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História Pintor Privado - Painter of the Night - Assédio


Escrita por: F_kk

Notas do Autor


Oi, meus amores!

Chegay e com capítulo tenso a caminho e com fortes emoções e mais algumas dicas do que acontecerá a diante.

Estão prontos? Chazinho de camomila a postos? Vamos lá!

Capítulo 12 - Assédio


Fanfic / Fanfiction Pintor Privado - Painter of the Night - Assédio

Terça-feira.

 

Min Jae e o Senhor Song almoçaram apressadamente, já que o estagiário deveria estar pontualmente às 12:45 horas no escritório para ajudar a Secretária Yin a preparar tudo para que o ensaio de Lee Jong fosse um sucesso. 

 

Ele não era um modelo exigente, apenas água mineral, frutas, boa música e sua marca preferida de cosméticos antialérgicos. Apesar da sua relação íntima com o Presidente Seo, ele era um excelente profissional e o queridinho da equipe de Produção, que trabalhava em conjunto com o Departamento de Criação. 

 

O Diretor Park fazia questão de supervisionar pessoalmente todos os ensaios e gravações das campanhas que dirigia e essa não seria diferente. 

 

Para Min Jae, era mais do que ser um assistente e acompanhar a produção, era uma chance de entender melhor como esse mundo de celebridades funcionava e assim poder utilizar isso para desenvolver ainda mais o seu trabalho, mesmo sentindo um frio na barriga de estar auxiliando no ensaio de um dos amantes de Seo Seung e por estar ali, desejava passar despercebido pelo modelo. 

 

Lee Jong chegou na hora marcada, distribuindo sorrisos e elogios a equipe que sempre trabalhava com ele, indo imediatamente para a maquiagem e se preparando para iniciar as fotos. 

 

Min Jae prestava atenção em tudo que acontecia no estúdio, atendendo atenciosamente os pedidos do fotógrafo e da equipe de produção, mas obviamente Lee Jong percebeu aquele rosto jovem e tímido entre todos os funcionários presentes. 

 

— Pessoal, vamos fazer um intervalo de meia hora! Excelente trabalho, Lee Jong! Descanse um pouco agora. – o fotógrafo orientou. 

 

Lee Jong percebeu que esta era a sua oportunidade e não iria desperdiça-la.

 

Lentamente, andou até o estagiário, que conversava distraidamente com a Secretária Yin.

 

— Min Jae... Estagiário... – pegou o crachá do jovem, preso a sua camiseta, encarando aquele rosto assustado. — Eu sabia que me recordava de você de algum lugar, só não me lembrava de onde... – falou maliciosamente, vendo o rosto do menor ficar extremamente pálido. 

 

Min Jae engoliu a seco. Esse modelo havia participado daquela noite de orgia na casa do Presidente Seo e sabia muito bem qual havia sido o papel do pintor naquela ocasião. 

 

Depois daquela noite, Seo Seung nunca mais havia procurado o modelo e nem mesmo atendido suas ligações, fazendo com que o amigo íntimo tivesse levantado algumas suspeitas, mas achava que elas eram tão absurdas, que jamais imaginaria encontrar aquele pintor aqui, no estúdio onde estava fotografando.

 

Lee Jong tinha o pensamento muito rápido e mais do que isso, um atrevimento sem limites e uma língua afiada, além de ser assustadoramente persuasivo. 

 

O estagiário permanecia paralisado diante dos olhos insinuantes do modelo.

 

— Então, esse é seu nome!? Eu não esperava que você trabalhasse aqui... — falava com a voz mansa e insinuante, tendo um sorriso provocativo em seus lábios. – Olha só que rosto angelical que você tem agora que eu estou o vendo tão de perto... – acariciou suavemente a bochecha do jovem, fazendo-o fechar os olhos e mover o rosto para o lado em fuga. Isso só incitou mais o modelo, que aproximou-se do ouvido do menor — Eu daria tudo para ver a expressão que você faz quando goza. Você deve gemer tão gostoso... – sussurrou sedutoramente. — Eu poderia até mesmo ficar excitado assistindo isso...

 

Min Jae sentiu-se extremamente constrangido com tais insinuações, mas mesmo assim não arranjou forças para fugir das mãos do modelo.

 

— Então, jovem Min Jae, o que você fará depois que cumprir seu expediente aqui? — perguntou, novamente ficando à frente do estagiário e levando sua mão direita até seu queixo e o obrigando a ficar com a cabeça levantada a altura dos olhos do modelo. 

