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História Play for me - In the shadows


Escrita por: BellaCherry e plutoniana

Notas do Autor


Queremos agradecer pelos 206 Favoritos, ficamos muito felizes mesmo. 😍♥
... Boa leitura. 🌸

Capítulo 4 - In the shadows


Fanfic / Fanfiction Play for me - In the shadows

“Eu sei que você pode me ouvir

Mas você finge que não tem um coração

Então você levou minha auréola

E você me deixou na escuridão”

 

Sasuke

— Se quiser, posso faltar ao trabalho hoje e ficar com você. — minha mãe sugere. — Podíamos assistir uns filmes. Ainda gosta de Laranja Mecânica?

— Não se preocupe. Vocês não podem parar suas vidas só porque querem me vigiar. — respondo pouco antes de enfiar um pedaço de torta de maçã na boca.

— Não é para lhe vigiar, querido. — ela me dá um olhar de compaixão. — É que estou há tanto tempo sem te ver. Queria ficar um tempo com você.

— Vou ficar bem se você sair por algumas horas, mãe. Além disso, pode pedir aos empregados para ficarem de olho em mim.

— Não vai facilitar mesmo, Sasuke? — ela sorri meio angustiada. — Não estou preocupada se você vai sair correndo atrás de uma seringa.

Eu fico em silêncio enquanto como e a observo. O quanto dessa frase é mentira? Ela está mentindo pra mim ou pra si mesma?

O infernal relógio de pássaros começa a cantar aquela musiquinha às 8:00 e a minha vontade é de jogar algo na parede para quebrá-lo.

Mamãe dá um sobressalto da mesa de vidro da cozinha em que tomamos café.

— Melhor eu ir, preciso estar na agência daqui a meia hora. — ela me dá um beijo na testa rápido antes de colocar seu prato de torta inacabado sobre a pia de mármore branco da cozinha e sair apressada subindo as escadarias atrás de sua bolsa.

Eu fico encarando o relógio até que ele pare de cantar, e isso acontece depois que um minuto vira.

São 8:02 quando minha mãe sai pela enorme porta de entrada e eu me levanto da mesa, enfiando o resto de torta na boca e retiro a merda de relógio da parede. Eu o levo até o porão, que agora é meu novo quarto, embora só tenha umas caixas e minha cama. Pego a caixa de ferramentas do encanador no canto e começo a desmontar aquela porcaria. Usando meu velho celular, começo a ler tutoriais de como desmontar um relógio e remontá-lo novamente. São 8:17 quando retirei todas as peças internas dele e comecei a colocá-las de volta, mas dessa vez sem o pequeno aparelho eletrônico com o canto dos pássaros.

Às 8:39, coloco o relógio na parede da cozinha, perfeito e exatamente igual como estava. Mas às 9:00, ele não canta.

E a casa fica em silêncio pois não há mais sua música.

Sakura

Estava me preparando para mais uma aula, hoje meu humor não era dos melhores, ainda mais cansada e com sono. Meus pais ontem me deram um sermão por ter chegado depois das 22:00 em casa. E isso a cada dia me frustrava mais.

Caminhei para o centro da sala enquanto ouvia a doce melodia do piano invadindo todo espaço. Procurei pela Karin porém ela havia faltado. Fiquei curiosa para saber o motivo.

Ao lembrar de Karin, meus pensamentos traiçoeiros me levaram na noite passada onde conheci aquele misterioso garoto. Confesso que nunca havia visto um rapaz tão lindo como o de ontem. Queria enfiar minha cabeça num buraco toda vez que  lembro o mico que paguei. Fico pensando se um dia vou voltar a vê-lo de novo.

Faço uma leve massagem nos pés enquanto tirava a sapatilha de ponta da bolsa, coloquei-a delicadamente no chão. Enquanto pego o talco para por na ponteira de gel, observo Ino entrando e logo atrás dela, Shion.

Perfeito. A violinista maluca estará aqui para destilar seu veneno hoje.

Faço o laço na sapatilha orgulhosa de ser tão boa nisso. Enquanto me levantava para ir a barra em frente ao espelho, Ino se aproximou.

— Onde está a maluca da Karin? — Ino me encara. Observo seu enorme cabelo loiro preso no coque com a redinha branca.

