Seokjin sempre tem que aguentar.
Todos os dias.
A empresa de sua família precisa de alguém que saiba como comandar o império construído pelo avô, mas nem tudo é fácil e em um mundo coberto de interesseiros, as opções de confiança são ainda piores. Seokjin possui três irmãos mais novos que tem tanto potencial para assumir quando ele próprio e o bônus, estranhamente, somente Seokjin e o mais novo são solteiros, o que pesa muito para os outros acionistas e os pais de ômegas que vivem tentando colocar suas filhas para cima de Seokjin, que só consegue ficar cada dia mais irritado.
É triste, quase deprimente.
— Você está fazendo essa cara de novo, hyung. — Kim Taehyung, o terceiro filho da família comentou, também sendo o mais protegido por Seokjin. Taehyung é o único que não trabalha na empresa, nunca se interessou, pois seu dom sempre foi no meio artístico, moda, arte, pinturas, música, dança; e tudo isso se sobressai por ter encontrado dois alfas do mesmo caminho, o cantor e dançarino Jeon Jungkook, o queridinho da mídia coreana e Park Jimin, dançarino profissional, medalhista de ouro da Coreia.
— Desculpe bebê, estou apenas cansado de tanta mídia em cima de mim.
— Seria mais fácil se já tivesse encontrado sua alma gêmea, mas você não dá nem mesmo chance para que isso ocorra se fica enfurnado nesse lugar.
— Onde estão os outros?
— Baekhyun estava lá embaixo brigando com a secretária do Chanyeol, depois que ele engravidou, não sei como Chan o aguenta, nosso irmão está um poço de ciúmes — Seokjin acabou rindo alto, Baekhyun só tinha idade, pois continua sendo o mais inconsequente dos irmãos.
— Ya! Vocês só servem para falar mal de mim — Baekhyun entrou no ambiente reclamando e batendo a porta.
— Desculpe Baek, mas é que não tem muito o que fazer, você sempre foi encrenqueiro, mas o que fazem aqui?
— Eu vim te convidar para a nova peça do Jiminie, vai estrear e eu não poderia deixar você de fora, foi nosso maior apoiador.
— Sabe que vou em todas as peças dele, não se preocupe.
Seokjin pegou o convite e sorriu.
— E eu vim avisar que seu expediente já acabou, sério irmão, vá para casa, conheça alguns ômegas, já está na hora de se arrumar e esses velhos não sairão do seu pé enquanto isso não acontecer.
— Estou sabendo.
— De qualquer forma, fique bem, só queremos o seu bem e desde que o papai se foi, você esteve muito solitário naquela casa. Um ômega vai te fazer feliz, só precisa abrir um pouco esse coração. — Seokjin entendeu, se despediu dos irmãos e terminou de arrumar sua sala.
O relógio marcava 23:00, um horário que as empresas todas já estão fechadas, mas por solidão, Seokjin sempre fica mais. Estar na casa onde seus pais passaram a vida e já não estão mais, é ainda pior, aquela sensação de melancolia que Seokjin não gosta e quase se deixa levar por isso. Saiu do edifício, notando a lua iluminada e o céu cheio de estrelas, sentiu falta de caminhar, possivelmente um pouco perigoso para a hora, mas decidiu ir, já que a casa não fica tão distante assim.
Passando por uma praça, avistou um pequeno ateliê que não se lembra de existir ali, mas o letreiro simples acabou chamando atenção e quando se aproximou, percebeu ser algo com pintura. O local tinha muitas tintas e uma tela inacabada no canto, flores, era bonito, e surpreendentemente com um cheiro incrível de pêssego, sua fruta favorita.
— Boa noite? — ouviu uma voz atrás de seu corpo e teve um pequeno sobressalto. Quando se virou, pareceu em câmera lenta, um ômega estava parado sorrindo, mostrando suas covinhas, os cabelos loiros, a roupa com vestígios de tinta, mas era incrivelmente belo. — posso ajudar?