 

Min Jae não teve palavras para responder. O que ele falaria? Que iria para a cobertura do Presidente Seo, terminar a pintura da noite que tiveram juntos no sábado anterior? Mentir? Dizer qualquer coisa banal? 

 

Sua garganta trancou e ele não conseguiu proferir som algum, encarando aquele rosto a poucos centímetros do seu. 

 

Lee Jong percebeu que havia algo a mais acontecendo ali e resolveu continuar com as provocações. 

 

- Min Jae, quando eu sair daqui, eu tenho um encontro marcado com um modelo de minha agência e nós vamos nos divertir muito essa noite. Talvez você queira se juntar a nós dois? – propôs, com um sorriso ainda maior em seus lábios. 

 

Min Jae sentia-se tremendo por completo. Jamais pensou que estaria em uma situação como essa, sendo assediado pelo modelo que era amante do seu chefe e bem ali na frente de toda equipe de produção. 

 

— Tire sua mão dele! — Seo Seung chegou até os dois, segurando com força o pulso do modelo, fazendo-o soltar o queixo do estagiário.

 

Min Jae deu um passo para trás, trêmulo, se poiando na mesa que estava atrás de si, vendo a expressão de fúria na face do Presidente Seo. 

 

— Ora, Seo Seung, eu achei que você não iria aparecer para acompanhar minha sessão de fotos hoje, afinal, a semanas você não me atende... — Lee Jong insinuou maldosamente, encarando a face raivosa do seu velho amante.

 

— Senhorita Yin, tire Min Jae imediatamente daqui! — ordenou, desviando o olhar para a secretária, que estava paralisada, impotente diante da situação. 

 

— S-sim... — pegou o estagiário pela mão e o puxou para fora do estúdio, não olhando para trás. Quando chegaram no elevador, se virou para o estagiário e ele estava com o rosto tão assustado e com os olhos alagados. Suas mãos gélidas, tremiam descontroladamente e ele estava quase em choque. 

 

— Nunca mais toque em Min Jae! — Seo Seung falou entre dentes, ainda segurando fortemente o pulso do modelo. 

 

— Seung, eu só quis fazer um teste com esse... como é mesmo? Ah, sim! Estagiário! – insinuou, com um sorriso vitorioso nos lábios. — E eu acho que consegui obter as respostas que eu queria... 

 

— Você falou com Seo Lee? – o presidente logo imaginou que talvez seu irmão mais novo tivesse ido buscar informações com seu antigo amante. 

 

— Seo Lee? – o modelo riu longamente. — Faz tanto tempo que não o vejo, mas já que você tocou nesse assunto, talvez mais alguém esteja desconfiando desse seu comportamento... – rapidamente deduziu. 

 

— Não faça jogos comigo! — Seo Seung ameaçou, provocando mais risos no modelo. 

 

— Seung, Seung, não seja assim! Eu nunca havia experimentado esse seu lado ciumento e isso realmente me surpreendeu, mas eu ainda preciso usar meu braço nessa campanha! — conseguiu puxar seu pulso quando o aperto do Presidente Seo afrouxou. — De qualquer forma, você pode me provar que eu estou errado... — o olhou maldosamente, enquanto massageava seu próprio pulso. — Um modelo novo da minha agência me fará companhia esta noite. Você pode se juntar a nós... – e aproximou-se do ouvido do presidente. —... e levar seu estagiário junto.

 

E deu um beijo no canto da boca de Seo Seung, deslizando suas mãos pelo terno do presidente, virando-se e seguindo para o maquiador. 

 

Seo Seung estava furioso e ninguém no estúdio duvidava disso, mas quanto aos motivos, a grande maioria pensou que o presidente estava com ciúmes do modelo, que mostrou interesse no estagiário da equipe, embora o Diretor Park e a Secretária Yin desconfiassem que fosse justamente o contrário.

 

— Diretor Park! – chamou imediatamente — Proíba Min Jae de comparecer a qualquer ensaio que Lee Jong participe! – ordenou.

 

— Entendido, Presidente Seo! — ele temeu pelo estagiário e pelos contratos de publicidade fechados com Lee Jong, mas momentaneamente não havia nada que pudesse fazer. 

