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História Plano Veneza - Veneza parte II


Escrita por: planoveneza

Notas do Autor


boa noite minhas lindas
é com pesar que comunico a vocês que este é definitivamente o último capítulo de plano veneza🥺
como o dito anteriormente, nós reabrimos a fic pela saudade que sentíamos do canon de serquel mas agora é definitivamente hora de dar ciao então não vou me prolongar muito aqui porque a gente só tem uma coisa pra dizer pra todos vocês: muito obrigado.
obrigado pelo carinho, obrigado pelo apoio, obrigado pelos comentários e principalmente por acreditarem na gente desde o início pois sem vocês essa história aqui nunca existiria.
começou com uma ideia completamente maluca e ganhou essa proporção toda aqui, são quase 300 pessoas lendo a gente e nós ficamos imensamente gratas de coração mesmo, vocês são fodas demais e nós amamos muito vocês!!!❤
agora, sem mais, eu espero que vocês gostem deste último capítulo pois foi escrito com muito amor e carinho então, boa leitura!!

PS: leiam as notas finais!!!!

Capítulo 50 - Veneza parte II


No dia seguinte, Sérgio despertou com Raquel espalhando beijos por seu rosto e pescoço e a fim de aproveitar mais de seus carinhos aparentemente inocentes, ele se manteve de olhos fechados. A mão dela escorregou por seu tronco nu tocando a barra da calça de pijama que ele usava pra dormir e só então percebeu onde ela queria chegar com aqueles toques.

—Ei… já tá apressada? —com a voz ainda rouca de sono, Sérgio rompeu o silêncio entre eles abrindo os olhos vendo que Raquel já estava jogada por cima de si com uma perna de cada lado do seu quadril.

—Não enche o saco agora, eu quero você. —reclamou pronta para beijá-lo mas, virando o rosto, Sérgio recusou e ela achou estranho. —Sérgio.…

—Eu ainda to com sono. —fechou os olhos outra vez. —Me deixa dormir mais um pouco. —abraçou seu corpo e aí ela reclamou ainda mais desviando de seu toque.

—Mas eu não to com sono e to excitada. —resmungou e ele segurou o riso. —Sérgio é sério, se você não acordar agora vou resolver isso sozinha. —bufou frustrada. —Vou ter que falar pro bebê que você não quer trepar com a mãe dele? —chantageou sorrindo.

—Faz o que quiser, mas me deixa dormir. —revidou ainda de olhos fechados.

—Não acredito que você tá negando sexo pra uma grávida e pior, pra sua esposa que te ama tanto. —dessa vez, Sérgio soltou a risada que estava prendendo. —Idiota, você vai ver só, eu vou resolver isso sozinha. —ele abriu os olhos sorrindo de um jeito que Raquel conhecia bem.

—E como? —provocou a virando na cama com facilidade, pairando por cima dela enquanto mantinha um carinho discreto em sua coxa desnuda.

—Você já vai ver. —o empurrou. —Me recusou agora não pode tocar. —disse séria. —Vai só assistir, mas caso queira desistir a hora é agora. —disse enquanto despia-se da camisola que usava.

Sérgio congelou. Os olhos passearam pelo corpo dela coberto pelo fino tecido quase transparente da calcinha e sua respiração falhou por um instante com a visão, o sangue todo se concentrando no meio de suas pernas e com isso seu membro deu sinal de vida imediatamente, as reações que só ela podia causar nele vindo a tona.

Tócate. —sussurrou e Raquel virou o rosto para olhá-lo.

—Diz outra vez. —pediu com a voz baixa.

—Se toca pra mim, ahora. —ordenou dessa vez com a voz mais firme.

Não precisou que Sérgio dissesse outra vez porque a mão de Raquel já fazia o percurso por todo seu corpo. Fechou os olhos e não foi tão difícil imaginar que era ele quem a tocava, por isso logo já estava suspirando pesadamente enquanto apertava seu seio na frequência que ele costumava fazer deixando um gemido baixinho escapar. Continuou o percurso com a mão livre até a barra da calcinha e abriu os olhos a tempo de ver que ele a encarava sem nem mesmo piscar.

—Não quer mesmo continuar por mim, Profesor? —Sérgio balançou a cabeça negativamente. —Uma pena por que sabe o que eu queria agora? —ainda em silêncio, voltou a negar. —Sua boca bem aqui no meio das minhas pernas me chupando do jeito que só você sabe.

Aquilo quase fez Sérgio ceder, quase. Imaginou o gosto que ele tanto amava na língua e teve vontade de parar o que ela estava fazendo mas, era muito bom o quanto aquela imagem era excitante pra ele, por isso apenas se concentrou em ser forte o suficiente pra aguentar ver o que ela estava prestes a fazer.

—Por que não me ajuda, hm? Tira. —indicou o tecido da calcinha que ainda cobria seu corpo. —Sei o quanto você adora me despir.

Sem oferecer resistência, Sérgio apenas se colocou no meio das pernas dela e retirou sua calcinha com cuidado. Observou bem as reações de seu corpo pela forma como a tocava e deixou um suspiro escapar ainda vidrado na imagem que só ele podia vislumbrar agora.

—O que foi? Perdeu algo aí? —Raquel chamou sua atenção de volta e riu quando ele envergonhado ameaçou a sair dali. —Não, fica. —insistiu. —Quero que você veja o show com uma vista privilegiada. —insinuou. —Pronto?

Ele apenas balançou a cabeça de maneira afirmativa então Raquel foi em frente colocando dois dedos na boca e em seguida deslizando os mesmos por sua entrada. Gemeu assim que tocou aquele ponto e Sérgio imitou seu gesto já incapaz de raciocinar algo escutando seus dedos trabalharem cada vez mais rápido vendo como entravam e saiam facilmente.

—Gosta assim? —Sérgio era incapaz de pronunciar qualquer palavra naquele instante ainda vidrado em não perder nenhum movimento ou reação dela.

—Mais rápido, Raquel. —comandou e assim ela fez aumentando a intensidade dos movimentos. —Agora um pouco pra cima. —de novo obedeceu e então um gemido mais alto escapou de seus lábios. —Bom assim? —ela concordou agora gemendo de olhos fechados. —Muy bien, Lisboa. Você precisa ver como tá gostosa desse jeito, se tocando pra mim, sendo obediente e obedecendo cada ordem minha.

Sérgio ignorou o comando dela que dizia para não tocá-la e aos poucos foi pairando por cima de si, beijando e mordendo seu pescoço, no espaço entre o ombro e aquela região que tanto a arrepiava. Arrastou os lábios por seu colo e foi beijando seus seios ainda sem estimular o local somente percebendo como ela ficou desesperada por libertação. Sua mão livre correu pela lateral de seu corpo e alcançou o meio de suas pernas tocando seu clitóris em movimentos circulares no ritmo que os dedos dela trabalhavam.