— Não sei. Ontem ela não me disse nada. — seguro na barra enquanto flexiono os joelhos para me alongar. — Eu tenho que…

— Sem conversas hoje, meninas. — não havia percebido que Tsunade havia chegado. — Quero a concentração de todas hoje. — ela me lançou um olhar.

— O você ia me dizer? — Ino murmura baixinho.

— Depois. — sussurro baixo para que minha madrinha não escute.

Ouço Shion começar a tocar o violino. Ela estava com os olhos fechados enquanto seus cabelos loiros caiam em cascata por seus ombros. As notas musicais que ela tocava enquanto mexia a agulha do violino era tão suaves que me embalava juntamente com meus Plies e Jeté. Como podia uma pessoa tocar tão docemente e ser o oposto da doçura que seus movimentos tinha.

Fizemos vários exercícios para alongarmos até minha madrinha chamar todos ao centro.

— Como todos sabem, logo chegará o dia do espetáculo para que os jurados da Bolshoi escolham os melhores bailarinos da nossa academia. — Tsunade sorriu para nós. — Esse espetáculo não vai interferir em nada na dança que estão preparando caso sejam escolhidos.

Suspiro, nervosa. Sei que Tsunade não ia preparar qualquer espetáculo.

— Estamos curiosos, o que será? O lago dos cisnes ? — Sai falou me surpreendendo, ele sempre é tão quieto.

— Não, praticamente toda escola que for se apresentar vai ser Lago dos Cisnes ou Quebra Nozes. — Tsunade andava de um lado para o outro, enquanto eu observava a movimentação dos seus enormes seios. -—Giselle. — ela suspira enquanto seu olhar para em minha direção.

Fiquei tocada com a escolha dela pois para mim é um dos recitais de ballet que eu mais amo.

A história fala sobre uma camponesa chamada Giselle, que padece de uma desilusão amorosa, após descobrir que seu amor a traiu e tem como destaque as Wilis, espíritos de virgens que morreram antes de casarem, que levam os homens à morte pela dança.

— E já está definido cada papel. — Tsunade sorriu diabolicamente. — Sakura, minha querida, você será Giselle.

— Madrinha... digo professora, a senhora tem certeza? — o papel de Giselle é um dos mais procurados no balé, já que exige tanto perfeição técnica quanto excelente graça e lirismo.

— Se eu não soubesse do seu potencial não teria escalado para esse papel, Sakura. — ela falou firme comigo.

Apenas confirmei. Se mamãe soubesse que questionei em ter o papel principal num espetáculo tão importante, ela falaria até nossa próxima geração.

— Sai, você será Albrecht. — ótimo, o nobre disfarçado de camponês que faz Giselle se apaixonar e morrer por esse amor. Observei o quão animado ele ficou com o papel. — Ino, Hinata e Karin — Tsunade suspirou ao ver que Karin havia faltado novamente. — Serão as principais Willis — ela continuou entregando o papel de cada uma ali.

Observei Hinata Hyuuga suspirar. Hinata era uma bailarina diferente, por mais esforço que ela tentasse não era tão boa como queria. Mas ser filha do governador dava a ela certos privilégios, não que ela os exigisse.

— Sasori e Shion farão parte da orquestra. — minha tia sorriu para os dois que estavam mais ao final da sala. — Eu disse que conseguiria isso para vocês. — continuou ela.

Sasori lançou um sorriso em minha direção. Perfeito! Meus pais iriam nos fazer o casal do ano novamente.

Depois de nos liberar e eu ter que ouvir os bailarinos animados, caminho até a parte onde trocamos de roupa. Enquanto tirava os grampos que já estavam machucando meu couro cabeludo, Ino se aproximou.

— Ótimo, serei a rainha da vadias virgens mortas — ela diz enquanto dá um giro, animada. — Isso é tão minha cara, não é Cerise? — Ino me abraçou.

— Você e esse apelido. — me afasto enquanto solto meu cabelo que desenrola até pairar na cintura.

Parce que tu es ma Cerise rose parfaite. — Ino sussurra para mim em um perfeito sotaque francês. (Porque você é minha cereja perfeita rosada)

— Sei bem disso. — suspiro quando pares de olhos ônix invadem minha mente.

— Ok, o que está rolando? — ela indaga curiosa.

— Como assim?

— Algo aconteceu para você estar só os suspiros e com esses olhos de Billabong brilhando. — Ino me puxa para que sentemos.