 

Seo Seung saiu furiosamente do estúdio, desaparecendo da vista de todos. Lee Jong o observou de longe, deixando escapar um sorriso de canto. Ele havia entendido muito mais do que poderia supor anteriormente. Uma pena, já que Seo Seung era seu amante favorito. Talvez esse novo modelo vindo do exterior pudesse o satisfazer com tanta intensidade quando seu amante de longa data. 

 

Quando Min Jae e a Secretária Yin chegaram no Departamento de Criação, ela o levou direto para a cozinha que ficava nos fundo do local, preparando um chá calmante para o jovem que permanecia chocado.

 

- Min Jae, eu não sei o que te dizer... Lee Jong nunca fez isso antes. Ele sempre foi muito audacioso com o Presidente Seo, mas jamais assediou ninguém daqui. Eu realmente não consigo entender... – ela tentava acalmar o estagiário, mas só de recordar do que acabara de acontecer, Min Jae sentiu-se tremendo por inteiro. 

 

A sensação quente da mão de Lee Jong ainda estava em seu rosto e em seu queixo, como se o modelo ainda o tivesse segurando. Um arrepio percorreu por todo seu corpo apenas de imaginar que ele poderia deixar escapar a informação de que Min Jae estava naquela noite na cobertura do Presidente Seo. 

 

E se ele pensasse... pensasse que Min Jae era uma espécie de prostituto? Ou algum tipo de alpinista social, que aproveitara-se de seu emprego para conhecer pessoas ricas e famosas e assim tentar escalar social e financeiramente? 

 

Só de ter esses pensamentos, a cabeça de Min Jae doía e seu estômago revirava-se. A pior coisa que poderia acontecer era jogarem sobre suas costas acusações falsas, se bem que a verdade também não era algo que ele se orgulhava. Tudo que ele queria era ser reconhecido por seu talento e não ser confundido com qualquer tipo de pessoa desleal e aproveitadora. 

 

— Beba, Min Jae e se acalme! Eu tenho certeza que isso foi um grande mal entendido... — a a Secretária Yin entregou a xícara de chá quente nas mãos geladas do estagiário e ele sorveu o primeiro gole, mesmo assim, aquela sensação de angústia e desespero que sentira diante do modelo ainda o consumia e ele sabia que em pouco tempo iria desmoronar. 

 

- Onde está Min Jae? – Seo Seung perguntou ao primeiro funcionário que viu ao entrar no Departamento de Criação.

 

- Na cozinha, junto com a Senhorita Yin. — um designer respondeu e antes de terminar a frase, viu Seo Seung atravessando o andar todo como um furacão. 

 

— Min Jae!? — chamou, assim que viu o estagiário encostado no balcão da cozinha, tomando uma xícara de chá, mas no susto de ouvir a voz do Presidente Seo, ele deixou a xícara cair ao chão, estilhaçando-se em inúmeros pedaços. 

 

Min Jae ficou mais nervoso ainda, encarando os cacos e o chá espalhados pelo piso do local, tendo suas mãos mais trêmulas ainda. 

 

— Está tudo bem, Min Jae... pedirei para alguém vir limpar essa bagunça... — A secretária tentou tranquiliza-lo, mas ela mesma estava nervosa diante da presença de seu chefe ali. 

 

— Min Jae, venha comigo! – sem poder esperar mais, Seo Seung puxou o estagiário, o levando até o elevador e quase trombando com o Diretor Park no meio do caminho. 

 

— O que aconteceu aqui, Senhorita Yin? – ele perguntou à secretária quando a encontrou na cozinha. 

 

— Min Jae deixou cair essa xícara. Ele está transtornado e eu não tinha palavras para consola-lo. Você o conhece e viu tudo. Ele deve estar se sentindo muito constrangido com essa situação e ainda tem o Presidente Seo... – ela comentou. 

 

— Eu também nunca vi o Presidente agindo dessa forma. Eu temo que ele... Não, esqueça... – ele supôs. 

 

— Eu também tenho meus medos sobre essa relação do Presidente com Min Jae. – ela lamentou. 

 

— Eu só espero que isso não atrapalhe meus planos para o futuro de Min Jae... – ele ponderou.

 

— Não se esqueça que o Presidente Seo também tem um bom olho para profissionais de talento e ele já demonstrou agrado pelo Min Jae. – A secretária o lembrou. 