—Sérgio….—ela gemeu mexendo os quadris, já no auge do prazer perdida nas sensações e ele somente focou em observar suas reações. —Joder... Así.…mais rápido. —pediu e assim ele fez ajudando-a a buscar sua libertação.

—Continua mi amor...—foi a vez dele pedir vendo que o que ela fazia com os dedos estava cessando aos poucos. —Mais um pouco e você vai ter o que quer. —continuou beijando seu pescoço indo até seu ouvido para sussurrar. —Goza pra mim...—Raquel levou a mão livre até as costas de Sérgio arranhando o local e a julgar pelo modo como ela estava respirando ofegante embaixo de si, seu clímax estava próximo. —Vamos Lisboa, faz o que eu pedi.

Com um gemido mais alto, Raquel chegou ao orgasmo levando um considerável tempo para se recuperar devido a força que ele a invadiu. Sérgio foi paciente, beijando os pontos que ele sabia que não a estimulavam tanto e alguns minutos depois ela mesma buscou seus lábios num beijo lento apenas saboreando a sensação do momento e a conexão que tinham.

—Bom dia! —Sérgio sussurrou ofegante contra seus lábios e Raquel lhe deu um selinho antes de responder.

—Não é um bom dia porque eu ainda não acabei com você. —num movimento só ficou por cima dele impaciente retirando toda e qualquer peça de roupa pelo caminho que a impedia de toca-lo. —E ainda to com raiva porque me negou sexo. —ralhou e ele riu. —Está rindo? Não tem graça.

—Eu gosto quando fica irritada. —Sérgio puxou seus cabelos a trazendo pra deitar em cima de si enquanto Raquel afim de provocar, roçava sua entrada molhada na ponta do membro dele causando uma tortura imensa. —Você desconta sua irritação muito bem me fodendo com raiva. —alinhou seus olhares. —Exatamente como agora. —riu outra vez. —Vai me cansar? —perguntou, distribuindo beijos por seu rosto.

—Pode ter toda certeza que sim. —concluiu finalmente os encaixando.

Segurando sua cintura, Sérgio auxiliou seus movimentos de sobe e desce encontrando um ritmo que agradasse aos dois e Raquel ainda sensível do orgasmo recente deixou tudo mais lento e calmo, ficando com a coluna reta no colo dele enquanto continuava a se movimentar e captar cada uma das suas reações. Quando se sentiu à vontade outra vez, foi ganhando impulso e fazendo as coisas com mais rapidez arrancando diversos gemidos dos dois mas principalmente dele que com a visão privilegiada que tinha, segurava-se bastante pra não ter um orgasmo assim tão facilmente.

Sérgio moveu o quadril de encontro ao dela e assim encontrou o ponto que a fez perder seus últimos traços de sanidade pois logo estava com a cabeça jogada pra trás, mordendo os lábios e abafando os gemidos que queriam a todo custo sair um pouquinho mais alto. Ele achou adorável a forma como Raquel suspirava cada vez que seu membro encostava bem no lugar que a dava mais prazer e definitivamente era sexy vê-la assim tão inerte a tudo mas ainda sim tão bela e cheia de si em cima dele.

—Você tá linda desse jeito. —Sérgio solta o elogio e Raquel sorri inclinando-se até que seus lábios estejam a centímetros de distância.

—Só linda? —provocou e Sérgio riu roubando-lhe um selinho antes de, com um movimento só, virá-la na cama se colocando por cima dela.

—E gostosa. —riram os dois juntos só parando quando ele fez questão de uni-los outra vez. Raquel enrolou a perna em sua cintura e agora era Sérgio quem ditava o ritmo que as coisas iam. —Eu amo você, mi mujer. —declarou.

—Eu também amo você, mi profesor. —declarou de volta entre os gemidos que começavam a aparecer outra vez pela forma que Sérgio se movimentava bem mais rápido. —Agora, pouca fala e mais ação.

Raquel mexeu os quadris de encontro aos seus movimentos e Sérgio calou seus gemidos com um beijo continuando o que estava fazendo. Levou o dedo para tocar seu ponto sensível no mesmo ritmo das estocadas e aos poucos sentiu como ela ia soltando espasmos ao seu redor o levando ao limite. Traçou uma trilha de beijos por seu pescoço gemendo em seu ouvido e ela fez o mesmo chamando seu nome e arranhando as unhas em suas costas sentindo o orgasmo se apossar de si uma outra vez.

Juntos, os dois chegaram ao ápice respirando com dificuldade. Sérgio ainda continuou por cima dela algum tempo esperando que ela se recuperasse do êxtase e ele também aos poucos se retirando de dentro dela e deitando-se ao seu lado. Raquel logo já estava por cima dele outra vez beijando seus lábios e rosto como quem não quer nada mas logo quando ela buscou atrito, ele mesmo segurou sua cintura e pairou por cima dela uma outra vez escutando sua risada preencher o silêncio do quarto.

—Você é insaciável, joder. —Raquel riu ainda mais quando ele foi distribuindo beijos por seu corpo até parar em sua barriga. —Quando a gente vai poder ver ela chutar? —perguntou inocentemente. —Porque por enquanto a gente só conversa ou melhor, eu falo e ela escuta mas queria saber se me entende.

—Sérgio, é um feto, ele nem sequer pode escutar. —explicou e Sérgio ficou envergonhado baixando a cabeça. —Então pra chutar ou mexer falta um tempo muito bom.

—Vale, perdona. É que…eu to muito ansioso pra quando ela tiver aqui com a gente e.…—parou de falar ao ver que ela lhe olhava segurando o riso. —Do que está rindo?

—Você afirma com tanta certeza que é uma menina, nem eu que sou a mãe ainda não sou capaz de sentir o que vai ser. —sorriu. —Mas tudo bem, entendo a sua empolgação. Porém, calma ok? Vai demorar um pouco pra tudo isso que essa cabecinha já tá pensando.

—Quando você estava grávida da Paula…como foi? —quis saber. —Digo, você sentiu que era uma menina? Queria uma? Ou foi algo que te pegou de surpresa? —Sérgio voltou a acomodar-se do seu lado, ainda mantendo os carinhos em sua barriga, deitou a cabeça no travesseiro de frente pra ela e Raquel fez o mesmo.

—Alberto queria menino. —começou. —Mas sim, desde o início eu queria uma menina e sentia isso. Quando nós fizemos a ultrassom pra saber o sexo ele saiu da sala com uma cara péssima mas eu fiquei muito feliz em confirmar minhas suspeitas. —contou. —Tive alguns desejos estranhos mas não tão fora do comum assim, porém é como acordar às 5 da manhã querendo se afogar sei lá, num pote de sorvete com alguma coisa bem nada a ver. —os dois riram.

