindo a porta tiveram a visão mais adorável possível, Darina estava deitada no sofá de couro de forma mais encolhida e em seu lado havia Camila, a mão da pequena estava segurando o dedo indicador da tia e parecia que cada vez camila apertava mais o dedo de sua tia. Era uma visão de derreter o coração, daquela forma era mais nítido a vulnerabilidade, seus cabelos escuros estavam presos em uma trança, seu rosto calmo, ela realmente era bela e jovem. 

Rico pareceu mais confuso que antes puxando Amalie pelo braço com certa dificuldade para a cozinha da casa, todas as respostas precisam ser jogadas na mesa, como cartas. Tudo que rico viu nos olhos de Amalie foram admiração e um carinho totalmente desconhecido, era misterioso aquilo, mas não tão surpreendente. 

- Quem é aquela mulher? O que ela faz aqui? Aquele bebê é dela?- Rico perguntou de forma rápida, fazendo com que o seu sotaque fosse mais evidente e fazendo Amalie sorrir por isso, era algo tão charmoso. Seus olhos verdes eram confusos e quanto mais ele falava eles pareciam saltar um pouco.

- Fale baixo! Ela pode acordar, não é algo muito educado a se fazer... venha logo me ajudar a guardar essas coisas, Andrea não vai poder segurar lá embaixo por muito tempo.- A loira foi partindo a pegar os itens da sacola e guardar rapidamente, enquanto rico a olhava totalmente indignado, o que a fez suspirar por sentir o olhar do homem atrás de si.- O que foi?

- Você não me deu respostas, Lie. Quem é essa mulher?- Ele disse colocando as mãos na cintura, vendo que não teria para onde correr, a dona do bar sorriu com a impaciência de seu melhor amigo e apoiou suas costas na pia, enquanto cruzava os braços.

- Está bem...Eu... ainda não sei exatamente.- Disse olhando para baixo com uma certa hesitação e vergonha, sabia que dali iria começar um grande sermão.

- Como assim? Isso é brincadeira, lie?- Nesse momento rico acabou levantando um pouco a voz, o que fez ele olhar rapidamente em direção a sala, amalie foi mais rápida em ir ver se alguém havia acordado, mas voltou com o rosto mais tranquilo sussurrando que ainda estavam dormindo.

- Acha que eu iria brincar com essas coisas, seu imbecil? Ela estava no beco quando a encontrei mais cedo, precisava ver a forma que estava, tão vulnerável e solitária, chorava baixo e murmurava, não pude controlar...ninguém merece isso, Rico.- Amalie nessa altura já tinha os olhos carregados de lágrimas, era sensível e Rico sabia bem. Isso meio que amoleceu o coração preocupado do homem.

- O bebê é filho dela?- Rico perguntou tirando as coisas da sacola, enquanto olhava firmemente para amalie, que no momento parecia perdida na própria mente.

- Não...ela disse ser sua sobrinha, também achei que fosse a filha, mas me deixou surpresa, ela é jovem, mas não deve ter tanta diferença quanto a mim.- Ela disse sorrindo um pouco enquanto olhava o relógio marcando a madrugada.

- Lie, isso tem haver com...aquilo?- A voz de rico carregava tanta hesitação, que poderia jurar que estava pedindo permissão para entrar no assunto.

- Um pouco, isso pode ser antigo, mas está marcado em mim. Quando vi o rosto dela praticamente implorando por abrigo, não tive como recusar, mas admito que vê-la com um bebê mexeu comigo mais do que deveria.- A loira não sorria mais, apenas se virou e começou a guardar as coisas no armário, e rico fechou seu semblante com um olhar triste, memórias doloridas para ambos.

O assunto se perdeu ali mesmo, tudo o que veio antes foi um silêncio sem escolha, apenas sentiam a brisa fria. Amalie deixou a chave do bar com rico, o mesmo estava encarregado naquela noite a fechar tudo, não tinha cabeça para ir descer e ver aquele maldito rosto no seu estabelecimento que custou tanto para si. Rico se despediu da amiga, com um abraço que parecia algo como uma proteção e um carinho extremo, finalizando com um selar leve na testa. Existia uma ligação ali que nem o tempo poderia romper, eram mais do que dois seres machucados e em processo de cura interna, eram como irmãos, vindo da mesma alma e choro amargurado.

Visto que estava sozinha e com uma cozinha mais arrumada, Amalie foi para o quarto buscar uma manta grossa para cobrir a jovem. Encontrando a mesma naquela posição adorável, ambas eram um pouco parecidas, por mais que camila ainda não fosse um ser totalmente desenvolvido. Ela deixou um beijo delicado na cabeça de Darina, era um mínimo que poderia fazer, nutria um carinho rápido pela garota, parecia que existia uma longa história por trás da jovem com características latinas, aquilo era cativante e Amalie sempre foi uma boa ouvinte.

A noite parecia só na metade, horas iriam vir, então amélie se contentou em sentar na mesa de sua cozinha e acender um cigarro. Havia uma aura triste naquela cozinha, mas a loira não se importava com isso, sentia uma dor forte no coração, que ela dizia ser totalmente remendado. Não disse nada olhando as fotos em sua geladeira, deixava o cigarro fazer o efeito no corpo, levando seus pensamentos na fumaça, enquanto deixava as lágrimas molharem sua bochechas. Não queria admitir, mas estava se tornando uma mulher miserável e sozinha.

Naquela sala de estar uma jovem estava com os olhos focados na respiração de camila, antes de se virarem para o corredor e ver apenas o rosto da mulher , a mulher fumava e tinha os olhos perdidos em algum ponto daquela cozinha. Era bonita, jovem, tinha uma casa confortável, mas parecia totalmente quebrada e perdida. Apenas nesse ponto Darina se comparou, tinha saído dos braços de sua terra natal para poder salvar a vida daquela que mais lhe amou, estava salvando a vida do fruto da mulher que mais lhe protegeu. Amar e cuidar de camila era tudo que poderia fazer para sinuhe.

Ambas as mulheres daquela casa estavam perdidas em seus próprios acontecimentos, na suas mentes e em seus destinos. Era apenas o início de tudo.

 

 


Notas Finais


Obrigada por ler! Logo virão mais capítulos, prometo :)


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