— Você me conhece mesmo. — lhe dei um sorriso carinhoso.

— Do berço pra vida, lembra?

— Não dá pra esquecer. — respiro fundo, me preparando. — Ontem quando eu saí apressada do apartamento da Karin, acabei prendendo meu moletom no portão.

— Meu Deus, só você mesma. — Ino riu alto.

— Dá pra deixar eu terminar? — vendo ela juntar os dedos indicadores na boca em sinal de silêncio, prossigo.

— Meu celular havia caído no chão e eu não sabia o que fazer até que... — suspiro com a lembrança. — … um rapaz alto se aproximou de mim, me ajudando a sair da situação constrangedora que eu estava.

— E o que tem demais nisso?

— Ele é o cara mais lindo que eu já vi na vida, Ino. — sorrio com a lembrança do rosto dele. — Ele é extremamente diferente dos rapazes que eu costumo ver. Seus cabelos são pretos e os olhos são tão negros como o céu que costumamos ver quando está nevando.

— Nossa, quem é esse deus grego? — Ino estava surpresa pelo modo que eu estava falando.

— Não faço a minima ideia de quem seja. — bufo derrotada

— Tenho certeza que saber quem ele é não faria nenhuma diferença, chicletinho. — Shion surge atrás de nós, nos assustando com sua aparição, ela está com um grampo na mão. — Você é tão sem graça quanto um chiclete já mastigado. —  destila seu veneno com um sorrisinho cínico no rosto. — Aliás, isso caiu do seu cabelo lá no estúdio.

— E aonde foi que pedimos a opinião da vadia mal amada? — Ino se levanta e arranca o grampo da mão dela.

— Falou a rainha das vadias. — Shion sorri provocadora para Ino.

— Cala boca, Shion. Sua opinião é desnecessária. — levanto a encarando. — Sabe que não dou a mínima para suas provocações.

— Então por que parece tão irritada? — ela continuava sorrindo. — Sinceramente, não entendo o porquê de Sasori só tagarelar de você o tempo todo. Se ele pensasse no piano tanto quanto pensa em você, já seria um músico profissional.

— Não haja como se só você fosse uma musicista perfeita.. — Ino ficou cara a cara com ela. — Dá o fora logo antes que eu faça um escândalo.

— Cuidado, boneca. — Shion ironizou. — Sua guardiã protetora ruiva não está aqui para lutar por vocês hoje. — ela se vira para ir embora. — Ah, chiclete… — ela para e se vira novamente para nós. — … se o cara de ontem lembrar de você, deve ser para rir do quão patética e atrapalhada você é.

Eu sabia que estava vermelha de raiva, mas resolvi deixar para lá porque realmente não ia me arriscar começar a brigar com Shion. Eu e Ino éramos duas princesinhas que não sabiam nem dar um tapa em alguém. Karin era quem sempre se metia em brigas por nós, já que sabia lutar boxe como ninguém.

Depois de acalmar Ino e ouvi-la me chamar de sonsa por não ter nem perguntado o nome do meu salvador misterioso, caminho para fora do estúdio de ballet com Yamato me esperando.

Bom, pelo menos dessa vez, Sasori não está de prontidão para me encher com mais declarações de amor.

 

Sasuke

As paredes do porão eram cinzentas e escuras. Apesar de eu gostar de cores neutras, comecei a me sentir um pouco sufocado com toda aquela neutralidade. Então pedi a Suigetsu para me ajudar depois do almoço.

Amarramos as caixas com meus novos móveis no teto do carro dele e viemos para minha casa.

Enquanto eu monto minha nova estante no porão, Suigetsu traz alguns dos meus pertences lá de cima. Em algum momento, ele sentou no chão no canto e começou a ler meu exemplar de Crime e Castigo.

— Pensei que ia me ajudar. — comento depois que ele passa vários minutos sentado ali lendo.

— Por que você nunca me disse que tinha a coleção do Dostoiévski? — ele indaga parecendo meio indignado.

— Eu nem sabia que você gostava de ler. — retruco irritado.

Ele faz uma careta como se estivesse me respondendo em pensamento e em seguida retoma sua leitura.

Reviro os olhos.