—Eu espero que você não me acorde às 5 da manhã querendo algo muito impossível pois a essa hora está literalmente tudo fechado. —Sérgio riu nervosamente quando ela lhe deu um sorriso sapeca. —Vai fazer isso agora que eu disse pra não fazer não é?

—Definitivamente vai ser algo que vou fazer propositalmente. Eu e o bebê não podemos passar vontade muito menos você deixaria isso acontecer, não é? —Sérgio concordou parecendo derrotado. —Você é um ótimo marido.

—Claro, agora que fui chantageado. —insinuou e ela riu. —É golpe baixo você sempre usar o bebê pra isso. —bufou e ela lhe roubou um selinho. —Então madame, já que estamos falando em desejos, o que mi mujer deseja agora? —Raquel pareceu pensar.

—Pode ser…dormir? —Sérgio abriu a boca desacreditado e ela somente se aninhou a ele.

—Achei que você quem fosse me cansar como estava determinada agora a pouco. —provocou mas ela nem se mexeu. —Raquel, já ficamos aqui tempo demais e eu quis dormir mas você tarada do jeito que é, me atiçou até a gente fazer sexo. —dessa vez ela riu baixinho contra seu pescoço. —Estamos no nosso último dia aqui então que tal nos levantarmos hum?

—Mas agora eu fiquei com sono. —reclamou. —Eu e o bebê queremos dormir. —Sérgio revirou os olhos mas não evitou sorrir.

—Você e o bebê podem dormir à vontade mais tarde, mas agora, eu tenho que te mostrar uns lugares que vai adorar conhecer. —Raquel ergueu o olhar para encará-lo. —Mas se ficarmos aqui, não vamos poder fazer isso.

—Você não vale nada, sabe que sou curiosa e por isso fala desse jeito fazendo suspense dizendo que vai me levar a lugares mas não diz quais. —ele a mirou. —Ou hoje vai me falar onde vamos? —negou. —Sem graça.

—Se eu falar, estraga a magia do momento. —Raquel quis se afastar dele mas Sérgio a puxou mais contra seu corpo deslizando uma mão por sua coluna. —Então agora, nós vamos nos levantar, tomar um banho, a senhorita vai se vestir bem bonita pro nosso passeio...—listou mantendo os carinhos em suas costas. —E óbvio, comer porque precisa se alimentar. O que acha?

—Tenho outra opção? —Sérgio acenou que não. —Vale, então eu vou. —ele se levantou esperando que ela espelhasse seu gesto mas Raquel continuou deitada. —To cansada, me pega no colo? —fez manha.

Sérgio nada disse, apenas se aproximou da cama outra vez e a pegou no colo. Ao chegar no banheiro, abriu o chuveiro regulando numa temperatura que fosse agradável e logo já estava com todo carinho e cuidado tratando de cuidar de Raquel como ele sempre fazia. Alguns bons minutos depois e saíram se trocando e recebendo o café no quarto.

—Como estão os enjoos? —ele perguntou e ela apenas deu de ombros tomando um gole do leite já que evitava café a todo custo de agora em diante.

—Bem melhores, não tive muitos de ontem pra hoje. —contou. —Você vai me dizer onde nós vamos ou vou ter que arrancar a informação à força? —mudou de assunto.

—Quer negociar comigo, inspetora? —Sérgio sorriu de um jeito que Raquel sabia muito bem o que significava e ela espelhou seu gesto confirmando com a cabeça. —Vale. O que eu ganho caso colabore e te dê a informação que quer?

—O que quiseres. —piscou.

—O que eu quiser? —assentiu ela. —Muy bien. Nós vamos à praia e isso é tudo o que tenho pra dizer. —finalizou deixando Raquel boquiaberta.

—En sério? Não, essa informação foi muito vaga. —protestou. —A sua pista foi muito vaga Profesor, por isso não vou lhe dar nada como recompensa.

—Mas inspetora, assim você tá furando a sua própria regra. —tocou os óculos antes de continuar. —Você me disse pra te dizer onde iríamos e eu fiz exatamente o que pediu, sendo assim, tenho direito a minha recompensa já que colaborei. —argumentou.

—Touché. —suspirou e Sérgio sorriu vitorioso. —O que quer?

—Um beijo pra começar.

Raquel se levantou dando a volta na mesa e sentou-se em seu colo rodeando os braços por seu pescoço e colando seus lábios brevemente.

—Mas isso nem foi considerado um beijo, Raquel. —Sérgio reclamou. —Você pode fazer bem melhor.

Outra vez, Raquel cortou a distância entre eles colando seus lábios e pediu passagem com a língua colocando a mão em sua nuca e o puxando para mais perto para que pudesse ter mais acesso a sua boca. Separaram-se alguns segundos depois quando o ar começou a se fazer necessário.

—Agora sim, um beijo de verdade. —ofegante, Sérgio sussurrou contra seus lábios e ela ainda lhe deu outro selinho.

—O que mais você quer agora? —Sérgio deslizou a mão por baixo do vestido que Raquel vestia subindo ela por sua coxa e sentindo os arrepios de sua pele sob seu toque.

—Que você pare de me perguntar coisas e curta o momento. —ela levantou-se de seu colo mas não sem antes deixar um tapa em seu ombro ouvindo um sonoro "ai" em reclamação.

—Você é insuportável às vezes. —revirou os olhos e Sérgio se colocou à sua frente passando um braço por sua cintura e aproximando seus corpos.

—Vai tirar essa cara de brava do rosto daqui a pouco quando chegarmos lá. —espalhou beijos por seu rosto e ela tentou disfarçar o sorriso mas foi falho. —O que acha de irmos agora?

—Vamos que não aguento mais de ansiedade.

Ao saírem do hotel o casal andou por dez minutos até estar na ferrovia, pegando a linha f que dava direto pra onde queriam ir mas com algumas paradas no caminho. O percurso foi longo mas os dois nem sequer se deram conta quando de fato chegaram, preocupados demais em conversar porque Raquel queria a todo custo saber como era o lugar, curiosa em querer explorar logo tudo de uma vez.

Assim que desembarcaram, quarenta minutos depois, ela pode notar que já estavam bem longe do hotel subindo até a superfície dando de cara com uma Veneza que ela não sabia existir. Um lugarzinho mais simples porém encantador igual mas um pouco mais aconchegante, facilmente faria morada por ali, ela pensou ao sentir a brisa soprar seu rosto levemente.