 

— Mas eu estou vendo o Presidente Seo fazer algo que nunca fez antes. Deixar seus sentimentos interferirem em sua vida profissional...

 

Quando Seo Seung entrou no elevador com Min Jae, imediatamente o abraçou, fazendo o estagiário se perder em meio aos seus braços, embriagando-se com a fragrância marcante do perfume do chefe. 

 

O CEO apenas acariciou o cabelo de Min Jae, depositando um beijo sereno em sua testa. 

 

O estagiário permanecia imóvel, ainda chocado e não conseguia reagir. 

 

Assim que a porta do elevador se abriu no último andar, Seo Seung o puxou novamente, parando apenas para falar com seu secretário. 

 

- Senhor Kim, onde está o Senhor Song? – perguntou. 

 

- Ele está na loja de molduras agora. – o secretário respondeu. 

 

- Chame-o imediatamente e mande-o vir para a minha sala! – ordenou e levou o estagiário para dentro, fechou a porta atrás de si e o conduziu até o sofá, fazendo-o se sentar e abaixando-se a sua frente. 

 

— Min Jae, isso não se repetirá! — encarava os olhos vermelhos do pintor. — Ele não irá mais te tocar! — acariciou a bochecha do jovem onde Lee Jong havia deixado suas digitais quentes. — Eu nunca mais permitirei que ele faça isso. 

 

Min Jae apertou seus lábios um contra o outro, querendo muito acreditar que isso fosse possível, mesmo assim temia que Lee Jong pudesse fazer mais que isso. 

 

— Ele... ele se lembra daquela noite... Ele sabe que eu era o pintor... — Conseguiu externar sua angústia. 

 

Apenas as pessoas que estavam presentes naquela noite, o Secretário Kim e o casal Song sabiam que Min Jae era um pintor contratado especialmente para fazer pinturas eróticas de Seo Seung e seus amantes, mas ainda havia o fato de que esse pintor também estava se deitando com o seu contratante e isso era uma situação que deixava Min Jae ainda mais desconfortável e temeroso. Se essa verdade se espalhasse, o que aconteceria com sua imagem? Com a reputação do Presidente Seo? Como teria coragem de olhar nos olhos dos outros funcionários que trabalhavam todos os dias com ele? 

 

— Min Jae, confie em mim! Ele não falará nada e nem se aproximará de você novamente! Eu cuidarei pessoalmente disso! – e se aproximou do rosto do jovem. — Apenas confie em mim, é a única coisa que te peço... — e selou os lábios do pintor, tentando acalmá-lo.

 

Min Jae sentiu aqueles lábios envolventes pressionados contra os seus, mas toda essa situação não permitia que ele se deixasse levar pela sedução natural que Seo Seung exercia sobre ele, afinal, ambos estavam na sala do Presidente e a qualquer momento alguém poderia chegar. 

 

Min Jae apenas baixou seu rosto, desviando do beijo antes que ele se intensificasse e não pudesse mais resistir. 

 

Seo Seung percebeu que Min Jae estava completamente abalado e resolveu não insistir, apenas puxando o corpo do jovem para si, o envolvendo novamente em seu abraço. 

 

Apesar de aflito, Min Jae se deixou relaxar por breves instantes, mas antes que pudesse esquecer o cena de a pouco, alguém bateu a porta. 

 

— Presidente Seo, posso entrar? – o motorista chegou, abrindo a porta apenas para se anunciar, mas não entrando imediatamente para não flagrar uma cena íntima. 

 

- Entre! – Seo Seung ordenou, levantando-se e virando-se para a porta. – Leve Min Jae para casa e peça para a Senhora Song preparar um chá e pães doces. Fiquem em sua companhia até que eu chegue! – ordenou. 

 

- Não... não... – Min Jae levantou-se imediatamente. – Eu posso voltar a trabalhar! Posso fazer outras coisas no Departamento de Criação até que o Diretor Park volte do ensaio... – Min Jae pediu. 

 

Ele não queria que isso o atrapalhasse profissionalmente, nem queria que sua relação com o Presidente Seo o colocasse em posição diferenciada em comparação aos outros funcionários.

 

Seo Seung se virou para o estagiário, acariciando sua bochecha e depositando um olhar terno sobre si. 

 

- Min Jae, apenas vá para casa e descanse! Eu tenho algumas providências para tomar aqui ainda. Não pense muito sobre isso, apenas vá e descanse... – falou carinhosamente e Min Jae percebeu que não teria mais argumentos, afinal, ele bem sabia que uma ordem do Presidente Seo não poderia ser questionada. 