Estou quase terminando de montar minha estante quando ele se levanta e pega uma das latas de spray que trouxe. Começa a colocar jornais velhos no chão, próximos de uma parede cinzenta. Enquanto ele a grafita, escuto Itachi chegar em casa e descer as escadas. Ele parece meio surpreso quando vê que estou montando uma estante e ainda existem duas caixas grandes ali: mais dois móveis a ser montados.

— Pelo visto, seu novo quarto vai ser o porão mesmo. — ele comenta com um ar divertido.

— Se quiser ajudar, agradeço. — respondo.

— Vocês me parecem estar indo bem. — ele dá de ombros, ainda parado no pé da escada.

— Que seja. Usei seu cartão, de qualquer forma.

Itachi revira os olhos, mas não parece enraivecido. Ele sobe e nos deixa trabalhando.

— Então… - puxo assunto enquanto Suigetsu está concentrado ainda grafitando a parede. — Aquela menina de ontem…

— Não começa, Sasuke. — ele me corta antes de terminar a frase. — Já falei. Não é pro seu bico.

— Você parece muito incomodado com a ideia de eu ficar com ela. — comento meio desconfiado.

— Olha só, pelo que a Karin me falou dela uma vez, com certeza não vai rolar nada entre vocês. — ele para a arte para me encarar. — Os pais dela são aqueles típicos milionários exibicionistas, bem diferentes dos seus pais. — ele argumenta. — Uma vez fui buscar a Karin na academia de balé delas, e a mãe dela me olhou dos pés à cabeça como se eu fosse um lixo ambulante.

— Deve ser porque você se veste como um delinquente. — comento erguendo as sobrancelhas.

— Até parece que você é muito diferente. —  ele rebate. — Sério, esquece ela.

Difícil. Bonita e cativante demais para ser esquecida tão rápido.

Suigetsu volta a grafitar.

Já estou montando meu novo guarda-roupa quando minha mãe chega e desce as escadas do porão para nos espionar.

— O negócio é sério mesmo. — ela comenta, divertida. — Oi, Suigetsu! — ela acena quando ele a olha.

— Senhora Uchiha. — ele faz uma reverência como se ela fosse da realeza.

Ela sorri, animada. Se aproxima um pouco para ver o que ele está grafitando e parece impressionada.

Me sinto aliviado. Pensei que ela ficaria incomodada por eu estar com Suigetsu. Ela sabe que ele também é viciado. Achei que tentaria me afastar dele, mas pelo visto ela confia em mim. E me sinto infinitamente bem sabendo disso.

Mamãe se vira para mim, com seu sorriso confiante e entusiasmado de sempre.

— Que tal grafitarem as outras paredes? Você podia fazer um quarto inteiro grafitado e colorido, não acha? Sempre achei esse porão sombrio demais. — ela diz animada.

— Escute a dama. Ela entende do assunto. — Suigetsu concorda, sabendo que minha mãe é muitíssimo respeitada e conhecida quando o assunto é decoração de interiores.

— A senhora manda. — concordo com um pequeno sorriso.

Ela sorri ainda mais. Começa a dar várias ideias do que podíamos fazer nas paredes, no teto e até no chão. Dá uma olhada na estante, no guarda-roupa e na mesa que comprei, e depois dá outras ideias do que comprar para implementar a decoração do lugar.

E é reconfortante saber que minha mãe não está chateada por eu ter deixado meu quarto lá em cima. Ela se contenta com o que eu posso lhe oferecer no momento: minha recuperação. Estou me concentrando em outras coisas que não sejam heroína e música. E embora ela me idolatre quando estava na frente de um piano, estamos agindo como se aquela época não tivesse existido.

Eu me sinto bem com isso. Mas se ela está feliz porque estou deixando a música para trás, então está disfarçando muitíssimo bem.

Horas mais tarde, me encontro em um dos sofás da sala, assistindo um pouco de televisão.

— Melhor não dormir lá embaixo. Acho que não é bom ficar respirando aquela tinta. — minha mãe aconselha quando me traz um copo de suco, apesar de não ter pedido.

Ela senta ao meu lado e observa o filme de guerra que estou assistindo.

— Gosto da trilha sonora desse filme. — comenta pensativa, fingindo que suas palavras não possuem segundas intenções.

E eu finjo não notá-las.

— É. É boa. — respondo contendo a irritação na minha voz.

— Como vai o Suigetsu? — ela pergunta despreocupada.

— Bem. Virou escritor.

— Eu soube.