—Essa daqui é Lido di Venezia, uma ilha bem próxima de Veneza, mas não se engana porque aqui apesar de parecer pequeno e até mesmo desinteressante a primeira vista, moram mais de 20 mil pessoas e é o ponto principal do turismo e coisas ligadas a eventos. —explicou Sérgio já andando pela calçada dividindo espaço com os italianos que às vezes passavam por ali. —Aqui também acontece um festival internacional de cinema que traz estrelas de Hollywood e tudo mais.

—Esse lugar parece tão tranquilo, dá até vontade de morar aqui. Não acha? —concordou ele. —Eu não sabia que Veneza tinha praia, pelo menos não alguma conhecida assim que as pessoas atravessam uma cidade só pra ver. —comentou.

—Eu também não, mas fazendo nosso roteiro descobri essa e achei linda pelas fotos. A gente deu sorte porque aqui é verão então, se não estiver muito cheia pelo horário…—conferiu o relógio. —Ainda podemos dar um mergulho sem nenhum problema de disputar com mais turistas.

—O que a gente tá esperando então? Vamos.

Mais do que empolgada, Raquel começou a arrastar Sérgio que riu da sua empolgação mas a seguiu mesmo assim caminhando pela cidadezinha a passos largos querendo chegar logo à praia. Bons momentos depois e já podiam escutar o barulho das ondas e ver a areia que, como o esperado para época do ano, estava cheio de pessoas e mais algumas dentro do mar. O casal achou um lugar no meio da multidão e sentou-se por ali apenas apreciando a vista por alguns instantes.

—Praia me lembra nossa casa. —Raquel rompeu o silêncio agradável que tinha se instaurado. —Você acha que as crianças vão gostar de saber da notícia? Digo, sobre o bebê. —meio insegura, ela tocou no assunto. —Paula eu tenho certeza que vai adorar, mas os gêmeos são tão pequenos ainda. E se tiverem ciúmes? Não se acostumarem com a ideia?

Antes de dizer qualquer coisa, Sérgio a colocou sentada entre suas pernas, sendo apenas o toque capaz de confortá-la naquele momento. Como se já fosse um hábito, a mão dele fez carinho em sua barriga e ela descansou a cabeça em seu peito escutando o que ele tinha a dizer.

—Sabe o que eu acho? Que os gêmeos são os que mais vão ficar felizes em ter um irmão pra brincar porque Paula por mais que goste muito deles, já anda um pouquinho mais pra frente nessa fase tão temida que é a adolescência e qualquer coisa ela se estressa, parece alguém que eu conheço. —alfinetou aliviando um pouco o clima entre os dois e ela lhe deu um tapa no braço como forma de repreensão. —O que quero dizer Raquel, é pra ficar tranquila quanto a isso. As crianças vão adorar e mesmo que não gostem de primeira porque a notícia pode parecer impactante, elas vão se acostumar e logo mais quando esse neném nascer, vai ser o mais amado e mimado de todos pela família. —tranquilizou. —Principalmente pelo papai. —ela sorriu se virando para olhá-lo.

—Eu não sei o que faria sem você. —fez carinho em seu rosto com a ponta dos dedos. —Você vai ser o melhor pai do mundo pra essa criança assim como já é pros nossos filhos. —Sérgio colou suas testas ainda mantendo um carinho em sua barriga. —Eu te amo.

Selando a declaração, Raquel o beijou até que se sentisse satisfeita e tivesse passado todo sentimento que não sabia verbalizar. Ao se separarem, ela levantou-se tirando o vestido que vestia revelando o biquíni que vestia por baixo, deixando Sérgio encantado com a visão a admirando com um sorriso bobo nos lábios por tanto tempo que ele sequer percebeu quando ela estalou os dedos a frente do seu rosto captando sua atenção outra vez.

—Vai ficar só me olhando ou vamos entrar? —sinalizou com a cabeça em direção ao mar. —Se não vier eu te arrasto. —eles riram mas logo Sérgio já estava de pé se desfazendo da calça e blusa que vestia e seguindo atrás da esposa pra água que agora estava um pouco mais vazia.

No meio do caminho, pegou Raquel no colo que deu um grito surpresa ao ser jogada por cima do ombro dele com tanta facilidade como se não pesasse nada. Juntos, foram até o mar e Sérgio a colocou com cuidado no chão ao sentir a onda molhar seu pé. Ela se agarrou a ele outra vez, que não se opôs a levá-la até onde a água batia mais ou menos até a cintura. Trocaram beijos e carinhos entre um mergulho e outro até que ele a deixou por lá caminhando de volta pra areia, ainda assim não tão longe a ponto de perdê-la de vista.

Viu quando ela quase que correndo foi se aproximando e admirou um pouco mais seu corpo, a barriga que ainda não tinha tanta forma assim, mas como ele conhecia cada curva sua, notou a quase minúscula diferença em seu ventre não deixando de sorrir assim que ela se colocou parada a sua frente espelhando seu sorriso colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha. Sérgio procurou o celular no mesmo instante e mirou a câmera em sua direção.

—Sorri pra mim, mi amor. —pediu e Raquel meio tímida sorriu instintivamente levando as mãos até sua barriga, o que fez Sérgio sorrir ainda mais. —Lindíssima. —guardou o celular outra vez. —Não vejo a hora de ver que nosso neném tá crescendo aqui dentro. —ela se aproximou e Sérgio deixou um beijo em seu ventre fazendo carinho no local. —Você vai ficar tão linda desfilando por aí com um barrigão, ainda mais bonita do que já é.

—Ah é mesmo? —Sérgio confirmou e Raquel sentou-se em seu colo passando os braços por seu pescoço. —Também vou ser bonita depois que estiver toda feia e gorda porque estou comendo por dois? Sem falar nos inchaços e meu terrível mau humor.

—Terrível? Joder, pode piorar? —Raquel escondeu o rosto na curva de seu pescoço rindo quando ele continuou. —Vou achar lindo você brava com uma barriga enorme me xingando horrores e depois pedindo desculpas porque se arrependeu de maltratar o marido que faz de tudo pra te ver bem. —ele também riu. —Estou brincando, menos com a parte que ainda vou te achar perfeita de qualquer jeito, como sempre. —tocou seu rosto para que ela o olhasse. —Você é a mulher mais linda do mundo pra mim. —deixou um selinho em seus lábios. —E é a única também.

—Eu amo esses seus lapsos de romantismo. —confessou roubando outro selinho dele e antes que as coisas se tornassem um pouco mais urgentes, o estômago dela reclamou. —Acho que tem um neném aqui com fome e a mamãe dele também. Tem algum restaurante por aqui?

—Tem sim. Se veste e vamos lá alimentar vocês.

Seguiram andando até o restaurante mais próximo aproveitando para observar um pouco mais da cidade à medida que comiam. Raquel insistiu em caminhar mais um pouco na praia depois da refeição e assim fizeram procurando tomar um tempo antes da viagem até Veneza.