— Boa noite! Eu estava passando e vi esse local aberto, nunca tinha observado antes.
— Normalmente começamos a funcionar nesse horário.
— Tão tarde? Quer dizer, não é perigoso?
— Bem... Eu gosto da noite, — Seokjin quis admirar o sorriso dele para sempre, seu coração deu um sinal inesperado, que nunca ocorreu com as ômegas que lhe são apresentadas — mas não é comum que um homem de terno apareça aqui.
— Eu trabalho naquela empresa ali mais...
— Sei disso, já vi seu rosto em revistas.
— Eu poderia saber seu nome?
— Kim Namjoon! Um pintor noturno, esperando por novas inspirações para meu trabalho.
— Você faz quadros de paisagens?
— Pessoas também. — O alfa observou um quadro mais ao canto, um homem desenhado, mas estranhamente, nu. Ômegas costumam ser mais reservados, então ter alguém desta classe que veja outras pessoas sem roupa é muito diferente e Seokjin não pôde deixar de admirar a coragem do mesmo e se imaginou na situação em questão.
— Deve estar me achando um depravado.
— Não, na verdade, até me imaginei nisso.
— Desenhando?
— Sendo o modelo para um artista incrível.
— Está me cantando?
— Talvez, funcionou? — Namjoon riu, com toda certeza o alfa o atraiu.
— Quer ser o meu modelo, senhor?
— Posso?
— Então, tire a roupa.
— Assim? Não me paga nem um café antes? Os ômegas já foram melhores...
O ambiente estava bastante amigável e divertido para ambos, pela primeira vez, Seokjin se sentiu leve. O ômega tem algum poder, algo que o faz querer estar ali. O alfa não tem nenhum complexo com seu corpo, então, ao ser levado para dentro do ambiente, com portas fechadas, tirou a camisa sem nenhum receio enquanto Namjoon arrumava seu quadro e pincéis.
— Os ômegas de hoje continuam os mesmos, mas diga-me, qual é a graça de ser um puritano? É isso que os empresários procuram? Eles tem aqueles ômegas que mais parecem bonecos seguindo ordens.
— Talvez, você seja o meu escolhido.
— Não nasci para essa vida. Pode apostar que eu sairia nas páginas policiais por bater em outros ômegas da alta sociedade.
— Se daria muito bem com meu irmão — Namjoon riu e esperou que o alfa criasse coragem para tirar tudo. Pediu que ele fosse para o sofá. — me sinto a própria Rose do Titanic nesse momento.
— A Rose não tinha um pênis, confesso que a minha visão é muito melhor.
— Aprecie. — Namjoon riu, Seokjin encarava com graça até então, mas assim que o pintor se concentrou e o trabalho iniciou, as coisas mudaram e o ambiente ficou tenso, sexual, cheio de desejos. O alfa não conseguia desviar o olhar do motivo de seus pensamentos atrevidos, tampouco Namjoon, admirava o corpo com veracidade e certa ânsia de mais.
[...]
Passaram-se muitas horas, Namjoon terminou o desenho em silêncio e Seokjin percebeu quando ele abandonou o pincel. Seu pênis, antes adormecido, agora já estava ereto e pela primeira vez, não era constrangedor, já que de longe também conseguia sentir o cheiro de Namjoon, que certamente começou a lubrificar em algum momento. Eles querem, desejam e estão a um passo disso.
— Namjoon...
— Um?
— É ousadia demais pedir para você vir aqui e concluir o trabalho?
— É sim, mas eu adoraria. — O ômega sentiu seu corpo ser puxado, e as roupas que antes existiam ali já saíram do corpo com facilidade. Namjoon estava debaixo do corpo cheio de músculos, mas era quente e bom.
— Agora sou eu que vou pintar você, a minha tela mais incrível e tenho certeza que não esquecerá.
— Vamos pintor, comece a desenhar.
— A noite vai ser longa.
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