Bebo um pouco do suco e ela espia seu relógio de pulso.

— Seu pai já deveria ter chegado. São sete horas.

— Ele não ia atender o governador Hyuuga hoje? — relembro.

— Mesmo assim. — ela de repente parece lembrar de algo. — Não escutei o relógio da cozinha tocar.

— Mesmo? — pergunto fingindo surpresa. — Que estranho. As pilhas devem estar fracas.

Sakura

Uma das coisas que mais detesto é estar em casa.

Detesto ainda mais jantar com meus pais.

— Acho que devíamos redecorar a casa. — minha mãe comenta.

Ótimo, mais dinheiro gasto sem necessidade.

— Qual o problema da decoração atual? — meu pai pergunta confuso.

— Nossa decoração não segue um estilo fixo. É como uma enorme panela onde saímos enfiando um monte de coisas aleatórias.

— A culpa é de quem escolhe os móveis. — comento com sarcasmo olhando diretamente para ela.

— Desde quando se tornou tão insolente? — ela me pergunta irritada.

— Isso tem algo a ver com o fato de você estar viciada em revistas de decoração? — meu pai pergunta depois de suspirar.

— Como sabe disso? Você nunca para em casa.

— É, mas o quarto está cheio delas nos últimos tempos. — ele retruca.

— Ora, achei que seria bom darmos uma renovada na casa. Fui visitar Kushina Uzumaki alguns dias atrás, e a casa dela estava com uma decoração clássica impecável. — ela argumenta. — Não quero receber visitas que notem que nossa casa não possui um padrão decorativo.

— Pensei que o padrão fosse comprar móveis que custassem mais de 20 mil euros. — resmungo.

— Por que está tão mal humorada? — ela pergunta de um modo como se eu tivesse jogado um prato na parede.

Papai revira os olhos para nós duas.

— E seu plano é fazer o quê, exatamente? — ele pergunta desviando o assunto novamente para a decoração da mansão.

— Vou procurar alguns designers excelentes para cuidar disso. Ainda mais porque quando Sakura passar na Bolshoi, daremos um jantar para todos os nossos amigos e quero que eles se corroam de inveja com a nova decoração que teremos.

— Com licença, perdi a fome. — tiro o lenço do meu colo e jogo-o na mesa. Me levanto da cadeira e saio da sala de jantar enquanto escuto minha mãe perguntar se meu pai sabe o porquê de eu estar tão irritada.

Deitada na cama quase uma hora depois, enquanto tento dormir, me pergunto se minha mãe se toca do quanto ela é superficial. Para ela, importante mesmo são as opiniões dos “amigos” e colegas da mesma classe social e financeira que nós temos. O importante para ela é a causar inveja nas esposas dos amigos do meu pai e me exibir como se fosse apenas mais um dos prêmios da família.

Talvez eu tenha me irritado com o fato de que ela está muito interessada em renovar toda a decoração.

E é exatamente assim que eu me sinto.

Como parte da decoração da vida dela. Algo que ela pode modificar a qualquer momento.

Sasuke

Acordei depois da nove no dia seguinte. Quando me levantei para ir até a cozinha, parei um pouco antes de entrar na cozinha quando escutei a voz de Kushina Uzumaki.

— Sério, o que preciso fazer para que você vá? — ela pergunta em súplica.

— Sabe que nunca vou nessas festas de alta classe. — minha mãe responde e escuto o som da colherzinha que ela move dentro da xícara de chá. — Só tem gente chata e fútil.

— Exatamente! Eu preciso que alguém vá para me fazer companhia, senão serei obrigada a conversar com aquelas esposas metidas por quatro horas sobre as realizações dos filhos idiotas delas ou sobre a nova compra delas.

— Ah, você sobrevive sem mim. — minha mãe ri.

— Não entendo porque nunca vai. — a Uzumaki resmunga.

— Simples. Quando toda aquela gentalha de alta classe está tomando drinks e se exibindo uns para os outros, meu marido finalmente consegue parar em casa, mesmo que seja por poucas horas.

Ainda parado no corredor, encosto devagar na parede para não fazer barulho e continuar escutando a conversa.

— Ah, verdade. — Kushina resmunga. — Parecem um bando de crianças. Seu marido não é o médico deles, é a babá.

Mamãe ri, divertindo-se com os comentários de sua melhor amiga.