—Você está bem para continuarmos? A viagem pode ter te cansado. Podemos voltar pro hotel, descansar e depois seguir com o passeio se preferir. —preocupado, Sérgio sugeriu assim que já estavam outra vez em Veneza.

—Estou bem, Sérgio. —ela reforçou. —Não se preocupe. Podemos continuar sem problemas, se eu me cansar aviso e então voltamos pro hotel, vale? —ele sorriu concordando. —Então, onde vamos agora?

—Você sabia que Veneza tem muitos cantinhos inexplorados? —Raquel ergueu uma sobrancelha como se perguntasse onde ele queria chegar com isso. —Hoje nós vamos caminhar um pouquinho por eles, cada lugarzinho tem uma história pra contar.

—Caminhar? —ela bufou parecendo entediada. —Me trouxe aqui pra andar? Isso a gente podia ter feito no Brasil, sabia?

—Mas já está reclamando? Por Deus, nem começamos ainda. —dessa vez foi Sérgio quem bufou entediado. —Será possível que vou ter que te levar no colo?

—Olha, eu agradeceria.

Sem pensar muito, Sérgio apenas pegou Raquel como na praia, mas dessa vez realmente a carregando no colo como fez após a festa de casamento deles. Entre muitos protestos dela pedindo para que a soltasse, ele apenas fingiu que não ouvia e andou boa parte do percurso com ela assim até que finalmente a botou de volta no chão.

—Meu Deus Sérgio, você é maluco! Que vergonha ficou todo mundo olhando pra gente. —ela deixou um tapa em seu ombro. —Era brincadeira seu besta! Eu posso andar com meus próprios pés pelo menos por agora, mas daqui há quatro ou cinco meses pode ser que não. —insinuou.

—Até parece que você não gostou. —sorriu sugestivamente. —Mira...—apontou com a cabeça pra um beco mais adiante. —Esse lugarzinho aí não te lembra nada? —Raquel soltou um sorriso malicioso olhando de volta pra ele.

—Daquela vez que você me fodeu num beco como esse, no seu aniversário. —ele acompanhou seu sorriso com a lembrança e Raquel entrelaçou seus dedos passando pelo local. —A diferença é que estava de noite, mas agora vai estar de dia.

Sem chance de resposta, Raquel apenas buscou os lábios de Sérgio num beijo urgente, pressionando seu corpo contra a parede e as mãos dele já faziam o percurso subindo seu vestido lentamente revelando sua pele macia. Ao perceber o que estava fazendo, ele mesmo cortou o contato meio ofegante, tocou os óculos e respirou fundo buscando raciocinar corretamente.

—Raquel, aqui não. —repreendeu e ela não entendeu pronta pra retrucar. —Em plena luz do dia não rola. Alguém pode passar e nos flagrar, eu jamais me perdoaria por isso. —ele a afastou mas não sem antes voltar a entrelaçar suas mãos. —Se controla até a gente voltar pro hotel hm? Vamos aproveitar o passeio.

—Se fosse a noite você já teria me agarrado. —ela provocou sorrindo. —Como me agarrou aquele dia e não satisfeito, na manhã seguinte no motel, ainda me algemou. —as imagens que a cabeça de Sérgio projetou não o ajudaram tanto no momento e ele teve que desviar o assunto pra que não estragasse o passeio a arrastando de volta pro hotel.

—Nós podemos voltar aqui com as crianças que achas? Acho que Paula vai adorar ir passear de gôndola e brincar de se esconder pra gente achar ela nessas ruas que aliás são bem fáceis de se perder. —reparou olhando em volta e ela fez a mesma coisa.

—É verdade. Você sabe o caminho de volta pro hotel não é? —ele ficou em silêncio. —Sérgio, por favor….

—Calma, tudo sob controle mi amor. Tem um GPS aqui no celular caso a gente precise. —apontou pro aparelho no bolso da calça. —Mas não vai ser preciso porque apesar de serem iguais, não são assim tão difíceis de diferenciar.

—Hum, vou confiar em você.

Em meio as famosas ruelas de Veneza, existiam os canais que sempre passavam por baixo das pontes, uma visão de tirar o fôlego que Raquel ficou um tempo admirando sendo alvo dos flashes de Sérgio também por um bom tempo até que ele se deu por satisfeito e aproveitou o momento com ela, aproveitando a vista um pouco enquanto se abaixava a sua frente, ela já sabendo o que ele faria.

—Ei neném, sabia que essa é a sua primeira viagem internacional? —contou e Raquel se atentou em escutá-lo. —Sabe, eu e a sua mamãe precisávamos de um tempinho a sós porque nós amamos muito os seus irmãos, pode ter certeza mas também temos o direito de umas férias, não acha? —desviou o olhar pra Raquel por um minuto. —Nesse meio tempo o que era pra ser nós dois virou nós três porque agora você tá aqui de intruso, o que prova que desde pequeno vai roubar a atenção dela todinha pra você.

—Com ciúmes do seu filho que nem nasceu, Profesor? —Raquel falou e Sérgio estava pronto pra desconversar mas ela seguiu. —Neném, seu papai é muito ciumento. Ele até tenta esconder mas morre de ciúmes até mesmo dos filhos. —zombou.

—Sua mãe tem ciúmes de uma cadela, bebê. —o semblante de Raquel se fechou. —A Roma nossa cadelinha demorou pra ser aceita, eu até mesmo fui mandado pra dormir na casinha dela, acredita?

—Não que não tenha merecido. —ela resmungou.

—Mas sua mãe como não consegue ficar sem mim por cinco minutos foi logo me buscar pra dormir com ela. —recordou-se. —Acho que seus pais são dois ciumentos. —os dois sorriram. —Mas que Deus nos ajude que você não puxe isso da gente ou vamos ter ainda mais problemas. —ficou algum tempo em silêncio antes de voltar a falar. —Apesar de você ter invadido a nossa segunda lua de mel, papai tá muito feliz em estar aqui igual um bobo falando com a barriga da mamãe no meio da rua com todo mundo que passa olhando. —Raquel gargalhou do comentário dele e Sérgio a acompanhou rindo também. —Eu não vejo a hora de sentir que você ta me respondendo e com toda certeza chorar quando acontecer mas vai ser o dia mais feliz da minha vida somente perdendo pro dia em que me casei com sua mãe. —levantou-se notando que Raquel chorava e as lágrimas escorriam seu rosto. —E pro dia em que ela voltou pra mim depois de tanto tempo.

Sem dizer nada, Raquel apenas o abraçou apertado ainda chorando agarrada a ele. Sérgio afastou-se um pouco beijando seu rosto pra limpar as lágrimas que ainda escorriam ali e ela sorriu fraco deixando um beijo em seus lábios antes de voltar a contemplar a vista do canal a sua frente.