 

- Sim... Eu irei... – e se afastou, fazendo um gesto em reverência e indo até o motorista que o acompanhou ao carro. 

 

Quando estavam apenas os dois no veículo, o motorista teve coragem de falar. 

 

— Min Jae, o que aconteceu? Você está bem? — perguntou angustiado com a situação, imaginando que talvez o Presidente Seo tivesse brigado com o estagiário ou ainda o repreendido diante dos outros funcionários.

 

— Eu... Eu estou bem... — Min Jae só conseguiu responder isso, encostando sua cabeça no vidro da janela e fechando seus olhos. 

 

Apesar de tudo, ele continuava com aquela angústia em seu peito e a sensação de que nada estava bem, de que toda sua vida era uma mentira, uma castelo de cartas que a qualquer momento poderia desabar. Por quanto tempo mais ele suportaria isso? 

 

Ao chegarem na cobertura, a Senhora Song se surpreendeu com a chegada dos dois no meio da tarde. 

 

— Por que vocês chegaram tão cedo? Aconteceu algo? — ela os encarou e viu seu marido apenas acenar em negativa, não sabendo de que se tratava, mas quando olhou para Min Jae, percebeu que ele estava no seu limite. 

 

Ela correu para o jovem pintor, abraçando-o apertadamente enquanto soluços incontroláveis escapavam em meio as grossas lágrimas que escorreram de seus olhos. Ele não aguentou mais segurar toda a dor e angústia que estavam em seu peito. 

 

Min Jae desabou. Chorou incontrolavelmente por longos minutos abraçado àquela mulher que tanto o fazia lembrar-se de sua noona, que estava a milhares de quilômetros de distância e não podia aconselha-lo e nem consola-lo nesse momento. 

 

A Senhora Song estava angustiada. Nunca viu o pintor em uma situação de fraqueza tão extrema, nem mesmo o motorista imaginara algo assim antes e o casal só se encarou, temerosos pelo que havia acontecido para o pintor chegar a tal estado. 

 

Depois que todas as lágrimas de Min Jae escorreram, ele conseguiu recobrar suas forças e se afastou do abraço da empregada, secando suas bochechas com suas mãos. 

 

— Senhora Song, me perdoe... Eu não... 

 

— Não se preocupe, Min Jae, está tudo bem agora! Você está seguro conosco! – ela tentou tranquiliza-lo. 

 

— O Presidente Seo pediu para que você fizesse um chá e pães doces para Min Jae. Ele precisa descansar... – o motorista pediu. 

 

— Claro! Claro! Min Jae, venha comigo, vamos para a cozinha! Eu irei preparar os seus preferidos, acho que posso fazer uma torta de morangos também! – ela tentou animar o pintor. 

 

— Eu... Eu gostaria de tomar um banho antes... – ele pediu, tentando se livrar da sensação que ainda restava em seu corpo dos toques que recebera de Lee Jong. 

 

- Sim! Tome um banho demorado! Se você quiser, use a banheira da suíte do Presidente Seo! Eu irei preparar tudo enquanto você se banha! — ela sugeriu, mas Min Jae preferia não entrar naquela suíte, não sozinho. 

 

— Eu vou tomar banho no meu quarto... — Deu alguns passo, mas então parou, ainda de cabeça baixa e olhos úmidos — Me desculpem por todo esse transtorno... — e continuou seu caminho em direção ao pequeno quarto que dormia. 

 

O casal ficara angustiado ao ver a situação em que o pintor estava, mas ainda não sabiam sobre o ocorrido do estúdio e sem demora, a Senhora Song foi preparar os doces para Min Jae, enquanto seu marido foi comprar morangos frescos para a torta. 

 

Min Jae tomou um demorado e quente banho naquele banheiro do seu quarto, esfregando com força os locais onde as digitais de Lee Jong tocara. E ele chorou, misturando lágrimas com a água quente do chuveiro, desejando de todo seu ser que mais nenhum outro homem o tocasse e falasse aquelas palavras sujas a seu ouvido. 

 

Apenas as mãos de Seo Seung ele desejava o toque, apenas os lábios do seu chefe ele desejava que chegassem a seu ouvido e falassem palavras sussurradas, sedutoras e excitantes. Apenas Seo Seung tinha esse direito e ele não queria que ninguém mais fizesse isso. Ninguém! 