— Sim. E quando estão naquele show de horrores, ele finalmente consegue ficar conosco. — ela comenta. — Além disso, Sasuke acabou de voltar da habilitação. Eu prefiro evitar qualquer saidinha social no momento e aproveitar algo que eu tenho e aquelas vacas de salto nunca vão ter.

— Uma família feliz. — Kushina completou e eu sabia que ela estava sorrindo.

— Minha família pode não ser perfeita, mas eu amo aqueles três palhaços mais do que qualquer coisa. Os defeitos deles não me incomodam. Nunca fingi ser perfeita mesmo.

— Não se preocupe nem um pouco com Sasuke? — Kushina perguntou receosa por estar tocando numa ferida.

— Eu confio nele. — minha mãe respondeu e elas ficaram uns segundos em silêncio. — Admito, eu estou um chateada por ele estar desistindo da música. Mas é uma escolha dele, não minha. Se eu não o respeitar, nos tornaremos iguais àquelas ridículas que tanto falamos mal.

— É isso que eu mais gosto quando nós vamos juntas nessas festas sociais.

— Nossa brincadeira de ficar adivinhando quem está brigando com o marido ou os filhos? — mamãe pergunta rindo. — É maldoso, você sabe.

— Sim, por isso é divertido. — a ruiva ri. — Além disso, você sabe que aquelas vadias cheias de botox devem falar horrores sobre nós e nossas famílias também.

— Não me importo. — mamãe gargalha. — Acho muitíssimo divertido quando elas ficam me ligando pedindo um lugarzinho na agenda, querendo que eu vá analisar e planejar uma composição de decoração para elas.

Elas riem mais um pouco antes de mamãe fazer um comentário pensativo e nostálgico.

— Mas quer saber? Estou muito orgulhosa do Sasuke. Apesar dos vacilos que ele deu… eu chorei de emoção quando ele disse que queria ir para a clínica de reabilitação.

— Eu lembro. — Kushina a consolou. — Foi no hospital, logo depois que ele se recuperou da overdose, certo?

— Sim. — mamãe concordou. — Fiquei orgulhosa por saber que criei um filho tão forte.

Escutei um som das cadeiras altas do balcão da cozinha se movendo, e soube que Kushina estava abraçando minha mãe.

— Acredite, dinheiro nenhum que aquelas cobras tem pode comprar algo assim. — ela comenta depois de um tempo e as duas voltam a rir e conversar sobre coisas aleatórias e que não as deixem tão sentimentais.

Entro na cozinha e dou bom dia para as duas.

— Oi, querido. — mamãe diz e Kushina acena animada.

Enquanto escolho um suco para comer com os bolinhos sirniki, as escuto conversando sobre onde pretendem passar o aniversário da mamãe, onde ela sempre Kushina e os amigos mais próximos para fazerem alguma viagem de férias no fim de semana para comemorar seu aniversário no próximo mês.

— Adorei os dias que passamos na casa no Havaí ano passado. — Kushina comentou. — Apesar de não gostar muito de sol.

— Fugaku acabou de comprar uma casa em Las Vegas. O que acha de irmos jogar pôquer esse ano? — mamãe sugeriu.

Eu as deixo conversando sobre o aniversário dela na cozinha e volto para a sala, ligo a televisão, mas não presto realmente atenção no que estou vendo.

Estranhamente, me sinto feliz.

Talvez tenham sido as palavras amáveis da minha mãe.

Elas devem ter tirado um pouco do peso que carrego nos ombros.

Saber que não a decepcionei tanto quando achava que havia feito… é aliviante.

“Eu estava pendurado para fora da janela

Eu estava esperando cair

Todas as pessoas estavam assistindo

Como eles estavam chorando abaixo

E eu não consigo tirar isso da minha mente”

 


Notas Finais


- Tentem não se apaixonar por esse Sasuke e falhem miseravelmente kkk. Sentirão o quão apaixonante ele é. ♥
- https://www.youtube.com/watch?v=j1_zTuJr4y0 (Música do capitulo) 🎵♥
- https://www.spiritfanfiction.com/historia/todas-as-coisas-que-nunca-fiz-13673147 ( Essa é uma Fanfic da Plutoniana. Leiam é uma maravilha sem fim) ♥♥♥
Bom logo mais estaremos postando o próximo.
Xoxo.


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