—Vamos voltar? —sugeriu falando baixinho.

—Mas já? —ela fez um beicinho triste que ele irresistivelmente beijou.

—Precisamos refazer todo caminho de volta para ir para o nosso próximo destino, se voltarmos tarde demais não vai dar tempo. —explicou acariciando a bochecha dela com o polegar.

—Então tá né! —deu de ombros dando mais uma longa olhada para o local. —Vamos!

Eles fizeram todo o trajeto de volta e depois de um longo tempo chegaram a Piazza San Marco.

—Não estivemos aqui ontem? —perguntou Raquel lembrando do lugar.

—Sim, mas faltou visitar um lugar bem especial, uma ponte na verdade. Vem, mais uns minutinhos e chegamos lá. —ele a puxou pela mão ouvindo ela bufar. —Dona preguiça, se continuar reclamando assim eu vou te pegar no colo mais uma vez na frente desse monte de gente, ou então vamos voltar para o hotel. 

—Não briga comigo. —ela fez um beicinho e os olhos encheram de lágrimas no mesmo momento.

—Ô meu Deus! Vem aqui, vem. —ele a puxou para perto e ela enterrou o rosto em seu peito, soluçando baixinho. —Não precisa chorar, meu amor. Eu só estava brincando! —explicou rindo.

—Para de rir de mim! —ela deu um tapa em seu braço pela décima vez naquele dia. —Eu to sensível e você ainda fica brigando comigo. —fungou.

—Desculpa, desculpa! Se eu der um beijinho você me perdoa? —ela assentiu e ele deu um rápido selinho em seus lábios. —Você está cansada? Quer voltar pro hotel? —perguntou carinhosamente secando suas lágrimas e ela negou. —Então essas reclamações são pura manha e dengo? —ela prendeu os lábios tentando esconder um sorriso sapeca. —Foi o que eu pensei. —ele riu também. —Vamos?

Ela estendeu a mão e continuou caminhando com ele até chegar às margens do Grande Canal. —Ali está, Ponte di Rialto! —ele apontou para a imensa e magnífica ponte à frente deles.

—A famosa ponte mais antiga e também a mais renomada de Veneza! —ela sorriu encantada.

—Exatamente! Sabia que quando ela foi reconstruída, famosos arquitetos como Michelangelo ofereceram seus préstimos para a construção?

—Uhum! Mas todos ofereceram propostas com diferentes arcos inadequados para a ponte e hoje ela possui um único arco desenhado por Antonio da Ponte. —ela sorriu para ele que estava olhando para ela. —Que foi?

—Eu adoro te ouvir explicando as coisas, sabia? —ele a abraçou por trás e depositou um beijo demorado em seu pescoço.

—Digamos que eu tive um ótimo professor. —piscou. —Vamos subir? —apontou para a escada e ele assentiu.  

Eles subiram as grandes escadas e tiveram uma visão privilegiada.

—Esse lugar é tão lindo que eu tenho vontade de tatuar só para poder eternizar. —comentou, o fazendo rir do seu exagero.

—E eu posso saber como você faria para tatuar Veneza, senhora Murillo? —ele a abraçou por trás enquanto ambos admiravam a paisagem e os barcos e gôndolas passando por debaixo da ponte.

—Ah, sei lá! Poderia tatuar algo que me lembrasse esse lugar, como por exemplo um barquinho.

—Igual os de papel que você faz?

—Uhum! Mas essa vontade vai ter que esperar um pouquinho. 

—Por que? Deve ter algum studio de tatuagem por aqui. Se quiser podemos dar uma pesquisada.

—Com certeza tem, mas não é indicado que mulheres grávidas façam tatuagem. Não tem nada cientificamente comprovado, mas os médicos não aconselham. —explicou.

—Entendi. —depositou um beijo em seus cabelos. —Oportunidades não vão faltar. Quando esse neném sair daqui…—acariciou a barriga dela. —Você vai poder fazer quantas tatuagens quiser.

—Verdade! Mas assim…—ela começou a acariciar o braço dele despretensiosamente. —Não tem estudo nenhum que diga que o papai do neném não possa fazer uma tatuagem já que a mamãe não pode.

—Não!

—Mas Sérgio…

—Nem mais nem menos, não começa com essas ideias loucas não. 

Ela virou de frente para ele. —Uma pequenininha assim. —aproximou o dedo indicador e o polegar para indicar o tamanho.

—Nem uma pequenininha nem uma grandona. Não adianta, você não vai me convencer.

—Tá vendo como o seu pai é mal, neném? —ela levou as duas mãos até a barriga para falar com o bebê. —A mamãe pede as coisas com todo amor e carinho e é isso que ela recebe, um "não" bem grande.

—Para de me colocar contra o neném, Raquel! Isso é muita covardia. Ele vai sair da barriga odiando o pai tudo por sua culpa. 

—Ele não vai te odiar, só vai saber as injustiças que o pai dele faz com a mãe. 

—E vai saber que a mãe dele é uma tremenda chantagista. —ele cruzou os braços e fechou a cara, fazendo ela soltar uma gargalhada.

—Ei neném,  acho que o papai pegou um pouco da sensibilidade da mamãe. —cochichou como se estivesse contando um segredo. —Mas não se preocupe, a mamãe vai dar um beijinho nele e rapidinho ele vai melhorar. 

Ela descruzou os braços dele e tentou o puxar para baixo para que pudesse beijá-lo, mas ele permaneceu com uma postura ereta. Ela tentou novamente e ainda assim não conseguiu. —Ok neném, a mamãe vai ter que fazer um movimento um pouco arriscado, então por favor feche seus olhinhos.

Em seguida ela se certificou que ninguém estava olhando para eles e o acariciou levemente por cima da calça, fazendo ele inclinar o corpo para frente com um protesto. 

—Raquel!

—Se não vem por bem, vem por mal. Agora vem aqui, vamos fazer as pazes. —ela o puxou para mais perto e deu uma leve mordida em seu pescoço, fazendo ele imediatamente envolver os braços ao redor de sua cintura e procurar seus lábios para iniciar um longo beijo.

Se separaram quando o ar se fez necessário. —Estamos de bem novamente? —ela perguntou.

—Agora estamos!! —riu. 

O sol começou a se pôr e eles desceram as escadas pelo outro lado da ponte, encontrando um restaurante logo no caminho.

—O que acha de jantarmos aqui? Parece ser bem legal e ainda teremos mais um pouco dessa vista maravilhosa. —sugeriu Raquel.

—Perfeito! 

Eles escolheram uma mesa na área externa bem às margens do Grande Canal e de frente para a ponte. 

O garçom chegou para atendê-los e eles fizeram seus pedidos.