 

Após o banho, Min Jae foi até a cozinha e parecia mais animado, até mesmo pedindo para que a Senhora Song permitisse que ele ajudasse a fazer os pães. 

 

Ela percebeu que isso poderia deixá-lo distraído e fazer com que ele esquecesse qualquer coisa que estivesse o angustiando e viu o jovem pintor se sujar todo de farinha ao mexer com a massa. 

 

O motorista também quis ajudar, lavando e preparando os morangos para a torta. 

 

Depois que todos os pães e a torta estavam prontos, eles comeram juntos e conversaram coisas banais que fizeram Min Jae se distrair, pelo menos por esses instantes. 

 

Depois de terminarem o chá da tarde, Min Jae quis ir ao estúdio e continuar sua pintura. O casal não se opôs e deixou o jovem ir. 

 

No escritório, Seo Seung descontou toda sua fúria quebrando alguns objetos em sua sala. O Secretário Kim já estava sabendo de tudo que acontecera e sabia que a grande vontade de seu chefe era quebrar esses objetos na cabeça do modelo, mas como ele não podia fazer isso, descontou sua raiva ali mesmo. 

 

Para não cometer ato irreversível contra Lee Jong, o Presidente Seo ficou em sua sala até o término do ensaio, apenas chamando o Diretor Park e a Secretária Yin para reforçar sua orientação a não permitir mais que Min Jae se encontre com Lee Jong em hipótese nenhuma. 

 

Após a saída do modelo da sessão de fotos, Seo Seung se reuniu com todos os presentes no estúdio e proibiu todos de tocarem naquele assunto, seja para não manchar a imagem do modelo, seja para preservar o estagiário. Portanto, deveriam tratar aquela situação como algo que não aconteceu, não comentando esse assunto. Qualquer um que fosse pego espalhando rumores seria imediatamente demitido e processado por quebra de sigilo profissional. Min Jae não deveria ser afetado no escritório por causa disso e ninguém poderia tratá-lo de forma diferente depois desse ocorrido. 

 

Com todos devidamente ameaçados, o Presidente Seo voltou para sua cobertura. 

 

A impressão de todos que estavam presentes nessa reunião era que o Presidente Seo tinha ficado com ciúmes pelo modelo demonstrar algum interesse em alguém que não fosse o Presidente Seo. Além disso, se rumores de um assédio durante um ensaio de Lee Jong se espalhassem, isso poderia afetar a imagem do modelo e também a joalheria que contratou a campanha e todos ali sabiam o quanto esse tipo de escândalo poderia afetar o modelo, a imagem do escritório de marketing e da empresa contratante, portanto ninguém se atreveu a comentar mais sobre isso. 

 

Já no Departamento de Criação, o Diretor Park foi incisivo ao afirmar que ninguém poderia questionar nada com relação a Min Jae, já que ele era o estagiário favorito do diretor e também alguém que o Presidente Seo estava protegendo, portanto, o tratamento com o estagiário deveria continuar sendo o mais natural possível, não importava o que acontecesse.

 

Apesar desses avisos, os demais funcionários desse departamento não planejavam mudar sua forma de tratamento com relação a Min Jae, afinal, todos eram espertos o suficiente para perceberem o que estava acontecendo ao seu redor e terem suas próprias teorias sobre isso. 

 

Ao chegar em sua cobertura, Seo Seung deparou-se com o casal Song na cozinha. 

 

— Onde está Min Jae? — perguntou imediatamente. 

 

— Ele está no escritório, pintando... — a Senhora Song respondeu e viu o seu chefe virar-se para ir até lá, mas ela tinha mais a falar e apressou o passo para pará-lo. — Espere, Presidente Seo... espere... — ela conseguiu segurar em seu braço, encarando aqueles olhos raivosos diante do atrevimento da empregada. — Me perdoe a intromissão, mas quando Min Jae chegou aqui, ele derramou-se em lágrimas nos meus braços e eu estou preocupada com seu estado emocional. Sei que ele está se fazendo de forte agora, mas ele está muito frágil... – falou, angustiada. 

 

Seo Seung percebeu que a empregada estava verdadeiramente preocupada com o pintor e por mais que não devesse explicações de seus atos a ninguém, ele sabia do papel importante que o casal desempenhava para fazer Min Jae querer ficar ali. 