—Desejam um vinho enquanto o pedido está sendo preparado? —perguntou o rapaz.

—Sim, por favor. Mas apenas uma taça para o meu marido, eu vou querer apenas uma água com gás.

—Na verdade, pode trazer uma água com gás para mim também ao invés do vinho, por favor. Vou acompanhar minha esposa.

—Ok! Com licença. 

—Por que não pediu um vinho para você? —perguntou curiosa.

—Porque você não pode beber. —deu de ombros.

—E você vai ficar durante 9 meses sem beber? —ele assentiu. —Sérgio, eu não posso beber, mas você pode! Sei o quanto aprecia um bom vinho.

Ele alcançou a mão dela por cima da mesa. —Eu aprecio a sua companhia e viver momentos com você. O que eu bebo ou como são apenas meros detalhes.

—Você é o homem mais fofo do mundo, sabia? —sorriu. —Nem acredito que hoje é o nosso último dia aqui. Passou tão rápido, né?

—Sim, passou rápido demais, mas está sendo tudo tão incrível. Está sendo assim para você também?

—Não tinha como ser melhor, meu amor. Os dias que passamos aqui foram mágicos. Esse lugar é mágico. Na verdade, estar com você faz tudo parecer mágico.

O garçom chegou com os pratos e os serviu.

—Grazie! —Raquel agradeceu em um italiano impecável.

—Di niente! —respondeu o garçom antes de sair.

—5 dias na Itália e você já está falando como uma italiana. —elogiou. —Estou orgulhoso.

—Grazie amore mio. Ti amo!

—Você fica muito sexy falando italiano, sabia? —sorriu com malícia.

—Você precisa ouvir meu marido falando francês, isso sim é sexy. —piscou e sorriu vendo ele corar no mesmo momento.

—Sabe o que isso me lembra? —perguntou um tempo depois, sinalizando com a cabeça para um barco que estava passando.

—O nosso reencontro em Marbella depois do segundo assalto?

—Exatamente! Lembro do quão aliviada eu fiquei quando finalmente te vi. —foi a vez dela alcançar a mão dele por cima da mesa, acariciando o dorso com o polegar. —Lembro da gente entrando naquele barco…e também lembro de alguém reclamando que o banheiro era pequeno demais e pensando em safadezas mesmo estando com a perna machucada.

Ele riu envergonhado. —Eu fiquei tão feliz e grato por te ver novamente. Eu estava com dor, cansado física e psicologicamente, mas quando eu te abracei e te beijei, tudo o que eu mais queria era ter você, mesmo que eu não estivesse em condições.  —confessou.

—Lembra que você tentou levantar sozinho e quase caiu? —ambos riram relembrando o momento.

—Lembro! E como sempre você cuidou de mim. Cuidou até mesmo quando estava me odiando dentro daquele submarino.

—Nossa, eu estava com tanta raiva de você que se eu pudesse ir nadando, eu iria só para ficar longe. —confessou com um suspiro.

—Nossa, Raquel! —ele arregalou os olhos com a confissão e ela deu de ombros. —Engraçado que você não parecia nem um pouco com raiva na nossa partida de xadrez. 

—Não faço a mínima ideia do que você está falando.

—Ah, mas eu me lembro. Me lembro de como você suspirou profundamente quando eu passei as mãos pelo meu cabelo e mordi os lábios…—ele repetiu o movimento e ela suspirou. —Desse jeito mesmo. Me lembro de como você ficou com calor e tirou seu casaco. 

—Acho que agora eu estou começando a me lembrar. Principalmente da parte em que eu joguei meus cabelos para trás bem assim…—ela jogou os cabelos repetindo o movimento. —E abri o zíper do meu casaco deixando meus seios bem a mostra. —ela puxou a blusa que vestia para baixo mostrando o decote e também uma parte do sutiã de renda que usava.

Assim como naquele dia, os olhos dele voaram imediatamente para o decote e ele engoliu seco. —Você me olhou desse mesmo jeito. —disse com a voz um pouco mais baixa.

—Nós…não conseguimos terminar o que começamos naquele dia, mas…talvez possamos terminar hoje. —sugeriu.

—Eu acho uma ótima ideia!

Pediram a conta e foram caminhando de mãos dadas em direção ao hotel, caminhando o mais rápido que podiam. No meio do caminho, Raquel parou para lhe mostrar um lugar. —Ei…

Ele seguiu seu olhar até uma porta escrita “Studio del tatuaggio”. Não precisava entender italiano para saber o que aquilo queria dizer. —Não, não, não e não Raquel! 

—Por favor…

—Não! Anda, vamos voltar para o hotel. —ele segurou sua mão e a puxou.

—Por favor, por favorzinho Sérgio! Uma pequenininha, pode ser escondida. —implorou.

—Se você quer uma tatuagem escondida, então nem preciso fazer. Finge que eu já fiz e ela está muito escondida, tão escondida que você nem acha ela. —ela fez um beicinho. —Não faz assim! 

Ele estava quase cedendo, mas ainda estava permanecendo firme, então ela decidiu usar outra estratégia. Ela se aproximou lentamente e acariciou levemente o peitoral dele.

—E se você recebesse uma recompensa muito boa? —sussurrou.

—Que tipo de recompensa?

—Uma que te faça gemer de tanto prazer. —passou a ponta dos dedos pelo pescoço dele, fazendo-o arrepiar.

Ele segurou sua cintura e a apertou contra ele. —Não sei se vale a pena. O que me garante que se eu fizer o que você quer agora, quando chegarmos no hotel você me dará o que eu quero?

Ela riu e o puxou para que pudesse sussurrar em seu ouvido. —E quem disse que eu estava falando de quando chegarmos no hotel?

Ele a olhou confuso e ela se afastou, passando atrás dele e indo em direção a um beco pouco iluminado. Antes de entrar, ela olhou de soslaio para e então desapareceu. Ele respirou fundo tentando resistir, mas o pensamento do que ela poderia fazer com ele foi mais forte, então ele rapidamente a seguiu.

Quando entrou no beco, ela o pressionou contra a parede e atacou seus lábios em um beijo faminto enquanto desabotoava sua calça e o puxava para fora.

—O que você vai fazer agora? —ele perguntou com a voz rouca. Ela segurou sua mão e levou o polegar dele até a boca, rodeando lentamente com a língua e depois chupando com força. Automaticamente ele desferiu um tapa na bunda dele e agarrou com força. —Desce! —pediu quase sem fôlego e ela desceu lentamente, até ficar de joelhos no chão.

—O que você quer agora?

—Que o único som que sair da sua boca seja do meu pau entrando e saindo.

—Como você quiser! —ela segurou os cabelos em um rabo de cavalo e os entregou para que ele pudesse segurar. Então, depois de passar a língua lentamente por toda sua extensão, ela enfiou seu membro completamente na boca e começou a chupá-lo. 

—Porra Raquel. —ele mexeu os quadris para frente e para trás para poder auxiliá-la. —Mais rápido, Raquel! —ele estocou com mais força dentro da boca dela e, por mais que ele tentasse fazer durar, o orgasmo já estava se aproximando. —Isso! Isso! —gemeu.

Ela o tirou da boca por um momento para poder falar. —Goza na minha boca, Sérgio! Goza pra mim.

—Me chupa Raquel! Me chupa e não para! —quando ela segurou e massageou suas bolas, ele mordeu os lábios com força para poder conter os gemidos quando o orgasmo finalmente o atingiu e ele se derramou completamente na boca dela. 

Minutos depois ela levantou lambendo os lábios e sorrindo. Ele a puxou para um beijo faminto e só se separaram quando o ar faltou. —Você é um pecado, Raquel! 

—Um pecado que você adora cometer. —piscou. —E então, vou ter o que eu quero? Você ganhou a recompensa antes de fazer o que eu pedi.

—Vai! —suspirou derrotado. —Mas saiba que você joga muito, muito, muito baixo. 

—Baixo o suficiente para te colocar na boca. —mordeu os lábios. —Vamos! 

Ele fechou a calça e a seguiu para dentro do estúdio.

—Boa noite! —disse uma jovem e simpática tatuadora. 

—Boa noite! —ambos responderam. —Meu marido quer fazer uma tatuagem.

—Contra a minha vontade! —reclamou fazendo as duas rir.

—E o senhor já sabe o que vai fazer?

—Na verdade não.

—Aqui temos algumas opções. —ela entregou uma pasta com diversos desenhos. —Sintam-se à vontade para dar uma olhada e escolher e me chamem quando estiverem prontos. —saiu os deixando a sós.

Depois de dar uma longa olhada nos desenhos, Sérgio fechou a pasta e virou para Raquel. —Quando você fizer, você vai realmente fazer o barco?

—Sim! Por que?

—E qual seria o significado dele para você?

Ela parou um pouco para pensar. —O barco tem muitos significados para mim. Me lembra Veneza e automaticamente me lembra os nossos filhos e o quanto eles mudaram nossas vidas. Me lembra quando você me ensinou a fazer origami, me lembra o nosso reencontro em Marbella e principalmente me lembra todos os momentos inesquecíveis que vivemos no nosso barco cochambroso em Palawan. —riu com saudade. —Resumidamente o barco me lembra você. Me lembra todos os momentos felizes que tive e ainda tenho na minha vida e em todos eles você está comigo. Eu te levarei para sempre no meu coração e também tatuado na minha pele.

Ele sorriu e deu um rápido selinho nela. —Então eu já sei o que vou fazer.

—E o que vai ser? —perguntou curiosa.

—Uma âncora! O seu barco me representa e a minha âncora representará você. Porque é exatamente isso que você é. Minha âncora, meu porto seguro, minha estabilidade, meu ponto de equilíbrio. Sempre que eu estava prestes a cair foi você quem me sustentou. Independente se você estava fisicamente do meu lado ou apenas mentalmente. Você é o meu ponto fraco mas também é o que me dá forças, Raquel! Eu sei que enquanto estiver com você, enquanto eu estiver ao seu lado, eu jamais vou cair, nada jamais poderá me abalar.

Com os olhos marejados, ela o puxou para um abraço apertado e lhe deu um rápido selinho. Quando se separaram, ele chamou a tatuadora e contou sobre sua escolha, então ela preparou tudo para que pudesse iniciar.

—Onde vai ser?

—No antebraço.

Ele se sentou e, quando a tatuadora ligou o aparelho, ele olhou desesperado para Raquel.

—Sérgio, tá tudo bem? Você está com a boca branca! —perguntou preocupada.

—Segura a minha mão? —pediu fazendo um beicinho.

—Você tem medo de agulha?

—Desde criança! —ele confirmou fazendo um beicinho ainda maior.

—Imagino que no hospital era horrível para você então, né?

—Sim…sempre que eu precisava fazer algum exame ou tomar alguma injeção meu pai ficava do lado da cama segurando a minha mão.

—E…depois que seu pai morreu?

—Quando o Andrés ia me visitar ele segurava, mas quando não tinha ninguém…—sua voz embargou. —Eu fechava os olhos com força e tentava imaginar que alguém estava ali do meu lado segurando minha mão. —sorriu triste. 

—Eu sinto muito, meu amor! —ela depositou um beijo em seus cabelos. —Eu estou aqui com você e não vou sair do seu lado e nem soltar a sua mão. —eles entrelaçaram os dedos com firmeza.

—Posso começar? —perguntou a tatuadora.

Ele respirou fundo. —Pode!  

Mesmo que fosse uma tatuagem um pouco grande, não demorou e nem doeu tanto quanto ele pensava. E, quando menos esperava, a tatuadora já estava limpando o local para poder revelar o lindo desenho.

—Uau! Ficou mais linda do que eu imaginava. —disse surpreso. —Gostou?

—Eu amei, ficou perfeita! 

—Ela vai ficar um pouco vermelha no começo, mas amanhã já estará normal. 

A mulher finalizou todo o processo e passou todas as dicas e cuidados que ele deveria ter daqui para frente e então depois de pagar, finalmente foram para o hotel.

Depois de tomar um banho, eles ficaram um tempo na sacada do quarto abraçados e admirando a vista do lugar.

—Ei, vamos tentar dormir um pouco? Já já precisamos acordar para poder voltar para casa. —ele comentou enquanto acariciava os cabelos dela.

—Já vamos encerrar o Plano Veneza?

—Sim! Precisamos encerrar. 

—A nossa história é tão linda, né? —Raquel comentou enquanto a abraçava mais forte. 

—Ela é! Foi lindo viver tudo o que eu vivi até agora com você e sei que temos muito mais para viver.

—Temos! Nossa história é para sempre. E, mesmo que hoje acabe essa viagem, o nosso Plano Veneza sempre será eterno.

—Eu te amo, Raquel Murillo!

—Eu te amo, Sérgio Marquina!


Notas Finais


é isso, fim da história mas nada de dar tchau pra serquel porque as leitoras de let me heal you podem comemorar, o adultério vai voltar muito mais em breve do que vocês esperam!!!🥳🥳
mais uma vez, muitíssimo obrigado a todas que estiveram com a gente nessa caminhada e comentem aqui pra gente saber o que acharam, nós lemos tudinho!!
caso queiram falar mais conosco, temos um grupinho na dm do twitter, é só pedir in: @planoveneza
até a próxima e beijos!!🤍


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