 

— Senhora Song, eu te garanto que não é por minha causa que Min Jae está assim e eu farei de tudo para protegê-lo de quem quer que seja! — respondeu, não mais podendo ficar ali e indo para o escritório onde estava o ateliê do pintor. 

 

— Min Jae... — o chamou, vendo-o trabalhando na tela com o celular ao seu lado. 

 

Min Jae apenas volveu seu olhar triste para o CEO, encarando-o enquanto ele fechava a porta atrás de si e ia até o pintor. 

 

— Você deveria estar descansando... Não se force demais... — levou a mão ao rosto de Min Jae, percebendo seus olhos inchados e vermelhos. 

 

— Eu estou bem, só estou pintando para me distrair... – comentou, tentando parecer normal. 

 

— Você não prefere pintar uma paisagem ou alguma coisa que seja de seu agrado? — Seo sugeriu, lembrando-se que o pintor gostava de pintar especificamente aquela paisagem que sempre voltava a seus sonhos. 

 

— Eu realmente quero trabalhar nessa tela... – o pintor respondeu. 

 

— Tudo bem! — Seo Seung não resistiu e se aproximou, iniciando um beijo sereno, calmo e envolvente, mesmo assim, ele percebeu que a retribuição não era a mesma e preferiu cumprir o desejo do pintor, deixando-o trabalhar em sua tela. 

 

— Você tem trabalhado muito nos últimos tempos e isso está te sobrecarregando, então eu falei com o Diretor Park e se você quiser tirar uns dias para descansar, você não precisa ir para o escritório pelos próximos dias. O Diretor passará seu trabalho para os outros estagiários fazerem... – sugeriu, achando que assim poderia estar aliviando a carga de estresse sobre os ombros do pintor. 

 

Mas essa sugestão só fez Min Jae perceber o quanto era descartável e substituível, o quanto seu trabalho no escritório de Marketing era insignificante e uma dor atingiu seu peito. Pensar em perder seu trabalho, que ele tanto se dedicava e estudava para dar seu melhor era devastador, mas ele não poderia se deixar abalar, deveria se mostrar prestativo e dedicado se quisesse seguir nessa profissão. 

 

— Não é necessário, eu estou bem! Eu posso voltar a trabalhar amanhã! — respondeu angustiado. 

 

Seo Seung recordou-se das palavras de sua empregada a pouco. Por mais que Min Jae estivesse fragilizado, ele não iria demonstrar isso facilmente. 

 

— Tudo bem, faça do jeito que você achar melhor, mas se precisar, não hesite em tirar uns dias para descansar... — ainda sugeriu, percebendo que se quisesse aliviar o peso sobre os ombros do estagiário, ele mesmo deveria fazer algo — Vou ficar trabalhando aqui pelo restante do dia também... 

 

Seo Seung foi até a mesa do escritório e abriu o notebook a sua frente, sentando-se na enorme cadeira de couro. 

 

Por mais que ele quisesse se concentrar em seu trabalho, ele ainda desviava o olhar para admirar o pintor trabalhando em sua tela e tinha que admitir que estar ali, na presença do jovem e observá-lo em segurança, junto a si era reconfortante. 

 

Nunca imaginou que fosse desejar tanto a presença de alguém ao seu lado, mas agora, não conseguia imaginar seus dias longe daquele pintor talentoso e frágil, daquele estagiário dedicado e teimoso. 

 

Um sorriso escapou aos lábios de Seo Seung e ele desviou novamente o olhar para a tela do seu notebook. Poderia passar o resto da vida ali, trabalhando no escritório de sua cobertura, na companhia do seu pintor e mais nada seria necessário, mais ninguém seria preciso. 

 

 


Notas Finais


Como estão aí? Sobreviveram?

Min Jae ficou extremamente abalado por essa situação e ele não se imaginária envolvido em uma orgia como a que ele viu Seo Seung e Lee Jong participando.

E isso apenas vai abalar mais ainda as estruturas frágeis do pintor...

Só para deixar claro, Lee Jong não se interessou realmente em Min Jae, mas aproveitou a oportunidade para tentar descobrir algo a mais por trás daquele pintor/estagiário.

E agora? Como ficará a relação entre Min Jae e Seo Seung?

Palpites? Sugestões? Opiniões? Aguardo seus comentários 😉😘


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